Capítulo 5 - parte 2
— Amiga, que gato! Uau! — Lexi se abana, quando o doutor fecha a porta.
— Shiii! Ele pode escutar. — os repreendo, praticamente sussurrando e olhando de soslaio para a porta, me certificando que o médico não volte.
— Vamos te deixar descansar, meu anjo. — Oliver beija minha testa.
— Estaremos lá fora se precisar. — Lexi faz o mesmo, antes de me deixarem sozinha.
Aos poucos, vou sentindo o efeito do medicamento fazer efeito novamente e meus olhos pesarem.
(...)
Como passei a madrugada sem ter mais nenhuma crise de desmaio e a dor de cabeça passou, logo cedo fizeram mais uma bateria de exames, somente para garantir que estou bem e recebi alta, podendo ir para casa.
— Fiquei muito preocupado, princesa. Assim que soube onde você estava, vim para cá o mais rápido que pude. — Rodrigo me lança um olhar cheio de ternura e pega minha bolsa para carregar.
— Muito obrigada. — mal sabe ele que tem culpa no cartório, por ser, relativamente, parte da razão para eu ter vindo parar no hospital.
— Já podemos ir?
— Sim.
Depois que ele chegou aqui, — apesar de ele dizer que veio correndo, só chegou de madrugada — o Oli e a Lexi foram para casa, estavam exaustos e iriam trabalhar hoje. Devido a minha situação, fui aconselhada pelo médico a manter repouso em casa.
Antes de sair, ouvimos batidas na porta e, em seguida, a mesma ser aberta.
— Acredito que já esteja de saída, certo? — o médico gato pergunta, olhando para mim.
Fico até sem palavras com tamanha beleza e, automaticamente, sorrio.
— Estamos, sim. A propósito, obrigado por cuidar da minha princesa. — Rodrigo o responde em meu lugar, estendendo umas notas em dinheiro na direção do médico, me deixando envergonhada e irritada.
— Isso não é necessário, visto que o senhor já fez o pagamento na recepção. — mesmo diante de tamanho constrangimento que meu noivo o faz passar, ele ainda se mantém educado.
— Você cuidou dela, eu insisto.
Eu poderia ficar feliz com o gesto do Rodrigo, se não fosse algo tão cheio de arrogância, somente para mostrar que ele tem dinheiro e pode fazer o que quiser, inclusive, comprar as pessoas.
— Como já falei, não é necessário. Senhorita Fontes, peço que evite passar por situações de estresse, a menos que queira voltar. — ignorando completamente o meu noivo, ele fala comigo com gentileza e talvez um pouco de divertimento.
— Pode deixar, doutor. E muito obrigada por tudo, você é um excelente profissional. — ergo a mão para cumprimentá-lo e ele retribui o meu gesto.
Suas mãos fortes causam uma onda de eletricidade em minha pele, como se fosse um choque e ele me encara com seu olhar penetrante.
Soltamos as mãos e seguimos para fora.
(...)
O caminho até a minha casa, que não era muito longe, foi bem silencioso. Não sei se o Rodrigo respeitou o fato de eu ter acabado de sair do hospital ou notou o clima estranho.
— Queria muito poder te fazer companhia, mas tenho que ir para a agência, amor. — se pronuncia assim que para o carro em frente ao prédio onde moro.
— Não se preocupe, estou bem. — é impossível não deixa transparecer minha irritação.
— Ei! Porque está assim, Babi? Fiz algo errado?
— Ah, e você ainda pergunta? Quer que eu diga a razão em ordem alfabética ou cronológica?
— Acabamos de chegar do hospital, você não está bem, vamos mesmo discutir?
— Não, não vamos, Rodrigo. Eu nem posso discutir, ou você não prestou atenção em nada que o Drº Guimarães disse? Preciso esfriar minha cabeça. Nos vemos mais tarde. — saio do carro, fechando a porta com certa força e entro no prédio pisando duro e bufando.
Sei que não posso me estressar, que preciso me manter calma e bem, mas ele não facilita as coisas para mim nem um pouco. Estou cansada, ou melhor, exausta e farta de tudo isso!
