Capítulo 4
P.O.V Suzana
Sentada na cadeira da sala da faculdade eu ouvia o professor fala mas não estava prestando atenção em nenhuma palavra.
Meu pensamento estava longe, muito longe... Mas precisamente três dias atrás no meio da floresta a beira de um lago.
Se eu fecha os olhos posso sentir o gosto do seu beijo na minha boca, nunca achei que pudesse sentir o que estou sentindo e principalmente por Klaus que sempre esteve presente na minha vida.
Porém antes, mesmo perto ele sempre esteve distante de mim mas agora sinto que estou diante de um Klaus que nunca conheci na vida e acho que gosto mais desse.
- Suzy... - Sou tirada do meus pensamentos por Sônia que balançava os braços na minha frente.
- O que? - A encaro confusa.
- Eu estou te chamando a um tempão, a aula já acabou. - Ela diz e eu olho em volta.
A sala já estava praticamente vazia e o professor estava em sua mesa arrumando seus matérias. Balanço a cabeça positivamente e pego minhas coisas saindo da sala.
- O que você tem? - Sônia pergunta.
- Nada. - Digo desconfiada.
Ela para no meio do corredor e me encara.
- Esta me mentindo pra mim? - Ela pergunta curiosa.
- Talvez. - Sorrio voltando a andar.
- Ah não me esconda nada Suzana, diz... - Ela diz sorrindo vindo atrás de mim.
- Eu fiquei com um cara ontem a noite. - Digo entrando na cantina da faculdade.
Ela abre a boca em um O perfeito.
- Quem? Quando? Onde? - Me enche de perguntas animada.
Nos sentamos em uma das mesas e eu sorrio.
- Ontem o Willian me chamou para uma festa e eu neguei, então Klaus apareceu e me levou pra sair. - Conto sorrindo.
- Klaus? Klaus Salvatore? O afilhado do seus pais? - Ela pergunta surpresa.
- Ele mesmo. Me levou para um lago e me propôs uma aposta, eu perdi e nos beijamos. - Digo pensativa e lembrando da cena.
- Um lago? No meio da noite? Que estranho para um primeiro encontro. - Ela franze o cenho.
- Foi isso que me chamou atenção, ele foi original, nada acomodado e corajoso. - Sorrio.
- Não vai me dizer que esta apaixonada. - Ela me encara.
Apaixonada?
- Não Sônia, é claro que não. Ninguém se apaixona num beijo mas confesso que ele me chamou atenção mas que qualquer outro. - Respondo.
- Ah... Eu não sei não Suzy. - Ela diz balançando a cabeça.
- O que foi? - Pergunto franzido o cenho.
- Ah Suzy vocês cresceram praticamente juntos, ele é afilhado dos seus pais e você afilhada dos pais dele... Acho meio estranho. - Ela responde.
Penso por um minuto e a encaro.
- Você acha? - Pergunto pensativa.
- Sim acho, além do mais ainda acho que o cara perfeito pra você é o Willian.
- É, pode ser... De qualquer maneira foi só um beijo e provavelmente não vai mais acontecer. - Digo pensativa.
...
- Lorenzo por favor vamos comigo. Eu preciso de alguém para me ajuda na mira. - Peço pela milésima vez.
Meu irmão sempre foi bom com alvos e ele é único que pode me ajuda a não errar mais.
- Ta legal, eu vou mais só um pouco. - Ele cede beijando meu rosto.
Sorrio feliz mas somos interrompidos por uma voz.
- Se fosse comigo eu cotava a garganta dele. - Stella entra na sala.
Desde que Klaus fugiu para cá, meu padrinho mandou Stella a gêmea de Klaus para leva-lo de volta a Florença.
- E quem te chamou na conversa mesmo? Ah lembrei, ninguém. - Lorenzo responde com ironia.
Acho que já deu pra percebe que os ela e meu irmão não se dão muito bem.
- Pode deixar, eu vou com a Suzana. - Klaus entrar na sala me deixando nervosa.
- Não precisa o Lorenzo que vai comigo. - Digo olhando para ele.
- Eu vou. - Klaus decreta.
- Vamos os três então, eu aproveito e treino um pouco. - Lorenzo da de ombros.
- Eu vou com a Suzana sozinho. - Klaus diz entre dentes e olha para a irmã que arregala os olhos e assente.
- Eu vou com o sapo. - Stella diz.
- Eu não quero você dentro do meu carro não vai que parar de funcionar, você da azar. - Lorenzo diz mas ele se vira para Klaus que tinha feições duras. - Pensando bem ela pode espanta os ladrões com a cara dela.
Stella rir e puxa ele para fora me deixando sozinha com Klaus. Olho para ele e saio de casa entrando em seu carro.
- Não vai dizer nada? - Ele me olha pelo canto do olho enquanto da partida no carto. - Esta decepcionada porque sou eu quem vou te levar? - Ele pergunta rindo.
- É claro que não, só não tenho nada pra dizer. - Digo seria.
- Tudo bem. - Ele concorda.
Fecho os olhos suspirando e me viro para ele.
- Me desculpe, não queria ter falado assim. - Digo arrependida.
- Acha que me magoou? - Ele arqueia a sombrancelha.
- Não, você não parece o tipo que se magoa fácil... Mas não gosto de ser rude com as pessoas.
- Não foi rude.
- Tudo bem.
- Sabia que eu sou o melhor atirador da família? - Ele puxa assunto.
- Jura? E como consegue? - Pergunto me virando para ele animada.
- Pense em alguém que você odeia. - Ele diz prestando atenção na estrada.
- Acho que isso não vai funcionar comigo. - Digo pensativa. - Eu não odeio ninguém.
- Todo mundo odeia alguém Suzana.
- Eu não. - Dou de ombros.
Como a academia de treinamento era muito perto da minha casa logo chegamos ao local e ele estaciona o carro ao lado do de Lorenzo.
Parece que ele e a Stella já chegaram.
- Isso vai mudar. - Ele bate a porta do carro e se põe ao meu lado.
Entramos e seguimos para as salas de treinamentos.
- É aqui. - Digo entrando no estande de tiro.
- Escolha uma arma. - Ele diz pegando a dele.
Quer dizer que ele anda armado?
- Eu sempre uso essa. - Digo pegando uma semi-automática.
- Consegue uma melhor. - Ele aponta.
- Ta bom. - Digo pegando uma Glock.
- Ótimo, acerte o peito. - Ele diz e eu me viro para o alvo aceitando.
- O meu problema não é esse, eu nunca acerto a cabeça. - Digo chateada.
Ele encosta o corpo nas minhas costas e desliza as mãos pelo meu braço segurando minha mão. Respiro fundo piscando algumas vezes com seu toque.
- Não treme, trave o pulso. - Ele sussurra em meu ouvido me fazendo ficar arrepiada.
Mesmo nervosa com a sua aproximação olho para o alvo me concentrando, fazendo o que ele pede.
- Atira. - Ele diz no meu pé do ouvido.
Puxo o gatinho e fecho os olhos mas logo os abro arregalando os olhos.
- Ai meu deus. - Digo sem acreditar vendo o buraco bem no meio da testa do alvo.
Me viro animada o abraçando.
- Obrigado. - Digo pulando animada.
Ele me para e segura fortemente na minha cintura me puxando para perto de si, ele me olha cola nossos lábios em uma beijo alucinante.
Minhas mãos vão para seus cabelos e os puxo o trazendo mais para mim. Sua língua explora minha boca mas infelizmente temos que parar pela falta de ar.
- Me agradeça assim. - Ele diz ofegante mais sorrindo.
O olho por alguns instantes e depois para baixo.
- Klaus, não sei se o que estamos fazendo é certo. Crescemos juntos. - Digo me lembrando das palavras de Sônia.
- Não somos irmãos. - Ele me encara. - E eu quero você. - Ele diz segurando novamente na minha cintura.
- Klaus, eu já disse que não vou dormir com você. - Espalmo minha mãos em seu peito.
- Eu já disse que vai mas não é isso que eu quero agora.
- E o que você quer? - Pergunto arqueando a sombrancelha.
- Você.
Alterno o olhar entre seus olhos e sua boca me aconchegando em seus braços mas não posso beijá-lo pois somos interrompidos.
- Suzy? - Willian entra na sala e eu me afasto de Klaus rapidamente.
- William oi. - Digo sem graça.
Klaus revira os olhos bufando.
- Tudo bem por aqui? - Ele pergunta olhando para mim e para Klaus.
- Sim Willian... Klaus esse é meu amigo. - Apresento. - Willian, esse é o Klaus meu... Afilhado dos meus pais. - Digo o olhando.
Klaus o cumprimenta com o queixo em uma expressão nada agradável.
- Vou fala com a minha irmã. - Klaus anda em direção a saída mas antes de sair posso vê ele fuzilando Willian com olhar.
Olho para Willian que me encara.
- A galera vai sair hoje... Vamos? - Ele pergunta sorrindo.
Ele sempre quer sair comigo quando estamos em grupo para ter uma desculpa para meu pai.
Medroso.
- Não Willian, vou ficar em casa. - Digo suspirando passando por ele.
Mas paro assim que ele segura meu braço.
- Quando vai me da uma chance? - Ele pergunta olhando nos meus olhos.
- Quando me colocar na frente do seu medo. - Digo e me solto dele saindo.
