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Capítulo 3

Ouvi uma porta se fechar, o que me indicou que eles estavam lá fora. Katie sentou-se no sofá de Penny ao meu lado; seu perfume intenso impregnava meu nariz enquanto eu bebia vinho rosé. Ela parecia mais absorta, mal prestando atenção ao jogo. Ela se assustava de vez em quando quando Niall ou Louis soltavam um grito. Todos estavam xingando a televisão durante os quarenta e cinco minutos mais estressantes da minha vida.

Faltando cerca de dez minutos, precisei ir ao banheiro. Dave me indicou uma porta ao lado da cozinha e eu me aproximei, trancando-me no banheiro. A janelinha acima estava entreaberta e eu ouvia Penny e seu namorado conversando lá fora.

— O que você fez hoje? Quando você me ligou antes, parecia que tinha convidados — disse Penny.

Urinei em silêncio, sem querer fazer muito barulho e assustá-los. Fiquei um pouco incomodado ao perceber que eles me ouviam, mas acho que eles também ficaram incomodados por saber que eu os ouvia.

“Eu estava com meus amigos”, respondeu Patrick brevemente.

—Oh — a voz de Penny soou desapontada — As meninas também estavam lá?

— Sim, como se Kennedy e Madison estivessem lá.

—E eu não fui convidada?

Patrick pareceu soltar um suspiro: “Penny, você sabe que eles não gostam de você. É só que é mais fácil para mim ficar com eles sozinho; é sempre um pouco estranho quando você está lá”.

Abri bem os olhos ao ouvir sua explicação, e até Penny pareceu ficar sem palavras por um momento antes de limpar a garganta. —Mesmo assim, eles são seus amigos... Eu gostaria de fazer um esforço por eles. Não me importaria de passar uma noite com eles se isso significasse muito para você.

—Acho que já nos vemos bastante. Não sinto necessidade de te ver todos os dias —respondeu Patrick, e minha garganta secou com o quanto ele estava sendo desrespeitoso. Eles ficaram em silêncio por um momento e eu pude imaginar o quanto Penny devia estar se sentindo mal naquele momento.

Patrick não disse mais nada antes de Penny continuar: —E o que vocês fizeram?

Toby queria uma degustação de vinhos. Foi divertido.

Franzi o nariz com desgosto. Não parecia nada divertido.

— Meu Deus! — sussurrou Patrick ao ouvir uma forte ovação vinda de dentro da casa. — Eu nunca entendo por que os meninos gostam tanto de futebol. Que jogo idiota!

Penny riu baixinho: — Embora seja um jogo bastante emocionante. —

—Você pode entrar se quiser. Eu entendo. —Sua voz soou curta e seca, e Penny suspirou—. Não, não era isso que eu queria dizer. Gosto de sentar aqui fora com você.

— Por que você sempre convida seus amigos para vir à sua casa? Você nunca tem uma noite livre? — Sua voz soava frustrada enquanto parecia repreender Dave, e eu franzi a testa enquanto permanecia dentro do banheiro. Eu estava absorta em sua conversa, imaginando o que ele diria.

—Ele simplesmente gosta da companhia, você sabe que eles são um grupo unido.

—Tomlinson está aqui? —perguntou Patrick abruptamente.

Você não o viu quando entrou? Ele estava no sofá.

Patrick soltou um grunhido: “Eu odeio esse cara. Ele só quer transar com você.”

— Não quer — respondeu Penny com a mesma brusquidão. — Você precisa esquecer isso. Foi há dois anos e não aconteceu nada. Ele se desculpou no dia seguinte. Eu superei, você também deveria.

Fiquei alerta ao ouvir a discussão deles. Eu não tinha ideia de quem era “Tomlinson”. Principalmente ouvia Penny tentando conversar com o namorado, enquanto ele parecia estar de péssimo humor, bloqueando tudo o que ela dizia. Até eu me senti mal ao ouvir isso.

- Não me diga o que fazer. - Ele a interrompeu com uma voz mais alta, e Penny se calou imediatamente. - Desculpe. - Ele murmurou.

Eles ficaram em silêncio por um momento, enquanto eu prendia a respiração, me perguntando quando seria a hora de dar a descarga. Eles saberiam que eu estava lá e que os tinha ouvido.

— Não gosto que você fique aqui sozinha, cercada por todos esses homens — Patrick voltou a falar e Penny suspirou. — Katie também está aqui. E eu moro aqui, o que devo fazer? Eles também são meus amigos, Pat.

—Sim, eu sei, não me lembre disso. Nunca entendo por que você se cerca de pessoas assim.

—O que as pessoas gostam, exatamente? —Sua voz se elevou um pouco mais enquanto defendia seus amigos. Patrick não disse nada, mas ouvi muitos suspiros e respirações vindos de fora. Os grilos eram a única coisa que eu podia ouvir antes de Penny voltar a pigarrear—. Você vai passar a noite aqui?

— Não.

Silêncio novamente. Franzi a testa diante do comportamento de Patrick, me perguntando se ele era um idiota ou se tinha tido um dia ruim.

“Tudo bem.” Penny parecia derrotada. “Podemos voltar para dentro? Está um pouco frio e o jogo vai acabar a qualquer momento.”

—Claro que você está com frio —repreendeu Patrick—. Você está praticamente nu.

—Estou usando um suéter —replicou Penny, e então outro suspiro ao ouvir o barulho de cadeiras antes que uma porta se abrisse e o silêncio se instalasse lá fora. Soltei o ar que tinha na boca enquanto finalmente puxava a descarga e saía do banheiro, onde encontrei Penny e Patrick na cozinha.

Seus olhos encontraram os meus enquanto ela sorria, abaixando-se para pegar duas cervejas na geladeira. —Você quer uma também? —

Não — respondi com um gesto. Ainda tenho uma, obrigado. — Olhei para baixo para ver sua silhueta depois de ouvir seu comentário sobre suas roupas. Ela estava completamente coberta, com um suéter enorme que cobria suas nádegas e se ajustava ao seu corpo. Na verdade, eu estava um pouco curioso para ver o que havia por baixo.

As leggings acentuavam suas pernas, que eram bastante longas e tinham um formato bonito.

Deixei os dois sozinhos para assistirem ao resto do jogo até o final. O Manchester havia perdido por um ponto, mas eu não percebi, pois estava concentrado na conversa que acabara de ouvir.

Certamente, não parecia um relacionamento feliz. A maneira como Dave havia falado sobre Patrick antes, como se não gostasse dele, foi confirmada pelo que ouvi. Dave realmente não gostava dele e, aparentemente, ninguém mais aqui gostava.

Eu estava deitada no sofá após o jogo, conversando com Zayn sobre tudo e nada antes de Penny se juntar a nós novamente. Ela parecia frustrada, e eu quis perguntar se estava tudo bem, mas ela parecia alguém que não queria ser questionada.

“Como você está lidando com esse duro golpe?”, brincou ele, referindo-se à derrota para o Manchester.

“Não tenho certeza”, entrei na brincadeira. “Eu poderia me jogar na frente de um ônibus. É tudo porque eles eram mais numerosos que nós.”

Sua risada me surpreendeu e eu ri discretamente: “Não foi engraçado?”

Ele cobriu a boca com a mão para se calar. — Eu sei, mas eu disse a mesma coisa há uma hora. Por isso eu ri. — Ele riu discretamente da coincidência e eu ri entre dentes. — O que te fez dizer que queria se jogar na frente de um ônibus?

- Algo sobre jeans de cintura baixa estarem na moda novamente. -

Arqueei as sobrancelhas: - Isso é dramático. -

Penny virou a cabeça para me olhar. — Mas se jogar na frente de um ônibus porque seu time perdeu um jogo não é dramático? —

— Prioridades. — Dei de ombros de brincadeira e ela riu. — Então, Dave me disse que você dá aula para a sexta série? —

—Mmm —assenti—. Crianças de dez anos. Que divertido.

Ela percebeu o sarcasmo no meu tom e riu discretamente: - Eles podem ser bem arrogantes, eu acho. -

—Isso é dizer com gentileza —brinquei—. A verdade é que eles são muito arrogantes. Mas não posso reclamar, é uma ótima escola. —Expliquei brevemente que havia me transferido e que tinha começado esta semana.

—Acho que todos nós éramos bastante malvados nessa idade —disse Penny, e eu concordei—. Sem dúvida. Até agora, eles me convenceram bastante. Eles acham que sou legal porque tenho tatuagens, então isso é uma vantagem.

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