
Resumo
Depois de vários anos no exterior, Pierre, um jovem de 25 anos, finalmente retorna à França, na esperança de encontrar uma vida normal novamente. Mas assim que chegou em casa, seu padrasto, Claude, anunciou uma notícia terrível: ele havia sido forçado a se casar com seu primo, Damien, um homem poderoso e perigoso. Este casamento não é uma união, mas uma condenação. Pierre rapidamente descobre que Damien é um monstro, um homem cruel que o destrói na primeira noite, mostrando que ele nunca será livre. Mas além de sua brutalidade, Damien esconde um segredo ainda mais obscuro: ele pertence a uma seita influente, que pratica rituais macabros e controla os altos escalões da sociedade. E Peter está no centro dos planos deles. Seu sangue, seu sangue branco, faz dele uma presa valiosa para esta organização. Mas por que? O que eles planejam fazer com ele? Peter ainda não sabe, mas uma coisa é certa: ele está em perigo, e ninguém virá salvá-lo. Preso, traído pela própria família, Pedro se apega a Deus, buscando um sinal, uma saída. Mas neste mundo onde o mal parece todo poderoso, a fé será suficiente para salvá-lo? Ele só tem uma escolha: sobreviver... ou ficar destruído para sempre.
Capitulo 1
Pierre nunca imaginou que voltar para casa seria tão difícil. Depois de sete longos anos procurando respostas em uma terra estrangeira, longe de tudo o que conhecia, ele agora estava na porta da casa de sua mãe. Seu coração batia mais rápido que o normal. Não era apenas a emoção de voltar para casa, mas a sensação de que tudo iria mudar daquele momento em diante. Ele acreditava que sua mãe estava esperando por ele, que ela o teria preparado para uma nova vida, mas nada era mais incerto.
As ruas da cidade pareciam-lhe familiares e estranhas ao mesmo tempo. O bairro mudou, os prédios ficaram mais altos, as lojas, diferentes. Mas a casa de sua mãe permaneceu inalterada. Ainda estava lá, na rua por onde ele andava quando adolescente, a mesma porta branca, o mesmo caminho de paralelepípedos desgastado, como uma lembrança de tudo o que ele havia deixado para trás.
Ele havia pegado um voo noturno, cansado e exausto de sua busca incessante. Ele não disse nada à mãe, não mencionou nada em suas cartas. Ele ficou em silêncio por anos, mas agora não podia mais. Esse retorno não foi apenas o de um filho se reencontrando com sua mãe, mas o de um homem que cresceu rápido demais e aprendeu muitas coisas que nunca deveria saber. Mas ele não estava preparado para o que o esperava atrás daquela porta.
Ele respirou fundo, se recompondo, e então tocou a campainha. O som do sino ecoou no ar frio da manhã, um eco quase irreal. Alguns segundos se passaram e, finalmente, a porta se abriu lentamente. Primeiro ele viu um rosto familiar, depois olhos arregalados cheios de surpresa e confusão.
"Pedra…?" A voz de sua mãe estava cheia de emoção, surpresa e gentil descrença. “É… você?”
Ele assentiu, tomado por uma profunda ternura. Afinal, ela era mãe. A mulher que o carregou por nove meses e que cuidou dele durante toda a sua infância. Mas, no fundo, ele sabia que esse retorno não seria tão simples quanto encontrar um lar. Seu passado, seu pai e, acima de tudo, aquela promessa silenciosa que ele havia feito a si mesmo – de nunca mais voltar a ser como era antes – pesavam em seus ombros.
“Estou em casa”, ele respondeu com uma voz suave, quase tímida. Mas havia um brilho de determinação em seus olhos. Ele não tinha apenas partido para o exterior para voltar para sua mãe. Havia outro propósito, outro peso que ele carregava consigo.
Sua mãe olhou para ele, sua boca fechando e abrindo como se fosse dizer algo, mas as palavras pareciam escapar dela. Então, finalmente, ela se jogou em seus braços, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
“Meu Deus, Pierre… Eu não tinha ideia de que você voltaria!” ela sussurrou entre soluços. “Senti tanto a sua falta.”
Peter abraçou sua mãe, mas uma pontada de inquietação se instalou em seu coração. Ele percorreu um longo caminho para retornar a este exato momento, mas sabia que tudo havia mudado. Ele não era mais o jovem ingênuo que havia partido, mas um homem marcado pela verdade cruel que havia descoberto no exterior. Um homem que teria que enfrentar um destino que não havia escolhido, mas que parecia inevitável.
Peter entrou em casa, com memórias de infância flutuando ao seu redor, mas sua mente permanecia inquieta. Sua mãe, ainda enxugando as lágrimas, levantou-se para ir preparar algo para comer. Pierre a seguiu com os olhos por um momento, mas algo na atmosfera fez sua cabeça virar. Uma silhueta apareceu na porta da sala: seu sogro.
Claude, seu padrasto, estava ali com os braços cruzados e uma expressão indecifrável no rosto. Pedro o reconheceu imediatamente, mas a recepção que recebeu não foi o que ele esperava. Claude era um homem imponente, de constituição forte e feições duras. Seus olhos eram frios e distantes, como se ele nunca tivesse realmente visto Pierre como um filho. Aquele olhar, que sempre o incomodou, fez com que ele se sentisse um estranho em sua própria casa novamente.
Pierre sentiu um desconforto palpável tomar conta da sala. Não era que ele não gostasse do padrasto. Não, era outra coisa, algo que ele sempre sentiu, mas nunca conseguiu realmente nomear. Uma espécie de rejeição silenciosa que pesava sobre ele toda vez que seus caminhos se cruzavam.
“Sim, estou... estou feliz por estar de volta”, disse Pierre, com a voz um pouco trêmula, embora tentasse manter a calma.
Claude ainda levantou uma sobrancelha, seu olhar fixo em Pierre com uma frieza difícil de ignorar. “Bem, não pense que tudo será igual a antes. Você está de volta, isso é bom. Mas as coisas estão mudando. Vamos ver como você se adapta.”
Peter franziu a testa. Ele não gostou da maneira como seu padrasto falou sobre essa "adaptação", como se algo ainda maior os esperasse. Mas ele guardou isso para si. Ele estava de volta à casa de sua mãe, onde pensou que poderia encontrar algum conforto, mas a atmosfera não era o que ele esperava.
“Você quer que eu ajude você com seu negócio?” Claude perguntou casualmente.
“Não, está tudo bem”, respondeu Pierre, sentindo um desconforto crescendo dentro dele. Mas quando Claude foi até a sala de estar para se acomodar, um desconforto se intensificou no ar.
Pierre virou-se para sua mãe, que parecia estar se movimentando na cozinha. Ele sentiu que deveria fazer perguntas, mas algo em seu estômago lhe disse que talvez agora não fosse o momento. Talvez seu pai, ou melhor, seu padrasto, tivesse expectativas que ele ainda não entendia. Não era a primeira vez que ele sentia que Claude tinha uma espécie de distanciamento dele, mas hoje o clima parecia ainda mais tenso.
“Eu... eu vou para o meu quarto”, Pierre disse em um tom mais baixo, antes de seguir em direção às escadas, seu coração batendo um pouco mais rápido. Ele precisava pensar, entender por que essa visita parecia tão... estranha. Mas isso foi só o começo. Logo, seu pai lhe contaria algo que viraria tudo o que ele achava que sabia de cabeça para baixo.
Peter subiu para seu quarto, um lugar que, embora familiar, agora parecia um pouco estranho. Ele sentou-se na cama, olhando para a poeira que havia se acumulado em suas coisas. Depois de muito tempo guardando suas poucas malas e malas, ele soltou um suspiro. Ele não estava lá para isso, tinha um milhão de perguntas passando pela sua cabeça, mas o ambiente em sua casa não era propício para uma conversa tranquila.
Depois de terminar de arrumar tudo, ele voltou para a sala de estar. O ar parecia mais pesado lá embaixo, a tensão era palpável. Claude ainda estava lá, mergulhado em um silêncio gelado, e sua mãe havia desaparecido na cozinha. Peter sentou-se lentamente, tentando não parecer muito preocupado. Ele precisava entender, entrar no ritmo de casa novamente, estabelecer algum tipo de normalidade... mesmo que algo dentro dele sentisse que isso não era possível.
Ele olhou para Claude e então, um pouco hesitante, lançou-se. “E… minha irmãzinha está aqui?”
Claude virou a cabeça lentamente em sua direção, com os olhos frios e calculistas, como se estivesse ponderando as palavras antes de responder. Ele deu de ombros, com um sorriso de desprezo nos lábios. “Ela está no trabalho”, ele disse com desdém. “Pelo menos ela está fazendo algo com a vida, diferente de você. Você passou cinco anos vagando pelo exterior, sem realizar nada. Que diferença.” Ele deixou suas palavras pairarem no ar, saboreando o efeito cortante do julgamento que acabara de fazer.
Pierre sentiu a dor dessas palavras, mesmo sabendo que Claude gostava de denegrir, especialmente quando se tratava dele. Ele olhou para baixo, sem querer responder, mas seu estômago deu um nó com um sentimento de rejeição. Claude nunca foi particularmente caloroso, mas essa observação foi além de um mero comentário. Era uma reprovação, um julgamento sobre o que ele havia feito durante seus anos no exterior, sem sequer entender os motivos que o levaram a sair.
“O que ela está fazendo de novo?” Pierre tentou desviar a atenção, para aliviar um pouco o ambiente.
Claude revirou os olhos, como se a pergunta fosse uma perda de tempo. “Ela trabalha para uma empresa de marketing. Ela está subindo rápido, aquela garota. Não como você, que está sempre aí sentindo pena de si mesma.”
As palavras atingiram Peter como um soco. Claro, sua irmã sempre foi a mais brilhante aos seus olhos.
“Ah, você está em casa afinal”, disse Claude com uma voz fria como gelo. Ele se virou para a mãe de Pierre, que ainda não havia percebido a tensão aumentando. “Você está feliz então?”