Seu toque mudou tudo.
Lilithy, de 16 anos, que cursava o oitavo ano do ensino fundamental. Ela namorava Taylor, mas, para ser sincera, não o amava. Ultimamente, seus olhos se voltavam para outra direção. Entretanto, achava que ele não a notava. Joseph, por outro lado, um indivíduo problemático e briguento, porém habilidoso no basquete, despertava seu interesse.
Enquanto observava os testes para o time de basquete, pensou em se tornar líder de torcida. No entanto, desistiu disso ao considerar Vick, que se julgava a dona da escola. Queria poder conversar com Joseph e conhecê-lo melhor, mas acreditava que não poderia...
Joseph notou Val observando o casal de forma estranha. Achou isso intrigante e decidiu perguntar ao pai mais tarde o que estava acontecendo. Sentia que Val era uma boa mulher. Depois de saírem da livraria, voltaram para casa. Ela estava visivelmente triste. Ele tentou fazê-la rir, mas foi em vão:
— Agradecemos por nos deixar ajudar. Esperamos que se sinta melhor. Agora, vá descansar. — falou Catarina.
— Sim, e sobre o que você viu, esqueça tudo. Tudo vai dar certo. — completou Elijah.
Viram Val pegar suas roupas e dirigir-se ao quarto de hóspede. Joh aproveitou para conversar com seu pai:
— Pai. — chamou Joseph.
— Oi, Joh. — respondeu ele.
— Por que ela ficou triste de repente? — perguntou Joseph.
— Ela viu o pai da filha dela com outra mulher. — respondeu Elijah.
— Que situação ruim, pai. Ela vai ficar bem? — perguntou Joseph.
— Vamos ajudá-la a se recuperar. — falou Elijah.
Conforme os dias passavam, Val se integrava cada vez mais à família e à nova vida. A barriga de sete meses dela estava notavelmente grande. Em uma manhã, Elijah iniciou uma conversa com Val:
— Bom dia, família. — cumprimentou Joseph.
— Bom dia, Joh. — respondeu Elijah.
— Bom dia, meu amor. Você dormiu bem? — perguntou Catarina.
— Mais ou menos. Sonhei com alguém que nem sabe que eu existo. — respondeu Joseph triste.
— Como você sabe? Você já conversou com a garota? — perguntou Catarina.
— Não.
— Então, fale com ela. Ela pode estar pensando a mesma coisa sobre você. — explicou Valquíria.
— Será, Val? — perguntou ele.
— O não você já tem, então vá atrás do sim. — respondeu Valquíria, dando força a Joseph.
— Vou fazer isso. Agora é hora de ir. Pai, você não tem plantão hoje? — perguntou Joseph.
— Joh, decidi fazer menos plantões e passar mais tempo em casa, perto de você. — explicou Elijah.
— Sério, coroa? — perguntou ele emocionado.
— Sim, filho. Alguém aqui me mostrou que eu estava muito ausente na sua vida. Prometo mudar, está bem? — falou ele.
Joseph ficou emocionado. Após a chegada de Val, seu pai passou a ficar mais próximo dele. Graças a ela, Elijah finalmente reconheceu e enxergou seu filho. Joseph foi até a Valquíria, se ajoelhou, era mais alto que ela, e a abraçou:
— Obrigado, Val. — agradeceu Joseph.
— Pelo quê, meu menino? — perguntou Valquíria emocionada.
— Por ter entrado em nossas vidas. Em pouco tempo, finalmente tenho meu pai por perto. — explicou Joseph.
— Desculpe pela minha ausência, filho. — falou Elijah.
— Agora já passou. Vamos olhar para frente. É hora de ir para a escola. Hoje tem um jogo importante valendo vaga no campeonato estadual. — falou Elijah.
— O jogo é aberto ao público? — perguntou Valquíria.
— Sim, Val. Por quê? — respondeu Joseph.
— Nós três iremos assistir, não é, Catita? — respondeu Elijah.
— Sim, meu menino. Estaremos lá. — respondeu Catarina.
— Que felicidade! Obrigado, Val. Valeu, meu velho. Vou adorar ver vocês na arquibancada. — agradeceu Joseph.
Joseph pegou sua mochila e se dirigiu à escola. Quando ele chegou, ao local estava agitado devido ao jogo. Desde que entrou no time, fez amizades, e Breno se tornou um amigo de loucuras, sempre fazendo palhaçadas. Quando Joseph o viu, Breno veio até Joseph com um sorriso bobo no rosto:
— E aí, cara? Tenho algo para te contar, e você nem imagina. E não vai acreditar. — falou Breno.
— O que é, seu doido? Conta logo. — pediu Joseph.
— Você não faz ideia de quem perguntou por você. — falou Breno, fazendo mistério.
— Quem??? É ela... — perguntou Joseph.
— Quem é ela? — começou Breno. — A Lilithy. — completou.
— Ela está olhando para mim e vindo para cá. Onde eu me escondo? — brincou Joseph.
— Ela perguntou muitas coisas sobre você. — respondeu Breno, sorrindo. — Não se esconda, espera para ver o que ela quer. — falou ele
— Oi, meninos. Bom dia. — cumprimentou Lilithy.
— Bom dia, Lili. — respondeu Breno.
— Bom dia, Lilithy. — falou Joseph.
— É... é... Joseph, podemos conversar? — perguntou ela.
— Joh, vou para a sala. Minha primeira aula já começou. Vejo vocês depois. — falou Breno se retirando.
— Calma aí, Breno. Por que essa pressa? — questionou Joseph.
— Licença. Até mais, Lili. — se despediu Breno.
— Até, Breno.
Ficaram ali se encarando, sem dizer uma palavra. Quando ela finalmente abriu a boca para falar, ouviram a voz estridente e irritante do Taylor:
— Lilithy, venha aqui agora... — ordenou Taylor.
— Seu namorado está chamando você. Não quero causar problemas. — falou Joseph.
— Mas eu quero falar com você. Teremos outras oportunidades para conversar, pode ter certeza. — respondeu ela, com determinação.
— Tudo bem. — falou Joseph.
Joseph viu ela sair, com Taylor segurando firmemente o braço dela. Ele tinha muita vontade de ir lá e dar um soco no Taylor, mas o sinal tocou e foi para a sala. Joseph se sentava no fundo e ela na frente. Apesar da diferença de idade, ambos estavam na mesma sala, pois ela tinha ficado dois anos sem estudar, por algum motivo desconhecido...
Em outro lugar...
Valentin acordou assustado, já fazia duas semanas que sonhava repetidamente com Valquíria o chamando, pedindo ajuda. Desde que Penélope falara sobre a gravidez, ela havia se instalado em sua casa e não saíra mais. Hoje, ele decidiu visitar Valquíria, saber sobre o bebê. Após arrumar-se e dar uma desculpa a Penélope, dirigiu-se ao hospital. Como sabia o número do quarto, foi diretamente até lá. Ao entrar, deparou-se com uma senhora na cama, e seu peito apertou, temendo o pior.
Enquanto se virava para sair, esbarrou em uma enfermeira:
— Desculpe-me!
— Tudo bem, está procurando alguém? — perguntou a enfermeira.
— Sim, a paciente deste quarto. — questionou ele preocupado.
— Você é neto da Dona Judite? — perguntou a enfermeira.
— Não, quero saber sobre Valquíria Fairchaid. — indagou ele.
— Hum?
— A jovem que ficou em coma e estava grávida. — explicou ele.
— Ahhh, a Val. — respondeu ele.
— Sim, essa mesma. — falou ele.
— Ela acordou há alguns meses e foi embora.
— Como assim? Ninguém me avisou? — questionou Valentin.
— Por que deveríamos? Você a abandonou aqui. — respondeu a enfermeira irritada.
- Onde ela foi?
- Não sei.
— Bom dia, Jaqueline. Hoje só atenderei até as 16h, quero assistir ao jogo do Joh às 18h. — falou Elijah, chegando no quarto.
— Sim, doutor. Esse rapaz está perguntando sobre a Val. — falou Jaque.
— Hum, o ex-noivo. Olá, Valentin. — falou Elijah.
— Não sou ex, ainda sou noivo dela. — tentou corrigir Valentin a Elijah.
— Acho que quando você simplesmente esquece sua noiva e engravida outra, automaticamente deixa de ser noivo, não é? — respondeu Elijah, com frieza.
— Você sabe onde ela está, não sabe. — questionou Valentin.
— Sei onde ela está, mas não direi a menos que ela peça. O que acho difícil, depois de te ver com outra mulher que carrega um filho seu por duas vezes. Val e Becca não merecem você em suas vidas. — constatou Elijah.
— Becca????
— Sim, assim é como a filha de Val se chama. Agora, por favor, saia. Preciso trabalhar.
— VOCÊ TEM QUE ME DIZER ONDE ELA ESTÁ!!! — gritava Valentin.
— Pare de gritar. Você está em um hospital. Não tenho obrigação de dizer nada. Ah, Jaqueline, deixe o próximo paciente entrar daqui a cinco minutos. — pediu Elijah, entrando em seu consultório.
Valentin saiu do hospital com uma raiva intensa. Aquele doutorzinho pensava que podia negar a localização de sua loirinha. E sua menininha, ele não deveria tê-las deixado. Com o coração apertado, dirigiu-se a uma das filiais do restaurante. Esta havia sido inaugurada recentemente, e a placa ainda não tinha sido instalada.
Elijah sentou-se na cadeira com o coração apertado. O que Valentin queria com Valquíria após todos esses meses? Se perguntava Elijah. Poderia dizer que não sentia nada, mas estaria mentindo para si mesmo. Ela era tão doce, quase ingênua às vezes. Mas quando se tratava de Joseph, ela dava ótimos conselhos. Elijah não conseguia mais imaginar sua família sem ela. Seus problemas com Joseph na escola haviam cessado, ele estava próximo de seu filho, e ela e Catita cozinhavam pratos deliciosos todos os dias. Lembrando-se do que Joseph havia dito, será que ele estava sentindo algo por ela? Provavelmente não. Deve ser coisa de sua mente.
O dia passou rapidamente. Saiu e foi para casa, precisava tomar um banho rápido e chamaria Valquíria e Catarina para assistir ao jogo de Joseph. Ao chegar em casa, percebeu que estava silenciosa. Subiu, tomou um banho rápido e escolheu uma roupa casual. Desceu e ouviu risos na cozinha:
— Vamos, meninas. Estou pronto.
Quando Elijah se virou para ela sorrindo, quase teve um treco. Ela estava deslumbrante.
— Nossa, você está linda, Val.
— Você também está muito bonito. O casaco de couro combina muito bem com você.
— Obrigado.
— Vamos, meninos. Não quero manter meu cachinhos dourados esperando. — falou Catarina, cortando os olhares de ambos.
— Deixa ele ouvir você falando assim, kkkk. — falou Elijah, sorrindo.
Saíram alguns minutos depois e tentaram encontrar uma vaga para estacionar, pois a escola estava lotada. Ao descer, avistaram a diretora, Vivian:
— Olá, senhor Bayne. Fico feliz com sua presença. O Joseph ficará muito contente.
— Sim, pretendo estar mais presente em sua vida. — assegurou Elijah
— Que bom. Podem entrar. A quadra fica a 100 metros, à direita. — respondeu Vivian.
- Obrigado.
Chegaram à quadra e sentaram-se. Poucos minutos depois, o jogo começou. Joseph se destacava com cestas de três pontos, Elijah ficava emocionado em ver como seu garoto tinha talento para o esporte. No final do jogo, Joseph foi escolhido o cestinha, o melhor jogador em quadra, e o time deles derrotou o time da outra escola. Quando o jogo terminou, Joseph viu seu pai, Valquíria e Catarina na arquibancada, e seus olhos marejaram. Foram até ele, e ele abraçou o pai com força. Elijah entendeu que seu filho só queria a presença dele, provocava confusões apenas para chamar atenção. Valquíria, com seu jeito doce, os uniu. Não permitirá que ele se sentisse sozinho novamente:
— Vocês vieram? — falou Joseph, com os olhos marejados.
— Sim, filho, estamos aqui desde o começo da partida, e você tem talento. Se um dia quiser seguir esse caminho, darei todo o apoio, para tornar profissional.
— Pensei que queria que eu fosse médico. — brincou Joseph.
— Eu quero que você seja o que quiser ser, Joh. — falou Elijah, abraçando o filho.
— Obrigado, pai. Vamos, estou com fome. — pediu Joseph.
— Vamos comemorar. Iremos jantar fora.
— Ótima ideia. — respondeu Valquíria com felicidade, abraçando Joseph.
Joseph estava tão feliz por seu pai estar tão mudado graças a Val. Ela chegara como um anjo em suas vidas. Becca seria tão paparicada quando nascesse. Estava ansioso. Eles saíram e entraram no carro, que estava longe do ginásio. Estavam conversando quando alguém abruptamente atravessou na frente do carro. Felizmente, conseguiram frear a tempo. Joseph olhou para a frente e sentiu uma dor no coração. Sua Lili estava ali, chorando. Saiu do carro e foi até ela:
— Lilithy, o que aconteceu? — perguntou ele, curioso.
— Joseph, me tira... — pedia ela aos prantos. — Tira-me daqui.
— Claro, mas me diz o que aconteceu.
— Pode ser depois. Por favor, vai antes que ele me alcance.
— Está bem, vem.
Ela entrou no carro e agarrou-se a ele, não parando de chorar.
— Vamos, pai.
Ouviram os gritos de Taylor à procura dela. Então ele era o culpado, pensou Joseph:
— Filho, para onde vamos?
— Lilithy está com fome?
— Sim, por quê?
— Siga o plano, coroa. Depois a deixamos em casa.
— Ok!
Partiram para o restaurante. No caminho, Joseph fez carinho na Lilithy, e ela foi relaxando. Quando chegaram, o restaurante tinha pouca gente. Sentaram-se e seu pai chamou o garçom. Quando alguém chegou perto, Valquíria ficou pálida como papel. Elijah percebeu que ia dar confusão.
— Você...
O que Valquíria viu? E o que aconteceu com Lilithy?
Teorias, alguém?...
