Capitulo 2(suit)
“Você vai ficar dessa vez?” ela perguntou, com os olhos brilhando de esperança. “Sabe, mamãe me disse que você poderia ir embora de novo, mas eu realmente quero que você fique conosco…”
Pierre permaneceu em silêncio por um momento, seus dedos apertando levemente seus braços, como se quisesse ancorar aquele momento em sua memória. Ele não respondeu imediatamente. Essa pergunta, inocente vinda de sua irmã, era na verdade um dilema que ele ainda não havia resolvido. Ficar aqui, nesta casa onde se sentia um estranho, ou ir embora e começar tudo de novo em outro lugar, longe desta realidade que lhe escapava?
“Eu... eu ainda não sei,” ele finalmente sussurrou, sua voz traindo sua confusão. “Ainda estou... descobrindo tudo.”
Ela olhou para ele por um momento, com um sorriso levemente triste nos lábios. “Estou feliz que você esteja aqui, Pierre”, ela disse, antes de se afastar gentilmente dele. “Eu não quero que você fique triste. A mamãe também está feliz, mesmo que ela não demonstre.”
Pierre se jogou de volta na cama, com os pensamentos girando. Sua irmã, tão alegre, tão cheia de vida, não sabia nada da gravidade da situação, do que ele teria que enfrentar quando voltasse para cá. Mas ao vê-la, ele se lembrou do quanto amava sua família, de quão próximo ele era deles antes de partir. Talvez, apesar de tudo, ele pudesse encontrar um pouco desse calor aqui em casa. Talvez o abraço de sua irmã pudesse aliviar, mesmo que um pouco, a dor de um retorno que ele não queria.
Ela se afastou lentamente, e Pierre fechou os olhos por um momento, tentando acalmar a tempestade que rugia dentro dele. Mas no fundo do seu coração, um sentimento estranho estava crescendo. A paz que ele sentiu no abraço da irmã não duraria. A realidade que ele havia fugido para o exterior retornaria mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente.
Os ruídos no corredor, a princípio fracos, tornaram-se cada vez mais distintos, passos apressados no chão. A sombra sob a porta do seu quarto ficou maior e mais próxima, um eco cada vez mais urgente que fez seu coração bater mais rápido no peito.
De repente, a porta se abriu, batendo na parede com uma força que fez Pierre pular. Antes que ele pudesse reagir, uma figura entrou correndo na sala a toda velocidade. Pedro não teve tempo de entender o que estava acontecendo antes que uma explosão de alegria o dominasse. Ele só teve um momento para ver o rosto luminoso de sua irmã antes que ela se jogasse em seus braços.
“Pierre! Você está aqui!” ela gritou, seu rosto brilhando de felicidade. Ela o abraçou com mais força, como se quisesse ter certeza de que ele era real, de que seu tão esperado irmão finalmente havia retornado.
Pedro, pego de surpresa, sentiu um calor no coração que não sentia desde sua partida. Seus braços instintivamente envolveram sua irmã, um pouco sem jeito no começo, antes de relaxar sob o peso do abraço dela. Ele sentiu uma onda de emoção inundar seu peito, uma mistura de alívio e arrependimento. O calor da irmã, sua proximidade, o faziam lembrar dos momentos simples da infância, antes de tudo se tornar tão complicado.
“Senti tanto a sua falta!” ela disse, seu tom cheio de entusiasmo e afeição. Ela deu um passo para trás, olhando-o de cima a baixo, como se quisesse verificar se ele não havia mudado, se seu irmão não havia se tornado um estranho.
Peter sorriu fracamente, mas seu sorriso não conseguiu esconder a turbulência por trás de seus olhos. Ele a abraçou um pouco mais forte, esquecendo por um momento os fardos da vida que pesavam sobre seus ombros. Ele tinha tantas perguntas, tantas coisas a dizer, mas por enquanto, ele apenas a abraçava, aproveitando aquele momento de pura simplicidade.
“Você vai ficar dessa vez?” ela perguntou, com os olhos brilhando de esperança. “Sabe, mamãe me disse que você poderia ir embora de novo, mas eu realmente quero que você fique conosco…”
Pierre permaneceu em silêncio por um momento, seus dedos apertando levemente seus braços, como se quisesse ancorar aquele momento em sua memória. Ele não respondeu imediatamente. Essa pergunta, inocente vinda de sua irmã, era na verdade um dilema que ele ainda não havia resolvido. Ficar aqui, nesta casa onde se sentia um estranho, ou ir embora e começar tudo de novo em outro lugar, longe desta realidade que lhe escapava?
“Eu... eu ainda não sei,” ele finalmente sussurrou, sua voz traindo sua confusão. “Ainda estou... descobrindo tudo.”
Pierre, venha comer!” sua mãe chamou com uma voz suave, mas urgente, da cozinha. Pierre assentiu, respirando fundo, antes de seguir o som da voz dela, tentando afastar os pensamentos confusos que o atormentavam.
A cozinha estava quente e o cheiro de comida fervendo no fogão enchia o ar. Sua mãe estava ocupada preparando os detalhes finais, enquanto sua irmã, já sentada à mesa, fazia sinal para que ele se sentasse. Pierre sentou-se, seu olhar pousou brevemente na pequena mesa bem posta antes de se perder em pensamentos. Ele não via o sogro desde que retornara e, embora não tivesse sido muito bem recebido, estava ansioso para ver como a noite se desenrolaria.
À medida que o jantar avançava, o clima parecia quase normal. As conversas fluíam, sua mãe lhe fazia perguntas sobre os anos que passou na França, enquanto sua irmã lhe contava suas pequenas anedotas diárias. Peter, embora distraído, tentava se adaptar a essa normalidade, mas algo o consumia por dentro. A paz que ele esperava parecia ilusória, e seu padrasto, que ainda não havia dito uma palavra, só aumentava sua inquietação.
A refeição estava ocorrendo pacificamente até que Claude, seu sogro, interrompeu abruptamente a conversa com uma voz grave e seu olhar escuro fixo em Pierre.
“Amanhã,” Claude começou, num tom que não deixava espaço para discussão, “você irá para a casa do seu primo. Ele quer te ver.”
- Para que ? Qual dos meus primos primeiro?!
“Damin. Seu primo tomou uma decisão importante,” Claude continuou, lentamente colocando seus talheres na mesa. “Ele está esperando por você.” “Tenho certeza de que você o viu crescer, Pierre”, Claude continuou, com uma frieza que contrastava com o tom leve de antes. “Ele mudou muito nos últimos anos, e está na hora de você vê-lo novamente. Ele considera você um membro da família dele, afinal, e ele também é seu marido agora, Pierre.”
