Capítulo 8
Rapidamente examinei o banheiro, procurando outra saída. As janelas eram muito altas e pequenas, mas meus olhos pousaram em uma porta com a inscrição Somente para Funcionários. Respirando fundo, fui até ela, meus saltos estalando contra o piso de ladrilho.
Hesitei por um segundo, ouvindo qualquer som vindo de fora do banheiro. O guarda ainda estava esperando, mas ele não estava lá dentro. Esta era minha chance. Abri a porta e entrei em um corredor mal iluminado. Estava quieto, com leves ruídos de atividade vindos do outro lado do prédio.
Corri pelo corredor, meu coração disparado enquanto eu tentava descobrir para onde ir. Meu plano era simples: sair do prédio, pegar um táxi e desaparecer. Longe de Theo, de seu controle e deste mundo sufocante.
Ao virar uma esquina, vi uma pequena placa de saída brilhando acima de uma porta. O alívio tomou conta de mim enquanto eu corria em direção a ela. A porta levava para fora, para os fundos do salão de eventos, onde caminhões de entrega e veículos de funcionários estavam estacionados. O ar da noite atingiu meu rosto, e eu respirei fundo, sentindo uma momentânea sensação de liberdade.
Mas eu não conseguia parar. Eu tinha que continuar andando. Andei rapidamente em direção à borda da área de estacionamento, tentando não chamar atenção para mim. Assim que cheguei à estrada principal, avistei um táxi parado perto da esquina. Acenando freneticamente, entrei assim que ele parou.
— Para onde? — perguntou o motorista, olhando para mim pelo espelho retrovisor.
— Leve-me para 1450 Maplewood Street — eu disse, tentando firmar minha voz. Era meu endereço residencial, onde meu pai estaria esperando. O motorista assentiu e começou a dirigir, o zumbido do motor abafando as batidas do meu coração.
Recostei-me no assento, minha mente acelerada. Meu pai não sabia que eu estava vindo, mas eu não tinha escolha. Precisávamos deixar a cidade esta noite. O alcance de Theo era longo, e ficar aqui só tornaria mais fácil para ele me encontrar.
O táxi serpenteava pelas ruas da cidade, as luzes brilhantes e o trânsito agitado contrastando fortemente com a tempestade de emoções dentro de mim. Eu ficava olhando por cima do ombro, paranoica de que os homens de Theo já pudessem estar no meu encalço. Mas não havia sinal de ninguém nos seguindo.
Depois do que pareceu uma eternidade, o táxi parou na frente da minha casa. Paguei rapidamente ao motorista e saí, meus saltos estalando no pavimento. A casa estava escura, mas eu sabia que meu pai estava lá dentro. Ele sempre ficava acordado até tarde, assistindo TV ou lendo.
Destranquei a porta e entrei.
— Pai? — chamei suavemente, tentando não soar em pânico.
— Aqui dentro — sua voz veio da sala de estar.
Entrei e o encontrei sentado no sofá, com um livro nas mãos. Ele olhou para cima, surpreso ao me ver.
— O que você está fazendo aqui? Pensei que estivesse com Theo.
— Precisamos ir embora — eu disse urgentemente, interrompendo-o antes que ele pudesse fazer mais perguntas. — Agora.
Os olhos do meu pai se arregalaram, mas ele não discutiu. Ele assentiu, colocando o livro de lado enquanto se levantava.
— Tudo bem — ele disse simplesmente. — Deixe-me pegar algumas coisas.
Senti uma onda de alívio me invadir com sua rápida concordância, mas não durou muito. Cada segundo parecia uma eternidade enquanto eu estava na sala de estar, ouvindo os sons fracos dele juntando seus pertences no outro cômodo. Corri para meu quarto, pegando uma pequena mochila e enchendo-a com o essencial: algumas mudas de roupa, documentos importantes e o dinheiro de emergência que eu estava economizando há meses. Parei por um momento, olhando para a foto emoldurada da minha mãe na minha mesa de cabeceira. Era uma das poucas coisas que eu tinha dela. Engolindo em seco, tirei a foto do porta-retrato e a coloquei na minha bolsa.
Quando voltei para a sala de estar, meu pai estava lá, segurando uma mochila. Ele olhou para mim com uma mistura de determinação e preocupação.
— Para onde estamos indo? — ele perguntou.
— Qualquer lugar, menos aqui — respondi, minha voz tremendo. — Nós descobriremos quando estivermos fora da cidade.
Meu pai e eu nos movemos em direção à porta da frente, nossas malas penduradas nos ombros. Meu coração batia forte a cada passo, a adrenalina correndo por mim. Peguei a maçaneta, meus dedos tremendo, e a girei lentamente.
A porta se abriu com um rangido, revelando o ar frio da noite — e Theo.
Ele ficou ali, encostado casualmente no batente da porta, seus olhos escuros brilhando com uma mistura perigosa de diversão e fúria. Um sorriso irônico puxou o canto de seus lábios enquanto ele inclinava a cabeça ligeiramente.
— Vai a algum lugar? — ele disse, sua voz baixa e cortante.
Minha respiração ficou presa na garganta, e meu pai ficou tenso ao meu lado.
