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Um Contrato Por Engano

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Juliana Andrade
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Resumo

Ava Hampton é uma jovem que vê a sua vida perfeita desmoronar quando os seus pais se separam. Disposta a esquecer os problemas por uma noite, ela sai para se divertir e conhece Noah Ewing, um homem charmoso e misterioso. Os dois decidem manter as suas identidades em segredo e se entregam a uma paixão avassaladora. Mas o que era para ser apenas uma aventura sem compromisso se transforma em algo muito mais sério quando Ava descobre as consequências do seu ato impensado. Agora, ela terá que enfrentar as mudanças na sua vida e conviver com um homem que tornará seus problemas ainda maiores que antes.

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1- O Início

Nunca pensei que a minha vida chegaria a isso. Que eu me casaria com um homem que me odiasse ou que me submeteria a um contrato que me aprisionasse. Mentiras, segredos, impulsos... 

Eu me arrependo de quase tudo o que fiz, tudo o que não fiz, de tudo o que deixei acontecer… Sem dúvida, não estaria aqui, deitada nesta cama, sendo acusada, novamente, de algo que não fiz. Descobrindo da pior forma como é o homem com quem me casei.

— É dinheiro que você quer? — Ele me agarra forte pelos braços e me joga na cama, pressionando o seu corpo contra o meu. Ele me olha com um olhar sombrio, enquanto segura os meus pulsos. — Ou não consegue manter sua roupa no lugar por muito tempo? Sexo ou dinheiro são duas coisas que mulheres como você sempre procuram.

— Me solta, Noah! Você está me machucando.

— Você ainda não viu nada, Ava! Eu te avisei para não brincar comigo e o que você faz? Fica cheia de segredos, agindo como uma vagabunda, sem me dar uma satisfação sequer. O que é típico de uma puta! — Ele grita e se aproxima, ficando a poucos centímetros da minha boca.

— Me solta! Você sabe que não pode me tocar, nós temos uma claus…

— Foda-se a cláusula, Ava! Não é isso que você quer? Um homem que te foda? Já que não consegue ficar sem se comportar como uma puta, vou te dar o que você quer, exatamente como deve ser. Vamos consumar esse casamento de uma vez, e quem sabe assim você para de tentar me fazer passar vergonha.

— Noah, por favor... — digo com a voz embargada, enquanto sinto as lágrimas escorrerem pelos meus olhos — Me solta, não faça isso, por favor!

"Algumas semanas antes…"

Termino o meu terceiro drink e entrego o copo para que o barman me sirva outro, enquanto busco me concentrar numa conversa com a minha amiga.

Apesar de me esforçar, as dificuldades que estão me afligem ocupam os meus pensamentos, frustrando a minha intenção de ter chegado até aqui para esquecer de tudo. 

O barman me entrega a minha bebida e eu resisto à vontade de virá-la toda de uma vez. Desde a última ressaca, aprendi que o álcool não irá entorpecer o desespero e a preocupação que sinto constantemente. 

Se isso ocorresse, com certeza eu teria me tornado uma alcoólatra irresponsável nos últimos três meses.

Sorrio de forma mecanizada para o barman, que retribui o sorriso e se afasta, enquanto tento voltar a minha atenção para Emma.

— Ava! — Emma me chama, ao estalar os dedos na frente do meu rosto. — Viemos para aproveitar a nossa noite, mas estou ficando entediada ao vê-la tão dispersa.

— Me desculpe, amiga, mas está tão difícil me esquecer de tudo. O problema com a minha mãe, a traição do Liam…

— Você sabe como resolver isso. A solução está sob o seu nariz, mas você insiste em querer fugir. 

— Não irei me humilhar novamente para o meu pai, Emma. Você sabe que desde que optei por ficar do lado da minha mãe, ele deixou claro que não me daria nenhum centavo além do meu salário.

— E é justo deixar a sua mãe correr risco de vida por isso? — Emma passa uma das mãos nas minhas costas, ao ver os meus olhos marejados. — Como você irá resolver isso?

— Eu não sei, pensarei em alguma solução ao decorrer da semana. Enfim, vamos nos esquecer… — Corto minhas palavras quando vejo um dos meus principais problemas, dançando alegremente na pista de dança com a mulher que ele me traiu. — É sério isso?

— Eu não acredito que ele tenha essa coragem, Ava! Meu Deus, não faz nem uma semana que você descobriu a traição dos dois.

— Enquanto eu estou aqui, sofrendo, ele sequer se lembra que eu existo. — Solto um longo suspiro, enquanto me viro de costas para eles e termino a bebida do meu copo. — Mas isso vai mudar hoje, vou mostrar a ele que não estou afetada com o que ele fez.

— Ou fingir, não é? Anda, vamos dançar!

Emma termina a sua bebida e me puxa para o outro lado da pista de dança, onde deixamos o nosso corpo se mexer de forma sexy ao acompanhar o ritmo da música. 

A quantidade de álcool que bebi faz com que eu ignore completamente a presença do Liam, e me sinto tão confiante que noto os olhares dos homens ao redor.

— Boa noite, senhorita, me pediram para entregar isso. — Um dos garçons interrompe a minha dança e cochicha ao me entregar um pedaço de papel. — Com licença.

— O que está escrito aqui? 

— Bem… — Leio mentalmente o que está escrito antes de falar para a Emma. — Linda senhorita de vermelho, se continuar a dançar dessa forma irá despertar a inveja das outras mulheres. Que tal dar a chance delas brilharem também? Tenho certeza que a senhorita precisa de uma bebida, então venha ao meu encontro, no bar.

— Eu te disse que esse vestido chamaria a atenção de qualquer pessoa! — Emma fala, num tom animado. — O que está esperando?

Olho para o bar e logo encontro um homem alto, de cabelos curtos e escuros, penteados para trás. Ele usa uma camisa social branca e uma calça jeans, que realçam o seu corpo musculoso. Sua barba bem aparada e uma tatuagem no braço direito completam seu visual perfeito. 

— Eu não vou lá, não quero terminar...

— Ah, mas você vai, Ava! — Ela me interrompe e me vira na direção onde o Liam está sentado, trocando beijos ardentes. — Esqueça da sua vida certinha por algumas horas e vá se divertir; amanhã é um novo dia e você nem se lembrará do que aconteceu aqui hoje.

Emma sorri e me empurra, incentivando-me a ir até o bar. Dou alguns passos tímidos quando noto o homem me olhando fixamente ao ver que estou me aproximando. 

Sinto as minhas mãos suando pelo nervosismo, mas decido seguir o conselho da Emma e me sento, de forma sexy, ao lado do homem.

— Boa escolha! — Ele sorri enquanto chama o barman. — Outro uísque e a senhorita vai beber um...

— Dry Martini, por favor.

— Prefere bebidas amargas, senhorita...?

— Que tal sem nomes? Você me ofereceu uma bebida, mas isso não quer dizer que seremos íntimos.

— Gostei disso, mas como devo chamá-la então? — O homem se aproxima e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Ele me olha nos olhos com uma intensidade que me faz tremer. — Tive uma ideia, senhorita misteriosa. Que tal a primeira letra do seu nome?

— Que tal o sobrenome?

— Você é bem exigente, mas te darei a sorte de escolher novamente.

— Pode me chamar de senhorita M., Senhor...? — Tento sorrir de forma sedutora quando o barman entrega a minha bebida. 

— Pode me chamar de senhor E.

Quando me sinto tonta, provavelmente pelos três drinks que consumi, decido que está na hora de encerrar esse jogo de sedução.

— Obrigada pela bebida, Sr. E., mas preciso ir, a minha amiga está me esperando.

— Acho que a senhorita está errada. — Ele dá um gole em seu uísque e aponta para uma das mesas, onde Emma está aos beijos com um homem. — Por que não tornar a nossa noite interessante? Não nos conhecemos, sequer sabemos os nossos nomes verdadeiros… 

Ele se aproxima, me abraça pela cintura e me puxa para mais perto dele. 

— Tenho certeza de que não irá se arrepender, senhorita M.

Um sorriso malicioso se desenha nos lábios do Senhor E. enquanto seu olhar percorre o meu corpo. Em questão de segundos, decido liberar-me da timidez habitual e agir de forma contrária ao que faria. Após quitar a conta, ele estende a mão para mim, conduzindo-me em direção à saída da boate até chegarmos diante de uma deslumbrante Lamborghini Aventador 

Ao adentrarmos o hotel mais luxuoso da cidade, uma pitada de curiosidade me acomete, despertando o desejo de desvendar a identidade desse homem. Começo a ponderar sobre a ideia de estar na companhia de um estranho.

— Eu preciso de um banho. — Digo assim que entramos na suíte, sem esperar por sua resposta.

Encaro o meu reflexo no espelho por alguns minutos, ouvindo metade de mim clamar para aproveitar a noite nos braços desse homem irresistível, enquanto a outra metade me aconselha a chamar um táxi e partir. 

Quase consigo visualizar um anjo e um demônio, um de cada lado dos meus ombros. 

Retiro a minha roupa e entro para o banho, deixando a água fluir e levar o pouco de nervosismo que ainda sinto. Sinto o vapor quente envolver o meu corpo e o cheiro de sabonete floral invadir as minhas narinas.

De costas, ouço a porta do banheiro se abrir, e logo a porta de vidro se abre, me mostrando o corpo perfeitamente esculpido do homem. Ele tem um sorriso safado nos lábios e um olhar faminto nos olhos. Ele entra no boxe e se aproxima de mim, me abraçando por trás e beijando o meu pescoço.

— Ainda melhor sem roupa, senhorita M. — Ele diz com a voz rouca e me vira para ele.

— Posso dizer o mesmo, senhor E.

Uma onda de eletricidade percorre por todo o meu corpo e se concentra entre as minhas pernas, assim que sinto os lábios dele tocarem nos meus, seguido da língua dele pedindo passagem.

Quando o desejo toma conta de nós dois, ele rapidamente me pega no colo, sem se importar com nossos corpos molhados, e me deita na cama macia, me proporcionando a melhor noite da minha vida.