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Capitulo 5

Olho para a casa da minha ex-sogra, enquanto contínuo dentro do carro de luxo de do sr. Lecler, sem coragem para sair.

- Eles não vão me deixar leva-la. – Digo pela terceira vez desde que o carro parou no meio fio.

- Não vai saber se não tentar. – Eduardo diz me olhando complacente. – Ela é sua filha Malia e você tem todo o direito de visita-la e a levar para ver os avós.

- Os juízes não pensam dessa maneira, foi quase impossível que o meu advogado público conseguisse que eu a visitasse pelo menos uma vez no mês. – Falo temerosa. Não vou ter coragem de ir lá e pedir.

- Vá Malia, a não ser que queira ir sem ela. – Ele diz e eu apenas balanço a cabeça sem me mover um centímetro para sair do carro.

Conto a três, mas a coragem não vem, então digo a mim mesma que quando chegar no dez eu saio desse carro. Mas não acontece, o número 15 vem à mente e a cada respiração angustiada que eu dou é mais um segundo contado.

- Eu vou. – Digo em um impulso e abro a porta do carro. As vezes as coisas acontecem mais fácil quando a gente não pensa muito.

Desço do carro e fecho a porta traseira, onde estava eu e o sr. Lecler, já que ele achou melhor vir com o motorista.

Olho para a casa de gramado e cerquinhas brancas, lugar onde minha filha mora atualmente. Respiro fundo e avanço para a entrada da casa apertando a campainha.

Ouço música tocar no fundo da casa e depois de alguns minutos percebo que ninguém vira abrir a porta. Olho para os lados e decido dar a volta pelo quintal e ir aos fundos, onde tem uma piscina, pois parece que é de lá que a música está vindo.

Ando pelo gramado e sorrio ao pensar que Victoria vai desejar me matar ao me ver pisando em sua grama perfeita. Dou de ombros e término a caminha até os fundos.

O que eu encontro é uma cena na qual eu fiz parte poucas vezes, um churrasco a beira da piscina em família.

Não totalmente e família, além da minha filha, meu ex-marido e seus pais, uma mulher magra e de biquini se encontra na beira da piscina brincando com a minha filha.

- Amor, mostra para ela como bater as perninhas. – Meu ex-marido diz para a mulher e sinto meu coração errar uma batida.

Amor? Depois de tudo, o desgraçado está com outra?

- Vem com a mamãe filha, vamos nadar. – A mulher diz estendendo o braço para a minha pequena, que inocentemente se aproxima dela animada por entrar na água.

Fico sem reação por um momento. Mas que porra é essa?

- Quando vocês vão se casar? Já estava na hora de eu ter uma nora decente como você e a nossa menininha precisa de uma mãe. – Ouço Victoria dizer a mulher na piscina e nessa hora minha raiva é descomunal.

- Ela não precisa de mãe nenhuma, já tem a mim. – Digo chamando a atenção de todos que me olham surpresos. – O que pensam que estão fazendo? Querendo me substituir? EU SOU A MAE DELA!! VOCE TIRA AS MAOS AGORA DA MINHA FILHA, E NUNCA MAIS SE REFIRA A SI MESMA DESSE JEITO. – Perco totalmente meu controle e vou em direção a piscina para pegar a minha pequena que olha para tudo aquilo confusa.

Mas Henrique me barra antes mesmo que eu de mais alguns passos.

- Não se aproxime dela. O que pensa que faz aqui Malia? Vai embora, já teve sua visita do mês. – Ele diz segurando meu braço com força.

- Uma ova que irei, vou levar minha filha comigo agora. – Falo tentando me soltar de seu aperto que fica mais forte, começando a doer. – Me solte agora Henrique.

- Mãe, chame a polícia. – Henrique diz e Victoria sorri com prazer. – Você está invadindo a nossa casa Malia, tenho certeza de que essa acusação só vai contribuir para eu tirar minha filha de você de vez.

- Não pode fazer isso Henrique, eu sou vou visitar meus pais e quero levar Sofia para vê-los. – Falo olhando em seus olhos e o sorriso diabólico que ele dá, consigo ver que ele não deixará isso acontecer. – Eu sou mãe dela e tenho direito a isso.

- Quer levar minha filha para ver os mesmos pais que lhe deram uma educação podre? Minha filha não vai ficar perto de gentinha assim, e você não pode a tirar da cidade sem a minha permissão.

- Não faça isso Henrique ou não vou responder por mim. – Digo entre dentes só para que ele ouça. Vejo seu sorrio vacilar por um momento, mas dura rapidamente.

- E vai fazer o que? Cansei de você, não vamos esperar a polícia chegar. Temos câmeras na casa, já pode ir. – Ele fala apertando meu braço e tentando me empurrar por onde eu vim.

- Me solta Henrique. – Digo sentindo o aperto forte em meu braço.

- Querido está tudo bem? – a mulher se aproxima de nós com a minha filha no colo que sorri para mim alheia a toda situação.

- Largue a minha filha agora. – Falo sentindo minha raiva crescer.

- Você não manda em mim e muito menos nessa pequena, é uma péssima mãe e nem deveria estar aqui. – Ela diz e eu fico surpresa com suas palavras.

Mas antes que eu possa responder, novamente sou empurrada e puxada por Henrique.

- Me solta Henrique! – grito para ele que parece não querer me ouvir.

- Tire as mãos delas ou você irá dormir em uma cela hoje. – Ouço a voz de Eduardo surgir atrás de nós e imediatamente todos os olhares recai sobre ele.

Até mesmo Victoria que já estava de volta com o telefone em mãos o olha espantada.

Vejo a mulher que tem minha filha no colo retesar o corpo parecendo estar com medo mas não diz uma palavra.

- Você não ouviu o que eu disse? Solte-a agora. – Eduardo diz novamente.

- E quem diabos é você? Deve ser da mesma laia que ela, já que está invadindo propriedade privada. – Henrique diz já soltando meu braço e passando as mãos nervoso pelos cabelos loiros e lisos.

Olho para Eduardo em sua roupa cara, um típico play boy. Qualquer que seja a minha laia, ele certamente não pertence a ela.

- O que houve Malia? – Eduardo me pergunta.

- Eles não querem me deixar leva-la. – Falo sentindo minha voz embargar.

- Entendo. – Eduardo responde.

- é claro que não vou deixar minha filha ser levada por uma criminosa, então quem quer que seja você, leva essa vagabunda para longe da minha casa e da minha filha. – Henrique fala e olho para ele desacreditada.

- Malia? Pode me esperar no carro? Talvez eu demore um pouco aqui. – Eduardo diz sem olhar para mim.

Sua atenção está toda em Henrique, mas eu vejo que em um breve olhar a moça ao lado dele se encolhe toda.

- Por favor. – Ele pede novamente e eu apenas assinto saindo.

Sabia que isso não ia dar certo. Saio daquela casa e volto para o carro me sentindo angustiada e com uma dor enorme no peito.

Estão ensinando-a chamar outra mulher de mãe. Deixo algumas lagrimas caírem na privacidade do carro, já que o motorista está a posto do lado de fora.

Olho pelas janelas e espero Eduardo voltar para irmos logo ver meus pais sem minha filha. Sei que não será fácil conseguir a guarda dela, pode até levar algum tempo, então os três anos que eu ficar com ele pode nem ser o suficiente para isso.

Passaram cinco minutos quando a primeira movimentação da casa começa. A nova namorada de Henrique sai pela porta da frente apressada, como se estivesse fugindo. Ela olha rapidamente para o carro, mas sei que não me vê dentro dele.

E então ela some virando uma esquina. Volto a esperar novamente, mas se passa, trinta, quarenta e cinquenta minutos até a porta ser aberta de novo.

Nessa hora meu coração para, pois Eduardo sai com minha filha em seu colo e levando uma pequena mochila em sua mãe livre.

Henrique vem atrás dele bravo, assim como Victoria e seu marido André.

- Saiba que se algo acontecer a minha filha e se essa tentar fugir com Sofia, você vai pagar as consequências.

Ouço Henrique dizer para ele, mesmo que o vidro do carro esteja fechado.

- Não tente me ameaçar, e nem falar de consequências quando nem você não pode lidar com elas. – Eduardo fala e volta a se virar para eles quando já está próximo a porta do carro. – E esteja ciente que a partir de agora Malia passara mais tempo com a filha.

- Mas...

- Nada de mais, isso aqui não é uma negociação ou acordo para você argumentar. – Eduardo o corta. – Eu já me decidi e é assim que vai ser. E não ouse se opor a mim.

- Quem você pensa que é? – Henrique se aproxima em afronta, encarando com desdém o homem a sua frente.

- Alguém muito influente e rico, que pode fuder com a sua vida, então não torre minha paciência.

- Filho, não vamos discutir aqui. Já chamei a polícia e eles estão chegando. Mesmo se forem embora agora não irão muito longe. – Victoria fala e Eduardo sorri.

- Então boa tarde e até mais. – Ele diz e abre a porta me revelando dentro do carro, e uma enxurrada de olhares sinistros recai sobre mim. – Pegue ela Malia, no caminho vamos comprar uma cadeirinha. – Eduarda diz e eu obedeço atônita.

- Edgar, fique e mostre os documentos necessários para a polícia ou para qualquer um que precisar. – Eduardo fala o motorista e só então pega a chave e vai para o banco da frente para dirigir.

Não olho para os lados, apenas encaro minha bebê em meu colo me olhando e sorrindo.

Levo um tempo até processar que estou com a minha pequena e que a terei o fim de semana todo. Só então me permito chorar de verdade e de alegria.

Abraço minha bebê apertado deixando vários beijos em sua bochecha.

- Obrigada Eduardo, ao sei como te agradecer. – Falo com a voz ainda chorosa.

- Não tem que me agradecer, agora você é minha mulher e assim como eu, todos devem te tratar como tal.

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