Capítulo 6
Parado na frente de Larissa, dom Carlo levanta o rosto dela com o cano quente da arma, machucando onde toca, a fazendo segurar seu gemido de dor.
— Tome isso como um aviso garota, você vai dançar assim como minha música tocar. Saiba que não está na zona que é acostumada. Então, cuidado, pois a próxima pode ser aquela delícia da sua amiga, ou talvez a mãe dela, com toda certeza a mãe dela. — Ao ouvir isso Larissa teme pelo pior, e jura pra si mesmo que nunca vai deixar as pessoas que ela ama saber do que está lhe acontecendo, ela olha sem acreditar para Joseph e repete sem parar a mesmas coisas, ela ainda está em choque.
— Eu não acredito que ele é seu pai, que esse maldito é seu pai.
— Cala essa maldita boca agora Larissa!— Joseph grita com ela, fazendo ela se calar assustada, ele nunca se quer aumentou a voz pra ela. Seus olhos ardem pelas lágrimas, seu coração batia em descompasso, mas o que estava dilacerando por dentro era a imagem da menina sem morta, e por saber que o homem que ela ama a meteu num verdadeiro inferno.
— Oras gatinha, o gato comeu sua língua?— Dom Carlo fala a provocando.
— Não, ainda sei falar, só não sei se vale a pena.— Com a cabeça erguida ela encara dom Carlo, desafiando o seu pior pesadelo, mesmo com o medo que ela está, sua mãe lhe ensinou a nunca baixar a cabeça pra ninguém, seja quem for.
Mas não era qualquer pessoa que estava na sua frente, Dom Carlo é o próprio demônio em forma de gente, ele quem faz a lei, é ele que escolhe quem vive e quem morre. Dom Carlo é um mafioso cheio de regras absurdas, e quem as quebrar, pagara com a vida, com o atrevimento daquela jovem, dom Carlo da um tapa no seu rosto, com o impacto Larissa se desiquilibra quase caindo, mas ficar firme encarando os olhos daquele homem.
Além dele ser um monstro, foi ele quem causou o "acidente" da mãe de Larissa, ela odeia esse homem e jamais vai se submeter as suas regras, nem que isso lhe cause o fim da sua vida, ela nunca entendeu o que esse maldito fazia no Brasil, por que se meteu no caminho de sua mãe. Mas tudo foi arquitetado por dom Carlo, ele viu Larissa implorar para que salvem a vida de Carla, sempre observando de longe. Joseph acha que foi ele quem escolheu Larissa, mas na verdade ela na havia sido marcada por dom Carlo, que fez o caminho dos dois se cruzarem, mandou Joseph para o Brasil, sabendo que assim que seu filho colocasse os olhos em Larissa, ele faria de tudo para conquista-la.
Dom Carlo segura no seu queixo com brutalidade apertando os seus dedos no mesmo, fazendo os ossos da boca de Larissa doer, como se tivessem sendo esmagado apenas com os dedos. Lágrimas brotam em seus olhos, mas o odio que ela sente por ele é maior, e ela nao deixará essas lágrimas cairem.
— Você só está aqui para um único fim, sua idiota. Me dar um neto homem, escute bem, não ouse engravidar de uma menina, pois não vai querer saber das consequências. —Ele olha para o seu filho com deboche.— Trate de comer direito essa vadia, pois se não fizer, eu mesmo vou meter um filho na barriga dela.
— Sim pai
Larissa olha horrorizada para o homem do seu lado, além de ter escondido algo tão sério quanto ser filho de quem é, ele está sendo submisso as ordens do seu pai, ele não a defendeu por nenhum segundo, em sua mente havia várias perguntas, que infelismente está longe de ter as respostas.
Larissa ameaça de subir as escadas, ela queria ir embora dali o quanto antes, mas é impedida por um homem de quase dois metros de altura.
Mesmo com seu tamanho todo, Gabriel é uma boa pessoa, ele entrou trabalhar como segurança, quando viu para quem era, tentou sair, mas como todos os outros funcionários, eles foram ameaçados pela vida de seus pais, filhos, sempre algo maior que faziam se calar e obedecer.
— Se eu fosse você... ficaria aqui. — Ele fala baixinho tentando ajudar ela, Gabriel sabe que o pior está por vir.
— Me solta!— Larissa grita e tenta se soltar mais é inútil ele a segura forte, mas sem a machucar, ela acha que não pode confiar nele, por isso acaba sendo grossa com Gabriel.
Seu sogro aproxima e bate do outro lado do seu rosto, só que dessa vez com mais força, na sua boca o gosto metálico do sangue, que logo escorre dos seus labios. Larissa da um gemido de dor e cambaleando ela se encosta nos braços de Gabriel, que a segura de imediato.
— Estou vendo que você é mal educada, vou ter que lhe educar, a leve para o porão, coloquem alguns dos meus brinquedinhos para fazer compania, e hoje ela não bebe nem água suja me ouviram? Ela está proibida de comer, assim ficará até que eu ordene.
Larissa treme novamente, seus olhos suplicantes pedem ajuda para seu marido, mas ele nada faz, Joseph continua a olhando, mas não tenta em nenhum momento impedir que a levem, não esboça nenhuma reação. Larissa ficou 3 dias presa com vários escorpiões andando naquela minúscula cela, suas súplicas foram inúteis, sem água, sem comida, e com várias picadas de escorpião, ela já não tem força, queimando de febre, deitada em um banco de cimento completamente entregue para que a morte a leve, mas logo ela sente seu corpo ser carregada.
Joseph assistiu cada momento na câmera que tinha lá, ele viu cada picada, ouviu cada grito pelo seu nome, mas como sempre, Joseph não é capaz de fazer nada, não é capaz de enfrentar seu pai pela mulher que diz amar.
O médico cuida dos seus ferimentos, aplica um medicamento para corta o veneno da picada e a coloca no soro, sem uma palavra ele sai deixando Joseph deitado do seu lado.
— Por que amor... por que fez isso comigo? Mãee socorro, mãe, me ajuda, não me deixa. — Entre seus delírios, ela volta a desmaiar.
Joseph não fala nada, somente deixa as lágrimas cairem, mais uma vez ele passa a noite em claro olhando sua mulher e se culpando por deixar tudo isso acontecer com ela.
