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Capítulo 6 Rompimento do noivado

Leandro deu um passo à frente, lançando um olhar gélido e desdenhoso na direção de Anabela.

— Se você não pedir desculpas para Camila por tudo que aconteceu, voltarei para casa e solicitarei formalmente o rompimento de nosso noivado — declarou ele, com uma firmeza que não deixava margem para dúvidas.

Assim que pronunciou essas palavras, Leandro esperava que Anabela entrasse em pânico e corresse até ele para pedir desculpas, implorando e explicando-se de forma humilhante, exatamente como costumava fazer no passado.

Contudo, mesmo após esperar por um tempo considerável, Anabela permaneceu imóvel em seu lugar, em silêncio absoluto, como se aquela ameaça não tivesse qualquer relação com sua vida.

Anabela contemplava a expressão repugnante de Leandro, sentindo uma náusea genuína se formar em seu estômago, questionando-se por que ele não havia protestado contra o arranjo matrimonial na época, se realmente amava Camila.

Era como se aquele noivado tivesse sido algo que ela havia implorado e conseguido através de insistência patética.

Camila sentiu os olhos se encherem de lágrimas, estendendo a mão para segurar o braço de Leandro enquanto falava com voz suave e melosa.

— Tudo isso é culpa minha, por favor, parem de brigar — implorou ela, com angústia evidente. — Anabela está apenas transtornada pela raiva e por isso disse coisas sem pensar, não fique zangado com ela.

Rafael não suportava ver Camila naquele estado, pois mesmo sendo claramente a vítima de toda aquela situação, ela ainda se posicionava como defensora de Anabela, o que partia seu coração, levando-o a apontar o dedo acusadoramente para Anabela.

— Anabela, você tem coração ou não? — gritou ele, com indignação feroz. — Camila está te defendendo dessa maneira e você ainda não consegue reconhecer seus erros? Esta é sua última oportunidade, peça desculpas imediatamente!

Gabriel, por sua vez, puxou Camila carinhosamente para perto de si, fulminando Anabela com um olhar cheio de ódio.

— Anabela, não pense que só porque Camila está intercedendo por você conseguirá encobrir seus crimes — ameaçou ele, com voz carregada de veneno. — Se você não pedir desculpas hoje, este assunto não vai ter fim.

Uma expressão de surpresa genuína passou pelos olhos de Camila, pois Anabela estava realmente diferente.

No passado, bastava que os irmãos pronunciassem uma única palavra dura para que ela entrasse em pânico e obedecesse imediatamente a todas as suas demandas.

Desta vez, porém, independentemente do que os irmãos dissessem, ela simplesmente se recusava a ceder, como se tivesse tomado algum remédio milagroso que a transformasse completamente.

Pedro Ribeiro também se aproximou naquele momento, dirigindo seus gritos furiosos para Anabela.

— Olhe só como sua irmã é compreensiva e madura, e agora veja você mesma! — bramiu ele, com o rosto vermelho de fúria. — Você chegou ao ponto de instruir estranhos para atacá-la, cometendo atos tão desprezíveis! Anabela, você arruinou completamente a reputação de nossa família Ribeiro!

Era realmente verdade que, aos olhos de pessoas que nutriam antipatia por você, até mesmo respirar se tornava um crime.

Contemplando todas aquelas pessoas ao seu redor, Anabela escutava aquelas palavras cruéis enquanto imaginava que seu coração permaneceria completamente impassível diante de tanta hostilidade.

Contudo, sentiu seus olhos começarem a arder com lágrimas não derramadas, lembrando-se de como havia ansiado desesperadamente pelo calor do afeto familiar, lutando com todas as suas forças para agradá-los, mas o que havia recebido em troca?

Na realidade, mais do que Camila, eram os próprios membros da família Ribeiro que haviam causado as feridas mais profundas em sua alma.

Anabela baixou o olhar, escondendo a frieza que dançava no fundo de seus olhos, articulando cada palavra com precisão deliberada.

— Eu já disse antes e vou repetir: jamais vou pedir desculpas por algo que não cometi — declarou ela, com determinação inabalável.

— Você... — Pedro apontou o dedo trêmulo para Anabela, quase sofrendo um ataque cardíaco de tanta raiva.

Sua filha, que sempre havia sido tão dócil e obediente, subitamente se transformara naquela criatura teimosa, e ele não conseguia compreender que tipo de trauma havia causado tamanha mudança.

— Papai, eu já estou bem, e Anabela é minha irmã mais nova, então não vou guardar rancor contra ela — declarou Camila, fazendo uma pausa estratégica antes de se dirigir diretamente a Anabela. — Anabela, venha aqui rapidamente e peça desculpas para papai, prepare uma refeição deliciosa para todos, e deixaremos tudo isso para trás.

Camila continuava defendendo Anabela incansavelmente, assumindo uma postura de quem preferia sofrer em silêncio a causar dificuldades para sua irmã.

Em seguida, virou-se para Anabela e tentou persuadi-la gentilmente a se submeter, usando uma abordagem tão comovente que seria praticamente impossível para qualquer pessoa resistir.

Anabela deixou escapar uma risada sarcástica.

— Então por que a irmã não me explica exatamente onde está meu erro? — desafiou ela, com ironia cortante. — Se você conseguir me dar razões concretas e convincentes, eu considerarei pedir desculpas.

No passado, Anabela sempre acreditara que Camila fosse uma pessoa genuinamente bondosa, uma raridade neste mundo, pois toda vez que os membros da família Ribeiro a criticavam, Camila era sempre a primeira a se posicionar em sua defesa, como se tudo que fazia fosse realmente pelo bem de Anabela.

Agora, porém, as coisas eram completamente diferentes, pois ela havia finalmente enxergado a verdadeira face de Camila, e não permitiria mais ser enganada por aquela farsa.

Essas palavras conseguiram deixar Camila completamente sem resposta, fazendo com que sua expressão se tornasse visivelmente constrangida enquanto lágrimas se acumulavam em seus olhos.

Ela apenas tentava oferecer uma saída digna para Anabela, mas como Anabela não estava seguindo o script esperado, Camila se viu momentaneamente perdida sobre como responder adequadamente.

No passado, sempre que os irmãos criticavam Anabela, Camila invariavelmente intervinha em sua defesa, como se aquilo fosse o comportamento mais natural do mundo.

Agora, porém, Anabela não apenas rejeitava sua "bondade" como ainda a tratava com sarcasmo frio, como se tivesse se transformado numa pessoa completamente diferente.

— Anabela, eu não tinha más intenções, apenas quero que nossa família viva em harmonia, isso não é melhor que qualquer outra coisa? — explicou Camila, com um ar de desamparo.

Camila ofereceu sua explicação de forma vulnerável, com os olhos vermelhos e lágrimas ameaçando transbordar enquanto olhava para Anabela.

Aquela postura cautelosa e frágil era suficiente para despertar compaixão em qualquer coração.

Leandro não suportou mais presenciar aquela cena, retirando um documento de seu bolso e, sem pronunciar uma única palavra, arremessando-o diretamente no rosto de Anabela.

— Anabela, mulheres como você, que são capazes de prejudicar a própria irmã e vender o próprio corpo para atingir seus objetivos, me causam verdadeira repulsa — declarou ele, com nojo evidente. — Quero romper nosso noivado agora mesmo, imediatamente, e ninguém vai conseguir me impedir!

Anabela sentiu uma dor aguda quando o documento atingiu seu rosto, mas manteve seu olhar frio fixo em Leandro.

— Perfeito! — respondeu ela, com satisfação evidente.

— Leandro... — começou Camila, tentando intervir.

— Camila, pare de defender Anabela — interrompeu Leandro, antes que ela pudesse completar sua frase. — Você é bondosa demais, e por isso acaba sendo explorada por ela dessa maneira.

Camila baixou o olhar, fazendo um bico melancólico com os lábios, abrindo a boca como se fosse dizer algo, mas finalmente permaneceu em silêncio.

Anabela deixou escapar uma risada suave, curvando-se para recolher o contrato de noivado do chão e examinando-o cuidadosamente. Era realmente um contrato de noivado legítimo.

Em seguida, Anabela rasgou o documento metodicamente, com expressão impassível, atirando os pedaços na direção de Leandro.

— Leandro, de qualquer forma você sempre amou Camila, e agora que o contrato está destruído, a partir de hoje somos pessoas completamente estranhas uma à outra — declarou ela, com frieza absoluta. — Somos livres para nos casarmos com quem quisermos, então vocês dois devem ficar juntos rapidamente e parar de arruinar a vida de outras pessoas.

Ao pronunciar essas palavras, Anabela sentiu uma sensação inexplicável de prazer e libertação correndo por suas veias.

Aqueles dois canalhas merecem ficar presos um ao outro para o resto da vida!

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