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Capítulo 8

Kevin 

Deixei a residência de Hadiya com profunda tristeza no peito, relutava em sair e deixá-la sozinha após presenciá-la chorando em meus braços. Tinha um desejo imenso de cuidar dela eternamente, a ponto de querer compartilhar as lágrimas que teimavam em aflorar. Contive-me por causa da minha filha, mas tudo que queria era dizer: "Estou aqui, meu anjo, sou o Kevin e nunca me esqueci de você, mas o medo me impede".

Se tivesse a oportunidade, ficaria ao lado dela eternamente, não desejo me afastar e gostaria que ela percebesse que nunca estará desamparada, mas por enquanto não posso revelar minha identidade, não tenho ideia de como ela reagiria e prefiro não considerar isso no momento.

Decidi me distanciar de Magda, pois percebo que ela está agindo de forma instável. Não posso permitir que ela descubra o que sinto por Hadiya, apesar de saber que minha esposa não me ama e nunca me amou de verdade.

Cheguei em casa hoje e ela não estava lá, na verdade nem passou a noite aqui. Mais tarde a babá chegará para cuidar de Samantha. Ela virá hoje, pois amanhã de manhã preciso conferir a boate e depois seguir para o restaurante.

— Papai, vamos para a piscina? 

— Está bem meu amor, se você quer ir para piscina, vamos sim.

Ela se alegra ao ver seu maiô, se prepara e passa o protetor solar, eu coloco minha sunga, entramos na piscina e me pego pensando em minha amada Hadiya, não consigo parar de pensar nela, se já me preocupava quando estávamos distantes, agora a preocupação só aumenta e minha vontade de protegê-la de tudo e todos cresce cada vez mais.

Caramba, recordar da sua tristeza me parte o coração e quando ela me envolveu em um abraço, o desejo de beijar seus lábios e desfrutar de um momento íntimo apenas cresceu.

Precisei usar toda minha energia para me distanciar dela e seguir em frente.

— Papai, você está me ouvindo? 

— Oh, droga… Oi, meu amor, sim fala. 

— Por que você não chama a tia? 

— Que tia minha linda? 

— Ah, papai, tia Hadiya. 

— Ah, entendi! 

— Chama papai, para ela vir ficar com a gente aqui.

— Querida, não posso fazer isso. Sua mãe não ficaria contente se eu trouxesse uma segunda mulher para nossa casa.

— Mas papai, ela raramente fica em casa e ela não curte brincar comigo, porém a nova moça gosta e até me chamou de "minha linda" ,como você costuma me chamar. Eu adoraria que ela viesse.

— Papai sabe que você queria, mas olha outro dia papai a chama, ok.

— Está bem papai. — Respondeu ela triste. 

— Que tal se divertir um pouco fora da piscina? Podemos brincar com suas bonecas ou até mesmo jogar. O que acha?

— Eu gosto mais de pintar, para ser sincera, as cores me parecem muito mais fascinantes.

— Tudo bem minha filha inteligente, você é muito esperta, minha bela! Amanhã você vai para a escola e espero que faça muitos amiguinhos e não se importe com o que os outros dizem, conforme já conversamos.

— Está bem papai, pode deixar que eu já sei. Eu já estudava, esqueceu? Já sou uma mocinha e não precisa ficar preocupado comigo não, eu prometo que se eu não gostar, eu te aviso.

— Está bem meu amor, agora que desenho você vai fazer?

— Vou fazer uma flor bem bonita para você dar para moça bonita e falar que foi eu quem mandou para ver se ela fica alegre, eu a vi chorando papai, mas fingi não ver. Eu sei que ela não queria que eu a visse chorar, então fingi não ver, mas papai por que ela estava chorando? É tão triste, não queria que aquela mulher tão boa chorasse não. Ela gosta de mim, nem me olhou com nojo como a mamãe me olha, mas eu não ligo não papai.

— Meu amor, eu já te falei que se você se sentir chateada é para me contar.

— Está bem papai, olha aqui dá para Hadiya e fala que eu mandei. 

— Que lindo meu amor, vou dar para ela.

Minha filha e eu ficamos brincando a tarde toda quando percebi que ela estava casada a levei para tomar banho, sendo de costume ela falar sempre a mesma coisa.

— Papai, eu sei tomar banho sozinha.

— Tudo bem, minha linda, vou te esperar aqui então.

— Está bem papai. 

Ela vai tomar banho e percebo que se eu oferecer ajuda, ela vai se sentir incapaz, como é possível uma criança de oito anos ser tão independente? Sinto orgulho da minha filha, felizmente ela é alegre e afetuosa, mesmo sem o amor da mãe ausente, que não sei onde se encontra agora e se passou a noite fora de casa.

Realmente, é inaceitável a atitude da mulher que não demonstra cuidado pela sua filha, o que é lamentável e repugnante. Recordo-me do tempo em que a Hadiya residia na residência dos meus pais, eles e minhas irmãs a rotulavam de maneira desrespeitosa, o que me entristecia profundamente. Atualmente, vejo essa mulher tratando a filha de forma deplorável, apenas por ela ser uma criança especial, sem compreender que essa criança é afetuosa e tem tanto amor para nos oferecer. Eu adoro passar tempo ao lado da minha filha, pois ela me proporciona paz e serenidade.

— Meu amor, papai pode entrar? 

— Pode sim, papai? 

Ela já estava com sua toalhinha enrolada nela, a pego no meu colo e a deixo escolher um pijama para se vestir.

— Pronto papai, agora vamos lanchar, né?

— Está bem, minha linda! — descemos a escada cantando uma música que ela gosta. — O que você quer comer, meu amor?

— Hum, deixa eu pensar aqui... Papai já sei, pode ser um mingau e que tal de aveia que eu amo com canela.

— Maravilha, vou até fazer para mim também.

Continuamos sem funcionária e a babá está a caminho, preparei a refeição e estávamos degustando, quando o interfone tocou e o segurança informou que havia uma jovem na entrada, ele mencionou o nome e confirmei que era para permitir sua entrada.

Continuamos sem funcionária e a cuidadora está a caminho, preparei a refeição e estávamos degustando, quando o interfone tocou e o vigilante informou que havia uma jovem na entrada, ele mencionou o nome e confirmei que era para permitir sua entrada.

— Meu amor, sua babá chegou...

— Papai eu já posso me virar sozinha, sabia?

— Eu sei minha filha que você sabe, mas você sabe que é uma criança e não pode ficar sozinha.

— Está bem.

Júlia chegou à porta e eu prontamente abri para que ela entrasse. Ela era uma jovem de beleza notável, e ao adentrar pediu licença de forma educada. A babá demonstrava experiência em cuidar de crianças especiais, durante a entrevista fiz diversas perguntas, pesquisei sobre seus antecedentes e habilidades, compartilhei informações sobre minha filha e a coloquei a par de todas as informações necessárias.

Minha menina, só precisa tomar alguns cuidados e tomar alguns remédios, fora isso está tudo tranquilo. Apresento as duas e a minha pequena gosta de imediato da Júlia, o que me deixou feliz.

— Meu amor, fica aí brincando com Júlia, ok. E Julia, depois que ela dormir conversamos e acertamos tudo. Pode ficar aí com ela, por favor, enquanto eu tomo banho.

Dirigi-me ao meu quarto, tomei um banho, troquei de vestimenta, apliquei meu desodorizante e peguei meu telefone celular, tinha curiosidade de saber o paradeiro de Magda. Tentei ligar, porém ela não atendeu, estou ansioso para saber onde ela se encontra.

Ela só veio comigo porque prometeu que mudaria sua forma de lidar com nossa filha e eu ingenuamente acreditei nisso, mas sei que ela não mudará. Vou buscar um novo lugar para ela morar e pedir que ela siga adiante com sua vida, longe de nós. Não desejo tê-la por perto da minha filha, denegrindo sua imagem e dizendo que ela não deveria ter nascido, alegando que isso só ocorreu porque eu impedi o aborto.

Será que é apropriado falar desse jeito com uma criança? Fiquei muito chateado quando cheguei do trabalho e ouvi essas palavras da minha filha, que estava com os olhos marejados de lágrimas. Pedi para ela se afastar, mas ela disse que estava tudo bem e não precisava brigar com a mãe. Isso me partiu o coração.

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