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Capítulo 4: O reencontro...

Durante o jantar, Yolanda está de olho em seu filho e neta e sabe que o clima está bem estranho entre eles. Como ela não em papas na língua, ela solta uma indireta para eles.

- Pelo visto o caso que você está estudando uma melhor estratégia, não foi bem sucedida não e minha neta?

Ela leva uma almôndega a boca, enquanto Eduarda toma um gole do seu suco de laranja. Emilio continua a comer calado. Yolanda olha fixamente para o seu filho, sabendo que ele aprontou mais uma vez algo contra a sua neta.

Isso a deixa triste profundamente, já que a mesma não gosta de cero excesso de zelo na proteção a sua neta. Ao olhar de relance para a sua mãe, ele vê que ela o encara e ele engole em seco e suspira profundamente.

Olhando para a sua filha que apenas acena em confirmação para a sua avó depois do que ela disse, ele segura na mão da sua filha e lhe pede desculpas.

- Filha, me desculpa por ser esse pai extremamente zeloso com você. Só não quero que nada de mal lhe aconteça.

Ela sorri fraco e o encara.

- Eu entendo pai, mas sinceramente eu já sou uma mulher adulta, dona do meu próprio nariz e nada irá me acontecer.

- Entendo e respeito isso. Mas, pelo menos esse caso, deixa para outro advogado.

O seu pai em súplica, pede a sua filha, mas ela o surpreende se negando.

- Desculpa pai, mas dessa vez não. Eu quero fazer isso. Eu sei que ele não fez isso, algo me diz que não fez.

- Mas ele com certeza fez outras coisas querida. Por favor, não aja por impulso.

Enfurecida, ela o olha com raiva. Uma raiva por ele ainda a tratar feito criança.

- Não estou agindo por impulso. Eu estou agindo conforme o meu profissionalismo determina. Eu luto por justiça. Ele pode ser o culpado por outras coisas das quais nem sequer o pegaram por isso, mas sobre esse assunto, ele tem álibi que indica que não tem culpa por essa moça.

- Mas... – Vendo o filho começar a se desesperar, a sua mãe o interrompe segurando a sua mão.

Eduarda coloca o guardanapo que estava sobre o seu colo na mesa e se levanta. Ela olha para os dois ali na sua frente e se desculpa antes de sair.

- Me desculpem, mas eu perdi o apetite. Vó, eu sei que a senhora fez na melhor das intenções, mas com o cabeça dura do meu pai não dá para conversar assim.

Ela beija a sua avó, se despede com uma olhada para o seu pai e sai da mansão voltando para o seu apartamento.

- Eduarda! – Emilio vocifera o seu nome dando um soco na mesa de jantar.

Yolanda, vendo que errou em tentar apaziguar os dois, segura a mão do seu filho tentando acalma-lo.

- Me desculpa filho. Eu sei que errei em tentar fazer vocês conversarem, mas o clima estava insustentável na mesa.

- Não se preocupa mãe. Mas a Eduarda me tira do sério. Porque os filhos crescem?!

Yolanda ri e o seu filho a olha sem entender o porquê ela está rindo.

- Do que a senhora está rindo?

- De você. De quem mais seria?

- De mim! Por que?

- Você e a Eduarda em o mesmo gênio e sinceramente Emilio, você era igualzinho a sua filha quando jovem.

- Ah, mamãe. Não diga uma coisa dessas!

- Digo e repito. Vocês são iguais no gênio sim. Agora, você entende quando pegava no seu pé quando jovem.

- Nem me fale mãe. Com certeza estou agora pagando os pecados.

- kkkk. Mas filho, seja o que for, seja mais maleável com a Eduarda. Deixe-a exercer a profissão dela.

- Eu sei mãe, mas é difícil depois que perdi o meu amor. E se ela souber que aquele rapaz representa para a sociedade, ela deixaria ele por lá mesmo na cadeia.

- Deixe a Eduarda descobrir por si mesmo. Ela não terá nós dois para sempre. Filhos são criados para o mundo e não para nós, lembre-se disso.

Ele apenas acena em afirmação se sentindo chateado em como o jantar terminou.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Na manhã seguinte, após uma péssima noite de sono de Eduarda, ela se arruma seguindo para o seu escritório. Ela não está no seu bom humor.

Assim que entra na recepção, Luana a sua recepcionista e secretária está a esperando.

- Bom dia Luana! Júlio, está no escritório dele?

- Bom dia! Sim senhora, ele está...

Antes que ela pudesse dizer que ele estava na sala ocupado, ela abre a porta abruptamente se chocando com a cena que ela presencia.

- Que merda é essa aqui?!

Júlio, estava sentado na sua cadeira e uma mulher ajoelhada em sua frente aliviando-o com a sua boca na sua intimidade. O susto foi tanto, que ele retira a mulher de perto dele, a jogando no chão.

- Du-da, eu posso explicar.

- Saia! – Ela vocifera para a mulher que está se ajeitando no chão e se levantando.

Os olhos arregalados de Júlio, mostram o quanto ele está envergonhado por ser pego em flagrante no seu escritório. Eduarda, enquanto segura a porta para a mulher que está ali sair, ela ironicamente dispara para ele se ajeitar.

- Arrume as calças Júlio.

Vendo que ainda está em um estado vergonhoso, ele ajeita a calça e ao fechar o zíper, acaba prendendo um pouco da pele e retrai fazendo uma careta em dor. Se Eduarda não tivesse com tanta raiva, ela acharia aquilo muito engraçado. Mas ela mentalmente fala bem feito para ele por ser tão intrometido na vida dela.

Assim que a mulher sai, ela fecha a porá. Os seus olhos estão injetados em raiva. Ela olha para ele furiosa.

- Posso saber o que significa tudo isso? Sei que não temos nada um com o outro, mas aqui é um ambiente de trabalho e você deveria se dar ao respeito. Tenha mais ética sobre isso. Aqui não é motel.

Envergonhado, Júlio abaixa a cabeça. Se antes ele já tinha uma chance quase nula, agora com isso que ela presenciou, as suas chances se acabaram de vez.

- Mas, eu vim aqui falar sobre outra coisa.

Erguendo a sua cabeça, ele olha para Eduarda e ela continua.

- Quando você quiser falar algo para o meu pai sobre os casos que estamos defendendo ou ter defendido, é melhor deixarmos de ser sócios.

- Como assim, do que está falando Duda? – Júlio não entende o que ela diz.

- Olha, só vou deixar claro que, eu vou reencontrar com o meu cliente e sim, o nosso escritório vai defende-lo. Agora me dá licença.

Ele tenta argumentar, pois não sabe do que ela está falando. Eduarda, segue para a garagem e vai até o presídio em que Henrique está.

Alguns minutos depois, ela chega ao presídio.

- Vim falar com o meu cliente Henrique Fontes.

- Vou leva-la a sala especial doutora Medeiros. Daqui a uns minutos, o preso estará aqui.

Ela apenas acena em afirmação. Entrando na sala especial, ela senta-se na cadeira frente a porta e aguarda a chegada do seu cliente.

Minutos depois, a porta se abre. Ao olhar em direção a porta, os olhos de Henrique cruzam com os dela. Ele sorri e murmura.

- Olá dona. Nos reencontramos novamente.

Ela engole em seco.

Continua...

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