#####Capítulo 3
Duque Maximiliano Blackwood
A viagem para as terras de Dunewood fora tranquila.
Estava mais relaxado após algumas horas de sono.
Selene estava calada, o que ajudava no meu bom humor.
Embora tivesse planos com ela mais logo, não era um bom dia para conversa.
Me sentia muito perdido em pensamentos e melancolias, o que trazia a tona meu lado mais selvagem.
Não é que a desprezava. Eu só..
Não queria suas palavras por agora. Queria estar sozinho.
A chegada ao Castelo Dunewood foi marcada por luzes e inúmeras carruagens, que gritavam e exalavam luxo.
Riqueza.
Desci da carruagem e observei Selene descer, apoiada no meu braço estendido como suporte.
Era, realmente, uma mulher bonita.
Alta, esbelta, com o pescoço fino e feições delicadas.
Tinha um sorriso largo, que a cada centímetro que abria, parecia meticulosamente calculado.
Tudo nela, parecia calculado.
Pus-me a andar, apoiando-a em meus braços.
Os demais Nobres cochichavam e cumprimentavam-nos.
Sabia o que passava pela cabeça de cada um deles.
Afinal, não era a primeira vez que eu fazia uma aparição pública com Selene. E definitivamente as notícias de que a tinha na minha cama, circulavam livremente.
Não me incomodei com elas, embora Selene fosse filha de um Nobre respeitado e tivesse parentesco com a Realeza, tão pouco se incomodava com a fama de boa e respeitada moça.
Ou simplesmente toda a Sociedade fazia vista grossa por se tratar de mim.
A música preenchia cada canto do grande salão, reverberando pelas altas paredes adornadas com tapeçarias ricas e lustres de cristal que refletiam as luzes das velas acesas.
O Baile de Dunewood era sempre um espetáculo, mas, naquela noite, parecia ainda mais luxuoso. Talvez pelo número impressionante de nobres presentes, ou pelo cuidado minucioso que a Duquesa Irla de Dunewood colocava em cada detalhe.
O salão principal era vasto, sustentado por colunas de mármore que reluziam sob a iluminação. O teto alto exibia pinturas magníficas, representando cenas de batalhas antigas e glórias passadas da nobreza. Nobres vestiam suas melhores roupas, homens trajando casacas bordadas e mulheres em vestidos exuberantes, adornadas com joias tão brilhantes quanto as estrelas no céu.
No centro, casais dançavam uma valsa perfeita, rodopiando em sincronia com a melodia da orquestra. Era como se cada passo fosse ensaiado para manter as aparências da aristocracia: graça, requinte e controle absoluto sobre tudo - inclusive seus próprios sentimentos.
Mas por trás do brilho e da pompa, aquele baile era mais do que uma celebração. Era um campo de batalha silencioso onde alianças eram formadas, promessas eram feitas e futuras uniões políticas eram seladas sob a aparência de mera diversão.
Embora a Duquesa Dunewood desse sempre o seu melhor nos seus Bailes, que se destacavam na Alta Sociedade, para mim, era sempre a mesma coisa.
Mesmo com adornos e atrações nunca antes vistas, para mim, sem a chama que aquecia o meu coração, era enfadonho!
As horas iam passando e os Nobres divertiam-se. Enquanto que para mim, era tudo previsível.
Os convidados eram anunciados e saudavam os anfitriões. Cumprimentos formais eram trocados, cada um tentando medir a posição e influência do outro.
O Duque Dunewood fez um discurso, exaltando a grandeza do evento e da nobreza presente. Um momento onde palavras cuidadosamente escolhidas poderiam sugerir apoio ou demonstrar poder.
A primeira dança tradicionalmente iniciada pelo anfitrião e sua família, um ato simbólico que demonstrava a estabilidade da casa Dunewood e reafirmava sua posição entre os Nobres.
A apresentação de jovens debutantes, o ápice para muitas famílias, onde as jovens em idade de casamento eram apresentadas oficialmente. Cada pai e mãe calculava friamente quais alianças poderiam trazer vantagens políticas ou territoriais.
Era sempre a mesma ladainha.
Enquanto o salão principal continuava animado, os verdadeiros negócios aconteciam em jantares menores, nos salões laterais. Tratados, acordos de casamento e pactos políticos eram discutidos longe dos ouvidos indiscretos.
E por fim, a dança final e a despedida, umúltimo momento de descontração antes que os convidados retornassem aos seus próprios feudos, levando consigo novos segredos e promessas que poderiam mudar o rumo de suas famílias.
Eu, observava tudo isso em silêncio, analisando cada expressão, cada olhar trocado entre os nobres. Conhecia bem aquele jogo e sabia que ninguém estava ali apenas para dançar.
- Maximiliano, querido. Está bem, Vossa Graça? - A Duquesa Dunewood afagou meu braço gentilmente.
Era a mãe que os Céus me haviam abençoado, depois de ter perdido a minha tão cedo.
Conhecia bem as minhas dores e as afagava como uma mãe afagava seu filho.
- Duquesa Dunewood. - reverenciei.
Abracei-a com carinho.
- Estou bem, Duquesa. - observei a mulher poderosa a minha frente, mas que não fazia mal a uma mosca.
- Maxi Maxi, quando aprenderás a não mentir a esta velha Duquesa? - apertou a minha bochecha e senti-me criança novamente. - Não me importa o tamanho do teu feudo e riqueza, sempre tens um lugar aqui para voltar, meu querido. - ruborizei.
- Lady Darkmore. - fitou-a com um vislumbre de desdém.
Não era segredo para ninguém, que a Duquesa Dunewood não se engraçava com a filha de Darkmore.
E embora Selene tentasse disfarçar, sabia que o sentimento era mútuo.
- Duquesa Dunewood. - reverenciou. - Baile esplêndido. - parabenizou-a.
A Duquesa agradeceu com um sorriso educado.
Afastou-se, mas não sem antes dar-me uma vista de olhos e suspirar pesadamente.
Se não fosse a mulher que considero como mãe, teria me chateado.
- Duque Blackwood! - Lucien estava animado.
- Por favor, Lucien. - sorri. - Formalidades estão longe de compor tuas facetas.
- É verdade. - retribuiu, animado. - Boa noite, Lady Darkmore. Sintam-se em casa. - seus olhos rapidamente se engraçaram com uma mulher um tanto distante, abanando seu leque, apenas com os olhos expostos. - Se me derem licença. - esgueirou-se.
- Vossa Graça, podemos? - Selene tocou em meu peito, os olhos arregalados, exalando luxuria.
Não a respondi, apenas guiei pelas amplas escadas, até ao piso em que os nossos aposentos estavam instalados.
Adentramos o seu quarto, e depois de ouvir o clique da porta trancada, deixei que meus desejos carnais crescessem em torno da minha solidão.
Esperando que a luxuria preenchesse o vazio que me torturava.
Seu toque frenético em meu corpo, tirando minhas vestes, beijando o meu pescoço.
O ar quente do seu hálito em contato com a minha pele.
Por um momento, imaginei que fosse a minha Isabella, ali, nos meus braços.
Olhei para os seus cabelos dourados, me dando conta que se tratava de alguém muito longe de ser ela.
Agarrei Selene pelo pescoço e caminhei com ela até a cama.
A despedi com rapidez, minhas mãos trilhando pelo corpo esbelto, arrastando os dedos pela sua pele, pernas, glúteos, seios.
Belisquei seus mamilos assim que a tive completamente nua a minha frente.
Abocanhei o esquerdo, enquanto manipulava o direito. Depois alternei a sequência, ouvindo suas súplicas e gemidos.
Meus dedos encontraram sua intimidade, molhada, a espera que eu a tomasse.
- Max! Isso! - gemia, enquanto eu pressionava dois dedos dentro dela. - Oh isso, Senhor! Oh Duque. - bombeava freneticamente, atento as suas reações.
Virei-a bruscamente, a posicionando de quatro para mim.
Sem aviso prévio, me afundei no seu interior molhado e quente, convidativo.
Estoquei com vontade, como se corresse atrás de algum prémio.
Me via perseguindo uma luz no fundo do meu túnel, que esperava que me libertasse do sofrimento.
- Sim! Sim! Oh meu Duque! - seu orgasmo foi avassalador, vi seu corpo estremecer, quase como se estivesse ligada a corrente elétrica.
Continuei estocando atrás da minha libertação.
E mesmo após gozar em suas costas, ela não veio.
A minha libertação não chegou.
