Capítulo 3
Para mim, o Rio de Janeiro traz tristeza. Foi no Rio que fui a garota mais feliz do mundo. Eu tinha um namorado maravilhoso e sexy. Ele não era apenas bonito, mas também inteligente e talentoso. Ele me comovia profundamente. Toda vez que eu ia ao Rio, era para vê-lo, para estar com ele, para me sentir amada.
Foi também no Rio que sofri o maior desgosto da minha vida. Dizem que o mais difícil é a separação. Bem, no meu caso não foi diferente.
Cauã e eu nos conhecemos em Poços de Caldas, enquanto eu visitava minha irmã. Eu sabia quem ele era. Tinha visto suas novelas, mas naquele dia fingi não conhecê-lo, o que ele achou intrigante. Eu já era modelo, mas nada muito glamoroso, então não sabia que ele estava na indústria.
Tínhamos tanta química, o sexo era simplesmente perfeito. Nós nos adorávamos mutuamente. Havia dias em que passávamos horas trancados em nosso apartamento fazendo amor, fins de semana chuvosos nos amando.
Quando comecei a ficar famosa, começou o ciúme. No início, achei que era fofo, que ele era superprotetor. No final, não sabia se ele estava com ciúmes de mim ou da fama.
Um dia, cheguei em casa depois de uma sessão de fotos e ele estava lá, no nosso quarto, com seu corpo perfeito, todo suado, em cima de uma garota. Ela era linda e seus olhos se fixaram nos meus enquanto ele chegava ao clímax dentro dela. Eu não sabia o que fazer, simplesmente fiquei lá olhando para eles enquanto se vestiam. Ele nem se arrependeu. Simplesmente disse:
“Preciso de alguém para cuidar, não de uma vadia fria que só se preocupa consigo mesma e com o trabalho”.
— Alô? Maca? Você está aí? O que aconteceu, querida?
Olhei para aquele homem bonito que me observava com sincera preocupação e não consegui evitar que uma lágrima rolasse pelo meu rosto. Ele me abraçou e olhou nos meus olhos. Azuis contra azuis.
—Por favor, me diga. Quero que você melhore. Eu vou te curar.
— Não é nada, só estou fazendo bobagem.
—Você sabe que pode confiar em mim, não é? —
Eu apenas acenei com a cabeça.
— Bom. Chegamos. Vamos nos divertir um pouco antes que nossas miniférias acabem.
Depois de pegarmos nossa bagagem de mão, ele me pegou pela mão e me ajudou a sair do avião. Pegamos nossa bagagem em silêncio. Eu sei que ele estava tentando me dar espaço. Fomos para a área de recepção e vimos um homem baixo, com um terno amarrotado, segurando uma placa que dizia:
Sr. e Sra. DORNAN
Não posso dizer que isso não me animou. Ele olhou para mim com um largo sorriso.
—Admita! Você gostou daquele cartaz.
Pisquei para ele e fui até o motorista.
—Com licença, senhor. Somos o Sr. e a Sra. Dornan.
Bom dia, senhora! Bem-vinda ao Rio! Meu nome é Julio e serei seu motorista.
—Prazer em conhecê-lo, Julio. Meu marido precisa de ajuda com a bagagem.
—Claro, senhora! —
Manuel me olhou com a boca aberta e então seus olhos brilharam perigosamente.
—Deixe-me ajudá-la com a porta, meu amor—
E começamos um jogo perigoso.
Chegamos ao Hotel Copacabana com um sorriso e relaxados. Na recepção, a simpática moça que nos atendeu disse:
- Houve um erro na reserva, sua reserva era para dois quartos separados, mas graças ao Julio, que ligou para avisar que você ia se casar, consegui fazer um arranjo e conseguir um terno para você.
Ah, cara! Que jogo perigoso!
Olhei para ele e ele estava sorrindo sarcasticamente. Odeio quando ele faz isso. Vamos jogar então!
- Oh, desculpe pelo erro e obrigado por resolver - .
Tony irá acompanhá-lo até sua suíte. Tenha uma boa estadia conosco e aproveite Rio!
Chegamos ao elevador e Manuel está com seu sorriso de “estou impressionado”. Ponto para mim!
Nosso quarto era lindo, com vista para o mar e, para nossa sorte, a cama era enorme. Dois adultos podem fazer isso, certo? Ai, ai, ai!
—Sra. Dornan, estou tomando banho para que você possa me levar para passear. Se sentir minha falta, sabe onde me encontrar.
Meu rosto estava em brasa. Ponto para Manuel.
Começo a desfazer as malas e decido vestir um biquíni, um short e uma blusa. Quando Manuel sai do chuveiro, está apenas com uma toalha enrolada na cintura. Minha boca ficou seca. Fiz-me interessante e disse:
- Você vai precisar da sua sunga, Dornan.
- Não devo nada a ninguém, amor -
— Agora sim! Mais tarde você vai me agradecer, querida!
E tiro da minha mala um minúsculo calção azul, típico dos brasileiros. Combina com os olhos dele. E com os meus.
Fui ao banheiro arrumar meu cabelo e dar um pouco de privacidade a ele. Quando voltei, ele estava tão bonito que tive que usar toda a minha força de vontade para me controlar.
Levei-o para passear pela Orla, bebendo água de coco. Eu ria de algo engraçado que ele disse quando, de repente, ouvi uma voz atrás de mim me chamando.
- Maca, meu amor! -
E não precisei me virar para saber quem era.
Oi, Cauã.
Me virei e vi esse deus brasileiro com um bronzeado perfeito. Por que ele é tão bonito? Meu coração parou quando ele estendeu a mão, me puxou para mais perto e me abraçou. Ele tinha surfado e eu podia sentir o cheiro do mar em sua pele. Seu perfume natural. Meu Deus, Genesis em concentrado!!! Esse é o cara!
- Você está linda!!! Linda como sempre -
- Obrigada -
Estou ficando vermelha. Por que estou ficando vermelha? De repente, senti uma forte pressão na cintura e, em um instante, estava ao lado de Manuel, voltando à realidade.
- Cauã, este é Manuel Dornan - .
Cauã dirigiu-se a ele com um lampejo de raiva nos olhos. Manuel estava irritado. Eu sabia pelo seu sotaque irlandês, que era particularmente forte.
- Como você está? -
- Beleza?
- Eu sou o namorado.
- Eu sou o primeiro amor.
Toda a situação mudou. Não se tratava mais de Cauã e eu. Agora era uma competição de quem mijava mais longe entre esses dois homens lindos. Eu tinha que parar isso.
- Querido, minha água de coco está quente, compramos outra? -
Manuel me olhou surpreso ao ver que era com ele que eu estava falando.
- Claro que sim, amor! -
- Cauã, foi bom te ver. -
— Não, não, não, Maca! Você não vai sair do meu lado. O que você está fazendo aqui com esse cara? Onde você mora agora?
- Não sei do que você está falando. Só estou curtindo a praia com meu namorado. Não tem nada acontecendo. Nos vemos por aí.
Onde você está hospedada? Pare de brincar de Génesis! Precisamos conversar!
— Não, não, Cauã! Estamos bem! Está tudo bem! Eu não vim por você. Nem planejava te ver.
—Eu ainda quero falar com você —
—Bem, você não vai! Você já ouviu. Ela está aqui comigo...
- Não estou falando com você, idiota!! -
—Tudo bem, tudo bem, já chega. Cuidado! Eu me despedi.
Peguei a mão de Manuel e o levei para a praia. Eu podia senti-lo tremer, e não tinha nada a ver com meu toque. Era pura raiva. Sentamos em um bar e ele se virou para mim.
Aquele tipo irritou-me imenso. Tens muito que explicar. E vais fazê-lo agora. Não te vou dar mais tempo. Podes começar, menina.
- Eu entendo que você esteja irritado, mas eu...
—Irritado??? Você não viu nada que me irritasse! —
-Manuel...
- Não me mande agora! -
De repente, a garçonete que tentava anotar o pedido pigarreou para chamar nossa atenção e recebeu um olhar ameaçador de Manuel. Esse homem não está irritado! Ele está furioso!
—Manuel, acalme-se, por favor. Você vai ter um ataque cardíaco. E assustou nossa garçonete. Vamos voltar para o hotel e eu te explico.
- Tudo bem - .
Pedi desculpas à pobre garota, que parecia confusa. Tentei segui-lo. Ele não andava, corria.
Ao chegar ao hotel, havia pessoas entrando no elevador e ele me impediu de entrar.
- Vamos esperar o outro -
Quando entramos no outro elevador, ele me empurrou contra a parede e me beijou com força, inclinando minha cabeça e puxando meu cabelo. No começo, fiquei lá, atônita. Mas sua paixão, a necessidade do seu beijo, me trouxe de volta ao momento. E eu retribuí o beijo. Derramando toda a minha paixão no beijo. Meu coração partido. Minha dor. Toda a frustração sexual que sentia ao seu redor. Ele apertou meu corpo contra o dele e pude sentir sua ereção contra minha barriga. Esse homem me deseja e, neste momento, a única coisa que quero é ele.
O elevador parou, trazendo-nos de volta à realidade. As portas se abriram e ele me arrastou para fora, empurrando-me contra a parede do corredor. Ele olhou nos meus olhos; havia desejo e raiva em seu olhar.
— Não vou tocar em você agora, quero fazer amor com você, não apenas transar. Se eu tocar em você agora, vou transar com você... com força. Vamos entrar no nosso quarto, abrir uma garrafa de vinho e você terá uma longa história para contar. E, querida, sou todo ouvidos.
Minhas pernas ficaram bambas. Ele acabou de me prometer que vai fazer amor comigo. Eu só quero ele. Em todos esses dias, aprendi muito sobre ele. Agora eu sei. Este é o único homem que eu quero.
Entramos no nosso quarto e eu sentia como se estivesse enlouquecendo ao observar a cena. Ele foi até o bar, pegou um Cabernet Sauvignon chileno e começou a abrir a garrafa e procurar as taças. Tudo o que eu pude fazer foi sentar e olhar para a lareira falsa enquanto pensava: quem colocaria uma lareira no Rio?
Ele olhou para mim e me ofereceu um sorriso tranquilizador.
—Maca, querida, desculpe por ter te assustado. Não pretendia imitar Christian Grey. Embora eu só concorde com ele no gosto por elevadores. Simplesmente me afeiçoei a eles.
—Que piada, Dornan! Você me assustou muito!
Ele caminhou em minha direção, me deu uma taça de vinho e me beijou nos lábios.
Eu pisquei. Tudo era avassalador: o beijo dele, o olhar dele, o aroma do vinho. Não consegui evitar me sentir desesperada.
Ele segurou meu rosto com delicadeza e prendeu uma mecha do meu cabelo entre os dedos.
