Capítulo 13 Carolina Ramos
Ao voltar para a família Martins, havia um carro extra no pátio, parecia que tinham visitas.
Os empregados da família Martins viram Rafael chegando com o carro esportivo destruído e nenhum demonstrou surpresa. Esse jovem senhor bater carros não era novidade, mas desta vez parecia que foi ele quem apanhou.
Ouvindo o som do carro esportivo, Helena saiu apressada da mansão, seguida por uma mulher linda. As duas juntas pareciam um par de irmãs.
A primeira coisa que chamava atenção eram suas pernas longas, brancas e retas, perfeitas e elegantes como jade, qualquer homem se apaixonaria por pernas assim.
Ela aparentava ter mais ou menos a idade de Rafael, ficou ali parada com elegância e dignidade. Seus grandes olhos eram claros e brilhantes, irradiando um charme cativante; sobrancelhas finas e delicadas, cada expressão carregava um charme maduro; nariz pequeno e boca delicada, rosto luminoso como jade. Vestia um vestido rosa de gola quadrada que dava uma impressão de eficiência e simplicidade. Um cinto azul fino amarrado casualmente na cintura como decoração, combinado com seios firmes e figura alta, destacava sua silhueta de forma extraordinariamente graciosa.
Sua beleza não perdia para Isabela, ou melhor dizendo, aos olhos do Rafael atual, esta beldade o atraía muito mais que Isabela. Ambas eram lindas, mas davam impressões diferentes: Isabela era fria e nobre, dando uma sensação de distanciamento, enquanto ela era intelectual, elegante e delicada, fazendo as pessoas naturalmente quererem se aproximar.
— Rafael, o que aconteceu? Bateu o carro de novo? Deixa a mamãe ver se você se machucou? — ao ver o carro esportivo destruído, Helena logo soube que o filho havia se envolvido em outro acidente, mas não se importava nem um pouco com o estado do carro, só se preocupava se o filho estava ferido.
— Estou bem, só o carro que foi danificado — Rafael sorriu indiferente.
A mulher linda, vendo Rafael com essa atitude displicente, ficou furiosa na mesma hora, se aproximou apontando para o nariz dele e gritou:
— Você é inaceitável! Acabou de sair do hospital e já foi correr com carros de novo! Quer que a família se preocupe até a morte com você?!
Não havia muitas pessoas que ousavam repreender Rafael, e ainda menos que conseguiam fazê-lo aceitar a bronca obedientemente. Esta mulher linda era uma delas, ou melhor, a única!
— Desta vez realmente não foi culpa minha! Estava dirigindo normalmente na estrada quando alguém bateu em mim. Ainda estou me sentindo azarado, o carro ainda está lá parado. Se não acredita, pode ir ver... — Rafael disse com cara de injustiçado, enquanto sentia uma agitação inexplicável no coração, como se sua fortaleza emocional tivesse uma rachadura. Nem mesmo diante de Isabela ele havia sentido essa sensação irreprimível.
Embora soubesse que não deveria ter outros pensamentos sobre esta beldade, não conseguia evitar querer olhá-la mais vezes.
Esta beldade era Carolina, prima de Rafael, também uma famosa beleza de Maravia. Aos vinte e sete anos, durante a universidade, os pretendentes formavam filas de quarteirões! Porém, um mês após se formar, contrariando a oposição da família, casou-se determinadamente com um policial desconhecido, seu colega do ensino médio, Jorge Lima.
Os dois se conheceram no clichê clássico do herói salvando a donzela, namoraram por uma semana e se casaram numa velocidade relâmpago, fazendo inúmeros jovens talentosos baterem no peito de desespero e também deixando sua relação com a família no ponto de congelamento. Pouco depois do casamento tiveram uma filha, e a família de três vivia em harmonia. Embora não tivessem a vida luxuosa da família Martins, viviam de forma aconchegante e confortável.
Jorge também era considerado uma estrela em ascensão na polícia. Depois de se formar na academia, em poucos anos se tornou capitão da equipe de detetives criminais de Maravia, sendo também um dos apoios de Rafael no passado.
Muitas pessoas não acreditaram nesse casamento relâmpago, mas agora, cinco anos depois, eles continuavam harmoniosos e respeitosos um com o outro, fazendo aqueles que duvidaram de seu casamento calarem a boca.
O Rafael anterior não ouvia nem os pais, mas sempre escutava esta prima. Desde pequeno, não importa quão arrogante fosse com estranhos, diante desta prima sempre se mostrava gentil e educado.
A razão de ele obedecer tanto a esta prima vinha de um acidente na infância quando quase se afogou. Rafael tinha apenas oito anos quando os dois saíram para brincar às escondidas e ele acidentalmente caiu num lago. Carolina, que tinha apenas dez anos e também não sabia nadar, lutou desesperadamente para salvá-lo, quase se afogando no processo. Desde então, Rafael sempre obedeceu esta prima.
Embora Rafael fosse dado a vícios, antes do incidente com Isabela nunca havia feito nada verdadeiramente terrível, em grande parte devido à supervisão desta prima.
— Verdade? — Carolina perguntou meio desconfiada.
Rafael acenou com a cabeça e se sentou perto de Carolina.
Carolina olhou fixamente para Rafael por um tempo, confirmou que ele não estava mentindo e finalmente se tranquilizou um pouco, dizendo com um toque de carinho:
— Tá bom, não fique com essa cara de injustiçado, eu te julguei mal!
Desde pequeno, esse primo dela, não importa o que os outros dissessem sobre ele, raramente mentia na frente dela, e quando mentia, ela sempre conseguia perceber.
Vendo Carolina estender a mão para bagunçar seu cabelo, Rafael rapidamente desviou a cabeça:
— Carolina, eu já sou adulto...
— Adulto? — Carolina deu uma risada fria, arregalando seus belos olhos. — Que adulto fica vagabundeando o dia todo como você? Seu pai já tem cinquenta e seis anos, você não o ajuda com os negócios da empresa, só faz a família se preocupar com você o tempo todo. Olhe para você, onde parece um adulto!
— Chega, vocês dois parem de brigar. Rafael ainda não almoçou, né? Vou fazer algo gostoso para você! — Helena sorriu vendo os dois, e com o filho bem, seu humor também melhorou.
Quando Helena mencionou isso, Rafael lembrou que realmente ainda não havia comido, e só de pensar nisso seu estômago começou a roncar.
