Capítulo 3
Deitada na cama eu conversava por skype com Willian que insistia para que eu o acompanhar em uma festa.
- Não Willian, eu estou cansada. - Digo suspirando.
- Ah Suzy vamos lá. Vai ser divertido.
- Semana que vem eu tenho uma prova, tenho que estudar.
- Você precisa se divertir, só vai ter pessoas da máfia seu pai não vai se opor.
- O problema não é meu pai Will sou eu. Não quero ir...
- Mas Suzy...
- Amanhã a gente se vê no treino, boa noite Willian. - Digo e encerro a chamada.
Não me levem a mal mas eu não tenho paciência para a conversa mole do Willian, a Sônia tem razão ele gosta de mim mas não tem coragem de dizer.
Eu odeio covardia e odeio homens medrosos, Willian gosta de mim mas tem medo do meu pai e do meu irmão. Respiro fundo fechando os olhos.
Me levanto e vou para o banheiro tirando meus saltos, olho para os lados não encontrando meu celular sempre gosto de tomar banho ouvindo música.
Volto para o quarto mas tomo um susto vendo Klaus sentado na minha cama.
- Klaus, o que faz aqui? - Pergunto depois de solta um grito.
- Vim te avisa que vamos sair. - Ele diz calmamente.
- O que? Pra onde? - Pergunto confusa.
- Vai descobrir depois, to esperando. - Ele diz dando um sorriso de lado.
Eu poderia recusar como fiz com Willian mas minha curiosidade é maior que tudo, onde será que ele vai levar?
- Ta bom. - Concordo suspirando.
Volto para o banheiro calçando o salto que tinha tirado minutos antes.
- Eu colocaria um tênis se fosse você, vai ser difícil andar de saltos. - Ele diz assim que volto para quarto.
- Pra onde vai me levar? - Pergunto desfiada.
- Já disse que vai descobrir depois. - Ele sorrir.
O encaro por alguns instantes tentando decifrar sua expressão mas não tenho sucesso e desisto. Sigo para o closet colocando o tênis.
- Vamos? - Pergunto e ele se levanta abrindo a porta me dando passagem para o corredor.
Como já era tarde da noite a mansão Benacci estava em silêncio, saímos de casa e entramos no carro estacionado na frente porta.
- Espero que não esteja me sequestrando. Meu pai é chefe da máfia, você sabe. - Digo enquanto ele da partida.
- Que coincidência, o meu também é. - Ele rir.
- Comprou um carro novo? - Pergunto olhando em volta.
- Comprei, esse é mais legal e vai ser mais fácil de chegar la.
- Não entendo qual é a sua tara e do meu irmão por carros novos, Lorenzo troca todo mês. - Digo revirando os olhos.
- Você não gosta?
- Nunca tive que pensa muito nisso, mesmo tirando a carteira com dezesseis não costumo dirigir. Lorenzo é meu motorista particular, quem sabe agora com dezoito eu não passe a me interessa por coisas que eu não gostava antes. - Dou de ombros.
- E pelo o que você se interessa agora? - Ele pergunta olhando para a estrada.
- Eu não sei... Talvez pelo meu presente se aniversário.
Penso na minha festa a duas semanas atrás.
- O meu vai ser melhor. - Ele diz convencido.
- Impossível, eu vou morar fora do país. - Conto animada.
- De onde tirou isso? - Pergunta com um misto surpresa e outro sentimento que não conseguir identificar.
Talvez raiva?
- Papai prometeu que me deixaria ir quando eu fizesse dezoito e ele cumpriu, eu vou para os Estados Unidos. - Digo sorrindo.
- Você não pode ir. - Posso vê que ele esta apertando o volante com tanta força que seus dedos ficam brancos.
- É claro que posso, não vai me dizer que vai sentir saudades? - Pergunto com irônia.
- Não vou sentir saudades porque você não vai Suzana, não pode ir embora.
- Não estou entendo Klaus, não é pra tanto. - Digo franzido o cenho.
- Claro que é Suzana! - Ele se altera. - Não pode ir embora, tem que ficar aqui com a sua família e comigo...
- Com você? - Pergunto deixando a frase morrer.
- É Suzana, comigo! Não tem porque você querer ir para fora do país, você tem tudo aqui.
- Não tenho liberdade, eu quero independência.
- Você tem que se da liberdade Suzana. - Ele fala como se fosse óbvio. - E também posso te ajuda com isso.
- Eu tenho até medo de pergunta meu deus... Mas como?
- Se depender da nossa família, a nossa única diversão vai ser quase morrer nas missões da máfia mas se depender de mim a nossa diversão vai ser muito além disso de todas as maneiras Suzana.
- A máfia é quem nós somos mas gostaria de conhecer um novo mundo, ter novas experiências... Agora aos dezoito me sinto liberta a tantas possibilidades. - O olho para fora.
- Se não tivesse herdado a moral do meu pai, já teria te apresentado essas coisas antes... - Ele diz pensativo.
- Klaus é impressão minha ou estamos no meio da floresta? - Pergunto olhando para a paisagem.
- Muito inteligente a sua observação. - Ele diz rindo.
- Klaus, se estiver envolvido com trafico de órgãos saiba que eu não tenho uma saúde tão boa assim. - Brinco.
- Sabe quanto vale um coração no mercado negro? - Ele pergunta arqueando a sobrancelha com meio sorriso.
- Você quer tirar meu coração? Que ironia. - Rio alto.
- Quero que me de por vontade própria... A princípio...
Isso foi uma indireta?
- Você é um tipo de psicopata vendedor de órgãos muito esquisito... Mas eu nunca achei que corações fizessem seu tipo.
- Só o seu... E eu não sou um psicopata.
- Psicopatas nunca dizem que são psicopatas.
- Na máfia? Eles dizem, é muito útil. Meu tio que o diga. Chegamos. - Ele se refere a tio Eric.
Rio e vejo ele parar o carro.
- Chegamos onde Klaus? - Pergunto saindo do carro vendo a floresta.
- No lugar. - Ele diz travando as portas do carro.
- E o que viemos fazer aqui? - Pergunto franzido o cenho.
- Passear. - Ele diz pegando minha mão.
Olho para nossas mãos dadas e fico confusa.
- Isso por acaso foi um dos treinamentos que recebeu da Cossa Nostra?
- Não... - Ele franze o cenho.
- Será que se eu mandar um currículo para la, seu pai não me contrata? - Pergunto divertida.
- Ele vai adorar roubar um funcionário da concorrência.
- Seria incrível mas eu meu pai me mataria, aliás eu acho que o único modo de trocar de máfia séria um casamento. - Digo pensativa.
- Então vamos ter uma nova Salvatore antes do esperado.
- Você quer ser meu casamenteiro?
- Marido soa mais legal. - Ele responde sério.
O encaro em silêncio por alguns instantes... Mas paro e começo a rir.
- Obrigado, vou me lembrar disso quando meu pai quiser me casar com russo. - Digo voltando a andar.
- Se eu estiver morto até la, ele pode tentar. - Ele diz enquanto andamos pela floresta.
- Meu pai sempre me ameaçou na adolescência dizendo que se eu aprontasse, ele me casaria com um russo. - Digo assim que chegamos a beira de um lago. - Aqui é lindo. - Digo olhando em volta.
- Meu tio jogava corpos nesse lago quando viajava para cá, é legal. - Ele solta a minha mão e pega uma pedra a jogando no lago.
- Isso é totalmente mórbido e exótico... Eu gosto de coisas exóticas. - Sorrio.
- E eu gosto de coisas mórbidas. - Ele diz jogando mais uma pedra no lago. - Quer fazer uma aposta?
- Qual? - Pergunto desconfiada.
- Joga essa pedra. - Ele me entrega uma pedra. - Se for mais longe que a minha, você tem que me dar um beijo.
Arqueio a sombrancelha alternando meu olhar entre o ele e a pedra em sua mão.
- E se ela não for mais longe? - Pergunto desconfiada.
- Ai eu te dou um beijo.
- Klaus... Nós crescemos juntos, seus pais são meus padrinhos, os meus são os seus.
- E daí? - Ele pergunta.
- E daí que isso não é certo.
- E daí? - Ele repete.
Com certeza Klaus foi mais longe do que qualquer outro homem chegou, mas longe que Willian chegou.
- Você não tem medo do meu pai? - Pergunto desconfiada.
- Eu não tenho medo de ninguém Suzana.
Bom que mal tem, ninguém vai saber e a sensação de perigo me invadiu. Pego a pedra e me posiciono.
- Boa sorte. - Ele diz e nos dois jogamos a pedra.
A pedra dele vai mais longe que a minha e ele se vira para mim sorrindo.
- Acho que vai ganhar um beijo meu.
- Olha que você é muito convencido, cuidado para não me decepcionar. - Sorrio o encarando.
- Não é a primeira vez que isso acontece. - Ele me puxa fazendo meu corpo bate no seu.
Sorrio mordendo o lábio olhando para sua boca, ele aproxima os lábios sugando os meus para um beijo lento e quente enquanto ele aperta minha cintura.
Passo os braços pelo seu pescoço, me aproximando mais dele, relaxo em seus braços e ele intensifica o mesmo dominando o beijo.
- Klaus... - Digo quase num gemido arfando.
- Pelo visto você não esta decepcionada. - Ele rir e diz contra meus lábios.
- Vamos embora. - Me afasto rapidamente ofegante.
- Ok. - Ele concorda. - Olha, uma cobra. - Ele aponta para o chão ao meu lado.
Dou um grito alto e abraço Klaus o agarrando.
- Era brincadeira. - Ele rir nasalmente. - Não vai ser assim que vai conseguir entrar na máfia.
- Idiota. - Digo ainda em seus braços.
- Parece menos ofensivo vindo dos seus lábios. - Ele diz pensativo me agarrando.
Sorrio chegando perto dele vendo ele se arrepiar com meu toque.
- Klaus... - Sussurro de forma sedutora. - Me leva pra casa agora. - Digo brava e me afasto.
Ele assente e seguimos para pelo caminho de onde viemos.
- Da próxima vez podemos transa no lago? - Ele pergunta.
- O que? Não... Pelo menos não aqui. - Digo a última parte baixo.
- Achei que gostasse de coisas exóticas.
- Isso não se aplica a minha primeira vez. - Digo como se fosse óbvio.
- Vou limitar minhas fantasias sexuais a cama então.
- Não sou contra o sexo fora do quarto, só não quero perde a virgindade na terra... - Digo e me dou conta do que estou falando. - Aliás, quem disse que vou dormi com você? - Pergunto indignada.
- Eu...
- Pois esta errado, saiba que você não é o único que quer dormi comigo então vai ter que fazer muito mais para entrar na fila.
- Não vai ter fila se todos estiverem mortos. - Ele sorrir pérfido.
- Esta com medo da concorrência? - Pergunto entrando no carro.
- Não, mas não gosto de perde tempo pagando para vê finais previsíveis. Eu ganharia de qualquer maneira, e com certeza posso matar todos. - Ele diz dando partida.
- Então que tal essa? Se matar qualquer um você esta automaticamente desclassificado, afinal isso é covardia e eu odeio covardia.
- Nada me desclassificaria. - Ele da de ombros.
- Veremos senhor Salvatore. - O desafio.
