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Capítulo 4

Ela ficou olhando, confusa. Era como se ninguém jamais tivesse feito um gesto gentil por ela. Ele estendeu a mão, pegou a dela e a segurou contra o peito.

— Obrigada — ela soluçou.

Eu me aproximei, percebendo que ela ficava nervosa.

— Até breve — disse, e notei que ela ficou desconfortável, saindo devagar pela porta.

Um sorriso se insinuou em meu rosto; ela não fazia ideia de que eu a conhecia, que percebia cada pequeno gesto seu.

— Para onde vamos agora? — perguntou Davi, enquanto estávamos no carro depois do almoço.

— Vou cuidar de alguns negócios, e você faz o que quiser. —

— Clube de striptease? — Ele olhou para Mateus.

— Tô dentro — Mateus deu de ombros.

— Não. Mateus, você tem que vir comigo até o depósito. Não posso me dar ao luxo de fazer besteira — pedi.

...

P.M

— Todos de acordo com o plano? — perguntei aos meus homens.

Dei as instruções para a noite. Tudo tinha que ser perfeito. Esperei muito por isso. Por ela. Não podia estragar tudo.

— Sim, chefe — responderam em uníssono.

— E juro que, se alguém fizer algum mal a ele, não hesitarei em amputar seus membros — avisei. Falava sério. Não toleraria que ninguém a machucasse. Ela era minha.

— Elias, venha aqui — ordenou um dos homens.

— Sim, chefe? — ele respondeu, vindo em minha direção.

— Você vai ficar no carro, de olho neles. Confio que tudo correrá bem, certo? — ouviu.

— Pode ir agora — deixei.

Quanto ao meu anjo, confiava em Mateus. Ele garantiria que ela chegasse em segurança. Quanto a mim, precisava acertar as contas com seu chefe — ou em breve ex-chefe. Ele iria sofrer pelo que fez.

Mateus confirmou que Isadora finalmente se instalara em minha casa. Garantiu que ela não fora machucada e dormia em paz. Ela se saiu bem. Evitou que eu precisasse cortar muitas gargantas.

Isadora finalmente era minha. Quanto ao chefe dela, estava trancado no porta-malas do carro enquanto eu dirigia para casa.

Entrei e não havia som algum. As empregadas estavam nos aposentos, Davi e minha mãe não estavam lá. Só nós dois.

Impaciente, fui até meu quarto, onde dois dos meus homens faziam guarda.

— Vocês estão dispensados — ordenei.

— Boa noite, chefe — responderam, inclinando a cabeça enquanto se afastavam.

Abri a porta e meus olhos imediatamente se fixaram nela. Seus cabelos se espalhavam pelo travesseiro de forma elegante. Suas bochechas estavam coradas e molhadas. Ela chorava.

Afastei suavemente o cabelo do rosto dela, expondo sua pele macia. Acariciei sua bochecha com o polegar e me afastei.

Merda.

Saí em direção à porta, tomando cuidado para não acordá-la. Tranquei o quarto e fui dormir no quarto de hóspedes até o dia seguinte.

...

O ponto de vista de Isadora

Abri os olhos, sentindo uma forte dor de cabeça e uma estranha sensação no corpo. Estava exausta.

O que aconteceu na noite passada?

Apoiando-me nos cotovelos, olhei ao redor. Este não era meu quarto.

ONDE DIABOS ESTOU?

De repente, tudo voltou à minha mente. Fui sequestrada. Colocaram-me em um carro.

Em pânico, corri até a porta, tentando abri-la, mas sem sucesso. Comecei a bater desesperadamente.

— SOCORRO! POR FAVOR, ME AJUDEM! — gritei, a voz embargada.

Continuei batendo, mãos latejando. — ALGUÉM! POR FAVOR! — suplicava, mas ninguém me ouvia. Eu precisava sair dali.

Corri até a janela, mas não se movia. Vasculhei a sala em busca de uma saída. Depois de um tempo, percebi que era inútil. Desabei no chão, abraçando os joelhos, chorando inconsolável. Desmaiei exausta.

...

— Isadora, está me ouvindo? — ouvi uma voz rouca e preocupada. Abri os olhos e vi um homem de terno sobre mim, acariciando minha bochecha.

Meu primeiro instinto foi recuar. Apoiei-me na parede mais próxima. Olhei bem para ele. Era o homem do restaurante de ontem.

— Está tudo bem, meu anjo. Não vou machucá-la — sussurrou.

— O que você quer de mim? — perguntei, em pânico.

— Por favor, me deixe ir para casa — implorei, chorando. — Não me sinto segura.

— Receio que não seja possível, querida — disse ele calmamente.

— Do que você está falando?

— Vamos, você precisa se alimentar — acrescentou.

— Não, eu só quero ir para casa! Por favor! — lágrimas escorriam pelo meu rosto. — Eu lhe darei qualquer coisa, só me deixe ir!

— Não quero nada de você, Isadora — disse em voz profunda. — Eu só quero você — e sorriu.

— O quê? — perguntei, horrorizada. —

Meu coração disparou. Era ele. Líder da máfia. Meu corpo tremia de medo. — Por favor, não me mate. Eu não fiz nada!

Ele riu baixinho. — Eu disse que não vou machucá-la. Agora você mora aqui.

— O quê? — murmurei, incrédula. — Não! Eu quero voltar para o meu apartamento!

Ele arqueou uma sobrancelha. — Esqueça isso. Aqui é onde você vai viver. Comigo.

Isso não pode estar acontecendo.

— NÃO!!! — gritei. — Você não pode fazer isso! Não vou ficar aqui! Isso é ilegal!

— Não sigo regras, querida. Agora vamos — disse, e aquele olhar brincalhão desapareceu de repente.

— Não! Por favor, não me mantenha aqui! Eu não fiz nada de errado! — gritei, desesperada.

Ele aproximou-se, cruzou os braços. — Não esperava que fosse tão teimosa. Não vou pegar leve, Isadora. Você vai aprender a se comportar. — Ele veio em minha direção, me segurando pela cintura e encostando minha cabeça na parede. Eu tentei escapar, mas ele me apertou com força.

Fechei os olhos, respirando com dificuldade, com medo do que poderia acontecer.

— Você é tão macia, querida — murmurou, acariciando meu pescoço e descendo até a clavícula. Todo o meu corpo se arrepiou.

— P-por favor — consegui balbuciar, petrificada. Pelo que eu sabia, ele poderia me matar.

— Shhhh, não fale. Esperei muito por isso — sussurrou contra minha pele. A mão deslizou para minhas costas, apertando levemente. Suspirei, tentando não ceder.

— Pare, por favor, pare — tentei afastar suas mãos, mas ele não recuou. Gritei ainda mais.

Depois de um momento, ele me soltou lentamente.

— Shhhh, não chore, querida. Prometo que sua vida será maravilhosa aqui. Vou cuidar de você — disse, afastando meu cabelo do rosto.

Não vou ficar aqui.

— Não quero isso! Por favor, me deixe ir — gaguejei. Ele provavelmente não ouviu.

Olhei para ele; seus olhos escureceram. Cravou as unhas em minha pele enquanto eu gritava.

— Não vou tolerar resistência, Isadora. Você é minha. Vai se comportar, a menos que queira que eu a coloque sobre os joelhos e a chicoteie até aprender. — Engoli em seco.

— Aqui está o que vai acontecer: você vai vestir algo mais confortável e descer para o café da manhã. As roupas estão no guarda-roupa, entendeu? — acrescentou, visivelmente irritado. Não querendo que ele me batesse, acenei timidamente.

— Palavras, amor. O que vai fazer? — perguntou, satisfeito com minha submissão.

— Vou me trocar e descer... — respondi, nervosa e assustada.

— Mmm, boa garota. Está começando a aprender. Estou impressionado. Apresse-se, vou descer. — Ele saiu, fechando a porta, deixando-me sozinha com meus pensamentos.

Respirei fundo e fui até o armário. Por enquanto, faria o que pediram. Assim que descesse, fugiria.

Abri o guarda-roupa e... nossa, havia muitas roupas. Todas do meu tamanho. Assustador.

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