Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR FUGIR

Eder não hesitou nem por um segundo, empurrou Victoria violentamente, e ela caiu de joelhos diante de Salvatore. Ela levantou o olhar, e o homem a estava encarando diretamente. Ele estendeu a mão e a ajudou a se levantar novamente.

Cada uma das ações de Eder alimentava o ódio de Salvatore por ele.

«Muito bem, senhor, este foi um ótimo negócio.» Eder estendeu a mão para seu chefe, mas Salvatore a deixou no ar.

«Saia!» Salvatore cuspiu, furioso. Eder saiu do escritório sem dizer outra palavra.

Uma única lágrima escorreu pela bochecha de Victoria. Ela encarou diretamente os olhos do chefe de seu marido. Salvatore se aproximava lentamente dela, e Victoria notou a arma presa à sua cintura. Ela sentiu que estava sendo arrastada para o inferno, e isso a gelou até os ossos. Ainda assim, tentou levantar a cabeça, cerrou os punhos e o olhou com desprezo.

Ela enxugou a lágrima da bochecha e gritou, furiosa:

«Eu também estou indo embora! Não tenho motivo para estar aqui!»

Salvatore permaneceu em silêncio, examinando-a da cabeça aos pés. Sua expressão mudou, ficando mais sombria.

«Você não vai a lugar nenhum, Victoria. Você fica comigo até meu filho nascer.»

«O quê? Você está falando sério?» Victoria balançou a cabeça. «Seu filho? Isso foi um plano entre você e aquele bastardo para me engravidar! Eu nunca terei esse bebê! Você não pode me forçar a ficar aqui com você.»

Salvatore revirou os olhos e deu de ombros, como se não fosse nada.

«Claro que posso te forçar, Victoria. Não me desafie», ele retrucou, sua voz firme, quase rosnando. Ele a olhou com desejo, não conseguia parar de pensar na forma como o corpo dela havia sido devorado por ele naquela noite sem restrições. Talvez ela não fosse apenas a mãe de seu filho; talvez se tornasse sua pequena boneca obediente, uma que pudesse satisfazer todos os seus desejos, assim como da última vez.

Victoria engoliu em seco. E embora sentisse que poderia desabar sob o peso de saber que estava possivelmente desafiando o próprio diabo, ela não baixou a guarda. No fundo, ela não conseguia ignorar o modo como ele a olhava, aqueles olhos intensos, aquelas mãos grandes, e aquela boca. Como ela desejou não se lembrar do momento em que os lábios dele consumiram seus seios. E ainda assim, ele não passava de um homem violento e desprezível.

Ela balançou a cabeça, afastando aqueles pensamentos estúpidos, e mais uma vez, com arrogante desafio, ela o encarou.

«Bom, eu não terei essa criança. Vou abortar. Não trarei um filho de mafioso a este mundo. Não tenho medo de você, não importa quantas armas você tenha.» Ela cerrou os punhos e manteve o olhar fixo no dele.

Salvatore franziu a testa e balançou a cabeça. Nenhuma mulher o havia rejeitado antes.

«Por favor, não torne isso mais difícil do que já é. A surpresa do seu marido foi suficiente. Agora, você deve pagar pelo erro dele.»

«Não me importa o que você diga. Estou saindo!»

Determinada, Victoria virou-se para a porta, mas mal havia dado um passo quando Salvatore a agarrou pelo braço, apertando-o levemente, forçando-a a girar até que estivesse totalmente de frente para ele.

O contato foi direto. Intenso. Estavam tão próximos que mal conseguiam distinguir a respiração um do outro.

Naquele breve instante, Salvatore lembrou-se da noite que passara com ela e do quanto desfrutara de sua pele. Embora ela resistisse ao seu toque, ele sentia uma necessidade quase insuportável de senti-la novamente. Sem hesitar, com ela tão perto, ele deslizou a mão para a bochecha dela e a acariciou com desejo.

Victoria estremeceu instantaneamente. Aquele toque parecia familiar.

Salvatore não conseguia suportar a vontade avassaladora de provar os lábios dela novamente. Ele se aproximou e, incapaz de se conter, chocou a boca contra a dela.

Ele segurou o rosto dela e começou a beijá-la com paixão.

Victoria fechou os olhos e, por um momento, retribuiu o beijo. Um calor escaldante varreu seu corpo, forçando um suspiro de seus lábios. Aquele beijo... ela estava gostando.

No entanto, …

«Seu maldito bastardo!» Victoria se afastou bruscamente, empurrando Salvatore com força suficiente para fazê-lo cambalear. «Não me toque! Você é um maldito estuprador! Idiota! Cretino! Eu vou sair daqui. Vou abortar imediatamente.»

Novamente, Victoria virou-se, indo em direção à porta, mas Salvatore a pegou de novo — desta vez apertando seu braço com mais força.

«Você tem certeza? Eu diria que estava gostando.»

«Ai!» Victoria gritou, e ele a olhou com fúria.

«Victoria...» Salvatore cerrou os dentes. «Você não pode escapar de mim, especialmente não com meu filho em seu ventre. Droga, você não tem escolha! Eu te disse, não torne isso mais difícil.»

Ela tentou se libertar do aperto dele, mas foi impossível. Lentamente, Salvatore a soltou, e ela esfregou o braço. Não era que ele a tivesse apertado demais... mas ela estava começando a sentir um medo genuíno dele.

Sem tirar os olhos de Victoria, Salvatore pegou o celular e discou para seu homem de confiança.

«Giordano, leve essa mulher para onde discutimos.»

Os olhos de Victoria se arregalaram, confusa.

Dois segundos depois, três homens entraram na sala.

Salvatore colocou o mesmo capuz escuro sobre a cabeça dela que ela usara ao chegar com Eder, e juntos, eles a arrastaram à força.

«Não! Me soltem! Para onde estão me levando? Isso é sequestro, vou denunciar! Não, esperem!»

________________________________________

Algumas horas depois, eles chegaram ao destino.

Jordano puxou Victoria para fora do carro e removeu seu capuz. Eles haviam chegado a uma grande mansão no meio do nada, mas em vez de se dirigirem à entrada principal, foram para um pequeno cômodo atrás do edifício.

Um dos homens destrancou o cadeado, e Jordano a empurrou para dentro. Então, desamarrou suas mãos e fechou a porta atrás dela.

Quando Victoria se viu naquele lugar sombrio e frio, começou a chorar desesperadamente.

«Me tirem daqui! Eu quero sair! Me soltem!»

Ela nem sabia quanto tempo gritou, mas, é claro, ninguém veio em seu socorro.

Eventualmente, o cansaço a dominou, e ela adormeceu no chão frio do cômodo. Quando acordou no meio da noite, tremendo de frio, procurou a cama no fundo e se deitou nela.

Inesperadamente, aquela cama estava impregnada do cheiro daquele demônio, o que fez seu corpo tremer.

Naquele momento, as lembranças da noite em que concebeu seu filho invadiram sua mente, e seu corpo estremeceu. Ela não conseguia se lembrar claramente do rosto de Salvatore, mas conseguia recordar como ele a havia feito sentir e a paixão daquele encontro.

Ela levou o dedo indicador aos lábios e fechou os olhos, evocando o beijo que ele lhe dera no escritório. Seu coração batia ferozmente.

Ela balançou a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos, mas por mais que tentasse, a imagem de Salvatore e a sensação daquele beijo não paravam de persegui-la.

Ela… havia gostado?

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.