04- Ele está se contendo
Ela não sabia a resposta para isso e isso era o menor dos seus problemas. Sozinha, ela começou a soluçar em voz alta.
Pela primeira vez desde que sua alcatéia foi emboscado, seu pai morto, e ela levada à escravidão, sentiu dor. Uma dor real e crua.
Soluços de arrepiar o coração lhe causaram dor de garganta. Ela sempre sonho em um quarto cheio de flores, com seu companheiro fazendo amor com ela sob a luz da lua. Ela perderia sua virgindade com ele, enquanto ele desejaria seu corpo tão ternamente.
Isto não é nem de perto o que ela imaginava. A realidade dói como uma faca no coração. Pai, por que você teve que fazer isso comigo?
Ela não sabia qual dor era maior. A que vem de seu corpo, ou a que vem de seu coração.
A que vinha de seu corpo era física. O que ele fez com ela doeu. Mas o que lhe doía era também o coração... porque ela sabia que essa é sua vida agora.
Ela se levantou, feliz por ele não estar por perto. Ela não sabia o que ele faria se ele a visse cambaleando e chorando.
O sangue manchou suas coxas, ainda pingando de suas partes íntimas. Ela chegou a sua cela fria, e o guarda a abriu.
Ela entrou no confinamento, caminhou em direção a velha beliche sem colchão e se deitou sobre ela, ficando ali encolhida.
Ela soluçava repetidamente, tentando controlar suas lágrimas. Ela não queria chorar mais. Ela não queria parecer destruída... porque ela não está.
Sobrevivência. Ela vai sobreviver a este lugar.
Externamente, ela pode ser uma escrava. Mas por dentro, ela ainda é a Alfa Angel. Ele não vai destruí-la! Ela não vai permitir isso. Ela só tem a ela mesma.
Nesse momento, a cela se abriu e Berta entrou. A mulher mais velha deu a ela um sorriso educado. "O Alfa disse para tirá-la daqui".
"O quê? De novo?"
"Ele disse para te tirar daqui e...."
Ela se revoltou. "O que ele quer comigo de novo?". Angela, enfurecida, gritou da cama.
"Ele quer..." Berta começou.
"Por mim, ele pode ir para o inferno! Fique longe de mim! Vá!" Angela gritou, sem raciocinar.
Berta apertou os lábios em desagrado, mas não foi a lugar algum. Em vez disso, seus olhos brilharam de piedade.
"Você realmente tem que largar essa atitude se quiser sobreviver como uma escrava. Foi o que todos nós fizemos quando estávamos tentando sobreviver a seu pai. Foi assim que sobrevivemos".
"Seu Alfa é um monstro". Angela chorou.
Berta balançou a cabeça com firmeza. "O Alfa Aldrin não está nem perto disso. Você não tem ideia do que ele passou. Você não tem ideia!"
Os olhos de Berta encontraram os dela. "Ele está pegando leve com você".
Angela zombou. "Como você pode dizer isso? Você não tem ideia do que aquele monstro fez com..."
"Ele está se contendo porque se ele realmente quiser te fazer pagar por tudo o que seu pai lhe fez, ele começará queimando suas partes íntimas." Disse ela bruscamente.
"O quê?" Angela não tinha certeza se tinha ouvido bem a mulher.
"Não importa." Ela se afastou: "Se você parou com sua crise de raiva, me escute. O Alfa disse para acompanhá-la aos seus aposentos".
Angela piscou duas vezes, perguntando-se o que havia de errado com os ouvidos dela. "O quê?"
"Siga-me." Berta começou a caminhar.
"O que está havendo?"
Angela se levantou com um estremecimento e a seguiu. A mulher mais velha a acompanhou até o outro lado da grande casa da matilha e a levou para um quarto. Ele era pequeno, mas bonito e arrumado.
"O que estou fazendo aqui? Ela perguntou à mulher mais velha.
"É o seu novo quarto".
"Meu quarto?" Ela olhou em volta, perguntando-se o que aquelas pessoas estavam armando.
"Limpe-se e vá para a cama". O Alfa lhe chamará amanhã ". Então Berta se virou e foi embora.
Angela, muito cansada e emocionalmente estressada para começar a pensar em tudo isso, deitou-se na cama e se deixou adormecer num sono profundo. Escapar da realidade é sempre uma boa escolha.
Mas, o que ela quis dizer com "ele está se contendo"? E que diabos ela quis dizer com " ele poderia queimar suas partes íntimas"?
.....
Alguém bateu na porta e Aldrin deu aprovação para entrar. Berta entrou, "Eu a levei para o quarto e também...".
"Eu não preciso dos detalhes, Berta. Eu não me importo". Ele disse, com toda a franqueza, rabiscando um papel.
"Sim, meu Alfa", disse Berta imediatamente;
"Como está Rariana?"
Os olhos de Berta amoleceram ao mencionar sua filha. "Ela está bem. Seus ouvidos ainda não estão bem, mas ela está melhor".
Ele levantou a cabeça: "Quantos anos ela tem agora?"
"Quinze, meu Alfa".
Aldrin abaixou sua cabeça.
As lágrimas inundaram os olhos de Berta. Ela sabe o que o Alfa está pensando, porque é o que ela pensa todos os dias.
Sua filha era muito jovem para passar pelo que passou nas mãos do Alfa Jeremy. Rariana nunca se recuperará de tal experiência.
"Estou feliz. Chame Vera". Ele ordenou.
Berta endureceu com a menção de seu nome. " Devo dizer a ela para vir preparada?"
"Sim."
"Muito bem." Ela se virou e foi embora.
Aldrin pausou seus escritos e olhou fixamente para o seu órgão genital muito ereto. Ele não foi capaz de ejacular com Angela e não ficou surpreso.
Não foi porque ele não quisesse. Mas porque ele não podia.
Somente Vera pode fazê-lo gozar. Ela é a única amante que ele manteve durante os últimos cinco anos, o período em que eles estiveram fora da escravidão.
Vera também foi escravizada. Ela e quase todas as lobas mulheres de sua alcatéia. Seu relacionamento com Vera começou ali mesmo, naquele inferno.
Angela o deixou com tesão, e ele precisava do alívio que vem do sexo. Ele não é mais um homem normal. Ele não pode mais alcançar a satisfação como um homem normal.
Ele olhava fixamente para sua dolorosa ereção cicatrizada. Longas cicatrizes o delineavam, feridas de queimaduras nas veias de seu pênis.
Feridas que fizeram com que a maior parte de suas veias e nervos parassem de funcionar direito.
Ele tem que se esforçar muito mais para alcançar a satisfação durante o sexo, e ele tem que alcançar essa satisfação uma vez ereto, pois quanto mais ereto está seu pênis, mais suas cicatrizes doem.
Ele tem que realmente se esforçar para poder sentir prazer durante o sexo... tem que ser muito agressivo.
Somente Vera pode saciá-lo quando ele fica assim.
Ele odiava Angela com cada osso do corpo, mas não estava pronto para se soltar na primeira noite com ela, porque ele a machucaria além do esperado, mesmo se sentindo tentado a fazer isso.
Não, ele não quer matá-la. A morte não faz parte dos planos que ele tem para ela... pelo menos por enquanto.
Ele fechou os olhos, para não se lembrar da agonia e dor da tortura que gerou uma cicatriz em sua masculinidade.
Foi a pior dor que ele já sofreu nas mãos de Jeremy. Ele nunca se esquecerá dela.
Ele rosnou de fúria. Como esquecer, quando está carregando as cicatrizes?
Angela. Ele rosnou.
Mais ódio se derramou sobre ele só de pensar nela.