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Capítulo 3

P.O.V Daniel.

Terminando o nó na gravata, passo meus olhos mais uma vez sob meu reflexo que estava refletido no grande espelho que havia no closet.

Meu terno de linho preto feito sob medida estava como sempre impecável e meus sapatos muito bem limpos e engraxados. Passei a mão pelo meu cabelo acertando os fios que estavam fora do lugar.

Tudo em ordem e no seu lugar, como deve ser. Sai do closet e me deparei com Safira, minha bela esposa que ainda dormia serenamente em nossa cama de lençóis egípcios, seus favoritos.

Seus grandes e ondulados cabelos negros estavam espalhados pelo travesseiro, daqui ela parecia um anjo. Ainda vislumbrando sua imagem pude notar as marcas avermelhadas em seu braço e logo as reconheci.

Andei até a cama e parei do lado dela, passando delicadamente o dedo pelas marcas de seu braço, sei que fui eu que causei isso nela ontem no banheiro. Eu nem usei toda minha força porém a pele de Safira é tão delicada que pode ser marcada ao mínimo toque.

Desde a primeira vez que eu a vi sabia que ia ser minha, quando meus olhos se cruzaram com os lindos olhos azuis dela tive a certeza que ela seria minha escolhida. Não me perguntem o porque, eu não saberia responder mas sei que Safira foi feita pra mim.

Me aproximei um pouco e lhe dei um selinho fazendo a mesma se mexer. Sorri pois sabia que ela não ia acorda, afinal ela adora dormi. Me afastei dela saindo do quarto sem fazer barulho, desci as escadas e me deparei com a figura uma colorida em minha sala.

- Mark. - O chamei e ele virou para mim abrindo um grande sorriso.

- My king. - Disse alto do que deveria.

Mark é americano e assistente pessoal de Safira, segue minha esposa para onde ela vá. Ele chegou a Itália através de um dos nossos esquemas, vulgarmente conhecido por tráfico internacional de pessoas, ficou um ano em uma das minhas boates até que um dia em uma das festa da máfia Safira conheceu ele e me convenceu a tirá-lo de lá e traze-lo para cá.

Claro que no começo mantive meus olhos nele, até que ganhou minha confiança. Deixei ele livre para volta para sua casa mas ele já tinha se apegado tanto a Safira que preferiu ficar e ser um de nós. Ele acaba de volta a viagem que fez para Los Angeles para vê sua mãe que esta doente.

- Se me permite dizer você esta mais elegante e bonito do que de costume. - Disse me fazendo balançar a cabeça.

- A quanto tempo voltou? - Pergunto colocando as mãos no bolso.

- A exatamente 30 minutos. Estava morrendo de saudade de vocês. - Disse fazendo um biquinho.

- Safira também estava sentido sua falta. - Disse e ele sorriu mais ainda.

- Oh my queen, que saudade. Aonde ela está? - Perguntou.

- Esta dormindo ainda.

- Mas é claro, my queen precisa do seu sono da beleza para acorda radiante. - Ele disse e eu assenti.

- Quando ela acorda diga que estou no escritório e que quero fala com ela. - Digo e ele assenti.

Vou para meu escritório e começo minha rotina de trabalho.

P.O.V Safira.

Senti um leve carinho no meu rosto e abrir os olhos devagar, logo me deparei com uma pessoa que me fez sorrir.

- Mark? - Me levantei no mesmo memento sorrindo.

- My queen. - Ele disse me abraçando.

- Quando voltou? - Perguntei desfazendo o abraço.

- Faz algumas horas e eu fiz questão de vir acorda-la. - Ele disse sorrindo.

- Senti sua falta. - Digo sorrindo.

- Eu também my queen. Agora chega de abraços que eu preparei seu banho maravilho. - Ele disse e eu me levantei da cama.

Como senti falta de Mark cuidando de mim. Fui até o banheiro e me despi entrando na banheira cheia de espuma e aromatizantes.

Mark entrou no banheiro e começou a fazer massagem em meus ombros.

- Como sua mãe esta? - Perguntei de olhos fechados.

- Ela esta bem.

- Contou pra ela?

- Eu não pude ela não estava muito bem.

- Mark você tem que conta pra sua mãe que você é gay, não tem nada de errado com isso. - Disse abrindo os olhos.

- Não é tão fácil assim.

- Eu entendo que você esteja com medo, mas ela é sua mãe, não importa se você dorme com homem ou mulher, o importante é que você é filho dela. - Digo e ele assenti.

- Você está certa my queen. - Disse sorrindo.

- Ah Daniel disse pra você ir fala com ele quando acorda-se. - Ele disse e eu suspirei desanimada.

Encontra Daniel é certeza de que vou me estressa.

- Ele disse o motivo? -

- Não.

Assenti e fechei os olhos tentando relaxa ao máximo.

Depois de uma hora eu colocava meu colar de sempre, um pingente com a letra S, meu colar preferido afinal as únicas coisas que tenho da minha mãe é uma foto e esse colar.

Me levantei e passei a mão pelo meu macacão bege ajeitando o mesmo no meu corpo, meu salto de tirinha preto fazia barulho no piso de madeira do quarto.

Por mais que eu esteja em casa, não posso me dar o luxo de andar mal vestida, descalça ou com os cabelos desarrumados. Sou a esposa de capo da máfia, tenho sempre que esta bem vestida e apresentável.

Desde que cheguei aqui Daniel deixou essa exigência bem clara para mim.

- Vamos tomar café e depois falo com Daniel. - Digo e Mark assenti.

Descemos e fomos para sala de jantar onde Martina já estava nos esperando com a mesa posta, o café foi tranquilo e até dei algumas risadas com as histórias da viagem de Mark.

Passado o momento agradável, me dirigir até o escritório de Daniel. Antes de bater respirei fundo e prometi a mim mesma que ia manter a calma.

Dei duas batidas e esperei.

- Puoi entrare. - Ouvi a voz grossa com o forte sotaque italiano dizer.

Entrei devagar, fechando a porta atrás de mim. Fui até a mesa e me sentei na cadeira em frente a ele.

- Mark disse que queria falar comigo. - Digo cruzando as pernas.

- Por que demorou tanto? - Perguntou sem me olhar.

- Estava tomando café. - Respondi séria.

- Ah finalmente decidiu comer? - Ele perguntou finalmente me olhando.

- O que quer Daniel? - Perguntei respirando fundo.

- Amanhã vão chegar 5 garotas, parte de um lote muito valioso. Elas vão ficar na área leste, então fique longe de lá. - Ele disse e eu franzi.

- Por que vai trazê-las pra cá? Você nunca trás as seus reféns pra cá. - Digo claro sem contar comigo.

Afinal eu sou uma espécie de refém.

- O prédio em que eles ficam esta em reforma, vai ser apenas por três dias. Elas fazem parte de um pagamento muito valioso então não quero perto delas, entendeu? - Perguntou ríspido.

Apenas assenti, sem acredita na forma natural em que ele falava de pessoas como se fossem objetos.

No dia seguinte...

O céu estava estrelado e o clima agradável, sentada em um dos bancos que tinha no grande jardim eu respirava o ar puro.

- Ja esta tarde my queen, não acha melhor entramos? - Mark perguntou sentado do meu lado.

- Não Mark, Daniel saiu e provavelmente só volta de madrugada. Eu quero ficar mais um pouco e aproveita um tempo sem ele me encher a paciência. - Disse sorrindo.

- Aonde estão os seguranças? - Perguntou olhando em volta.

- Eu os mandei para outro lugar, eu queria ficar pelo menos cinco minutos sem ter ninguém me vigiando. - Digo e ele balança a cabeça negativamente.

Sei que Mark apenas tem medo que Daniel se irrite a acabe me machucando, eu também tenho esse medo mas quero apenas cinco minutos.

Der repente um barulho de galho quebrado quebrou o silêncio e me fez olhar em volta, atrás de um dos arbustos pude vê cabelos loiros que se destacavam entre o verde das plantas. Fiz um sinal silencioso para Mark que olhou em direção ao arbustos e foi até lá sem fazer barulho.

- O que faz aqui? Quem é você? - Mark a pegou pelo braço e pude vê a força que ela fez para se soltar.

- Por favor não faça nada comigo, por favor, eu só quero ir embora, por favor. - Ela implorou enquanto Mark a trazia para minha frente.

- Eu fiz uma pergunta. - Mark disse e ela olhou para ele e para mim.

- Meu nome é Helena, eu cheguei aqui hoje de manhã com mais 4 garotas, eu juro que não fiz nada por favor me deixem ir. - Ela pediu mais uma vez e pude vê as lágrimas começarem a descer por seu rosto.

- Não chora, ele vai te soltar mas se você tentar correr não vai longe. Essa casa esta cheia de seguranças armados que podem atirar em qualquer pessoa. - Digo e ela assenti.

Faço um sinal para Mark e ele mesmo relutante me obedece e a solta. Ela cumpriu sua parte e ficou parada em seu lugar.

- Quem te trouxe pra cá? - Perguntei ficando de pé.

- Eu não sei o nome, ele era um homem alto, de cabelos escuros e tinha uma tatuagem de caveira no pulso direito. - Ela disse e logo me lembrei de Felix, homem de confiança de Daniel.

- E como entrou nessa? Foi por alguma agência de modelo? - Perguntei citando o jeito mais comum de que as meninas caiam no golpe do tráfico de pessoas.

- Não, esse homem e mais dois apareceram lá em casa uma noite e disseram que meu pai devia muito dinheiro. Como meu pai não tinha dinheiro pra pagar, fez um acordo com esse homem e me ofereceu como moeda de troca. - Ela disse e eu senti meus olhos lacrimejarem.

Imediatamente lembrei de meu pai e do dia em que ele me deu para Daniel para que ele fizesse o que bem quisesse comigo.

- Você não é daqui? - Mark perguntou.

- Não, eu sou de Veneza. Fui trazida pra cá ontem a noite e pra essa casa hoje de manhã.

- O que vamos fazer my queen? Se Daniel descobre que ela esta aqui pode ser ruim pra você.

- Por favor me ajuda, eu tentei fugir porque eu ouvi um homem falando que eles vão nos mandar pra um prostíbulo. Eu não fiz nada pra merecer isso, por favor. - Ela disse desesperada.

Não posso deixar que ela tenha um destino tão triste apenas porque existem pessoas que se acham donas das vidas das outras.

- Eu vou te ajudar. - Digo firme.

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