Capítulo 7
Foram dois dias desacordada, no seu rosto as marcas de dedos do velho, e um pequeno corte na sua boca, na sua pele as marcas roxas que ficaram das picadas. Larissa levanta tirando a outra bolsa de soro e entra no banho, ela encosta na parede e lentamente seu corpo escorrega até o chão, abaixada e abraçada nas suas pernas, ela chora por longos minutos baixinho.
Larissa foi ensinada a ser forte, não demostrar fraqueza perto das pessoas, e ela aprendeu, as únicas pessoas que conhecem suas fraquezas são Rodrigo, Fernanda e Julia, nem mesmo Joseph a viu abaixar a cabeça para alguém, mas ser forte esses últimos 5 dias, não está sendo fácil.
A porta do banheiro se abre dando passagem para Joseph, que ao acordar se desesperou quando viu que Larissa não estava na cama. Só se tranquilizou quando ouviu o barulho do chuveiro.
— Amor...— Ele fala baixinho. Quando ela percebe que é o Joseph, Larissa levanta a cabeça arrumando sua postura.
— SAI DAQUI!— Ela força a falar mais alto, mas consegue passar toda a decepção que sente por ele.
— Por favor vamos conversar!
— Nao tenho nada para conversar com você, sai daqui! Não me faça gritar.
Joseph não faz o que ela pede, ele sabe que ela está sofrendo, tirando sua roupa ele entra de baixo do chuveiro com ela, Larissa está tentando não desabar ali mesmo, única coisa que Larissa queria saber era.
— Por quê você deixou ele fazer isso comigo? Porque?
— Me perdoa... — Tudo que ela queria era uma explicação, mas percebe que ele não vai lhe dar, saindo da sua frente, ela se enrola na toalha e vai vestir uma roupa..Depois de uns minutos frustrado ele também sai, mas não encontra ela no quarto, se vestindo as pressas ele a procura pela mansão.— João você viu minha mulher?
João percebe seu desespero, ele sabe onde ela está, mas não vai falar.
— Não senhor, não a vi!
— Se a ver, fala que estou a procurando.
— Sim senhor!
Joseph sobe esperar ela no quarto, seu pai não está, então ele fica tranqüilo, a mansão está cheio de seguranças, que já foram avisados que Larissa não pode sair, ele fica o resto da tarde na frente do computador revisando as finanças do pai.
Enquanto isso nos fundos da mansão, Larissa se vê desesperada, pois percebe que atras da beleza dessa enorme casa, se esconde um cemitério.
— Meu Deus, isso é um cemitério?— Ela fala desesperada olhando centenas de túmulos.—João se aproxima sem fazer barulho, quando ela nota que tem alguém se aproximando acaba levando um susto.— Meu Deus, quer me matar do coração?
— Desculpa menina não quis te assustar. — Ele fala preocupado, Larissa da um leve sorriso para mostrar que está tudo bem.
— Senhor, quem são as pessoas que estão enterradas aqui?— João suspira tristemente para responder.
— Aqui está 4 esposas e 4 filhas de Dom Carlo, daquele lado somente com terra, vários funcionários que assim como você... não baixou a cabeça para ele. João suspira dolorosamente para suas próximas falas, a tanta dor em sua voz e agora Larissa entende por que.— Inclusive minha esposa que foi morta por ele... e ali naquele monte de terra, está o corpo da pequena Jana.
Larissa congela de medo, são centenas de túmulos e covas abertas, ela se aproxima tumulo de Jana e chora abraçada sem se importar com a terra em seu rosto.
— Eu juro que vou vingar sua morte, não importa quanto tempo vai demorar, mas eu vou me vingar.
— Menina não deixe que ele ouça você falando isso, a morte é o único jeito de sair desse inferno.
Agora Larissa entende que ninguém está aqui por que quer.
— Senhor João, por que Joseph se submete a tudo que ele faz?
— Não posso te contar o verdadeiro motivo, mas ele foi ensinado a temer seu pai, o único que causa medo em seu marido, é dom Carlo, Não era para ninguém te avisar, mas Essa semana se prepare, pois Joseph vai "assumir" o lugar do pai, uma das ordens que dom Carlo deu, foi ver você no seu primeiro momento íntimo com Joseph.— Nesse momento Larissa abaixa a cabeça.— Câmeras foram instaladas no seu quarto e colocada ao vivo para todos da cúpula assistirem, Dom Carlo sente prazer de ver isso, de se vangloriar da masculinidade dos seus filhos, foi assim com a primeira esposa do J...
— Isso só pode ser um pesadelo!— Ela olha pra ele assustada e ele entende o por quê. Sua primeira noite de amor, ela pensou que foi o momento mais lindo que ela teve, que iria guardar na sua memória para sempre.
Agora Larissa descobre assim que foi tudo armado, foi visto por aquele monstro e vários outros homens, ela se sente suja, envergonhada.— Por que senhor João? Por que ele fez isso.
— Eu sinto muito menina, achei que ele não iria adiantar as coisas, já que com a primeira esposa ele esperou as ordens do pai.— João percebe que falou de mais e sai sem olhar pra trás.
— Como assim Joseph já foi casado?— ela fala sozinha.— Larissa entende o que aconteceu com as outras mulheres, e na sua cabeça só passa uma coisa, de como sairá viva disso tudo. Ela sente uma raiva tomar conta dela, lembrando de tudo que João disse, cada palavra ecoava na sua cabeça, ela foi caminhando para ver os túmulos das esposas de Dom Carlo. Ao se deparar com 8 covas, 4 grandes, e 4 pequenas, ela juntou as peças do quebra-cabeça que formou na sua mente. Dom Carlo deixou bem claro que se ela engravidar de uma menina vai ter consequências, e agora ela percebeu quais são elas, é a morte dela e da bebê. Larissa toma uma decisão que nunca terá um filho de Joseph.— Ah Joseph, no que você me meteu.
Depois de 2 horas chorando e se lamentando em cima do túmulo de Jana ela sobe para o quarto e ouve o seu marido falar no telefone.
— Sim pai, ela não desconfiou de nada...Não pai, vocês mesmo viu, logo ela estará grávida, isso eu tenho certeza, é questão de tempo...— Joseph falava rindo, onde um buraco se formou no peito de Larissa, era tudo falso, as juras de amor, a promessa de mudar e voltar o que era, mas será que ele era aquilo que foi durante 3 anos? Muitas perguntas, sem nenhuma resposta.— Maldito seja...
Larissa entra no quarto em silêncio ao passar por ele, Joseph joga o celular na cama, ela junta uma mala pequena e descide ir embora. Quando ela vira em direção da cama vê a câmera estava com a luz vermelha piscando, e Larissa se culpa por não perceber que ela estava ali o tempo todo.
— Onde você vai amor?
— O mais longe possível de você e esse louco do seu pai. — Joseph se aproxima dela tentando toca-la.— Sai! Você já teve seu show, você já me humilhou perante aos desconhecidos como se eu fosse uma vagabunda qualquer, agora eu posso ir embora.
— Por que diz isso.
— Para com esse teatro, você não me engana mais.— Seguindo seus olhos ele percebe que ela está olhando para câmera, seus ombros caem em derrota.
— Eu sinto muito, eu posso explicar...
— Explicar o quê? Que eu não vou passar de uma incubadora para ter seu filho, e se vir uma menina, vão me matar igual as outras mulheres?
Joseph arregala os olhos pelas palavras que ela disse, e se perguntando como ela descobriu.
Com a voz grossa e revelando uma face que ela não conhecia, ele a assustada, mas a vida ensinou Larissa ser firme, ela não vai baixar a cabeça para esse homem na sua frente.
— Quem te falou, anda Larissa me fala. — Larissa vira as costa pra ele e em um movimento rápido ele a puxa pelo braço, seus corpos estão colados, Larissa tenta sair, mas ele segura com firmeza sua cintura, não deixando ela se mexer, colocando ela bem na frente da câmera, ele tira seu cabelo do rosto, depositando um beijo em seu pescoço ele fala perto do seu ouvido.— Cansei de brincar de casinha, agora você vai fazer o que eu mandar.
Seus olhos ardiam pelo fogo da raiva, ele ama Larissa, mas sabe que seu pai está assistindo nesse exato momento. Joseph não quer ser humilhado perante a cúpula, nem que isso seja machucar a única mulher que ele amou.
Sem desviar o olhar do dele ela fala com firmeza, mas num tom de deboche.
— O que foi amorzinho? Ah, sim, o papai tá assistindo né? Você quer provar para ele que conseguiu uma mulher submissa assim como você é com ele? Não consegue fazer seu pai lhe respeitar como homem, e precisa me usar pra isso?
