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ELA FICA COMIGO

«Seus traidores imundos!»

Victoria cerrou os punhos com raiva. Um turbilhão de emoções a sacudia por dentro: o amor estava se transformando em ódio, e a dor, em uma incontrolável sede de vingança. Ela se aproximou do marido e o olhou diretamente nos olhos.

«Seu maldito traidor! Desde quando você está me traindo com a minha irmã, Eder?»

Sua voz tremia, pesada de desilusão.

Eder a olhou com frieza e indiferença. Ele não era mais o homem que ela amara um dia, nem aquele que ela pensava conhecer. Enquanto isso, Carolina se empoleirava descaradamente na escrivaninha, exibindo um sorriso zombeteiro, claramente desfrutando do espetáculo.

«Victoria, querida... Não é o que você pensa», Eder mentiu, sem o menor pudor.

«Ah, não é?» Os olhos de Victoria moveram-se do rosto da irmã para o do marido, como se buscasse neles um resquício de humanidade. «Como você pôde?»

Eder deu de ombros com total indiferença, afastando-se do caminho dela. Acendeu um cigarro com uma calma insultante antes de responder:

«A culpa é sua, Victoria. Você parou de me tratar como seu marido. Nossas noites se tornaram frias e chatas. Você não me dava mais um bom sexo, então tive que recorrer à Carolina... ela sabe como fazer direito.»

Carolina passou pela irmã com arrogância, empurrando-a sem o menor cuidado antes de agarrar o braço de Eder possessivamente.

Victoria sentiu seu mundo desmoronar. Seu peito apertou — cada palavra uma adaga cravada direto em sua alma. A dor era tão profunda que, por um momento, ela pensou que poderia morrer dela.

«Você é tão tola, irmãzinha. Enquanto você estava obcecada em ter um filho, eu estava dando prazer ao seu marido.» Carolina a olhou de cima a baixo e deslizou uma mão atrevida pelo braço de Eder.

«Não! Por favor... isso não pode estar acontecendo.» Victoria balançou a cabeça desesperadamente, a voz embargada entre soluços. «Não é minha culpa... Eu te amo, Eder. Sempre te amei, incondicionalmente. Por que você está fazendo isso comigo? E... me diga a verdade... É verdade que você me entregou a outro homem?»

Eder exalou uma nuvem de fumaça e a encarou com um desapego glacial. Não havia compaixão em seus olhos, nem um traço do amor que ele um dia jurou a ela.

«Victoria, se você realmente me ama e quer outra chance comigo, você dará um herdeiro ao meu chefe, Salvatore Mancini. Ele é o pai... e essa será a sua maior prova de amor.»

Ele se aproximou e roçou a bochecha dela, marcada pelas lágrimas, mas Victoria afastou a mão dele com nojo. Seu mundo estava desmoronando diante de seus olhos; era como estar presa em um pesadelo sem fim.

«Nem morta! Eu não darei meu filho a ninguém. Isso não pode ser real!»

Eder agarrou seu braço com força, forçando-a a olhá-lo.

«Querida, se você me ama, fará o que eu digo. Você não tem escolha.»

«Não!» ela gritou em desespero, sentindo o sangue ferver de raiva. «Eu vou abortar essa criança. Não vou levá-la adiante. Não vou te dar nada!»

A expressão de Eder escureceu. Seus traços se retorceram em algo cruel e impiedoso enquanto ele apertava o braço dela com força brutal.

«Você não tem escolha, Victoria.»

«Sim, eu tenho!» Ela tentou correr para a porta, mas antes que pudesse alcançá-la, sentiu uma parede de força detê-la. Escapar não seria tão fácil.

Eder e Carolina não lhe deram trégua. Enquanto Victoria lutava desesperadamente por sua vida, eles amarraram suas mãos e pés, arrastando-a para fora da mansão sem que a empregada percebesse. Enfiaram-na no porta-malas do carro como um mero objeto.

Eder dirigiu por uma hora. Quando o carro finalmente parou e o porta-malas foi aberto, um arrepio frio percorreu a espinha de Victoria. O pânico a dominou no momento em que ela reconheceu o lugar: a Corporação Mancini, a fachada do chefe da máfia mais poderosa da cidade, usada para encobrir seus negócios obscuros. Sua mente pintou uma imagem aterrorizante do chefe de seu marido, um criminoso violento que matava sem hesitar.

A caminhada até o escritório pareceu interminável. Eder não pediu permissão, nem se anunciou. Ele invadiu o escritório de Salvatore Mancini, cercado pelos homens do mafioso. Com um empurrão, jogou Victoria no chão diante dele.

Salvatore levantou o olhar, visivelmente irritado.

«Por que você está aqui, Eder? Eu não te chamei.»

Eder deu um sorriso calculista.

«Senhor, eu trouxe algo que talvez lhe interesse.»

A cabeça de Victoria estava coberta com um capuz escuro. Sem aviso, Eder o puxou, expondo o rosto dela.

Salvatore sentiu um choque perfurar seu peito. Seu olhar se fixou nela, atordoado. Aquela mulher... era a mesma que havia se metido em sua cama noites antes. O que ela estava fazendo ali?

Sua mandíbula se contraiu.

«O que isso significa, Eder?»

Eder sustentou seu olhar com descarada desafio, saboreando o momento.

«O senhor sabe perfeitamente o que significa, senhor. Permita-me apresentar Victoria Ventura, minha esposa. Ela está esperando o seu filho. Lembra-se daquela noite?»

Victoria balançou a cabeça, confusa. Seus olhos se fixaram em Salvatore e, para sua surpresa, ele não inspirava o medo que ela havia imaginado. Havia algo nele — uma conexão inexplicável que a fazia sentir-se menos aterrorizada. Mas quando ela processou a brutal confissão de seu marido, sentiu o chão desaparecer sob seus pés.

«Não estou entendendo uma porra, Eder. O que diabos está acontecendo aqui?»

Eder, no entanto, sorriu sem pudor.

«Chefe, vou lhe dar o seu herdeiro... em troca de cinco milhões e o controle sobre o território norte. Essa zona tem que ser minha.»

«O quê? Você está vendendo sua esposa por dinheiro?» Salvatore olhou para ele com total nojo. Em todos os seus anos na máfia, ele havia visto homens cruéis, mas até os mais impiedosos deles respeitavam suas esposas.

Eder deu de ombros com cinismo.

«'Vendê-la' soa muito duro, meu senhor. Chamemos de troca. E se você não aceitar...» ele fez uma pausa, «eu mesmo quebro o pescoço dela.»

Em um único movimento, Salvatore encurtou a distância e desferiu um soco brutal no rosto de Eder. Sangue jorrou de seu lábio.

Eder não se moveu. Não porque não quisesse revidar, mas porque estava cercado pelos homens de seu chefe.

«Seu maldito bastardo... Eu deveria arrancar suas bolas, Eder!» Salvatore cuspiu as palavras com raiva.

Victoria permaneceu em silêncio, paralisada, incapaz de processar o que estava acontecendo.

Eder, por outro lado, limpou o sangue do lábio com as costas da mão e sorriu insolentemente.

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«Senhor, se o senhor não aceitar o acordo, de um jeito ou de outro, esta mulher morrerá… com seu filho dentro dela. É sua decisão.»

Salvatore, apesar de ser um homem frio e sem remorso, não podia ignorar a mulher parada à sua frente. Se ela realmente carregava seu filho, ele não podia deixar que seu maldito marido a matasse. Havia algo nela que despertava um sentimento incômodo dentro dele, algo que ele não estava pronto para confrontar naquele momento.

Ainda assim, nem os cinco milhões nem o território norte significavam muito para ele. Então, sem dar muito crédito a Eder, ele acenou brevemente.

«Solte-a, seu maldito tolo!»

Eder desamarrou Victoria e deu um sorriso arrogante.

«Muito bem, chefe. Então vamos formalizar. Nos vemos em sete meses, com seu filho.»

Salvatore soltou uma risada seca e sombria.

«Besteira, Eder. Victoria fica comigo.»

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