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Cap. 05 - Repulsa

Ao chegarem em seus aposentos privados, ambos ainda estavam muito alterados. 

Alex a soltou e disse: 

- Agora me diga em que situação encontrou meu clã. 

- Não se faça de idiota. Como se você não soubesse! - Kate o acusou.

- Me fazer de idiota?! Eu sou o Laird dessa merda! Mostre o devido respeito, mulher! - Alex perdeu a pouca paciência que possuía.

- Além de ser o Laird dessa merda, também é um Laird de merda! Como pode deixar seu povo viver daquele jeito?! – Ela gritou, fora de si. 

Ele respirou fundo, tentando manter a calma. 

Kate deveria admitir, também não estava ajudando muito ao acusá-lo daquela forma. 

Alex tornou a falar, dessa vez, mais calmo: 

- Olha, deixa eu te explicar uma coisa sobre o clã. Eu era muito jovem quando me tornei laird, não tive tempo de aprender tudo o que meu pai tinha para ensinar. E logo depois de sua morte, tive que aprender a lidar com os outros clãs rivais, o que me tomou muito tempo, e ainda toma, além disso, fui obrigado a me casar, uma e outra vez, até que o rei ficasse satisfeito, e ele nunca ficou. Então, por falta de tempo, designei um homem da minha confiança para cuidar dos assuntos do clã. Por isso, se encontrou algo de errado com o meu povo, peço que me diga para que possamos consertar. 

- Realmente não sabe de nada? – Ela estava desconfiada. 

- Não. Dou à Isaac uma quantia generosa de moedas para tudo o que o clã necessite. O que há de errado? 

- Bom, não sei exatamente o que designou para que esse sujeito fizesse, porque na verdade parece que não foi feito nada pelo clã. Dei uma olhada na vila, as casas estão aos pedaços, as pessoas estão quase passando fome, eles não têm proteção alguma se houver qualquer tipo de ataque de outros clãs, e o mais importante, seu clã não tem uma curandeira enquanto há muitas mulheres prestes a dar à luz! Conversei com um senhor, ele me disse que não vê muitas pessoas que moram dentro do castelo a não ser para pagar impostos! E também... 

- Pagar impostos?! – ele me interrompeu – O clã é muito próspero para que eu necessite de impostos! Isso com certeza não foi uma ordem minha! Deixo de cobrar impostos justamente para que meu clã tenha o que comer! E por que não fui informado da falta de uma curandeira?! 

Se não era Alex por trás de toda essa confusão, e Kate não acreditava que ele estivesse mentindo, com certeza era esse tal de Isaac. O laird estava furioso, tanto que já nem tentava controlar seu tom de voz. 

- Você vai me levar imediatamente a todas as ruas da vila pela qual andou! Quero ver isso com os meus próprios olhos! Depois vai me levar até a casa desse senhor com quem conversou. E se for verdade, exigirei que Isaac preste contas de onde foi parar todo o dinheiro que lhe dei! 

Ele saiu do quarto cuspindo fogo, descendo as escadas da torre e, quando chegaram no saguão de entrada, Lady Josephine estava entrando no castelo e falou: 

- Onde vão com tanta pressa a essa hora? 

- Até a vila, mãe. 

- Fazer o que?

- Agora não, mãe. Depois te explico o que aconteceu.

- Vai me explicar agora, Alexander. Não importa o que tenha acontecido, pode esperar até amanhã de manhã. Agora, vamos jantar.

- Não podemos esperar, quero ver como está o vilarejo, e as casas, e as pessoas também. Principalmente as pessoas.

- Sua mãe tem razão, Alex. A essa hora não verá nada. Está muito escuro. E os aldeões já devem estar descansando. Amanhã cedo nós iremos. - Kate intercedeu.

Ele se acalmou, concordando que seria mais lógico fazer daquela forma, e não movido por impulso.

Lady Josephine o arrastou até a biblioteca, como se Alex fosse um menino pequeno e malcriado. Kate teve vontade de rir com a cena, mas conseguiu se controlar. Ela pensou em segui-los, mas depois hesitou, não querendo causar confusão, não querendo se meter na conversa entre mãe e filho, e, muito menos envolver-se, ainda mais do que já estava envolvida, com os assuntos do clã.

Então Kate percebeu que era impossível meter-se ainda mais nos assuntos do clã do que já estava, e resolveu segui-los para dentro da biblioteca, não querendo espionar, mas sim participar da conversa, pouco se importando com o olhar feio que Lady Josephine lhe lançou. Mas como Alex não parecia se importar com a sua presença, Kate não se deixou intimidar e ficou.

Fingiu que não percebeu e fechou a porta atrás de si, trancando os três para o lado de dentro.

Lady Josephine mantinha-se de costas para ela, parecendo tentar excluí-la da conversa, como se Kate não estivesse ali. Alex também pareceu perceber nos maus modos de sua mãe, e disse:

- Acho melhor que seja Kate a lhe dizer. Afinal, foi ela que descobriu.

A contragosto, Lady Josephine obrigou-se a olhá-la.

E Kate foi obrigada a relatar tudo o que aconteceu naquele dia, assim como as suspeitas de Alex sobre Isaac e o motivo dele estar com pressa de ver, com os próprios olhos, o que o clã estava passando.

Lady Josephine ficou tão transtornada quanto Alex. Estava tão furiosa que até deixou de lado o olhar malévolo que lançava para Kate, enquanto esta última relatava o que viu.

Ela percebeu, naquele instante, que Josephine não era tão terrível quanto imaginava. Se fosse tão ruim, não se importaria com os aldeões. Ou, ao menos, assim pensava Kate.

Não sabia o motivo que fazia a dama tratá-la da forma que tratava, mas não acreditava ser possível que aquela mulher que se mostrava tão preocupada com o clã odiasse Kate somente por odiar os ingleses. Deveria haver um motivo mais profundo.

- Por que não gostas de mim, Lady Josephine? – E quando percebeu, Kate já tinha deixado escapar a pergunta. 

Essa língua incontrolável... 

Mãe e filho a olhavam, surpresos com a pergunta. 

Lady Josephine parecia envergonhada, não sei se pelo seu comportamento ou pela pergunta tão direta. Talvez fosse mais pela segunda opção.

Alex percebeu que, provavelmente, era melhor ele se retirar e deixar que as mulheres se entendessem. Saiu da biblioteca sem dizer nada e fechou a porta. 

Um silêncio constrangedor reinou no aposento. Kate pensou em repetir a pergunta, mas não foi necessário, nesse momento, a dama respondeu:

- Me desculpe, Lady Kate. Estou tão acostumada às más escolhas do rei quando se trata de casar meu filho que já pensava que a senhora fosse mais uma imprestável e, somado ainda ao fato de ser inglesa e não possuir terras ou riquezas, realmente achei que, dentre todos os casamentos de Alex, esse fosse o pior de todos. Parece mesquinho o que vou dizer, mas pelo menos as outras esposas trouxeram ouro, soldados ou terras para os Douglas, embora lhes faltassem várias qualidades, e o que era pior, nenhuma delas era digna de ter meu filho. E por você ter sido uma escolha do rei, realmente acreditei que não tinha muito a oferecer, mas agora sei que me enganei. E peço desculpas pelo tratamento que lhe dispensei. Isso não voltará a acontecer.

Depois de tudo o que ela descobriu sobre os casamentos de Alex, realmente entendeu o lado de Lady Josephine e o modo como a tratou. E percebeu que era a sua chance de descobrir mais sobre seu marido. Kate perguntou: 

- Foram tão ruins assim as outras esposas? 

- Foram terríveis... Mas talvez você devesse fazer perguntas ao meu filho. O que posso afirmar é que é muito triste quase ter perdido meu filho em uma batalha que resultou em uma cicatriz, e saber que, por causa disso, por proteger seu clã, Alex foi rejeitado por suas esposas. Como se quem ele era não importasse, tudo o que viam nele era a cicatriz. Acredita que sua primeira esposa nunca deixou que ele a beijasse? É verdade, após sua morte, ele mesmo me contou. 

Kate não conseguia imaginar por que uma mulher rejeitaria um homem daqueles, imagine então quatro rejeições seguidas. Queria poder perguntar mais, mas já estavam muito atrasadas para jantar.

Enquanto comiam, Kate ainda podia sentir um pouco de estranheza entre elas, mas Lady Josephine já não parecia desprezá-la daquela forma e nem a olhava feio. 

Estamos evoluindo em nossa relação. Não sei se um dia chegaremos a ser amigas, mas, por enquanto, é o suficiente para mim. Kate pensou, vitoriosa por aquele avanço em sua relação com a sogra.

Naquela noite, Alex e ela subiram para a torre, juntos, em silêncio. Quando chegaram ao quarto, ele falou: 

- Você gostaria de ter o seu próprio quarto? 

- Como assim? Posso ter um quarto só meu? 

- Sim. 

- Mas somos casados! O que as pessoas irão pensar de nós? 

- Na verdade, é muito comum que os casais durmam em quartos separados. 

- Aqui na Escócia? 

​- Acredito que em toda a Europa, até mesmo na Inglaterra. Pensei que soubesse.

Talvez, nessa época, os casais dormissem separados, mas, no século de Kate, os casais só faziam isso quando alguma coisa ia muito mal no casamento. Para ela, ainda parecia coisa de outro mundo. 

- E quando querem ter relações sexuais? Como fazem? – Ela perguntou. 

- Geralmente é o marido quem vai até o quarto da esposa. 

- E por que não me deu um quarto antes? 

- Precisava confiar em você, para saber que não faria nenhuma besteira. 

Como, por exemplo, me matar... Kate pensou.

Ele não disse essa parte, e nem precisava, ela já sabia que era a isso que ele se referia. Já tinha noção do que aconteceu com suas primeiras esposas. Ela não precisava criar um clima ruim entre eles logo agora, mencionando esse assunto que, ela tinha certeza, Alex apenas queria esquecer. 

- Você gostaria de um quarto só seu? – Ele perguntou.

Ela pensou no assunto. 

Por um lado, seria legal ter um espaço só dela, e um pouco de privacidade. Mas, por outro lado, uma parte bem maior dela, estava decepcionada por acreditar que era o que ele queria. E ela não sabia o que responder, então disse: 

- Você quer que eu vá para outro quarto? 

- Não. Gostaria de dormir contigo todas as noites. – Ele disse de uma forma tão doce que Kate sentiu derreter por dentro.

 - Então não quero ir. – Ela decretou. 

Alex lhe deu as costas, e foi arrumar suas coisas e se preparar para dormir, enquanto dizia: 

- Tudo bem, mas, de qualquer forma, deixarei um quarto preparado para você. É o quarto destinado à esposa do laird, então ele é seu, mesmo que não queira dormir lá.

Kate não prestava muita atenção no que ele dizia, estava mais preocupada em outros aspectos, como, por exemplo, em voltar a tê-lo dentro de si. Ao entrar no quarto, ela começou a sentir uma vontade insana de senti-lo novamente. Sentir seu gosto e seus beijos, suas mãos passeando pelo seu corpo todo e, finalmente, seu membro penetrando-a. Então ela lembrou-se da noite passada. A forma bruta como ele a penetrava, pouco antes de gozar em seu apertado canal. Ela queria aquilo novamente, o sexo selvagem, seu pau enterrado nela, enquanto gozava incontrolavelmente, a forma como sentiu seu membro ser apertado pelos músculos de sua vagina. Queria tudo aquilo novamente, pois parecia um sonho. Até o desconforto sentido nessa manhã já era uma lembrança longínqua. 

Puta merda! Eu já me sinto úmida entre as pernas... Ela pensou, quase gemendo.

Pensando em seu desejo, Kate aproveitou que Alex estava de costas e começou a se desvestir também. Foi rápida. Quando deu por si, já estava sem nada a cobrindo. Ela pensou em colocar a camisola, mas achou que não fosse necessário, já que, em breve, ela seria retirada de qualquer maneira.

Aproximando-se de seu marido, pelas costas, ela o abraçou por trás, colando seus seios nus e arrepiados em suas costas, que também estavam sem nada para evitar o contato. Ele estava só de kilt e foi fácil para ela descer sua mão pelo estômago marcado dele, até chegar ao seu pênis, que já estava em ponto de bala. 

Alex ficou paralisado. Então Kate começou a fazer movimentos, acariciando seu membro ereto, e ele gemeu, dizendo: 

- Pare. – Sua respiração estava entrecortada e sua voz soava sem fôlego. 

- Eu sei que você me quer, posso sentir. 

- Mas ainda não se recuperou completamente da sua primeira vez. Leva tempo, Kate. 

- Deveria ter pensado nisso ontem, não é? Você não me pareceu muito preocupado, Alex, enquanto metia em mim até me deixar assada. – Ela acelerou os movimentos com a mão, enquanto falava – Não estava conseguindo andar hoje de tanta dor, sabia?

- Ah é? E dava para saber que eu estive aí dentro? - Alex a provocou.

- Tão grande e grosso... E esteve enterrado até o talo ontem. Muitas e muitas vezes. Como não perceber que estava aqui dentro, me fazendo gozar. Não está com vontade que eu goze no seu pau Alex ? Eu sei que estou ardendo por você.

- Puta merda! – Ele falou e, perdendo o controle de seus atos, se virou, beijando-a, ao mesmo tempo em que a empurrava até a cama e a fazia se sentar, abrindo as pernas dela com a sua mão.

Ele acariciou sua entrada, com movimentos circulares, fazendo-a quase gozar. Kate gemeu e pediu por mais, separando ainda mais as pernas. O dedo de Alex a penetrou, devagar, Kate estremeceu de desejo. Ele parou.

Ele parou e a deixou frustrada. Ela teve vontade de gritar com ele, mas tudo o que fez foi perguntar:

- Por que parou?

- Ainda sente dor. - Não era uma pergunta, mas uma afirmação, e ela não sabia de onde diabos ele havia tirado essa conclusão.

- Não sinto! Estou ótima! Podemos continuar.

- Não minta, eu a vi estremecer. Essa noite não faremos nada.

Mais do que frustrada, Kate deitou na cama, e ele também. Ela tentou dormir, mas não conseguiu. A mão dela, como se por vontade própria, rastejou até o lado da cama de Alex e encostou em sua barriga nua, coberta de pelos sedosos e uma pele quente e convidativa, mas que logo puxou de volta para si, ao ouvir um rosnado dizer:

- Durma!

Kate então virou para o outro lado e esperou que o sono viesse. 

Não foi fácil dormir naquela noite.

Na manhã seguinte, Kate acordou sentindo dedos acariciarem suas costas nuas. Ela se virou e se deparou com seu marido a encarando.

Ela pensou na noite anterior, e em como ainda se sentia sexualmente frustrada, e então, o atacou, derrubando-o na cama, deitado, enquanto seu corpo estava por cima do dele.

- O que fez ontem comigo não foi certo, marido. - Ela falou, provocante.

Ele riu.

O bastardo riu!

- Está se sentindo frustrada, esposa? - Alex perguntou.

- Mais do que imagina. Mas a minha frustração termina agora, entendeu?

Kate o beijou, sentindo o gosto dele em sua boca, mas Alex não a deixou aprofundar o beijo, e se afastou, dizendo:

- Ainda não está bem o suficiente, Kate. Vamos esperar.

- Quanto tempo tenho que esperar?! - Ela gritou. - Já está criando teias de aranha aqui dentro!

- Até hoje à noite. - Alex falou, rindo.

- Promete?

- Sim, prometo.

Kate aproveitou que ainda estava deitada, em cima dele, e olhou bem para aquela cicatriz em seu rosto. Era um belo rosto, tão belo que a cicatriz não conseguiu estragar sua beleza. Embora o deixasse com um aspecto mais… selvagem, Kate sequer reparava que ela estava ali. Talvez, em seu íntimo, ela até apreciasse aquele corte irregular que foi, provavelmente feito com uma lâmina muito afiada.

Sim, ela gostava.

Kate pensou que tipo de arma poderia deixar uma cicatriz daquele tamanho. Uma espada? Uma faca?

Certamente foi algo feito por uma espada.

O quanto não deve ter doído… Ela pensou.

Ela estremeceu só de imaginar o quão perto o seu marido deve ter estado da morte. E quão medíocre deve ser uma mulher para desprezá-lo somente por causa de uma marca.

- Saia de cima. - Alex falou, rudemente. Seu semblante havia mudado, se fechando como uma tempestade. E Kate não sabia o que teria feito de errado para que ele mudasse daquele jeito.

Mesmo assim, ela obedeceu.

Alex levantou-se da cama, se vestiu e saiu do quarto sem olhar para trás, deixando uma Kate atordoada, pensando que bicho o teria mordido.

Alex pensava que Kate fosse diferente e não se importasse com a sua aparência. Certamente era muito apaixonada, durante a noite, enquanto a escuridão os cercava e cobria sua cicatriz. Mas na luz do dia, enquanto olhava de perto para o seu defeito, ela estremeceu.

Ele a viu estremecer.

A diaba estremeceu!

Deveria sentir nojo. Era o que Alex pensava. Ele pensou que, com ela, poderia ter um casamento de verdade, mas agora acreditava que todas as mulheres eram iguais.

Quando Kate desceu, ele já estava tomando a primeira refeição do dia, junto aos demais.

Alex era incapaz de desgrudar seus olhos dela. Ele nunca, antes, teve mais consciência de quão bela ela era, quanto naquele momento. A claridade refletia em seus cabelos longos e encaracolados, e ele pôde perceber que não eram inteiramente castanhos, havia o reflexo de um tom ruivo. Como no dia anterior, ela usava o tartan com as cores do clã Douglas, tinha uma postura régia enquanto caminhava pelo salão, e Alex pôde perceber quão linda ela estava, usando as suas cores. Combinava com ela, perfeitamente.

Não querendo parecer um tolo apaixonado, babando em cima da própria esposa, ele desviou os olhos, enquanto Kate se sentava à mesa, conversando com Lady Josephine sobre amenidades.

Fazer as refeições sentado ao lado dela, seria um completo tormento para o autocontrole de Alex. Estava se provando complicado estar ao seu lado e não poder senti-la.

Kate deu risada. Aquele som rico o fez perder a concentração do que estava sendo dito por Logan. Ele esperava uma resposta, mas Alexander não sabia qual havia sido a pergunta. Ele apenas conseguia olhá-la.

Pôde reparar que haviam mais pessoas na mesa esperando pela sua resposta. Estava encrencado, não sabia do que se tratava. Ele pensou em pedir para que Logan repetisse a pergunta, mas sabia que, mais tarde, Logan faria alguma piada sobre aquilo. E logo, todo o clã estaria comentando sobre aquele incidente, e rindo às suas custas.

Logan, de fato, o olhava com divertimento, como se soubesse o que estava acontecendo em sua mente, mas se recusou a repetir a pergunta sem que o seu Laird pedisse para que o fizesse.

Enquanto Alex pensava no que fazer, algo inesperado aconteceu. Kate virou o rosto em sua direção, como se pudesse sentir o seu olhar. Seus olhares se encontraram e ambos ficaram se encarando. Naquele momento, Logan já havia retornado para falar com outro soldado, deixando o Laird em paz, por enquanto. Mas ele sabia que Logan viria com algum comentário engraçadinho mais tarde.

Aquela garota conseguia tirá-lo do chão, e ele não tinha certeza se isso era algo bom. Ele franziu o cenho com esse pensamento.

E foi quando ele sentiu.

Um toque.

Um suave toque em seu rosto.

Ele a olhou.

Kate estava com a mão estendida, acariciando-o em sua bochecha, sua bochecha marcada pela cicatriz. Ele sentiu quando ela se inclinou e depositou um casto beijo em sua boca.

Isso, sim, foi inusitado.

Todos à mesa pararam o que estavam fazendo e ficaram encarando. E não era para menos. Poucos eram os homens que tinham o privilégio de casar por amor, mas acontecia de vez em quando. No entanto, eram mais raros ainda as mulheres dispostas a demostrarem afeto em público. Isso sim era incomum.

Depois do que aconteceu naquela manhã, Alex estava mais do que surpreso, e sentiu um imenso prazer em saber que sua esposa não tinha vergonha de demonstrar afeto para ele, em público.

Alex sabia que as mulheres deveriam seguir um padrão de regras, e de moral, se quisessem ser consideradas no mercado matrimonial, afinal, nenhum homem iria querer como esposa uma mulher de reputação duvidosa. E, embora ele concordasse com isso, Alex acreditava que certas coisas eram extremamente rígidas e fora de contexto. Afinal, por que uma esposa não poderia mostrar carinho por seu marido, em público, se era de conhecimento geral o que eles faziam no quarto? Uma mulher grávida não era sinal de que, antes de engravidar, havia tido um homem entre suas pernas? Portanto, qual era o problema?

Alex não via problema algum, e ficou satisfeito em descobrir que sua esposa também parecia não ver qualquer problema nisso.

Kate percebeu o que tinha feito, e o erro que tinha cometido na frente de todos, e um adorável tom de rosa cobriu suas bochechas. Ela retirou sua mão, rapidamente, olhando de volta para seu prato de comida, enquanto sua mão permanecia imóvel sobre a mesa.

Quando todos pararam de prestar atenção no Laird e sua esposa, Alex fez algo inusitado, mas que acreditava ser necessário para que ela entendesse que entre eles não existia aquele tipo de regra que se aplicava a outros casais daquela época.

Pegou sua mão, que descansava em cima da mesa, e a trouxe para seus lábios, beijando seus dedos enquanto todos voltavam a prestar atenção àquela demonstração de afeto, incrédulos.

Ele pousou suas mãos, unidas, em cima da mesa, e entrelaçou seus dedos nos dela, não lhe dando espaço para retirar sua mão da dele. E assim permaneceram até o fim da refeição, sob o olhar atento de todos. Kate estava vermelha, mas não tentou se afastar.

Quando se levantaram, ela perguntou:

- Ainda quer que te leve até o vilarejo para investigarmos sobre Isaac?

Suas mãos ainda estavam entrelaçadas, Alex percebeu, com prazer. Para ele, que ela não tivesse se afastado, demonstrava que Kate confiava nele, pelo menos um pouco.

- Sim, partimos imediatamente.

E assim foi.

Ele montou em seu cavalo e a colocou diante de si, sobre a montaria, entre as suas pernas.

Foi rápido chegar ao vilarejo, e quase não deu para aproveitar a viagem, e a sensação de tê-la entre seus braços.

Enquanto andavam por entre as casas, Kate apontava o que havia de errado. Realmente, o que disse não era exagero. As casas caíam aos pedaços, as pessoas estavam magras demais, como se não comessem o suficiente, embora percebesse que plantavam e colhiam muitos alimentos. Alex tinha certeza que o único problema ali era Isaac, mas ele sabia que não poderia fazer nada sem provar, por isso, falou:

- Diga onde mora o senhor com quem conversou. Quero lhe fazer algumas perguntas.

Kate o guiou até a cabana do velho, e ficaram ali o resto da manhã.

O Laird e sua esposa voltavam para o castelo, em um silêncio acolhedor, cada um perdido em seus pensamentos. Quando Kate decidiu perguntar:

- O que aconteceu esta manhã?

- Do que está falando? - Alex se fez de besta.

- O que aconteceu hoje, entre você e eu, naquele quarto?

Ele ficou tenso, e Kate percebeu que perdeu a oportunidade de ficar calada e apenas aproveitar a companhia de seu marido.

- Você já pode parar. - Ele falou, repentinamente.

- Parar de quê? - Ela retrucou, confusa.

- Parar de fingir que gosta dos meus beijos. - Ele respondeu, tenso - Eu já sei que a cicatriz causa repulsa. Tive uma esposa que nunca me deixou beijá-la, e tive esposas que só me beijavam por obrigação. Sei que não deve gostar do meu toque, e é por isso que prometo nunca mais beijá-la. Só não posso prometer que não vou me deitar contigo porque, como Laird, necessito de herdeiros, mas assim que acontecer, prometo que não vou forçá-la mais a esse tormento.

Kate não estava acreditando no que ouvia. 

De onde o ser humano conseguia tirar tanta asneira? Ela perguntou-se. Era inacreditável a habilidade que as pessoas tinham de inventar o que não existia.

Ela não sabia em que momento tinha conseguido demonstrar tudo o que Alex disse.

- Em que momento fiz com que acreditasse em tudo isso? - Ela perguntou.

- Hoje pela manhã, quando você olhou para minha cicatriz e estremeceu.

- E antes disso? Já pensou que não queria os seus beijos?

- Antes, não. Mas é fácil fingir que sou normal enquanto a escuridão encobre o meu rosto.

- Sabe, não sei se vai fazer diferença o que vou dizer, ou não, mas a sua cicatriz não me dá nojo. Se estremeci, foi só porque estava a pensar em quão doloroso deve ter sido quando a recebeu.

- Não acredito em suas palavras. Só diz isso para que eu não me magoe.

Kate suspirou.

Se não acredita, então terei que demonstrar. Ela pensou.

- Pare o cavalo. - Ela falou.

- Para quê?

- Vou descer.

Alex freou e Kate desceu.

- Está brava? - Ele teve a audácia de perguntar - Vai voltar andando?

- Não. Desça, agora. - Ela ordenou.

Confuso, ele fez o que ela pediu.

Agora, estavam frente a frente, olhando nos olhos um do outro.

Kate, então, o abraçou pelo pescoço, puxando-o para baixo até que sua boca o alcançasse, e lhe deu uma mordida no lóbulo de sua orelha.

Alex estremeceu.

Ela desceu suas mãos pelo peitoral de Alex e sua barriga definida, até chegar ao cinto e o retirar.

- O que está fazendo? - Ele perguntou, incrédulo, mas sem fôlego.

- Se não acredita em minhas palavras, então terei que demonstrar que não sinto repulsa por ti. Faremo amor. - Ela decretou.

- Aqui?!

- Sim.

- Agora?!

- Sim, aqui e agora.

- Podem nos ver.

- Que vejam, então.

Ela j[á tinha conseguido retirar o seu kilt e sua camisa, Alex estava completamente nu. E agora seu membro estava nas mãos dela, enquanto ela o acariciava.

Ele a tomou nos braços e a beijou, enquanto gemia em sua boca.

Com seu kilt, apressadamente, ele forrou a relva para que ambos ficassem mais confortáveis, enquanto Kate retirava o seu vestido. Ela estava tendo dificuldades em fazer aquilo sozinha, tinham muitos laços, queria poder usar somente um kilt e uma camisa, como ele.

Ainda estava vestida quando Alex a deitou sobre seu kilt e, pegando seu vestido pela parte da frente, o rompeu, liberando seus seios. Kate não teve tempo para protestar, em segundos, estava nua, com os seios apontando para o céu.

Tinha sido ela quem começou com aquilo, tinham sido os seus atos que os levaram até aquele momento, a ficarem nus ao ar livre àquela hora do dia, e Kate gostaria de dizer que estava no controle da situação, de poder levá-lo à loucura com suas mãos e sua boca, mas não era bem assim que as coisas estavam acontecendo. Naquele momento, era Alex quem detinha o controle da situação, era ele quem decidia o quão longe eles iriam.

- Espere. - Kate falou. Ele parou e a encarou, sua boca a milímetros de provar o bico de seu seio - Só queria poder tocar em você, da mesma forma que você faz comigo. - Ela explicou.

- Uma outra hora eu deixo. Agora não vai dar, não vou durar muito.

Dito isso, seus lábios foram para os seios dela, lambendo e chupando enquanto sua mão escorregava pelo corpo de Kate, procurando o seu centro de prazer.

Ela gemeu, estava molhada e pronta para recebê-lo. Podia sentir como o seu dedo deslizava com facilidade por suas dobras úmidas, em círculos, provocando, enquanto sua boca mordiscava seu mamilo duro, se revezando entre um seio e o outro.

Os dedos de Alex separaram seus grandes lábios e a penetrou devagar, primeiro um dedo, e depois dois. Eles entravam e saíam lentamente, enquanto Kate gemia e abria ainda mais as pernas para facilitar o acesso.

Dentro de seu corpo, os dedos dele procuraram e encontraram o ponto exato que a levava à loucura.

Ela gritou. 

A boca de Alex cobriu a dela, engolindo os seus gritos de prazer. Ela o beijou com volúpia, sugando sua língua e mordiscando seus lábios.

- Me faça gozar, por favor. - Ela implorou.

- Só quando meu membro estiver enterrado em você, querida.

Ele sabia como palavras sacanas a deixavam alucinada. E foi o que aconteceu.

Kate o puxou para cima de si, pegando seu membro e o posicionando em sua entrada. Devagar, ele a penetrou. De início, só a cabeça entrava e saía, torturando-a. Depois foram penetrações profundas, do jeito que ela amava. A sensação era de que ele conseguia tocar seu útero com seu membro. Embora fosse incrível, ela precisava de mais. Precisava que fosse mais rápido e duro, para que ficasse satisfeita.

- Mais rápido. - Kate implorou.

Ele aumentou a velocidade, fazendo-a gritar. Kate estava quase lá, o clímax se aproximava, ela podia sentir seu corpo ficando tenso.

- Abra mais as pernas, amor. - Ele disse. 

Kate não havia reparado que tinha fechado as pernas, tamanho o prazer que sentia.

Ela abriu as pernas, como ele havia pedido, e Alex segurou-as abertas, impedindo-a de fechá-las, e voltou a se movimentar de forma bruta.

Kate não conteve os gritos que escapavam de sua garganta, e sentiu quando o clímax a atingiu, varrendo todos os seus pensamentos coerentes. Gozou forte, enquanto os seus músculos vaginais ordenhavam seu membro, apertando-o até que ejaculasse, jorrando o seu suco dentro dela, melando-a de dentro para fora.

Ambos estavam exaustos, com a respiração entrecortada. Então ela disse:

- Dentre todas as coisas que sinto por você, meu Laird, certamente nojo não é uma delas.

Alex sorriu para ela, seu coração se enchendo de algo inexplicável quando a ouviu chamá-lo de “meu Laird”, dizendo aquelas palavras que tantas vezes desejou escutar de suas esposas, mas que foi aquela linda mulher, sua última esposa, que havia sido a primeira a dizer.

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