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04- Você é um bastardo

Salvatore narrando.

— Você foi muito mau com ela, você sabe né.

Alícia disse mais uma vez.

— Eu sei o que estou fazendo. Ela está sofrendo porque quer assim, ela não se deixa levar.

— Você louco? Como você acha que ela se sente? Ela só está aqui há horas e está muito assustada. Além disso, o que você acha? Você parece um príncipe encantado? Você a amarrou na cama, você a sequestrou, você a aterrorizou.

— E não foi isso que o Enzo fez com você? E hoje olhe para você. Você usa uma aliança no dedo. Não me julgue pelo que fiz. Vou resolver isso do meu jeito. Obrigado por conversar com ela hoje e trazer as coisas que ela precisava. Ela precisava conversar com uma garota. Disse saindo do meu escritório e subindo as escadas.

Respirei fundo, passando as mãos pela cabeça antes de abrir porta do quarto que Elira estava. Ao me ver passar, ela enrolou ainda mais a toalha em seu corpo. Ela estava sentada na beira da cama com um rabo de cavalo alto, franzindo os lábios com uma expressão preocupada. O que você esperava? Que ela estivesse sorrindo? Seus olhos me analisaram de cima a baixo, sim, assim como fiz com ela.

A Elira era muito magra, se não me engano ela pesava cerca de 58 quilos. Além de não ser pequena, ela tinha um tamanho médio que a fazia parecer mais magra do que o necessário.

Ela parecia uma daquelas top model da TV, que não comia para não prejudicar o corpo.

— Você já tomou banho? Já comeu? Precisamos estar no concurso em cerca de duas horas. Eu disse a ela, observando-a abaixar o olhar.

— Sim, já comi, eu estava prestes a tomar banho, mas não consegui .

Ela diz com aquela voz linda que tinha, o que não combinava em nada com sua atitude de mulher empoderada. Notei que ela estava um pouco nervosa.

— Estou esperando você me responder, Elira!

Falei com quando ela ficou em silêncio.

— Tem um lagarto no banheiro e tenho muito medo desses bichos.

Ela disse, ainda sem olhar para mim.

Eu não pude deixar de sorrir para mim mesmo por dentro

— E o que um lagarto pode fazer com você? Esses bichinhos são inofensivos, eu disse, balançando a cabeça.

— Você não pode tirar, Por favor?

— Traga suas coisas e tome um banho no banheiro do meu quarto.

Ela olhou para mim imediatamente

— E por que você não tira? Você também tem medo dele? Ela perguntou olhando para mim com aquela travessura nos olhos.

Pude ver em seus lábios que ela estava com vontade de rir, só que ela estava lutando para não deixar o sorrisinho aparecer.

— Como você pode achar que vou ter medo de lagarto? É que eu não saberia como tirá-lo de lá, a menos que o matasse e não quero machucar o bichinho.

— Aha, disse ela sarcasticamente. Tão homem para me sequestrar, mas não para tirar um lagarto do meu banheiro.

Ela disse, com sarcasmo. A garota não é nada fácil. Ela gostava de responder, não ficava calada sobre nada e sempre tinha algo a dizer.

— E você não quer que eu pegue outra coisa para você? Prometo que vou fazer você esquecer que tem um lagarto no banheiro. Respondi, dando um passo em sua direção, notando-a ficar vermelha.

Olhei para o jeito que seus olhos olhavam nos meus, suas bochechas ficaram vermelhas e um longo suspiro veio do fundo de seu ser.

Admirei seu lindo rosto sem nenhuma maquiagem, pude ver o quão natural e perfeita ela parecia agora com sua cara de pânico, morrendo de medo e sem palavras.

— Me direcione para o seu quarto, preciso começar a me arrumar, foi o que ela respondeu nervosamente.

— Ah sim? Então você vai querer que eu tire isso? Disse-lhe olhando nos olhos dela.

— Estou falando de você me guiar até o banheiro do seu quarto, Salvatore. Ela falou meu nome pela primeira vez sem raiva.

Droga, isso foi sexy sainda da sua boca.

— Claro, com prazer, boneca. Você entendeu, certo? Eu nem preciso te contar nada", eu disse, parando na porta do banheiro, colocando as mãos nos bolsos enquanto a via parada na frente da cômoda dando aqueles toques femininos que as mulheres dão antes saindo.

Ela se virou e olhou para mim.

Analisei seu rosto delicado e simples, mal pude notar o batom nos lábios.

— Eu já sei que, se eu fizer alguma besteira, você vai matar a única família que me resta, minha tia. Não se preocupe, você não vai me perder de vista, ela me disse naquele tom monótono, da mesma forma que seus olhos pareciam.

Eu balancei a cabeça

— Você pode ser minha família, eu disse, observando-a revirar os olhos e virar as costas para mim.

Eu me aproximei dela por trás vendo nossos reflexos no espelho.

— Não revire os olhos para mim, e também não desvie o olhar de mim quando eu falar com você, deixei claro, observando-a ficar um pouco tensa.

Foi nesse momento que acariciei suas costas nuas, sentindo a suavidade de sua pele com a ponta dos dedos. Eu pude sentir seu corpo estremecer ao meu toque, porém, nossos olhos não se desviaram em nenhum momento.

— Você não acha esse vestido muito sensual?

perguntei a ela quando a vi usando um vestido preto feito de tecido muito fino, com as costas abertas e alças cruzadas no busto que o deixava com um ar ereto, ficando ainda mais sexy.

— Sua amiga tem muito bom gosto, respondeu ela.

Eu sabia que Elira gostava desse tipo de roupa, sempre que a via na escola ela usava calças reveladoras, tops bem curtos e blusas tão justas que se ela estivesse com frio seus mamilos ficariam visíveis acima do tecido.

— Não se preocupe, quando formos às compras vou te mostrar meus gostos e sei que você vai ficar encantada, eu disse a ela, observando-a bufar.

— Não estou interessada, respondeu ela. Por causa do tom com que você diz isso, sei que vou odiar isso. Ela disse de frente para mim.

Eu sorri maldosamente

— Vamos, adoro que você me desafie. Que não tenha medo de mim.

É isso que me fascina em Elira.

Ela me encarou sem conseguir me entender.

— Vamos, eu disse, me afastando dela, dando-lhe a chance de respirar com calma sem estar tão perto de seu corpo.

— Salvatore!

— Sim?

— O que vai acontecer agora? Ninguém nunca tinha me visto com você antes. O que acontece se eu ganhar? Eu teria que representar o instituto e... interrompi ela.

— Tente não vencer. Você não precisa daquele ano de faculdade remunerada. Comigo você não precisará de nada que queira ou precise. Não se Preocupe com as pessoas, respondi.

— Você não pode tirar minha universidade, não pretendo durar um ano ao seu lado.

— Claro que não, você não vai durar um ano ao meu lado, eu disse, chegando perto o suficiente para ouvir as batidas rápidas de seu coração.

Eu agarrei ela pela cintura de um jeito firme e a fiz bater em meu peito, sentindo como suas mãos repousavam em meu torso e seus olhos me atacavam ferozmente.

— Você vai passar a vida inteira, o que é diferente, disse observando enquanto ela entreabriu os lábios e soltou um gemido de dor com meu aperto forte.

Um que eu afrouxei quando percebi que a estava machucando.

— Você é um bastardo!

Eu olhei como os lábios dela estavam lindos, imaginando como seria beijá-los.

Eu estava morrendo de vontade de devorá-los e fazê-la se sentir uma mulher. Mas eu não podia, ainda não. Eu queria sentir que ela também queria, queria sentir o desejo dela por mim, então ela o faria. E ainda assim esse momento não chegou.

Com o polegar, limpei um pouco do batom carmesim que escorria das linhas do lábio inferior, manchando a pele sob o queixo.

— Eu sou boneca.

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