Novo passo
— O que houve, Valquíria? Não é aqui que seu noivo trabalha? — perguntou Elijah preocupado.
— Por favor, doutor, me leva daqui, por favor. — implorou ela.
Valquíria estava sentindo uma dor tão grande, vendo seu único homem, seu único amor beijar a boca e depois a barriga de outra pessoa.
Valentim a deixara no hospital e refizera sua vida rapidamente, até engravidar da outra mulher, ele engravidou. Chorando copiosamente, perguntava-se para onde iria. Suas coisas ainda estavam na casa do Valentim, e ela não sabia para onde ir.
Elijah observou: ela viu algo que ele não viu. Valquíria não parava de chorar. Decidiu levá-la para a Marina, pensando que o mar pudesse acalmá-la. Parou e a chamou para sentar nas pedras da coroa do meio. Ela olhava o mar, acariciando a barriga. Ele ouviu-a falar com seu bebê:
— Para onde iremos, bebê? O que farei agora? — se perguntava a si mesma Valquíria.
— Posso te ajudar, Valquíria. — ofereceu Elijah.
— Ai, doutor, eu não sei o que farei. — confessou Valquíria.
— Porque? — perguntou Elijah, curioso.
— Bom, antes do acidente, eu já morava com o Valentin. Íamos conhecer os pais dele em outro estado. Mas depois do que eu vi hoje, sei que não tenho para onde ir. — explicou ela.
— O que viu? O que fez você pedir para sair de lá? — perguntou Elijah.
— Eu o vi com outra mulher, se beijando na porta do restaurante. — confessou ela.
— A dor é intensa doutor, mas eu preciso pensar na Becca. Farei de tudo por minha bebê, e não quer vê-lo mais. — completou Valquíria.
— Você tem certeza disso? Ele é o pai? — questionou Elijah.
— Sim, Elijah, não é? — perguntou ela.
—Sim! — respondeu ele.
— Ele era o pai. Por que ele não se importou em nos deixar no hospital? Só tenho que pensar onde morar e arrumar um trabalho. — concluiu Valquíria.
— Bom, posso te ajudar por enquanto, se quiser. — falou Elijah, tentando tranquilizá-la.
— Como assim? — perguntou ela, curiosa.
— Bom, você já está com a gravidez um pouco avançada. Você pode ficar na minha casa e ajudar a Catarina com o Joseph ou na casa. — explicou ele.
— Posso cozinhar? — perguntou ela eufórica.
— Você sabe? — perguntou ele.
— Sou formada em gastronomia. Ia fazer especialização em cardápio italiano, mas minha vida mudou tanto. — falou ela.
— Você aceita minha ajuda? — ele perguntou.
— Bom, eu não sei, será? — ela hesitou.
— Olha, Catarina me conhece desde sempre e ama muito o Joseph. Ele é meio difícil, mas sei que se darão bem. — explicou Elijah.
— Por um tempo só, e quem é Joseph e Catarina, sua esposa? — indagou ela.
— O tempo que você desejar. Não, ela trabalha para mim. Joseph é meu filho adolescente. — esclareceu ele.
— Tá bom, então eu vou. — respondeu Valquíria.
Eles entraram no carro e seguiram em direção à casa do Elijah.
Joseph estava na escola, fazendo testes para o time de basquete. Ele se saiu muito bem. Ao terminar o teste, viu Lilithy lá, com seus cabelos negros e brilhantes. Soube pelos colegas que ela era mais velha, com 16 anos. Sentiu vontade de falar com ela, mas soube que ela namorava o capitão do time, Taylor. Preferiu evitar confusão. No final das aulas, foi aceito como pivô do time e estava feliz. Ao chegar à porta para esperar Jaime, o motorista, quase caiu para trás ao ver seu pai, o Dr. Bayne, no carro, acompanhado por uma moça. Ao se aproximar, notou que ela tinha chorado.
"Quem seria aquela garota?" Pensou ele.
Joseph se abaixou na janela para descobrir:
— Olá, quem é você? — perguntou Joseph.
— Olha os modos, Joseph. — repreendeu-o Elijah.
— Oxi, Dr. Bayne, só quero saber quem é ela. Nunca o vi com mulheres, ainda mais uma grávida. Será que terei um irmão em breve? — perguntou Joseph com sarcasmo.
— Ai, Dr., é melhor me deixar aqui. Não quero causar problemas com seu filho. — falou Valquíria com tristeza.
— Joseph, entre, comporte-se e vamos. Em casa falo com você. E por favor, a trate bem. — pediu ele.
Ao entrar em casa, Joseph sentia mais dúvidas do que antes. Descendo sem proferir uma palavra, ele se dirigiu ao quarto, evitando qualquer contato com ele.
Elijah entrou e, como sempre, Joh foi para seu quarto sem lhe dar oportunidade de falar. Levou Valquíria até a cozinha, onde sentiu o cheiro de comida:
— Boa tarde, Catita. Que cheirinho bom. — falou Elijah, feliz.
— Olá, meu menino. Que bom te ver. Como foi o plantão? — perguntou Catarina.
— Cansativo, Catita. Essa aqui é a Valquíria. Será nossa hóspede por um tempo. Poderia arrumar um quarto pra ela? — pediu Elijah, com carinho.
— Claro que sim. Bem-vinda, menina. E essa barriga linda? — perguntou Catarina.
— Essa é a Rebecca, minha Bequinha. Agora é só nós duas. — falou ela, emocionada.
— Olha, menina, o que precisar, estarei aqui. Não fica triste, certo? Vem, vou te levar ao quarto de hóspede. — respondeu ele.
— Vai com ela, Valquíria. Vou subir para falar com o Joseph. E depois do almoço, vamos comprar umas roupas para você. — pediu Elijah.
— Não vou incomodar? — perguntou Valquíria.
— Val, posso chamar assim? — perguntou Elijah.
— Claro, Dr.! — respondeu ela.
— Sem Dr. Você não tem roupa nenhuma. Ou você quer voltar e ver o Valentin? — perguntou ele.
— Não quero nunca mais, vê-lo. — falou ela com firmeza.
— Então vamos. Você não tem nada aqui. — assegurou ele.
— Que pena, menina, mas tudo irá se resolver. — falou Catarina com carinho.
Elijah deixou Valquíria com Catarina e subiu para enfrentar seu filho rebelde:
— ENTRA, PAI!! — gritou Joseph.
— Vamos conversar, filho. É sobre a Valquíria. — pediu Elijah.
— Está a fim dela, coroa? — perguntou Joseph com deboche.
— Filho, ela é minha paciente. — explicou ele.
— Isso não responde a pergunta. — contestou Joseph.
— Bom, quero ajudá-la. Ela voltou de um coma de meses há alguns dias. O noivo dela a abandonou no hospital grávida. Não tinha para onde ir, nem uma roupa ela tem. Então vou ajudá-la. — explicou Joseph.
— Coroa, você irá se apaixonar por ela, sinto isso. — brincou Joseph.
— Deixa de coisa, Joh. Por favor, trate-a bem. — pediu ele.
— Tratarei, sem problemas. — respondeu Joseph.
— Obrigado, filho. — falou ele.
Enquanto saía do quarto, Joh chamou o pai para retornar:
— Pai!
— Sim, Joh?"
— Eu gostei muito de ter ido me buscar na escola. — falou Joseph feliz.
— Tornarei isso um hábito então! — assegurou Elijah.
— Valeu, coroa. — falou ele.
Elijah saiu do quarto pensando no que o filho falou. Será isso? Gostar dela? Valquíria é uma menina doce, ingênua, mas ele já tem uma carga de problemas. Desceu para almoçar. A tarde foi animada, com todos almoçando juntos. Joseph também se juntou a eles. Ao saírem, Valquíria travou ao avistar Valentin com a mesma mulher novamente, mexendo em sua barriga. Joseph percebeu o desconforto da Valquíria e a levou para dentro de uma livraria:
— Vem, Val. Vamos comprar um livro comigo. — pediu Joseph a levando.
— Hum, o quê?
— Um livro. Vamos. — falou ele a puxando para dentro da livraria.
Valquíria sabia que vê-lo com a outra mulher e o bebê a machucava profundamente...
Penélope interrompeu seus pensamentos. Penélope Stein. Nunca amou Valentin, ama apenas seu status e riqueza. Começaram a se envolver, mas Valentin apareceu com a gravidez de Valquíria. Penélope precisava fazer o mesmo, ter um filho, mesmo que depois o enviasse para um internato. Quando soube do acidente e coma dela, fez-se presente até ele parar de visitá-la. Agora, estava grávida de três meses.
Seu celular tocou e ela disfarçou para atender. Foi até o banheiro:
— Oi, xuxu. — falou Penélope.
— Oi, minha pantera. Onde está?
— Vim com o trouxa comprar roupas para nosso bebê.
— É um otário mesmo, achando que o filho é dele. — respondeu o amante. —
Depois que ele te deixar em casa, me ligue. Quero te dar uma bem gostosa. — concluiu ele.
— Ai, xuxu. Não fala assim. Já fico molhada..."
(Valentin assumindo o filho de outra e abandonando a própria filha... O que irá acontecer com Penélope e seu amante? E Val, em sua nova vida...)
