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Capítulo 4

Any estava super animadinha com o passeio, cheia de expectativas com Gegê, só imaginando quando seria a próxima vez. Eles se falaram alguns dias na semana e se viram apenas uma vez. Any saiu à noite para correr na avenida, postou uma foto nos status com a Fernanda, e Gegê viu. Ele mandou mensagem perguntando se ela estava a fim de vê-lo. Any respondeu que não podia demorar. Ele foi até lá, e Fernanda já tinha ido embora quando ele chegou. Ele encostou o carro na rua de trás da pracinha. Any entrou, deu um beijinho. Ele colocou o boné virado para trás e falou com deboche, olhando os retrovisores:

— Só isso, morena? Do jeito que você falou na mensagem, achei que ia me agarrar e tal, chegar tirando a roupa, sentando pra me mostrar o tanto de vontade, saudades.

Any falou com ironia:

— Ué, só eu que tenho que ir atrás? Tá com a agenda cheia aí e quer graça! Para de caô, cara.

Ele disse, abrindo o porta-luvas:

— Alaaaaa, olha as ideias tortas. Isso é só porque eu não gosto, vê se você gosta aí.

Ele pegou uma sacolinha de chocolates da Cacau Show, deu na mão dela. Curiosa, Any foi abrindo para ver. Eram trufas de licor. Ela falou impressionada:

— É sério? Licor?

Ele disse como quem não entendeu:

— É, sei lá, peguei qualquer um. E aí, tudo bem? Nem tive tempo de pegar no celular hoje!

Any falou quase chorando, abrindo uma:

— Aham... E você?

Ele a estava olhando. Any ofereceu, tentando não chorar, com um nó na garganta. Ele falou, deitando mais o banco:

— De boa. Se eu soubesse que você ia ficar triste, eu não tinha trazido. Vem aqui.

Any tirou os tênis, foi sentar no colo dele de lado, ficando com os pés no banco do passageiro. Ela respondeu, abrindo outra trufa:

— Não estou triste, só é difícil. Complicado!

Ele estava fazendo carinho nela, disse que podia imaginar. Any deu um pedaço na boca dele, falou deitando encolhida, encostando a cabeça no ombro dele:

— Obrigada por não gostar, e por comprar por acaso, você esqueceu a nota na sacola, comprou no caminho pra cá.

Ele sorriu, disse beijando a mão dela:

— É, né?!

Não era um simples sabor ou uma trufa qualquer, aquilo lembrava Any de sua mãe, e ela contou isso a ele, do quanto era importante para ela tudo o que a fazia sentir a presença dela, e falou também como seu pai não gostava de nada em casa que lembrasse a mãe. O modo dele a ouvir de verdade e de ter a delicadeza de lhe dar justamente aquilo a tocou muito. Ficaram um pouco lá sem nem conversar. Any já ganhou a semana toda só de vê-lo. Depois de quase uma hora, ele a levou embora. Ela agradeceu pela trufa. Ele falou que precisava de pontos extras com ela, porque no fim de semana ele tinha uma viagem de trabalho. Any achou legal da parte dele dar "satisfação", mas não gostou porque não confiava nele, era como se ela soubesse que ele não estava dizendo a verdade. Despediu-se com um abraço muito apertado.

Ele ficou fora o fim de semana inteiro. Eles conversaram uma vez só. Any não saiu para lugar nenhum, ficou pensativa, insegura, criando paranoias, mas como estava caidinha por ele, procurou não se apegar a elas.

Ele voltou e avisou, disse que queria vê-la. Deu certo só dias depois. Any marcou um dia que seu pai ia trabalhar e foi depois da aula. Ele a pegou perto da faculdade. Eles se beijaram assim que ela entrou no carro. Ele a levou para conhecer o estúdio dele, entrou abraçado, beijando, cheio de graça. Any se fez de difícil, só imaginando que ia ceder logo, matar as saudades. Ele se ofereceu para fazer uma tatuagem nela. Any começou a escolher, meio sem coragem, e aceitou a sugestão dele de fazer uma estrela no bumbum. Era uma loucura, porque fez escondido do pai, e se ele soubesse, ia lhe dar uma surra, também, né? Policial super careta, conservador e preconceituoso. A faculdade de Any foi mais escolha dele do que dela. Ela só queria a aprovação dele, mas quando via qualquer sinal de correção ou desprezo, que ela julgava errado, logo ia aprontar para compensar o seu esforço perdido, e ele a queria como um exemplo, sempre quis.

Any ficou de calcinha para fazer a tatuagem, falou para ele antes de começar:

— Você sempre faz isso? Deixa mulheres de calcinha aqui?

Ele disse rindo:

— Eu não, aqui não. Mas se você quiser pode tirar ela, só que aí eu não me responsabilizo pelo meu lado profissional.

Assim que ele acabou, passou pomada, tirou foto. Any falou de forma provocativa, levantando:

— Pode se sentar e toma cuidado com as suas mãos bobas.

Ele estava arrumando as coisas, disse com cara de quem queria aprontar:

— Por que? Quer que eu sente?

Any falou tirando a roupa toda:

— Porque eu vou sentar em você e eu já estou muito excitada só de imaginar.

Ele se aproximou, a beijou, falou eufórico, tirando a roupa dele:

— Que isso, hein, morena, assim você me quebra! Cara... Any.

Ela o colocou na cadeira, encostou-a na mesa, sentou no colo dele. Começaram a se beijar. Ele falou carinhoso, olhando-a nos olhos enquanto acariciava o cabelo e as costas dela:

— Você é maluca, né?! Com você não tem tempo ruim!

Any falou com vergonha:

— Na verdade tem, só que você ainda não precisa ver esse meu lado.

Ele perguntou curioso o que ela escondia de tão vergonhoso. Any falou que nada demais. Voltaram a se beijar. Ela ficou pensativa, imaginando o que ele ia pensar dela se soubesse que ela era depressiva e tomava remédios, e sobre as crises de ansiedade e pânico então, sem cogitação contar aquilo tudo.

Any acabou se distraindo com suas paranoias, enquanto ele beijava seu pescoço, chupava seus seios. Ele percebeu que ela estava distante, falou parando com tudo:

— Oww, o que foi?

Any falou que não era nada, o beijou sutilmente. Ele foi a abraçando cada vez mais forte. Ela colocou a cabeça em seu ombro. Ficaram em silêncio, só ouvindo e sentindo a respiração um do outro, sem roupas. Any foi beijando seu pescoço, falou baixinho no ouvido dele:

— Quero você dentro de mim! Por favor?!

Ele ficou fazendo contato visual e fez o que ela pediu, voltou a abraçá-la e disse que ela não precisava fazer nada se não quisesse mais. Any estava até então sem se mexer, começou a rebolar lentamente, o sentindo cada vez mais dentro dela. Falou, olhando em seus olhos:

— Com você eu sempre quero!

Eles se conectavam intimamente, de uma maneira que Any nunca havia sentido antes. Não era só sexo ou tesão, era mais que isso. Ela sentia e não tinha mais controle ou pudor algum. Quando ele a tocava, por menor que fosse esse contato, ela era inteiramente dele desde o primeiro beijo, e ele sabia disso, porque podia sentir.

Depois de muito tempo beijando e namorando, ele falou que tinha um compromisso e que precisavam acabar logo. Any falou que era para ele acabar e que ela não ia conseguir. A verdade é que ela tinha tomado o remédio certinho, os controlados, e isso a deixava diferente. Ele pediu para ela levantar, por favor, educado como sempre. Levou-a pela mão até a mesa, a colocou deitada de bruços e falou que ia fazê-la gozar. Any falou que tudo bem. Ele já sabia quais eram seus pontos fracos. Chegaram ao clímax juntos. Ele a encheu de beijos, disse que não podia desmarcar o compromisso, e que ia lhe dar mais atenção assim que fosse possível. Any falou que tudo bem. Foi no banheiro se trocar e o ouviu falando no celular. Ela não pôde entender o que era, mas achou ele nervoso, irritado. Ele disse que não ia poder levá-la, deu dinheiro para ela pegar um carro de aplicativo. Quando foram se despedir, ele a beijou na calçada e falou que ia ligar. Depois, à noite, mandou mensagem, perguntou se ela estava de boa. Any só viu no dia seguinte cedo e respondeu, falou que estava tudo bem.

Dias depois, ele a chamou para ir ao estúdio. Foi uma semana em que Any não estava bem, seu pai estava brigando com ela, a humilhando por causa de suas notas, jogando sempre na cara tudo o que lhe dava. Ela falou para Gegê que estava de TPM e que tinha provas. Ele disse que não tinha nada a ver, que ela podia ir assim mesmo. Convidou-a para sair à noite, ir em outra cidade. Estava tendo um festival de churros, e ela amava. Acabou aceitando o convite. Seu pai tinha ido à missa naquela noite. Any esperou ele sair e se trocou às pressas, colocou uma saia preta curta, cropped preto, fez uma maquiagem básica, colocou salto alto. Ele a pegou na rua de trás. Assim que ela entrou no carro, ele lhe deu um selinho, falou animado:

— E aí, morena, tudo bom? Foi difícil te encontrar, hein, achei que não ia mais querer sair comigo!

Any falou sem jeito:

— Tudo indo e aí? Me ofereceu comida, eu tive que aceitar!

Ele respondeu rindo:

— Eu sempre quero te comer, já te falei isso.

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