Capítulo 2
A festa
Dante
Desço do carro junto com Juliano e ajeito meu smoking, garantindo que está tudo impecável. Juliano acende um cigarro, mas antes de entrarmos no local, lanço um olhar sério para ele.
— Cara, joga essa porcaria fora. Como você pretende beijar uma garota com esse bafo?— Ele ri, debochado.
— Para de resmungar e olha só a gata que acabou de chegar.
Viro-me, e por um momento, fico sem ar. A mulher é deslumbrante. Está acompanhada por um senhor de uns 60 anos, com um porte sério e elegante. Não consigo desviar o olhar enquanto ela passa por nós. Seus quadris balançam em um ritmo sensual que faz meu corpo reagir imediatamente. Meu "companheiro" — adormecido desde a morte de Renata — desperta como se uma descarga elétrica o atravessasse.
Entro no salão, observando cada detalhe. O espaço é amplo e luxuoso, lotado de políticos e figurões que se misturam entre sorrisos falsos e taças de espumante. O ambiente parece calmo, mas sei que é só aparência. Meu instinto me diz que nosso alvo está por aqui.
— Fique ligado, Juliano. — Alerto. — Tenho quase certeza de que o nosso alvo que está nesta festa.
— Pode deixar, chefe. — O safado abre um sorriso. — Vou ver se encontro alguém para me distrair.
Juliano se afasta, e eu me dirijo ao bar. Peço um whisky com gelo ao garçom e, ao me virar com o copo na mão, vejo novamente a mulher da entrada. Ela está diante de mim, a poucos passos de distância. Seus olhos brilham com uma mistura de indiferença e curiosidade. Sinto uma pontada de excitação crescente, algo que não sentia há muito tempo. Dou um sorriso discreto e a cumprimento:
— Olá, aceita uma bebida?
— Não, obrigada.— Sua postura firme e sem hesitação, só piora a minha situação.
Insisto com delicadeza, mas ela apenas sorri de lado, como se minha tentativa não a impressionasse. Percebo que essa mulher não é como as outras que, facilmente caem em minha cama depois de uma cantada. Ela é diferente, intrigante. Mas não sou homem de desistir fácil. Então, mudo minha abordagem.
— E que tal uma dança?— Ela ri, mas nega outra vez.
— Também não.
Seu jeito altivo e firme só me deixa mais curioso. Apresento-me com naturalidade:
— Prazer, meu nome é Marcelo Ferrari. Sou corretor de imóveis.
Ela arqueia uma sobrancelha e abre um leve sorriso.
— Nubia Braga. Advogada.
Seu tom é formal, mas há uma chama escondida por trás do seu olhar. Ela não sabe que estou usando um nome falso, também não sei se o dela é uma farsa, mas não me importo. Nesse jogo, somos apenas estranhos, mascarados e atentos.
Ela pega sua bebida no balcão, levanta o copo para mim, vira as costa e sai.
Observo-a se afastar, cada passo dela me deixando mais intrigado. A maneira como se movimenta, segura e confiante, é como um desafio silencioso. Sei que não vou desistir. Aproveito para socializar com esses figurões falsos e calculistas, saio falando com alguns, mas meus pensamentos estão na ruiva, se ela está pensando que vai se livrar de mim, está muito enganada.
Saio para procurar Juliano, quando a vejo parada próxima a uma das mesas, envolvida em uma conversa banal, sei que é o momento certo. Caminho até ela com passos firmes, seguro sua mão antes que ela possa recusar e sussurro em seu ouvido:
— Agora você não vai fugir. Vamos dançar?—Ela olha para mim e revira os olhos. Mas dessa vez, não resiste.
Com um sorriso quase imperceptível, Nubia deixa que eu a leve para o meio da pista.
A música lenta e envolvente transforma o ambiente, e nossos corpos se aproximam sem hesitação. Minhas mãos tocam sua cintura com firmeza enquanto ela desliza as dela pelos meus ombros. O calor entre nós é imediato, percebo quando os pêlos dos seus braços se arrepiam, ela também está afetada com a nossa aproximação. Sinto meu corpo responder mais uma vez, como se cada célula estivesse desperta.
Ela se movimenta de forma provocante, cada passo da dança carregando uma promessa silenciosa. Sua fragrância é inebriante, e a sensação de tê-la tão próxima me faz esquecer de tudo ao redor. A cada giro e movimento, nossos corpos se roçam, e minha excitação cresce, intensa e incontrolável. Todos estão olhando para nós, mas ela não se incomoda e continuamos dançando.
Não sinto nada assim há anos. E enquanto dançamos, sei que essa noite será perigosa, não só pelo que vim buscar, mas pelo que essa mulher está começando a despertar em mim.
A dança entre nós vai ficando cada vez mais intensa. O ritmo da música já não importa mais, porque nossos corpos se movem sozinhos, guiados por um desejo crescente. Minhas mãos exploram a cintura dela, apertando com firmeza enquanto a puxo para mais perto. Núbia não recua. Pelo contrário, sinto o corpo dela responder ao meu toque, como se me convidasse para ir além. Meu coração dispara quando desço a mão pela lateral do seu corpo até a curva do quadril. Ela arqueia levemente as costas, e o aroma sedutor do seu perfume invade meus sentidos.
Minha excitação é evidente, e ela percebe. Sua coxa roça de propósito contra mim, provocando-me, e nossos olhares se cruzam. Os olhos dela brilham com um desejo que é impossível disfarçar. Mordo o lábio para conter um gemido baixo enquanto escorrego a mão pelas costas dela, roçando de leve até chegar ao limite.
— Você é um perigo — sussurro em seu ouvido, com a voz carregada de tensão.
Ela dá um sorriso provocante e responde, com a voz baixa:
— E você está adorando cada segundo.
Ela está certa. O calor entre nós é palpável, e nenhum dos dois parece disposto a parar. Aproximo-me mais, e nossos rostos quase se tocam. Meu corpo está em brasa, e vejo que ela está no mesmo estado.
— Vamos sair daqui —incapaz de esperar mais, faço a proposta.
Ela hesita por um segundo, mordendo o lábio inferior de leve, mas logo dá um sorriso malicioso.
— Sim.
Com as mãos ainda em sua cintura, conduzo-a para fora do salão. Ao passarmos pelas portas, sinto o ar noturno esfriar levemente minha pele quente, mas não é o suficiente para apagar o incêndio que ela acendeu em mim. Chamamos um carro, e o caminho até o motel é marcado por olhares intensos e um silêncio carregado de expectativas.
Assim que cruzamos a porta do quarto, o desejo entre nós explode. Não há espaço para hesitação. Envolvo Nubia em meus braços e a beijo com voracidade, nossos corpos se pressionando como se precisássemos um do outro para respirar. Ela geme contra a minha boca, e o som é puro combustível para a minha fome.
Encosto-a contra a parede, meus lábios deslizando pelo seu pescoço enquanto minhas mãos percorrem cada curva do seu corpo com pressa. Subo seu vestido com brutalidade e aperto suas coxas, sentindo sua pele quente e macia sob meus dedos. Ela puxa meu cabelo para trás, expondo meu rosto, e nossos olhares se cruzam. Não preciso de palavras para entender: ela quer tudo, sem limites.
Empurro-a na cama e rapidamente nos livramos das roupas. A visão do seu corpo nu faz meu sangue ferver. Seus olhos brilham de desejo, a respiração ofegante... Ela é irresistível. Meus lábios encontram seus seios, sugando e mordiscando levemente cada um, enquanto minhas mãos deslizam por suas coxas, provocando-a a cada toque. Ela se contorce sob mim, gemendo e pedindo por mais, como se o próprio desejo a estivesse consumindo.
Nubia arranha minhas costas com unhas afiadas, deixando trilhas vermelhas e quentes em minha pele. O ardor é um prazer a mais, um lembrete físico de que estamos entregues um ao outro sem reservas. Cada toque dela é como uma chama, e eu não quero apagar esse incêndio. Então a viro de costas, posicionando-a de bruços na cama. Nubia arqueia as costas em resposta, empinando para mim, de uma forma que me deixa ainda mais enlouquecido. Abaixo-me e deslizo os lábios ao longo de sua coluna, distribuindo beijos lentos e molhados, sentindo-a arrepiar sob cada toque. Ela geme alto quando alcanço a curva de sua bunda, deixando mordidas suaves, provocando-a. Seu corpo treme, e ela se agarra aos lençóis com a respiração descompassada.
— Marcelo... — Seu tom de voz quase incoerente, está embriagado de desejo. — Não para... por favor.
Meu nome nos lábios dela é uma melodia que me deixa em transe. Seguro seu quadril com firmeza e puxo seus cabelos, obrigando-a a levantar o rosto. Ela solta um grito abafado, um misto de prazer e loucura, enquanto seu corpo reage violentamente ao puxão.
— Você gosta disso, não é? — Minha voz rouca e carregada de provocação ecoa em seu ouvido, deixando-a louca.
— Sim... sim... — Sua voz entrecortada, mal consegue formar frases coerentes. — Faz o que quiser comigo...
Sua rendição me deixa ainda mais insano. Puxo-a pelos quadris e a penetro com força, arrancando dela um gemido profundo que ecoa pelo quarto. O ritmo é rápido e intenso, como se não houvesse amanhã. Cada movimento faz nossos corpos se chocarem com uma urgência quase primitiva.
Mudamos de posição várias vezes, nossos corpos em perfeita sintonia. Em um momento, ela está por cima, cavalgando com uma fúria selvagem, os cabelos desalinhados e o olhar cheio de luxúria. Em outro, deito-a de lado e invado seu corpo novamente, beijando sua nuca e mordendo seu ombro enquanto ela geme meu nome sem controle.
Quando volto a colocá-la de quatro, meus dedos traçam a curva da sua cintura até suas nádegas, e deixo outra mordida leve em sua pele. Ela responde arqueando as costas ainda mais e gritando meu nome enlouquecida de prazer.
Seu prazer me leva ao limite, e minhas mãos percorrem suas costas, arranhando levemente em resposta aos seus gemidos. Ela se contorce, e eu sei que está perto do clímax.
— Isso, Marcelo... assim... não para... — Murmura, já sem fôlego, cada palavra saindo de forma desconexa.
E então, em um último movimento sincronizado, atingimos o ápice juntos. Ela se desfaz em gemidos enquanto seu corpo treme incontrolavelmente, e eu me entrego completamente, sentindo o prazer explodir dentro de mim, intenso e avassalador.
Ofegantes e exaustos, caímos lado a lado na cama. Minha mão ainda repousa na curva da sua cintura, e seus dedos acariciam minhas costas arranhadas em movimentos suaves, como se quisesse gravar esse momento na memória.
Não dizemos nada, porque não há palavras suficientes para descrever o que acabamos de viver. O silêncio que nos envolve é confortável, sei que essa noite ficará marcada na pele e na alma de nós dois.
