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Capítulo 1

Entrega de Armas

Rayana

Dou uma última tragada no cigarro de maconha, deixando a fumaça sair lentamente pelo nariz e jogo a bituca fora. Olho ao redor, confiro a hora no relógio de pulso: 22 horas em ponto. Ajeito a pistola Glock 29 no coldre preso à minha perna esquerda e penso:" não sei o que me dá mais prazer — torturar os inimigos ou uma transa intensa com Pedro, meu parceiro no crime e na cama."

Desvio o olhar para ele. Pedro está concentrado na missão, nem percebe meu olhar de predadora. Mordo o lábio e dou um sorriso. Desabotoo um pouco a blusa e vou até ele. Abraço-o por trás e sussurro no seu ouvido:

— Que tal a gente brincar um pouco? Ainda faltam quase duas horas para a mercadoria chegar...

— Tá maluca, mulher?— Ele arregala os olhos.— Estamos no viaduto, a essa hora é perigoso! Sempre tem o risco de uns tiras passarem por aqui.

Reviro os olhos, irritada, e avanço em seus lábios, beijando sua boca gostosa com fome. Ele tenta recuar, mas não cedo.

— Isso é loucura, Rayana! — Seu protesto é silenciado por outro beijo.

Não o amo aliás, nunca amei ninguém, mas gosto de nossas transas, Pedro é bruto na cama, do jeito que eu gosto. Leva-me ao ápice do prazer sem enrolação. Interrompo o beijo e continuo provocando enquanto observo seu semblante endurecer. Ele revira os olhos e, por fim, se rende a adrenalina do proibido.

— Está bom. Já vi que para deixar você quieta vou ter que te pegar de jeito.— Abro um sorriso provocador.

— Isso mesmo. Eu sou sua chefe. Você tem obrigação de me obedecer.

Com brutalidade, ele me vira de costas, encostando-me no carro e levanta minha saia justa social. Com uma das mãos, afasta minha calcinha e me pega gostoso por trás, suas estocadas são fortes e firmes. A cada investida, ele dá tapas na minha bunda, fazendo-me arfar de prazer.

— Pega, vadia. Não era isso que você queria? — Seu rosnado baixo e rouco ao pé do meu ouvido, só aumenta mais o meu tesão.

Com a outra mão, ele acaricia o bico de um dos meus seios, levando-me a loucura. Meus gemidos saem altos, mas não ligo. Estou à beira da loucura, completamente dominada pelo prazer. Pedro aumenta a intensidade das estocadas, e eu sinto o clímax crescendo.

Chegamos juntos ao ápice, ofegantes e satisfeitos. Não usamos camisinha — mas não importa. Tomo minhas pílulas e não deixo nada atrapalhar o controle que mantenho sobre tudo.

Depois de alguns minutos, ajeito minha saia e limpo o batom borrado no reflexo do espelho lateral do carro. Pedro se recompõe e acende um cigarro, sempre com o olhar atento para os arredores. O silêncio é quebrado pelo som de pneus cantando na estrada.

— Aí vem eles — murmura ele, jogando o cigarro no chão e sacando a arma da cintura.

Uma van escura surge na curva e pára sob o viaduto. A porta lateral se abre, e dois homens saem. Reconheço um deles de longe: Russo, um dos nossos contatos da Colômbia. Ele sempre traz o que promete, mas cobra caro por sua fidelidade.

Caminho até a van com Pedro ao meu lado, firme e pronta para o que vier. Russo me encara com seu habitual sorriso debochado.

— Sempre pontual, Rayana! — Ele provoca, acendendo um cigarro.

— E você sempre metido — retruco, seca. — Vamos direto ao assunto. Quero ver a mercadoria.

Russo dá uma risada curta e faz um sinal para o outro homem. A porta da van se abre por completo, revelando várias caixas metálicas lacradas. Ele abre uma delas, e meu olhar encontra o brilho gelado de fuzis AK-47, novinhos em folha. Há também pistolas, munições e algumas granadas.

Pedro se aproxima e pega uma das armas, testando o peso e a funcionalidade.

— Perfeito! — Pela satisfação na voz do meu parceiro, a mercadoria está aprovada.

— Foi isso que você pediu, sem falhas — garante Russo. — Agora, vamos falar do pagamento.

Cruzo os braços e o encaro, mantendo minha expressão impassível.

— Metade agora, e a outra metade quando entregar o próximo lote. Essa foi a nossa condição.

Russo estreita os olhos, mas não ousa contestar. Ele sabe que meu pai não tolera desrespeito, e eu não sou diferente.

— Certo. Mas espero que não se atrasem na próxima entrega, a mercadoria é a mais valiosa.— A boca de Russo se abre em um sorriso falso.

Faço sinal para Pedro, que pega uma mochila com o dinheiro. Russo confere as notas rapidamente, satisfeito com o que vê e nos entrega a mercadoria.

— É sempre um prazer fazer negócios com vocês. — Ele aperta minha mão.

— O prazer é nosso. Agora cai fora antes que os tiras apareçam — minha voz emana frieza.

Russo e seu parceiro voltam para a van e partem sem olhar para trás. Pedro se vira para mim, com um sorriso de satisfação.

— Foi tranquilo demais. Está até estranho.— Dou de ombros.

— Eles sabem que é melhor não nos enrolar. Agora vamos. Temos trabalho a fazer.

Entramos no carro e partimos, deixando o viaduto para trás. A noite ainda está longe de acabar, e eu sinto o sangue correndo rápido em minhas veias. Não há espaço para erros nesse jogo. E eu nunca erro.

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