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Nas Garras do Inimigo: entre a vingança e o prazer

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Carvalho Val
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Resumo

Nas garras do inimigo: entre a vingança e o prazer Sinopse Frio e extremamente implacável no cumprimento da lei, o delegado Dante Mendonça não mede esforços para que tudo continue na mais perfeita ordem sob seu comando. Há pouco tempo no cargo, o policial é um dos melhores na área. Sua personalidade séria e misteriosa o torna um homem totalmente focado no que faz. Seu ingresso na PM há alguns anos, trouxe-lhe uma cicatriz profunda na alma: a perda de seu pai. Movido pelo sentimento de vingança, Dante não irá descansar enquanto não colocar as mãos na culpada pela sua tragédia pessoal. Mas ele descobrirá em breve que o poder de ataque de sua inimiga é mais potente do que imagina. Um encontro explosivo e uma troca de olhar intensa o deixarão atordoado. Será que o amor é capaz de penetrar em dois corações cheios de escuridão?

romanceFrio/IndiferenteamorRomance doce / Amor fofo Amor que cresce com o tempoSangue quente / Cheio de energia

Prólogo

Recordando o passado

Dante Mendonça

Sentado à mesa do meu escritório na delegacia, tento me concentrar no trabalho, mas as lembranças me atormentam. Paro o que estou fazendo na tentativa de relaxar e só piora. As imagens daquele maldito dia continuam a invadir minha mente, fazendo-me recordar todos os detalhes.

Quatro anos antes

Cheguei ao trabalho às seis da manhã. Com 23 anos, eu não tinha muita experiência em grandes prisões, mas estava eufórico. Estávamos há três anos na cola de uma das quadrilhas mais perigosas do mundo e naquela manhã, uma operação estava prestes a ser executada, com o objetivo de capturar seus integrantes. Dei um abraço no meu coroa, que, como sempre, estava concentrado. Meu pai era o meu maior exemplo. Ele passou as instruções, e eu chamei meu parceiro, Júlio – mais conhecido no batalhão como Juliano – e minha noiva e colega de trabalho, Renata.

— Vamos lá, galera. — Estava eufórico demais para pensar nos riscos.

— Vamos, meninos.—Meu coroa colocou seu colete de aço.

Entramos na viatura e seguimos para pegar os criminosos de surpresa. Mas as coisas não saíram como o planejado. Assim que partimos para o local indicado pelo nosso informante infiltrado, começou a cair um forte temporal. Ficamos escondidos durante o dia inteiro, esperando a hora certa. Porém, a chuva não parava.

Durante aquele dia, comemos apenas um lanche para enganar a fome enquanto esperávamos a hora certa de agir. Meu pai, com 40 anos, era um homem que não merecia o destino que teve. Ao cair da noite, ele finalmente ordenou:

— Agora!— Saímos do esconderijo e invadimos a favela.

Mas, em vez de pegarmos os traficantes desprevenidos, fomos nós que acabamos surpreendidos. Um tiroteio intenso começou e durou cerca de uma hora. Os bandidos não davam trégua. Cercados, meu pai tomou uma decisão.

— Corram para a viatura!

Corremos para o carro e partimos, mas não conseguimos ir muito longe. Assim que chegamos na saída do morro, os traficantes acertaram os pneus da viatura, e ela capotou várias vezes. Eu e Juliano fomos arremessados para fora. Renata e meu pai ficaram presos lá dentro e foram brutalmente metralhados pelos criminosos.

Nós rolamos penhasco abaixo, e, mesmo de longe, ainda conseguíamos ouvir os disparos. Quando finalmente paramos, tentei voltar para buscar Renata e meu pai, mas Juliano me impediu. Na queda, ele fraturou o ombro direito, e eu quebrei duas costelas. Além disso, levei um tiro no peito, mas o colete me salvou. Se não fosse ele, eu também teria morrido.

Perdi minha noiva e meu pai naquele dia. No túmulo dos dois, jurei seguir os passos deles e continuar na PM, mesmo com o coração em pedaços. Eu devia isso a eles. Renata era o amor da minha vida e estava grávida de um mês. Prometi que acabaria com o crime organizado, e é por isso que ainda estou vivo.

Depois da morte do meu pai, prestei concurso para delegado e passei. Hoje, aos 27 anos, sou um delegado respeitado. Trabalho duro para manter a ordem, e pobre do bandido que cruzar o meu caminho. Fechei-me para o amor. Só faço sexo casual, sem compromisso. Juliano, meu parceiro e braço direito, sempre tenta me apresentar mulheres, mas não quero ninguém agora. Só iria atrapalhar.

Meus pensamentos são interrompidos pela voz de Juliano:

— Ei, cara, em que mundo você tá?

— Desculpa, eu estava pensando no meu coroa.

— Já falei, você tem que superar isso, irmão. Já se foram quatro anos. Eu estou investigando esse caso a fundo, mas ainda não descobri quem atirou no seu pai ou quem foi o dedo-duro que nos entregou. Mas eu juro, eu vou descobrir.

Giro na cadeira e me levanto, indo até a cafeteira. Despejo o café no copo e, com um suspiro, falo:

— Eu sei que você tá fazendo o seu melhor, irmão. Mas uma hora esses vermes vão pisar em falso, e nós estaremos lá para acabar com eles.