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Capítulo 5 A Identidade de Isabela

— Marcos, pelo visto você entendeu! — João suspirou, aproximou-se de Marcos, deu tapinhas em seu ombro e disse amargamente. — Uma hora atrás, recebi uma ligação do comandante André do Comando Militar do Sudeste, dizendo que esse moleque do Rafael tentou agredir a filha dele. Me deu uma ordem direta em nome do departamento político do Comando Militar do Sudeste para vir à família Martins prender o garoto! Marcos, me diz que escolha eu tenho...

Comandante André do Comando Militar do Sudeste? Ao ouvir isso, Marcos recuou dois passos, desanimado, com o rosto pálido como cinzas. Se fosse outra pessoa, talvez ainda pudesse usar a influência financeira da família Martins para abrir algumas portas, mas diante de uma figura assim, quem ousaria dar um jeitinho para seu filho?

Comandante André não era ninguém menos que André Costa, comandante do Comando Militar do Sudeste? Como figura poderosa que controlava o poder militar de uma região, bastava ele bater o pé para não só Maravia, mas todo o sudeste tremer! Além disso, sua posição era uma coisa, mas atrás dele estava uma força colossal que deixava Marcos desesperado: a família Costa de Santa Monica!

A família Martins realmente tinha dinheiro, o Grupo Vértice valia mais de trezentos bilhões, mas diante de um gigante como a família Costa, a família Martins nem entrava no páreo! Para a família Costa destruir a família Martins seria como esmagar uma formiga!

O coração de Marcos estava cheio de amargura. Por mais que pensasse, jamais imaginou que Isabela fosse filha de André! Não era à toa que tinha pessoas protegendo-a nas sombras, não era à toa que seus protetores ousaram quase matar seu filho. Agora todos os mistérios estavam resolvidos. Só que, como salvar esse filho inútil agora?

Neste momento, Marcos de repente sentiu uma profunda impotência. Em décadas nos negócios, nunca se sentiu tão impotente quanto agora!

Ao contrário de Marcos, Rafael não estava nem um pouco preocupado. Aproximou-se de João com um sorriso e disse:

— Sr. João, admito que realmente quase estuprei Isabela, pode me prender! Mas eu também quero fazer uma denúncia: Isabela está envolvida em tentativa de homicídio! Acredito que, com a justiça do Sr. João, não vai deixar Isabela escapar impune, certo?

Droga, o pessoal da família Costa não vai me acusar de estupro? Então eu acuso vocês de homicídio! São todos fatos mesmo!

— Isso mesmo, Sr. João, os guarda-costas da Isabela quase mataram meu filho. Se não fosse a sorte dele, já teria morrido! Se for prender, prenda a Isabela também! — Helena também reagiu e correu para se juntar à discussão.

Os policiais atrás de João se seguraram para não rir. Estavam rindo da estupidez daquela mãe e filho. Se a família Costa quisesse colocar Rafael na cadeia, bastava inventar qualquer motivo, mas o pessoal da família Martins queria arrastar a filha da família Costa junto? Nem sabiam qual era o peso da família Martins!

Dinheiro? Diante de um colosso como a família Costa, qual a diferença de papel higiênico?

Neste momento, todos ficaram meio satisfeitos vendo o circo pegar fogo. A família Martins não era rica? Agora finalmente bateram numa parede de ferro! De que adianta todo esse dinheiro! Não era à toa que não gostavam do Rafael. Antes ele se aproveitava da boa relação da família Martins com o chefe de polícia, e ainda tinha um cunhado capitão da polícia para apoiá-lo, não dava a mínima para eles. Quando via esses policiais menores, sempre tratava mal, às vezes até partia para agressão física. Agora que se deu mal, claro que todos ficaram felizes.

João discretamente limpou o suor da testa e olhou meio sem jeito para eles:

— Rafael, Sra. Martins, fiquem tranquilos, também vamos investigar o lado da Isabela, mas não criem muitas esperanças. Afinal, Isabela agiu em legítima defesa...

Embora dissesse que ia investigar Isabela, na verdade, mesmo que lhe dessem cem vidas, não ousaria investigar! Nem ele, um simples chefe de polícia, nem mesmo o prefeito ousaria levantar a cabeça diante da família Costa! Investigar Isabela seria pura loucura suicida!

— João, realmente não há jeito? Você pode me arranjar um encontro com o comandante André? — Marcos, com anos de experiência no mundo dos negócios, sabia que João jamais prenderia Isabela. Agora a única esperança era que a família Costa deixasse a coisa passar, não importando que preço tivesse que pagar, não podia deixar seu único filho ir para a prisão. Se entrasse, provavelmente não sairia mais nesta vida!

João suspirou:

— Marcos, não é que eu não quero te ajudar, realmente não posso fazer nada. Só pode culpar esse garoto por mexer com quem não devia...

Antes, as coisas que Rafael fazia não eram tão graves, apenas excesso de velocidade, brigas em grupo e coisas assim. Ele fechava os olhos e passava. Mas agora, ele mexeu com a família Costa, e realmente não havia nada que pudesse fazer!

— Tudo bem, parem de falar, eu vou com vocês... — Rafael deu de ombros com indiferença. E daí se o prendessem? Família Costa? Sendo membro de "Os Executores", se tivesse medo de uma família Costa, não teria cara para continuar na organização!

— Rafael, você não pode ir com eles! — Helena correu como louca e agarrou firmemente a mão de Rafael. Não sabia que loucura havia dado em seu filho. Antes ele não tinha mais medo de nada do que da delegacia, como agora estava com essa cara de indiferente? Ele não sabia que se entrasse, seria sorte se conseguisse passar o resto da vida na prisão? Será que realmente bateram tanto na cabeça dele que ficou confuso?

Sentindo o carinho sincero de Helena, o coração de Rafael se aqueceu, e aquela camada de gelo em seu interior começou a derreter lentamente. Deu tapinhas suaves na mão de Helena e sorriu:

— Não tem problema, fique tranquila, vou e volto!

O cérebro de Marcos trabalhava rapidamente. Depois de um tempo, apertou os dentes e disse a João:

— João, por favor, cuide desse inútil! Vou implorar à Isabela para que perdoe esse desgraçado!

Agora, não conseguindo se encontrar com André, Isabela havia se tornado a última tábua de salvação. Só se a própria Isabela não processasse, André também não continuaria insistindo no assunto. Só assim poderia salvar a vida desse filho inútil.

Rafael revirou os olhos para Marcos.

— Por que vai implorar à Isabela? Relaxa, não vai acontecer nada comigo. Fiquem tranquilos esperando eu voltar para casa!

Embora Marcos nunca lhe tivesse dado uma cara boa, na hora H estava disposto a humilhar-se implorando à Isabela. Isso era amor verdadeiro expressado através da severidade, certo?

Vendo Rafael tão calmo e confiante, Marcos quase pensou que estava vendo coisas. Se fosse antes, esse garoto já estaria cagado de medo, agora estava com essa expressão tranquila. Seria isso o que chamam de ignorância gera coragem? Mas agora não tinha humor para apreciar a calma do filho, só pensava em como acalmar a raiva de Isabela.

— João, por favor, tente enrolar o máximo que puder, vou para a empresa agora...

João acenou, mandou colocar algemas em Rafael e o levaram para fora da mansão da família Martins. Chegando à porta, virou-se novamente:

— Marcos, seja rápido. Não sei quanto tempo consigo segurar as coisas aqui...

Vendo o filho sendo levado, Helena de repente sentiu tudo girando, os olhos escureceram e caiu dura no chão.

Marcos rapidamente segurou a esposa e gritou:

— Alguém venha aqui, levem a senhora para o quarto descansar, chamem o Dr. Paulo!

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