Capítulo 2
Ela revirou os olhos. — Você convida pessoas todos os dias. —
— Sim, bem, estou passando por um término. —
Os olhos de Penny se arregalaram. — Você terminou com a Delilah?! Por que não me contou?
Dave fez um beicinho falso: “Sim, nós terminamos. E isso está me machucando muito, por isso preciso dessa festa”.
Ele deu uma cotovelada nas costelas dela. —Você está falando bobagem. Você tem sorte que eu queria assistir ao jogo hoje à noite de qualquer maneira.
—Que sorte a minha. —Dave revirou os olhos e eles discutiram um pouco mais—. Você precisa ir ao escritório amanhã?
—Não —Penny balançou a cabeça. —Fiquei até tarde hoje à noite para poder ficar em casa neste fim de semana, pelo menos uma vez.
— Isso significa que finalmente estaremos os três em casa para passar o fim de semana? — Dave parecia entusiasmado com a ideia de ter seus dois colegas de quarto em casa por dois dias. Eu também ficaria, se eles se parecessem assim.
Penny lhe lançou um sorriso tímido: — Desculpe, eu planejava ir à casa do Patrick amanhã. —
Ele soltou um grunhido dramático. — Sério? Bem... Você não quer um fim de semana divertido? É o seu funeral. — Ele olhou para ela com uma expressão séria e ela deu um tapinha em seu ombro. — Chega.
Um forte assobio percorreu a sala e todos olhamos para o sofá, onde Louis tinha os dedos entre os lábios. - O jogo começa! -
Dave nos trouxe algumas cervejas bem geladas enquanto nos sentávamos no sofá, e eu fiquei com vergonha alheia quando todos começaram a conversar sobre futebol. Penny sentou-se ao meu lado no sofá e percebeu meu desconforto. —Você não gosta de futebol?
—Oh, sou fã —ri entre dentes—, mas não do seu time.
Seus olhos se arregalaram: “Você é de Manchester?”
Houve exclamações baixas por toda a sala e eu revirei os olhos de brincadeira: “Sim, foi onde cresci”.
—Pen, você quer uma cerveja? —Liam perguntou de um lugar mais distante, e ela estendeu a mão enquanto acenava com a cabeça. Ela fez uma careta ao tomar um gole. —Hum, cerveja morna de lata... Minha favorita.
Eu ri por dentro do seu sarcasmo e ela limpou a garganta antes de se virar para mim. —Então, Manchester... Você se mudou para Londres depois? —
Sim, estudei aqui e fiquei desde então. Mas minha paixão pelo futebol sempre estará em Manchester.
- United ou City? -
Eu mordi os lábios enquanto gemia: “Decisão difícil... Mas United.”
—Ufa, que noite ruim para você —brincou Penny, e eu soltei uma risada entrecortada—. Não teria tanta certeza disso... Pode ser você quem vai ter uma noite ruim depois de ver como meu time é bom.
—Seu time, hein? Então você assume toda a responsabilidade pelas derrotas deles?
— Eu assumiria, exceto que eles nunca perdem — respondi timidamente, e Penny riu enquanto balançava a cabeça negativamente. — Agora entendo por que Dave gosta de você. —
Meu coração se aqueceu com o elogio, e percebi que Dave não me convidou apenas por pena, porque eu era o “novato”, mas porque realmente me via mais como um amigo.
Assistimos ao jogo com atenção, eu xingando baixinho enquanto todos ao meu redor comemoravam quando o Chelsea passou à frente. Eu estava com o rosto enterrado nas mãos enquanto Penny ria discretamente ao meu lado. Niall, como um bom irlandês, era um fã surpreendentemente grande do Chelsea e fazia comentários sem que ninguém lhe perguntasse, embora ninguém conseguisse entendê-lo.
— Niall, amigo, cale a boca — resmungou Zayn, dizendo o que todos nós estávamos pensando.
Penny se juntou aos comentários de Niall, gritando com o árbitro e se levantando quando os jogadores do Chelsea estavam perto do gol. Sua risada encheu a sala enquanto ela ria com Niall. Eles pareciam estar se divertindo enquanto se envolviam totalmente no jogo.
Foi no intervalo que a tensão na sala se acalmou um pouco. Várias pessoas se levantaram para fumar ou tomar algo gelado, enquanto eu fiquei no sofá com Penny, Dave e Louis.
—Oh, Dave, Pat acabou de me enviar uma mensagem de texto —disse Penny, cutucando seu colega de quarto para chamar sua atenção—. Ele estará aqui em cerca de quinze minutos.
— O quê? Por quê? — Dave franziu a testa.
—Como assim, “por quê”? Porque ele é meu namorado, por isso —defendeu-se Penny, e Dave revirou os olhos—. Ele nem assiste futebol.
Penny deu de ombros. —Sim, bem... — ela insistiu.
— Ele se convidou sozinho? Que gentileza da parte dele! — O sarcasmo de Dave era evidente em sua voz e Penny cerrou os dentes. — Tente ser gentil com ele, pelo menos uma vez.
“Eu farei isso se ele fizer, P. Você sabe disso.”
Ouvi risadinhas vindas do sofá, percebendo que alguns haviam percebido a discussão entre Dave e sua colega de quarto. Eu estava um pouco perdido na conversa, sem entender por que ninguém parecia feliz com a visita do namorado de Penny.
— Vou levá-lo para o meu quarto, não vou incomodar vocês. — Penny suspirou e Dave bufou. — Seu quarto? Ele provavelmente nem sabe como é o seu quarto. Provavelmente não sabe como é o andar de cima desta casa.
Ela lançou-lhe um olhar fulminante: —Pare! —sibilou baixinho—. Já chega.
Dave calou-se imediatamente e pude ver em seus olhos que ele percebeu que tinha levado as coisas longe demais.
— Caneta. — Ele suspirou, mas ela balançou a cabeça severamente. — Não, não quero ouvir isso. Você poderia pelo menos se comportar, por mim?
Senti-me um pouco desconfortável ao ouvir essa conversa, pois senti que não era para mim. Penny parecia magoada com a insensibilidade de Dave, e ele parecia culpado por ter brincado tanto sobre o assunto. Eu não entendia as piadas, então não podia opinar.
—Tudo bem. Desculpe —murmurou ele finalmente, e ela suspirou—. Obrigada.
Bebi o resto da cerveja de um só gole enquanto me sentava novamente no sofá, conversando com Louis. Ele falava bem alto e tinha um sotaque forte de Doncaster, mas era simpático como todos. Contei-lhe sobre a minha primeira semana na nova escola, e Dave juntou-se à conversa para fofocar sobre alguns dos outros colegas.
Aparentemente, a Sra. Henderson havia se candidatado ao cargo de diretora este ano, mas o conselho administrativo o havia dado a uma mulher mais jovem, chamada Cindy. Ela insistia para que a chamássemos pelo primeiro nome e tinha ideias para dar um toque especial à escola. Era uma escola bastante multicultural, com poucas regras e um método de ensino muito livre.
Gostei, era diferente do que eu estava acostumado.
—Bem, Gabriel, como era sua escola anterior? —perguntou Louis, e eu suspirei—. Bem, bastante pretensiosa. Todos usavam uniforme e tudo mais, era bastante rígida. Mas os professores eram simpáticos.
—Sim, ele chegou de terno no primeiro dia. —Dave riu discretamente e Louis se juntou à conversa—. Nunca tinha visto Dave ir trabalhar de terno. Você tem um?
— Não, a Penny me arranja através do trabalho dela, sabia? —
Eu estava prestes a perguntar o que ela fazia, mas o segundo tempo do jogo estava começando quando alguém tocou a campainha.
—Sou a Pat! —gritou Penny enquanto corria para a porta e ouvi gemidos silenciosos ao meu redor. Dave parecia prestes a morrer quando o namorado de Penny entrou na casa e acenou para nós. Ele não parecia muito animado por estar lá, pois Penny segurava sua mão e o olhava fixamente.
Ela mordeu o lábio inferior, qualquer sorriso que tivesse no rosto já havia desaparecido enquanto ela mantinha os ombros tensos e olhava cuidadosamente para o namorado. — Quer assistir ao jogo conosco? —
“Não. Você sabe que eu não gosto de futebol”, murmurou ele, apertando brevemente a ponte do nariz. Ele tinha cabelos castanhos e curtos, várias tatuagens nos braços e a mão livre no bolso da calça jeans. Penny assentiu. “Ei, podemos sair um pouco, ainda está bom tempo”, disse ela, com a voz abafada, enquanto se afastavam da sala, e eu franzi ligeiramente a testa.
Ela parecia muito envolvida no jogo durante o primeiro tempo, tanto que me surpreendeu que ela voluntariamente perdesse o segundo. Chelsea e United estavam empatados e era de se esperar que continuasse interessante.
