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Capítulo 9

Kevin 

Ergui ela nos braços, a conduzi até o quarto e após ela adormecer, me dirigi até a desequilibrada e questionei em voz alta:

— O que você está pensando? Ficou louca? A única razão de você ainda estar aqui é porque ela é sua filha e, apesar de todos os maus-tratos, ela ainda te ama. Mas se continuar assim, vou ter que te mandar embora, entendeu?

O mais lamentável é que ela disse isso com a expressão mais sarcástica possível.

— Me perdoe, Kevin, prometo que não farei mais isso com aquela garotinha. — A maldosa mal conseguia se comunicar com minha filha.

Não desejo mais a presença dela perto da minha filha. Já havíamos decidido nos separar uma vez, mas minha pequena continuava pedindo pela mãe, então cedi e me arrependi profundamente. Agora não tem como voltar atrás, não desejo nenhum tipo de escândalo associado ao meu nome e ela só voltou por causa do que foi divulgado na mídia.

Foram divulgadas diversas imagens dela envolvida romanticamente com os três rapazes, os pais ficaram chocados, afinal quais pais não ficariam? Eles não faziam ideia do que ela estava fazendo. Após toda essa polêmica, era constrangedor ser reconhecido na rua e ouvir comentários desagradáveis. E para piorar, no jornal havia informações adicionais, como ela fazendo uso de drogas, havia até uma manchete que dizia:

"A mulher de um dos homens mais bem-sucedidos e filha do famoso empresário Joseph, estava em uma casa noturna se drogando e com vários homens nessa madrugada de sexta."

Meus sogros ficaram extremamente envergonhados, quase desesperados, pois temiam que a reputação deles fosse manchada caso algo semelhante ocorresse novamente. Por esse motivo, ele pediu minha ajuda e sugeriu até mesmo que ela fosse internada em uma clínica. Poderia tê-lo deixado fazer isso, mas como eu explicaria para minha filha que a mãe dela estava em tratamento?

Decidi levá-la comigo, deixando claro que se ela se comportasse mal, não seria minha responsabilidade. Ela veio apenas porque estava envergonhada do que aconteceu, das pessoas que a ofendiam na televisão e na rua quando ela saía.

Caso não fosse por essa razão, ela não teria vindo e agora a mulher some sem dar sinal, apenas espero que não arrume confusão, pois se causar, a questão é dela, não possuo mais compromisso e tentei de todas as formas ter um casamento verdadeiro, porém ela não quis e já faz bastante tempo que não temos mais nada. Na verdade, penso que desde que ela teve Samantha não tivemos mais nada, mas não me importo.

Atualmente, desejo ardentemente a presença de uma mulher que, por ora, está fora do meu alcance. Sinto uma imensa vontade de escutar sua voz e saber como ela está.

Será que se eu ligar ela vai me atender? É evidente que possuo o contato dela armazenado em meu celular... Irei realizar a ligação apenas para verificar se ela está bem, pois ainda é um horário razoável, estamos apenas no início da noite.

Eu disquei várias vezes, mas o telefone só chamava e ela não atendia, onde será que ela se meteu? Fiz mais algumas tentativas, sem sucesso, e agora estou aflito, sem saber o paradeiro dela.

Eu irei verificar o estado da minha filha e em seguida entrarei em contato com ela novamente, quando chego no quarto de Samantha escuto Júlia contando uma história para ela, então retorno ao meu quarto e ligo novamente, desta vez a ligação é atendida. Fico aliviado, pois ficaria enlouquecido sem ter notícias dela.

— Alô... 

— Oi, sou eu. 

— Quem? Não estou reconhecendo o número.

— Martinez. 

— Ah, oi senhor. — Toda vez que esse senhor sai da boca dela fico com meu amigo duro, doido para estar dentro dela. Ouço música e pergunto. 

— Você está onde? 

— Eu estou na sua boate, minha amiga Lara queria que eu me divertisse, aí quis vir para cá. 

— Como assim? Não acredito nisso. Você não está bebendo não, né? 

— Não entendi, eu estou sim e acho os drinks daqui uma delícia, queria estar com você, sabe eu me sinto tão bem com você. — Merda, ela está bêbada, ela só falaria essas a coisas, bêbada.

Desligo  rapidamente, me troco rápido, converso brevemente com a Júlia e saio apressadamente, como um furacão, por pouco não sofro um acidente, mas felizmente cheguei são e salvo, estaciono meu carro de maneira improvisada.

Chego na boate. Vejo-a com a cabeça apoiada no balcão, enquanto sua amiga está aos beijos com outra pessoa, não era mais o mesmo de ontem, abandonando-a. Isso me deixa irritado. Aproximo-me de Hadiya, que me olha e diz:

— É você.... — Me abraça já chorando e eu a abracei de volta. — Você poderia me levar para casa, por favor.

— Sim, é claro.

Vou até a amiga dela, puto da vida e falo:

— Por que você traz Hadiya para a boate e fica se agarrando, enquanto sua amiga está sozinha e chorando? — Vejo ela ficar vermelha e fala:

— Desculpe, é que vim dançar com ele e acabei me empolgando.

— Certo, vou levá-la para casa agora. 

— Obrigada.

Volto onde Hadiya está e falo: 

— Vamos? 

Ela pega na minha mão, a olho e meu coração fica tão feliz por ela não estar tão ríspida comigo. Chegando no carro, abro a porta, ela entra e agradece, ela não está bêbada e então falou:

— Pensei que você estivesse bêbada. — ela dá um lindo sorriso e fala:

— Não, só estou mesmo com a minha cabeça parecendo que vai 

explodir.

— Vamos passar na farmácia, então. 

— Não precisa, em casa tem remédio. 

— Ok...

Assim que paro o carro na porta, ela sai do carro correndo e só dá tempo de chegar ao banheiro e vomitar tudo, procuro o remédio para dar a ela e assim que encontro, levo para ela no banheiro mesmo e falo.

— Toma. 

Ela me olha espantada e fala. 

— Sabia, que isso é um banheiro?

— Eu sei, toma logo o remédio. — Ela o pega da minha mão e toma, sai do banheiro, vai para o quarto e me diz.

— Você pode ficar aí na sala, enquanto eu vou tomar um banho, por favor. 

— É claro. 

— Obrigada. — Ela pega uma roupa e sai parecendo uma menina toda tímida. 

Linda demais essa mulher, meu Deus!!!

Depois de um tempo, ela me apareceu toda linda com um vestido florido e solto que ficou lindo nela.

— Pronto... Olha, mais uma vez eu não sei como posso te agradecer. Como está Samantha e sua esposa? Me desculpe por ter te tirado da sua família, mas eu nem pensei na hora, só falei e não sabia que você ia mesmo vir.

— Sempre que precisar de mim, estarei disponível para você, independente da hora que for.

— Por que você é tão bom comigo? O senhor é só meu patrão, não tem qualquer obrigação comigo. Eu não deveria nem ter pedido para você me buscar, eu realmente não devia ter falado aquilo.

Chego perto dela.

— Eu fui até você, porque eu quis ir. Queria muito mesmo ver você, estava com muita saudade.

Aproximei-me lentamente, lutando para resistir à tentação de beijar seus lábios. Tenho receio de afastá-la, pois anseio há muito tempo por esse momento.

Não consigo mais resistir e beijei aquela boca com intensidade, paixão e todos os sentimentos acumulados em meu peito ao longo dos anos.

Que beijo incrível ela tem... Nos beijamos tão intensamente que faltou o ar, percebo o olhar surpreso dela e escuto sua voz.

— O que exatamente você está tentando fazer? Será que você não consegue perceber que não é apropriado agir dessa maneira comigo? Não é correto me beijar dessa forma, visto que você é casado. Por favor, peço que não repita essa atitude. Nunca me envolvi com alguém comprometido e não pretendo ser responsável por destruir um casamento. Agradeço pela gentileza, mas sugiro que retorne à sua família.

Ela derramava lágrimas, droga, por que perdi o controle? A explicação é simples, não consigo manter a calma perto dela. Qual o próximo passo? É essencial evitar que ela fique zangada comigo e se afaste, porém estou sem ideias, minha mente está em branco neste momento, só sinto uma enorme vontade de chorar também.

Então saio da residência dela e sem proferir palavra adentro no meu veículo, enquanto conduzo permito que as lágrimas escorram, chorei fervorosamente, pois a melancolia em meu peito é intensa. Apenas desejava que minha pequena fosse feliz e nunca mais presenciasse qualquer tristeza naqueles belos olhos, não suporto encarar o olhar dela quando expressa suas angústias e testemunhar tamanha tristeza, apenas ansiava por poder auxiliá-la a superar tanto padecimento e reconheço que meus pais têm uma parte da responsabilidade.

Jamais conseguirei perdoá-los por arruinarem a infância de um inocente, desabafei tudo, lágrimas escorreram sem parar enquanto voltava para minha casa, tomado por um medo avassalador de perdê-la para sempre, não quero que ela se distancie de mim.

Necessito muito de sua presença, sempre ansiava pelo momento de  encontrá-la e agora que finalmente a encontrei, não permitirei que se afaste de mim.

Ao chegar em casa, direcionei-me imediatamente ao meu quarto, deitei-me e adormeci com a mente cheia da imagem da mulher mais deslumbrante que já tive a oportunidade de beijar... e que beijo marcante! Um beijo tão envolvente que me deixou com um desejo ainda maior de beijá-la novamente.

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