
Resumo
Ela sempre sonhou com um grande amor e com o príncipe encantado, mas seus sonhos de menina vieram água baixo quando por uma dívida de seu pai ela se vê obrigada a casar com um homem perigoso, frio, cruel, obsessivo e controlador que tem o prazer em vê o sofrimento da bela morena que passa os dias chorando. Além de ter que lidar com seu marido, ela precisa lidar com a vida cheia de perigos que ser esposa do chefe da máfia italiana trás. Porém em meio a tanta dor e sofrimento ela ainda mantém seu jeito doce e bondoso com todos e tem a esperança que sua vida melhore.
Capítulo 1
P.O.V Safira.
- VAMOS LOGO SAFIRA NÃO TEMOS A MANHÃ TODA. - Ouvi o grito que veio do meu quarto e tratei de sair logo do banheiro.
- Eu já estou pronta Daniel. - Digo passando por ele indo até a cama pega minha bolsa.
- Já disse pra você não usa decotes desse tipo, aqueles palhaços vão estar lá e eu não quero ter que estourar cabeças no dia do casamento do meu irmão. - Daniel disse parando na minha frente com os dentes trincados.
- Você não vai precisar matar ninguém Daniel, meu vestido está de acordo com a ocasião. - Digo olhando para ele.
- Não brinque comigo mia bella, vou ficar de olho em você. Se eu só sonhar que falou, olhou ou tocou em outro homem eu arranco esse seus lindos olhos azuis. - Daniel disse num tom ameaçador apertando meu braço com força.
- Ahhh... Daniel, está me machucando. - Digo e ele me solta.
- Vamos logo. - Disse rude e saiu do quarto.
Suspiro e sigo o mesmo caminho que o dele. Porque ainda tenho esperança de que Daniel mude e ser torne uma pessoa boa? Ele sempre dá um jeito de me machucar e de me amedrontar, eu nunca vou ser feliz. Nunca.
Desço as escadas indo até a grande sala da minha casa onde meu marido, dava ordens aos seus homens.
- Vamos ter muita gente perigosa e importante neste festa, quero todos atentos e prontos para agir. Em caso de ataque a prioridade é minha esposa, peguem ela e levem para um lugar seguro. Entendido? - Ele dizia andando de um lado para outro e depois parou os olhando sério.
- SÌ SIGNORE. - Eles disseram em uníssono.
Eram mais de 20 homens, altos e fortes, vestidos de ternos pretos, armados até os dentes. Todos muito sérios e formais, compenetrados em sua missão, ou seja, eu.
- Vamos. - Daniel estende a mão para mim e eu vou até ele a segurando.
Seguimos para fora da casa onde o Audi A3 preto nos esperava, na companhia de mais 4 carros que nos acompanhariam.
Daniel abre a do carro e para mim e em seguida entra no mesmo. São essas atitudes que eu não consigo entender, ele grita, machuca, bate e é grosso mais abre as portas e puxa as cadeiras. Vai entender.
- Como vão senhor e senhora Benacci - Rubens nosso motorista nos cumprimentou.
- Bem Rubens, e como está Melly? - Pergunto sorrindo lembrando de sua gentil esposa.
- Bem senhora obrigada por perguntar. - Ele disse e eu assenti.
Ele se virou para frente e deu partida no carro sendo escoltado por dois carros a frente e dois atrás.
Me mantive calada o caminho todo, olhando as belas paisagens de Florença. Não demorou muito estávamos em frente a basílica di San Lorenzo, famosa por cedia os casamentos dos maiores mafiosos.
Ainda me lembro quando entrei por aquelas portas e disse sim, estava tão apavorada, mas hoje em dia revendo o vídeo do meu casamento chego a conclusão de que o dia foi lindo, mesmo que eu não tenha aproveitado.
- Vamos Safira. - Daniel disse me tirando dos meus pensamentos.
O Olhei e ele já estava fora do carro com a mão estendida para mim. Me apressei e peguei sua mão saindo do carro.
- Irmão que bom que chegou. - Miguel o noivo estava na entrada da igreja.
- Sossega Miguel, já estamos aqui. - Daniel disse soltando minha mão para abraça-lo.
Ser o chefe da máfia deixou Daniel frio e sério, mas ele sempre demonstrava afeto e carinho para com os pais e os irmãos. Daniel era o mais velho de três irmãos e por isso ser tornou o chefe da máfia assim que seu pai se aposentou, logo abaixo dele vinha Miguel que era seu braço direto e depois tinha Laura, a irmã mais nova que tinha apenas 19 anos. Ao contrário dos irmãos ela não fazia parte dos negócios da família.
- Estou nervoso. - Ele disse sorrindo.
- Vai da tudo certo querido, será um dia incrível. - Digo sorrindo para ele.
- Suas palavras sempre me acalmam suocera. - Ele respondeu e me abraçou.
Miguel era um doce de pessoa, sempre bom e amável comigo. Era um dos poucos homens que podia chegar perto de mim sem meu marido surta e começar a gritar.
- Senhor e senhora Benacci que bom vê-los. - O padre que cuidava da igreja veio nos receber.
- É bom vê-lo também padre. - Daniel apertou sua mão e eu fiz o mesmo.
- Bom acho que já esta na hora. - Miguel disse e todos assentimos.
Como chefe e irmão do noivo Daniel entraria na igreja, simbolizando que aprovava a união. Em seguida o padre e logo atrás o noivo que ficaria no altar esperando a noiva. Como esposa de Daniel eu o acompanharia.
Nos posicionamos na porta da igreja e ela foi aberta. Fizemos como previsto e nos sentamos na primeira fileira, lugar reservado para a família do noivo.
Logo o padre entrou sendo seguido por Miguel e foram até o altar se posicionando, logo a marcha nupcial começou e a noiva adentrou a igreja ao lado de seu pai.
Ela era muito bonita e seu sorriso a deixava mais linda ainda, seu rosto parecia iluminado e ela transmitia felicidade. Vê sua felicidade me fez lembrar do dia em que entrei por essas portas e disse sim a Daniel, diferente dela meu rosto estava fechado e ao invés de felicidade eu transmitia tristeza.
Me casei obrigada por uma dívida do meu pai com a família Benacci. Eu era uma adolescente normal de 18 anos, morava no Brasil com meu pai e estava no primeiro ano de medicina e levava uma vida confortável, tinha amigos e ficava com o menino mais lindo do campus. Eu tinha a vida perfeita.
Mas um dia tudo mudou, eu saí uma hora mais cedo da faculdade e voltei pra casa. Quando cheguei flagrei a cena mais horrível que já tinha visto na vida, papai estava ajoelhado na sala e Daniel tinha uma arma apontada para sua cabeça. Me desesperei e comecei a gritar mais um dos seguranças me conteve e Daniel me revelou que meu pai era um traficante de drogas e armas e que devia muito dinheiro para a máfia Benacci.
Papai não tinha o dinheiro e então Daniel iria matá-lo, mas ao invés disso ele resolveu poupar a vida dele e em troca ele me levaria para Itália. Protestei e comecei a chorar, implorando para papai dizer não, mas ele ignorou meus pedidos e aceitou o acordo.
No começo não entendia muito bem o porque Daniel me queria, eu era uma menina de 18 anos, estrangeira e assustada, depois descobrir que já estava na hora de seu pai se aposenta e ele só iria poder assumir o cargo se estivesse casado e se casando comigo ele teria uma esposa que poderia controla facilmente.
Fui tirada dos meus pensamentos assim que senti uma mão aperta minha coxa. Olhei para baixo e vi a mão de Daniel.
- No que está pensando? - Perguntou no meu ouvido.
- Nada. - Respondi sussurrando.
- Não minta pra mim, você parecia longe. - Disse e eu o encarei.
- Quer controla até meus pensamentos agora? - Perguntei indignada.
- Sim. Sabe porque mi angelo? Porque tudo em você me pertence. - Disse apertando minha coxa.
- Está me machucando. - Disse ele soltou voltando a atenção para o casamento.
Suspirei e voltei a atenção para a cerimônia. E realmente foi linda e confesso e me emocionei na hora dos votos. Logo a cerimônia acabou e seguimos para o sítio da família Benacci onde aconteciam todas as festas da máfia.
Assim que chegamos Daniel me deixou sozinha e foi fala com o pai da esposa de Miguel que era chefe da máfia Calazar. Fiquei sentada na mesa até que uma linda moça de cabelos loiros e cacheados se sentou ao meu lado.
- Ahhh obrigada, obrigada. - Ela disse me abraçando.
- Porque está agradecendo Laura? - Perguntei para minha cunhada que sorria sem parar.
- Por você te convencido Daniel a fala com meu pai para deixar eu morar com vocês. - Disse e eu sorri.
- Ah querida não precisa me agradecer, o bom é que você vai me fazer companhia e vai poder conhecer os gatinhos de Florença. - Disse sorrindo.
Quando me casei com Daniel tinha 18 anos e Laura apenas 14, então passei com ela por todas as fases da adolescência. A menstruação, o primeiro beijo, o primeiro namorado e tantas outras.
Antes que ela pudesse responder foi interrompida por seu pai que estava ao lado de Daniel.
- Me deseje sorte suocera. - Disse e se levantou, indo até eles.
Sorri vendo sua animação e sua alegria.
- Buongiorno bela Safira. - Uma voz disse atrás de mim me fazendo arrepiar toda.
Me virei e vi Carlos Benacci, o irmão mais novo do meu sogro e um velhote depressível que nunca aceitou o fato de perde o cargo de chefe da máfia para Daniel.
- Como vai senhor Carlos? - Perguntei educadamente.
- Eu vou bem minha querida e você? - Perguntou sorrindo.
- Ela vai muito bem, Carlos. - Antes que eu pudesse dizer algo Daniel surgiu do nada.
- Daniel, sempre em alerta, de olho em quem se aproxima de sua bela esposa. - Carlos disse com um sorriso cínico.
- Temos sempre que cuida do que é nosso não é mesmo? - Daniel respondeu.
Porém aquela resposta ia muito além de mim, ele com certeza se referia a máfia.
- Sabe minha querida, quando eu a vi pela primeira vez percebi o quanto era bonita de rosto e de corpo, tive a certeza que seria uma ótima parideira. - Disse me olhando de cima a baixo.
Esse homem realmente é muito desagradável, e sem nenhuma noção.
- Mas parece que eu me enganei não é mesmo? Já estão casados a quatro anos e nada de um herdeiro. - Disse com fingindo lamento.
- Vamos ter um filho quando chegar a hora, não quero ter filhos e os mandar para o quinto dos infernos como você. - Daniel disse visivelmente irritado.
- Oh céus acabou de me ocorrer que o problema pode não está na moça e sim em você meu sobrinho, talvez o trabalho esteja pesando e você não esteja conseguindo dar conta do recado. - Ele disse sorrindo.
Olhei para Daniel e pude vê seu olhos verdes num tom escuro, peguei sua mão a apertei o fazendo me olhar. Ele me encarou e eu fiz um pedido silencioso para que ele se acalmasse.
Não sei se foi milagre divino, mas felizmente ele me atendeu e respirou fundo.
- Se eu fosse você cuidaria da sua mulher, e não da minha pois pela cara dela é você que não está na melhor forma, titio. - Daniel sorriu e foi a vez de Carlos fecha a cara, se levanta e sai.
- Velho imundo. - Disse se sentando ao meu lado.
- Se acalme, hoje é o dia do seu irmão. - Disse apontando para Miguel que sorria sem parar.
Daniel olhou para para o irmão e deu um pequeno sorriso. Mas logo voltou a sua posição ereta e sem expressão.
- Venha, vamos fala com o outros capos. Não posso te deixar sozinha nem por um segundo que os abutres já caem matando. - Ele disse se levantando me puxando junto.
E assim passei a festa toda, de um lado para o outro com meu marido louco.
