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Capítulo 1

Meu nome é Mariana tenho 28 anos sou formada em odontologia, sou se São Paulo, capital , mas resolvi abrir meu consultório no interior, aqui a concorrência é menor. E deu certo! Eu falei muito pra conseguir pagar meus estudos, vendi doce e salgado na faculdade, trabalhei de balconista, recepcionista, faxineira...dormi pouco, passei fome pra economizar, costurei sapato porque não tinha grana, mas venci. Hoje tenho uma vida tranquila financeiramente falando, posso comprar o que eu quero, comer o que eu quero. Ainda durmo pouco, mas porque eu quero chegar aos meus 40 anos com a maioria dos meus sonhos realizados, e dão tantos..

Já comprei meu apartamentos, meu carro branco SUV, só jeito que eu sonhei, pago o plano de saúde dos meus pais e tenho meu consultório, i melhor da cidade, as vezes chego a atender 20 pacientes por dia. Mas ainda faltam algumas coisas

- Alô

- Mari?

- Oi mãe, benção.

- Deus te abençoe

- Tudo bem?

- mais ou menos, seu pai amanheceu com muitas dores hoje.

- Ele foi pra hemodiálise?

- Foi, na verdade estamos aqui, acho que vamos passar no pronto socorro depois

- mãezinha, vem pra cá, pra eu cuidar melhor de vocês.

- Seu pai não quer ir, disse que se tiver que morrer, vai morrer aqui na casa dele

- Desisto! No fim de semana eu vou ver vocês

- Você está falando isso há 3 semanas

- Eu sei mãe, mas está tão corrido aqui no consultório

- E o projeto social?

- tá caminhando bem, hoje vou atender um abrigo com crianças de 2 a 5 anos.

- Que orgulho de você minha filha!

- Deus tem sido muito bom pra mim mãe e eu não posso deixar de agradecer e retribuir de alguma forma

- amém, vou desligar espero você no fim de semana?

- Pode esperar, e faz aquele feijão tropeiro maravilhoso pra mim!

- Com todo o prazer!

- Te amo mãe!

- Te amo minha filha

Meu guarda roupa estava uma bagunça, eu precisava dar um jeito nisso, mas hoje não ia dar mais tempo

- Kátia

- Oi Mari

- Katinha linda meu amor

- Quando fala assim é que quer alguma coisa

- que absurdo Kátia!

- Eu te conheço menina

- Conhece mesmo! Se der tempo hoje dá uma arrumadinha no meu guarda roupa

- nesse amontoado de roupas você quis dizer né?

- é!

- Vou ver se dá, hoje tem que levar a July pra vacinar, passar seus jalecos, lavar os banheiros...

- Se não der tudo bem, eu faço isso depois.

Kátia era a minha segunda mãe aqui no interior, coloquei um anúncio na internet, precisando de uma pessoa pra me ajudar na limpeza do consultório. Me apaixonei por ela, e  trouxe ela pra minha casa, ela sabe de absolutamente tudo sobre a minha vida, cuida me mim e da minha casa da melhor forma possível, e da July também, uma vira latas que apareceu na porta do prédio e eu a coloquei pra dentro.

- Eu vou tomar um banho e vou pro consultório

- Não vai tomar café?

- Não vai dar tempo

- Você precisa comer, tá emagrecendo demais

- Impressão sua, vou tomar um banho e sair, hoje tenho as crianças do projeto social pra atender

- graças a Deus tá dando certo né “guria”

- Aí Kátia tão lindo ver a gratidão deles, crianças que jamais na vida pensaram em ir ao dentista

- Você vale ouro

- tô preocupada com meu pai – eu disse já entrando no banho – pega uma toalha pra mim por favor, ele não tá bem, hoje foi mal pra hemodiálise, fim de semana eu vou lá quer ir comigo?

- Não, eu vou aproveitar pra resolver umas coisas

- Tá okay

Terminei meu banho e fui pra o consultório coloquei uma música bacana e relaxante no carro, fui no caminho pensando no meu pai. Coitado! Trabalhou a vida toda sempre movido a excessos: trabalhava demais, bebia demais, fumava demais, comia demais... Resultado? 60 anos com diabetes, hipertenso, problema nos rins e pulmões. Quando se aposentou realizou o sonho da casa própria, e não saia de lá por nada! Eu queria muito trazer eles pra cá mas ele não vem, moram só ele e minha mãe que acaba de sobrecarregando demais, eu até tenho um irmão, o Antônio ele tem 35 anos, não quer saber de nada da vida, tem 5 filhos um de cada mãe, e trabalha pra pagar pensão, no fim acaba pedindo sempre ajuda pra os meus pais e pra mim, eu sempre nego mas acabo ajudando.

Cheguei no consultório as 10:15.

- bom dia Vivi, tudo bem?

Era a minha recepcionista a Viviane

- Bom dia Dra. Mari, a mulher do abrigo acabou de ligar perguntando a que horas pode vir

- Diga que pode vir agora

Naquele dia atendi 21 crianças, falei sobre a importância da saúde bucal, distribui escovas e pasta de dente. Tudo gratuito, meu pagamento foi cada sorriso. E se for sem cárie... Eu ficarei mais feliz

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