Capitulo 6
Espero Malia no carro enquanto eu a vejo dar a volta pelo quintal. Dou o espaço necessário a ela para tentar resolver isso sozinha, mas depois de alguns minutos e uma conversa que começa a surgir alta. Saído do carro e sigo pelo mesmo caminho no qual ela foi.
- Largue a minha filha agora. – Ouço a voz de Malia alterada e apresso o meu passo em direção a sua voz.
- Você não manda em mim e muito menos nessa pequena, é uma péssima mãe e nem deveria estar aqui. – Ouço quando me aproximo o suficiente e fico surpreso ao reconhecer a voz.
Chego ao fundo quintal, e vejo um homem segurando Malia pelos braços e a empurrando violentamente. Me aproximo rápido para tirar as mãos dele de seu corpo.
- Me solta Henrique! – Malia grita e eu já começo a ficar tenso, bravo.
- Tire as mãos delas ou você irá dormir em uma cela hoje. – Falo chamando a atenção de todos que ficam em silencio por alguns minutos.
O questionamento e a acusação de invasão começam, junto com os xingamentos contra Malia. Sinto aquela raiva fria possuir meu corpo, e me seguro para agir com calma e não com grosseria perto de Malia.
- O que houve Malia?
- Eles não querem me deixar leva-la. – Ela diz e posso ver a quão triste e amedrontada está.
- Entendo. – Falo controlando minhas palavras.
- é claro que não vou deixar minha filha ser levada por uma criminosa, então quem quer que seja você, leva essa vagabunda para longe da minha casa e da minha filha. – O ex-marido de Malia diz e me seguro para não sorrir com qualquer pensamento violento que envolve eu e ele.
Peço para que Malia vai para o carro, vou resolver essa situação. Espero em silencio até que ela volte e só então eu me permito dizer.
- O que pensa que está fazendo aqui Amanda? – pergunto para a garota que se encontra em um biquini indecente.
- Só estou visitando meu namorado. – Ela diz a vejo desviar os olhos não querendo me olhar diretamente.
- De onde vocês se conhecem? – o ex-marido de Malia pergunta e me questiono se ele é o tal namorado. – Quem é esse homem Amanda? Algum ex-namorado?
- Para de falar bobagem. – Falo e olho para Amanda. – Se troque e vai para casa, não estou de bom humor.
- Vou pegar minhas coisas. – Ela diz se virando rapidamente, mas as mãos do homem a minha frente a impede de continuar.
- Amanda! – Ele a chama pedindo uma explicação e eu a olho vendo o que ela vai fazer.
- Ele é meu tio amor, não queremos deixar ele bravo. – Ela diz e eu sorrio.
Melhor assim.
- Seu tio? Então por isso ele veio? – ele diz e se vira para mim estendendo a mão. – Muito prazer, queria que poder te conhecer de um jeito mais formal.
- Já disse para parar com a bobagem, não vim por ela. Mas que estou aqui, sabe quantos anos ela tem, não é mesmo? – pergunto para aquele homem que aparenta não ter menos que 30 anos.
- Estou ciente da idade de Amanda e posso deixar claro que a nossa relação é de muito respeito. – Ele fala e eu rio.
- é claro, comer minha sobrinha de 16 anos sem o conhecimento da família é uma ótima forma de demonstrar respeito. – Falo perdendo um pouco a paciência.
- Ela é muito madura para a idade dela, se não fosse por isso nunca nos envolveríamos. – Ele diz e comigo isso não cola.
- Ter um corpo de uma mulher de 25 anos não faz dela adulta. – Falo e logo encerrando o assunto. – O que ainda faz aqui Amanda? Vai para casa, quando eu voltar de viagem conversamos.
Amanda não discute, apenas se vira em direção a casa e some, apesar dos protestos.
Olho para a área da piscina e vejo algumas cadeiras, vou até lá e pegou uma trazendo para perto do idiota e me sentando.
- Entre e pegue roupas para a menina, ela fara uma viagem com a mãe. – Digo já esperando que ele vá e o faça.
- O que? – Henrique, o idiota colossal, pergunta. – Está mesmo com aquela mulher? O que você é dela? Ela não tem dinheiro, o que que seja não pode te pagar, então se é advogado esqueça. Aquela cretina não vai levar minha filha a lugar nenhum.
- Ofenda minha noiva novamente e não serei capaz de me conter. – Falo.
- Sua noiva? Ai meu deus, ela é mesmo uma golpista. Foi atrás de um milionário dessa vez. – A mulher fala e eu sorrio.
- Bilionário e como sabe o tamanho da minha fortuna? – pergunto e dessa vez todos ficam quietos. – Entendo, uma garota boba e rica, Amanda é mesmo um alvo fácil. Você faz sua lição de casa, Henrique.
- Vai embora da minha casa. – Ele diz simplesmente me dando as costas, nessa hora meu celular toca, mas ele é o único a se mover em direção a casa, pois seus pais ainda me encaram.
- Espere um pouco, ainda temos que conversar sobre essa casa hipotecada. – Falo e ele para imediatamente me olhando, assim como o casal que arregala os olhos.
Atendo o telefone enquanto eles estão quietos se olhando e coloco na viva voz.
- Conseguiu? – pergunto antes mesmo que a outra pessoa se pronunciasse.
- Sim senhor, acabo de mandar por e-mail. – Meu advogado diz.
- Muito obrigado, talvez eu precise de você mais tarde em algumas prisões ou processos, tudo vai depender do meu humor nesse final de semana. – Falo e desligo o telefone.
- Voltando ao nosso assunto, se você não tiver onde morar, como vai criar uma criança? – pergunto para ele que me olha. – Malia ganharia a guarda muito mais rápido se o pai for um sem-teto.
- Não sei como sabe sobre a hipoteca, mas vamos paga-la. E é bom saber que as minhas informações estão soltas por aí, irei processar o banco por isso. – Henrique fala e eu rio.
- Va em frente, adoraria ganhar uma causa, ainda mais contra você. Se não sabe, o dono do banco não tem restrições quanto as dívidas dos seus clientes sr. Henrique Santana. Agora por favor, as roupas de Sofia.
- Não ligo se é dono do banco, tenho uma dívida e só tenho duas parcelas atrasada no banco, quanto a minha filha, ela não sai da cidade sem a minha permissão.
- Que bom que disse isso, e que bom que sou eu homem preparado. – Falo abrindo meus e-mails e procurando o documento que preciso. – Pedi com antecedência uma autorização do juiz, não preciso da sua.
Entrego o celular a ele mostrando o documento, mas ele apenas passa os olhos por cima sem ao menos ler.
- Isso é falso, aquela mulher é uma criminosa, acha que eu vou confiar em qualquer documento que venha dela? – ele diz e me sou obrigado a sorrir.
- Eu não sou burro senhor Santana, então para de ceninha porque você não é o único aqui que consegue fazer um teatro. – Digo baixo para ele. – Onde fica o quarto de Sofia?
Caminho pelo quintal e entro na casa, está bem arrumada e com cheiro de limpeza. Ou eles são bem higiênicos, ou fizeram uma faxina enorme para receber a garota boba, mimada e milionária que é Amanda.
Vou em direção as escadas e subo para os quartos procurando pelo quarto da menina.
Assim que o encontro, entro e procuro por uma bolsa começando a guardar algumas peças de roupas da pequena.
Quando nos casarmos, pedirei para que Malia monte o quarto da sua filha e dê tudo do bom e do melhor para a pequena. Não que suas roupas não sejam boas, mas nada se compara ao que eu poderia oferecer.
- Saia da nossa casa, estou ligando para a polícia. – A senhora, mãe de Henrique diz ao entrar no quarto da neta.
- Não ligou ainda por quê? Se tivesse ligado já teria facilitado para o meu lado e eu já estaria longe daqui com a menina. – Falo já começando a ficar com raiva.
- Você não vai levar minha filha daqui! – repte Henrique novamente, agora do meu lado.
- Não estou pedindo, mas como quero deixar um clima ameno durante minha partida com Sofia, posso prometer esquecer momentaneamente as suas últimas parcelas atrasadas sr. Santana. – Falo e vejo ele piscar por um momento.
- E você lá pode fazer isso? – ele pergunta com escarnio e uma certa curiosidade.
- Eu sou o dono do banco, poderia perdoar toda a sua dívida se eu tivesse vontade. – Digo o olhando ao fechar a bolsa. Coisa que eu não tenho. – Acrescento. – Agora me dê a menina.
Pego Sofia de seu colo antes que ele comece a pensar demais, mas ele nem ao menos move um musculo para me impedir.
Sorrio, se eu soubesse que duas miseras parcelas devidas ao banco faria ele entregar a criança de mão beijada teria começado por aí.
Mas também penso na facilidade em que ele faz isso, entregando a filha a um estranho, mesmo que a mãe esteja esperando do lado de fora.
Não espero que ele diga nada, apenas sigo para fora da casa.
- Vamos pequena, sua mãe está te esperando. – Falo no ouvido de Sofia que abre um lindo sorriso e começa a mexer na gola da minha camisa.
- Saiba que se algo acontecer a minha filha e se essa tentar fugir com Sofia, você vai pagar as consequências. – Ouço a voz de Henrique já na frente da casa e evito sorrir para ele e sua fracassada imposição.
- Não tente me ameaçar, e nem falar de consequências quando nem você não pode lidar com elas. E esteja ciente que a partir de agora Malia passara mais tempo com a filha.
- Mas...
- Nada de mais, isso aqui não é uma negociação ou acordo para você argumentar. Eu já me decidi e é assim que vai ser. E não ouse se opor a mim. – Não tenho tempo para as bobagens dele, não vou permitir que ele seja uma pedra no meu caminho.
- Quem você pensa que é? – dessa vez meu sorriso escapa mediante a sua pergunta.
- Alguém muito influente e rico, que pode fuder com a sua vida, então não torre minha paciência.
- Filho, não vamos discutir aqui. Já chamei a polícia e eles estão chegando. Mesmo se forem embora agora não irão muito longe.
- Então boa tarde e até mais. – Falo já sabendo que isso é o suficiente. – Pegue ela Malia, no caminho vamos comprar uma cadeirinha.
Ela me olha confusa e cheia de medo, mas pega a filha imediatamente. Dou a volta no carro e dou instruções para que Edgar fique e informe a polícia corretamente.
Dentro do carro a cena não poderia ser a mais tocante. Malia olha a filha como se ela fosse um tesouro, como se aquilo não fosse real, com seus olhos transbordando de lagrimas.
- Obrigada Eduardo, ao sei como te agradecer.
- Não tem que me agradecer, agora você é minha mulher e assim como eu, todos devem te tratar como tal. – Falo sendo sincero.
A partir de agora Malia é intocável, e até eu limpar o nome dela, coisa que eu ainda não disse que faria, independente do que aconteceu todos a devem respeito e ninguém será capaz de contestar a nova sra. Lecler.
