Capitulo 4
- Desnecessário. - Ele diz e essa é a primeira vez desde que ele me disse que queria que eu fosse esposa dele, que entramos em um impasse.
- Não é desnecessário, você disse que preferia se casar com alguém contratado do que por interesse. - Falo. - Fazer o contrato vai deixar você seguro, assim como eu.
- Malia. - Ele diz se levantando e parando ao meu lado. - Vamos nos casar em comunhão de bens e quando você quiser se divorciar a partilha de bens vai ser a sua segurança, quanto a minha não me importo com o dinheiro e sim com a falsidade que envolve ele. Eu sei por que está se casando comigo e você não precisa fingir me amar para conseguir o que quer. Pelo menos não quando estivermos a sós.
- Mas...
- Eu já disse que preciso conseguir uma coisa primeiro, depois que eu conseguir a escolha de se divorciar ou quando vai ser sua. - Ele fala. - Mas caso eu não consiga, se quiser estipular uma data limite de casamento é com você.
- Data limite? - pergunto.
- Sim, se até nessa data eu não conseguir o que eu quero, nos divorciamos. - Ele fala e compreendo.
- Mas como vou saber quanto tempo dar se eu não sei o que você quer. - Falo.
Ele apenas sorri.
- De o tempo. - Ele fala. - Quanto tempo pretende ficar casada comigo?
Sua pergunta me pega de surpresa, não sei quanto tempo eu poderia dar da minha vida para ele.
Eu aguentaria?
Olho para ele e vejo o que toda mulher poderia querer. Ele é bonito, rico e me trata com respeito.
Mas a pergunta é se eu poderia ficar em um casamento sem amor? O amor já me machucou uma vez, o que irá acontecer se ele for inexistente?
- Que tal 3 anos? - pergunto.
Ele parece pensar um pouco antes de sorrir.
- Acho que três anos é o suficiente. - Ele diz e algo em mim soa como alerta.
- Eu não sei o que fazer. - Digo sendo sincera. - Tudo está rápido e eu aceitei de imediato por causa da minha filha, não tive tempo de pensar claramente. Isso é loucura. - Rio de nervosismo.
- Está preocupada, não é? - ele se senta ao meu lado e pergunta.
- Como não estaria? Eu estou ne casando com um estranho só para ganhar a guarda da minha filha, mesmo tendo várias maneiras de se fazer isso. - Digo. - Isso me parece humilhante e perigoso.
- Sabe que pode reconsiderar, não é? Mesmo que minha palavra não valha muita coisa para você, porque não me conhece, eu prometo não te machucar. - Ele diz. - Você tem passagem pela polícia por tráfico e formação de quadrilha, mesmo que não se case comigo vai ser quase impossível um juiz dar a guarda da sua filha para você. Enquanto você me ajudar, eu te dou o meu nome e influência para usar como quiser.
- Você sabe o porquê eu fui presa e ainda sim está me fazendo essa proposta, por quê? - pergunto achando estranho.
Ele tem seus olhos verdes em mim, por um momento não diz nada, apenas me encara com seus olhos profundos.
- Porque eu sei a verdade Malia. - Ele enfim fala. - Se está disposta a fazer isso por quem ama, você é a pessoa mais confiável que eu posso conhecer.
E dessa vez sou eu quem o encaro sem dizer uma palavra. Ele sabe a verdade, é claro que sabe.
Se ele não soubesse, seria loucura me manter por perto.
- Então como as coisas vão funcionar? - pergunto desviando meu olhar para o chão.
- Vamos conhecer as nossas famílias primeiro, ninguém pode saber as circunstâncias do nosso noivado. - Ele diz.
- Então mentiremos para eles também?
- Será necessário, e se quiser podemos levar a sua filha. - Ele diz e meu coração bate forte.
- Mas meus pais não moram aqui, se formos para a casa deles teremos que ir para passar o fim de semana. - Eu digo.
- Tudo bem, marque com eles e um dia antes de irmos vamos jantar com meus pais. - Ele fala e apesar do nervosismo que isso pode me causar eu logo desânimo.
- Mas não vão me deixar leva-la. - Digo e sinto um aperto. - Mal deixam eu vê-la uma vez por mês, ainda por poucas horas.
- Não se preocupe com isso, eu vou com você busca-la. Não terá problemas.
- Tem certeza? - pergunto sem esperança nenhuma.
Sei o que eles vão fazer, não acredito que poderei leva-la. Não vamos.
- Eu vou te mostrar que pode confiar em mim.
