Capítulo 2
Ele a acompanhou até o carro, conversando numa boa. A colega de Radaela entrou no carro primeiro. Dimas a encostou com tudo, segurou firme em sua cintura e a puxou contra ele. Radaela virou o rosto com muita dor no coração. Ele cheirou seu pescoço, fez carinho em seu cabelo. Ela se arrepiou toda. Deu risada, olhou para ele e disse:
— Para, por favor, hoje não dá.
Ele não se desencostou e começou a falar que gostou da roupa dela, que o cabelo estava diferente. Perguntou então quando daria, porque ele a queria. Ficou engraçado. Até que alguém o chamou pelo nome. Ele a soltou e se virou para ver. Era um casal que estava na mesa com eles. Radaela ficou com vergonha, foi pega no flagra. Entrou no carro e foi embora rindo sozinha, pensando na boca de um, no cheiro do outro, e que noite havia sido aquela.
Ela ficou animada com as possibilidades. Não teve um final feliz para ela, mas, apesar de não gostar muito de sair, foi bom. Um gostinho de "quero mais". Acordou destruída com ressaca e ainda ia trabalhar. Logo cedo, recebeu uma mensagem do rapaz com quem havia ficado:
— Bom dia, minha linda.
Benedito era lindo. Radaela viu a foto e se surpreendeu. Respondeu:
— Bom dia, gato.
Conversaram um pouco, e ele a chamou para sair. Radaela começou a inventar desculpas, louca para ir ficar com o amigo dele. Ele disse que merecia a atenção dela, já que na noite anterior não tivemos como nos conhecer melhor. Ela acabou aceitando; ele não era chato mesmo. Naquele dia, Radaela trabalhou até a hora do almoço e ficou com aquela dúvida tremenda do que vestir. Não sabia para onde iriam, nem se haveria sexo, nem se ele tinha carro, moto, bicicleta ou nada. Ele não quis dar muitos detalhes. Radaela se vestiu de forma básica, colocando um macaquinho de shorts soltinho florido e uma sandália Anabela. Fez uma maquiagem leve, só para esconder imperfeições, e colocou uma lingerie bonita de renda. Ficou esperando ansiosa por Benedito. Ele era uma delícia, e Radaela estava num atraso de muitos meses. Ela havia se dedicado a estudar, por isso tinha parado de procurar homens um pouco.
Ele atrasou mais de meia hora, não estava respondendo às mensagens. Radaela ficou desanimada, quase voltando para trocar de roupa. Marcamos às 18h00. Ele respondeu apenas:
— Tô chegando.
Isso era 18h25. Tentando ser legal, ela disse:
— Beleza.
Já estava furiosa com o atraso. Ele chegou, desceu do carro – aliás, que carro, um baita carrão de luxo. Veio perto, deu-lhe um beijo de selinho e um abraço gostoso. Abriu a porta para ela. Ninguém nunca havia feito aquilo antes. Pediu desculpas pelo atraso. Radaela disse que tudo bem, que o importante era ele ter ido. Ele começou a conversar e não dizia para onde iriam. Até que ela perguntou:
— E aí, onde vamos?
Ele respondeu rindo:
— Você é curiosa, moça?
Ela disse que só um pouco. Ele não revelou o destino e continuaram conversando sobre suas vidas. Ela fez perguntas sobre a vida dele, ele sobre a minha. Pararam em um posto de gasolina. Ele abasteceu, estacionou e a chamou para entrar na conveniência para pegar algo.
Radaela nunca foi de beber muito e pegou um suco. Ele perguntou se ela não gostava de beber direto. Ela disse que não. Ele falou que também não e pegou uma lata de Coca-Cola, ainda ressaltou para ela ficar à vontade:
— Gata, fica na boa, pode pegar o que quiser, se quiser comer alguma coisa, fica à vontade.
Ele era atencioso, educado, um fofo. Pegou um saco de gelo grande. Radaela se perguntou por que alguém compraria um saco de gelo num domingo à tarde. Ele a pegou pela cintura na conveniência, tipo casal. Não havia nenhum conhecido dela ali mesmo, então ela ficou quietinha, deixando rolar.
Quando entraram no carro, ele a beijou de verdade, maravilhoso, grudou em seu cabelo. Radaela pensou animada: "Hoje tem, né, com uma pegada dessas, vai me pegar de jeito." Saíram de lá e, não muito longe, ele parou em uma casa. Disse que ia entregar o gelo rápido e perguntou se ela queria entrar para dar um "oi" para a galera. Radaela disse que não, que tinha vergonha. Mas, na verdade, ela tinha medo de ver o casal que a viu no estacionamento abraçada com o outro. Ele entrou e logo saiu no portão com a irmã dele, que se chamava Betina. Ela deu tchau para Radaela, falou "oi" de longe. Radaela também cumprimentou. Ele voltou para o carro, dizendo que preferia ficar com ela. Radaela concordou, dizendo que já haviam atrapalhado a noite anterior deles.
Ele a levou para a casa dele, só avisando quando chegaram. Entraram. Ele a pegou pela mão. A casa era linda, enorme. Não tinha ninguém em casa. Os pais dele tinham acabado de ir à igreja em outra cidade e demorariam para voltar. A irmã, Betina, estava em um churrasco. Ele foi contando essas coisas. Radaela ficou meio intimidada com a situação, e ele percebeu que ela não estava tão à vontade. Foram para o quarto. Ela se sentou na cama. Ele colocou música antiga, perguntou quais tipos ela gostava. Ela escolheu pagode. Ele sentou perto, a deixou à vontade. Trocaram alguns beijos bem quentes, e Radaela começou a dominar a situação, indo para cima, provocando. Subiu em cima dele. Ele abriu o macaquinho dela nas costas. Ela tirou a camiseta dele. A cada puxão que ele dava em seu cabelo, Radaela pensava que sairia dali toda dolorida. Não deixou por menos, foi arranhando e mordendo ele. Ela ficou de calcinha e sutiã, e o amasso das preliminares estava maravilhoso.
Eis que uma pessoa abre a porta do nada, imaginem a cena: Radaela de calcinha e sutiã em cima dele, que estava só de cueca, se agarrando. O som estava em um volume médio, mas se chamaram antes de abrir, não deu para ouvir nada. Quando abriram a porta, eles se assustaram. Ele a tirou de cima dele, jogando-a para trás na cama mesmo...
