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Capítulo 4 Pedido de desculpas

A mansão da família Martins, mais do que uma mansão, era uma verdadeira propriedade rural. A área residencial era apenas uma pequena parte, com a maior parte do terreno sendo paisagismo artificial. Só de piscinas luxuosas havia duas, além de um jardim traseiro gigantesco, e até uma mansão separada dedicada aos empregados, motoristas e seguranças.

Rafael não podia deixar de pensar que a vida dos ricos era realmente extravagante. Claro, isso era apenas um pensamento. Ele definitivamente não rejeitaria esse tipo de vida luxuosa.

— Amanhã você vai à empresa se desculpar pessoalmente com a Isabela! — Assim que Rafael chegou em casa, Marcos já veio com a ordem.

Na verdade, às vezes Marcos também esperava que Isabela pudesse se tornar nora da família Martins. Pelo menos, se seu filho não prestasse, com a competência de Isabela, ela poderia ao menos preservar o império que ele construiu com tanto esforço, talvez até expandir ainda mais. Essa era a razão pela qual permitiu que seu filho inútil cortejasse Isabela. Mesmo sabendo que o moleque não merecia Isabela, ainda mantinha uma esperança ínfima no coração. Só que, depois desse incidente, sabia que até essa esperança microscópica havia sido completamente destruída.

Agora, não esperava mais que Isabela se tornasse sua nora, apenas torcia para que não houvesse mais problemas entre seu filho e Isabela. Embora não soubesse muito sobre a identidade dela, uma pessoa que sempre tinha guarda-costas protegendo-a nas sombras certamente não era alguém comum. Só não sabia por que alguém assim escolheria trabalhar no Grupo Vértice.

— Se desculpar? — Rafael não havia considerado tantas coisas, apenas olhou para Marcos com estranheza e balançou vigorosamente a cabeça. — Eu quase a estuprei, e o pessoal dela quase me matou. Estamos quites, ninguém deve nada a ninguém!

Quem ele era? O mais poderoso "Dragão Abissal" da organização "Os Executores", quando já havia se desculpado com alguém? Sempre foram os outros que se desculparam com ele!

— Maldito! — Marcos não conseguiu se conter e explodiu em xingamentos. Depois de uma semana observando no hospital, pensou que essa coisa inútil realmente havia mudado, e estava secretamente feliz. Não esperava que assim que melhorasse, já mostrasse sua verdadeira face!

Ao ouvir os gritos de Marcos, Helena, com avental amarrado, correu apressada da cozinha, com medo de que o velho fosse repreender seu filho querido novamente!

Justo nesse momento, um empregado veio avisar que o chefe de polícia de Maravia, João Silva, havia chegado com sua equipe.

— Tragam ele! — Marcos lançou um olhar furioso para o arrogante Rafael e rapidamente mandou alguém receber João.

Quando João entrou, Marcos imediatamente sentiu que algo estava errado. Ele e João tinham uma amizade considerável, e antes João sempre vinha sozinho à mansão da família Martins. Hoje, no entanto, trouxe um grande contingente de policiais, incluindo muitos da polícia militar.

— Sr. João, o que significa isso? — Marcos franziu ligeiramente a testa, mostrando confusão no rosto. Normalmente o chamava apenas de "João", mas diante de tantos policiais, ainda deu a João o devido respeito.

Além disso, anos navegando no mundo dos negócios já o haviam ensinado a ler expressões. Vendo o semblante de João, de repente teve um pressentimento ruim...

— Marcos... — João olhou para Marcos, cujas têmporas já mostravam cabelos grisalhos, e suspirou resignado. Embora seu coração doesse, por causa daquela ordem, só podia se aproximar de Rafael com coragem, mostrar o mandado de prisão em suas mãos e dizer severamente. — Rafael, você está sendo acusado de um caso de estupro. Este é o mandado de prisão, por favor, venha conosco à delegacia para interrogatório!

Assim que João falou, Marcos ficou atordoado, e Helena foi como se tivesse sido atingida por um raio, sentindo tudo escurecer, como se toda sua força tivesse sido drenada instantaneamente. Seu corpo amoleceu e sua cabeça tombou, prestes a desabar no chão. Felizmente Rafael foi rápido e conseguiu segurá-la, pedindo a um empregado para trazer uma cadeira e ajudá-la a se sentar.

— João, por quê? — Marcos olhou para Helena, que parecia ter perdido a alma, apertou os dentes e perguntou em voz baixa. Agora não se importava mais em dar cara a João, tinha apenas preocupação com o filho. Por mais inútil que fosse, ainda era seu filho. Seu filho realmente quase estuprou Isabela, mas também recebeu a punição devida. Por que agora ainda seria preso?

Embora, legalmente falando, seu filho realmente havia cometido um crime, para pessoas do nível deles, muitas coisas ficavam fora das regras estabelecidas. Além disso, considerando o relacionamento entre a família Martins e João, isso poderia ser resolvido em particular, sem necessidade de chegar a esse ponto.

— Marcos, eu... eu realmente não tenho escolha... — João suspirou amargamente. Ele conseguiu sair de detetive comum até chefe de polícia de Maravia com o apoio financeiro da família Martins, e agora tinha que prender o único filho de Marcos. Realmente se sentia mal por Marcos.

Mas não tinha alternativa. Aos olhos da maioria das pessoas, ele, como chefe de polícia de Maravia, talvez fosse uma figura imponente, mas aos olhos de certas pessoas, não passava de um funcionário insignificante, nem mesmo qualificado para ser um peão no jogo.

— João, Isabela... qual é exatamente a identidade dela? — Vendo a expressão aflita de João, Marcos finalmente pensou na figura-chave do incidente: Isabela!

Com intuição aguçada, já percebia que isso deveria ter uma grande relação com a família por trás de Isabela. Embora anteriormente já suspeitasse que a identidade de Isabela não era simples, só agora descobriu que ainda havia subestimado sua posição.

Percebendo isso, de repente notou mais coisas estranhas. Ele era pelo menos uma figura respeitável em Maravia, mas os guarda-costas de Isabela ousaram quase matar seu filho sem qualquer hesitação. Só por esse ponto já dava para julgar que a identidade de Isabela definitivamente superava sua imaginação! Ainda mais considerando a situação atual, era óbvio que a família de Isabela havia exercido uma pressão irresistível sobre João, o chefe de polícia de Maravia!

Enfrentar uma família capaz de exercer pressão irresistível sobre João. Dessa vez realmente estava em apuros!

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