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Sr. Rinaldi – Domínio e Tentação

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Afrodite Les Folies Autora
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Resumo

Luana Ramirez chegou à Itália em busca de liberdade, mas acabou refém de um homem cruel que a mantinha ilegal e a explorava nas sombras. Quando sua melhor amiga consegue para ela uma vaga como assistente em um renomado escritório de advocacia, Luana agarra a chance de recomeçar — sem imaginar que seu novo chefe seria Octavio Rinaldi, herdeiro de uma família tradicional e preso a um noivado por conveniência que sustenta a fachada de perfeição exigida pelos Rinaldi. Arrogante, implacável e irresistivelmente perigoso, Octavio não reconhece de imediato a mulher de curvas tentadoras e respostas afiadas que invade sua rotina profissional… porque, à noite, ele já a teve sem saber quem ela era. Na penumbra da boate, por trás de uma máscara, Luana era a dançarina latina que incendiava seus sentidos; agora, sob a luz cruel da verdade, ela é sua funcionária — e o segredo entre eles ameaça explodir. Quando as máscaras caem, a tensão se transforma em desejo, o desejo em obsessão, e o que era proibido se torna inevitável. Mas em um mundo onde reputações valem mais que verdades, amar pode ser o erro mais perigoso de todos. Ela não deveria estar naquele escritório. Ele não deveria tê-la tocado. Mas o destino já havia escolhido por eles — e cobrar é o que ele faz de melhor.

amorromanceRomance doce / Amor fofo Inteligente e travessaPar perfeitoBilionário/CEODecisivo e implacávelDominação / Conquista de poderGrandes corporações / Impérios de negócios

Máscaras e Desejo

Prólogo

Semanas antes...

Octavio Rinaldi

A música baixa e envolvente preenchia o ambiente exclusivo da sala VIP, um som ritmado que combinava perfeitamente com a penumbra do lugar. Sentei-me na poltrona de couro escuro, relaxando contra o encosto enquanto sentia o calor do uísque descer pela garganta. A máscara que cobria meu rosto era a única coisa que me mantinha anônimo, protegendo-me da vergonha que nunca admitiria em voz alta.

Naquela noite, eu só queria esquecer meus problemas.

Meu pai havia transformado minha cabeça em um campo de batalha, como sempre fazia com suas cobranças intermináveis. Casar-me com Chiara, assumir o controle total do escritório da família, manter a reputação impecável dos Rinaldi… Era como se ele esperasse que eu carregasse o peso do mundo sem reclamar. E, por mais que eu nunca demonstrasse, aquilo me consumia.

Eu precisava de algo, qualquer coisa, para aliviar a pressão.

Foi então que a porta se abriu, e ela entrou.

Os cabelos negros caíam em ondas perfeitas até a cintura, destacando-se contra a pele bronzeada e brilhante sob a luz tênue. Ela usava uma máscara, assim como a minha, exatamente como eu exigira, deixando apenas os lábios visíveis. Eram lábios carnudos, pintados de um vermelho que parecia gritar pecado.

A mulher não disse nada. Não precisava. Seu olhar encontrou o meu por um instante antes que ela começasse a dançar.

Ela se movia como um sonho, seus quadris ondulando ao ritmo da música enquanto suas mãos deslizavam lentamente pelo próprio corpo. Cada gesto era puro convite, carregado de provocação e controle. A blusa que vestia deslizou de seus ombros, revelando a lingerie preta que moldava suas curvas perfeitamente.

Por meses, nada tinha me excitado. Nem mesmo os avanços mais ousados de Chiara, com toda sua tentativa de me seduzir. Mas aquela mulher...

Eu não conseguia desviar o olhar. Ela era hipnotizante, e meu corpo respondeu antes que eu pudesse me impedir.

Fiz um gesto com a mão, indicando que ela se aproximasse.

Ela obedeceu, caminhando na minha direção com passos firmes e provocantes. Sem hesitar, sentou-se no meu colo, as mãos delicadas pousando em meus ombros. Meu olhar encontrou o dela, apesar da máscara. Aqueles olhos brilhavam de algo que eu não conseguia identificar, algo que me deixou mais duro do que nunca.

Sem pensar, e contra todas as regras que eu mesmo impunha, inclinei-me para frente e capturei sua boca em um beijo.

Ela correspondeu com fervor, e o gosto de seus lábios era como fogo líquido, incendiando tudo em mim. Eu a puxei para mais perto, pressionando-a contra a minha ereção, e ela soltou um gemido baixo que ecoou pelo meu corpo inteiro. Aquilo foi o suficiente para me fazer perder o controle.

Afastei-me apenas o suficiente para murmurar contra seus lábios:

— Não quero nomes. Não quero conversas. Mas esta noite, você será completamente minha, do jeito que eu quiser.

Ela não hesitou. Seu olhar não vacilou. E quando respondeu, foi com uma voz doce, carregada de um leve sotaque espanhol que deixou tudo ainda mais irresistível:

— Sim, señor.

Meu controle despedaçou-se.

Eu a tomei ali mesmo, sem cerimônias. Minhas mãos exploraram cada centímetro de seu corpo, enquanto ela se movia ao meu ritmo, como se fosse feita para mim. A intensidade era quase brutal, um misto de luxúria e necessidade que parecia consumir a sala inteira. Ela gemia e suspirava contra o meu pescoço, e eu me perdi no som dela, no cheiro dela, na sensação de sua pele quente contra a minha.

Quando finalmente terminamos, respirei fundo, tentando processar o que acabara de acontecer.

Ela não disse nada. Apenas se levantou do meu colo com uma elegância que me deixou intrigado e começou a recolher suas roupas, vestindo-as com a mesma calma provocante com que as tirara.

Antes que pudesse pensar em algo para dizer, ela se virou e caminhou até a porta, desaparecendo sem olhar para trás.

Fiquei ali, sentado, observando o vazio onde ela estivera. Pela primeira vez na vida, havia experimentado algo com uma profissional. Para mim, deveria ter sido apenas mais uma experiência, um alívio temporário, mas aquela mulher...

Ela deixou algo para trás.

Curiosidade.

E desejo.

Eu não deveria voltar àquele lugar, mas soube, no instante em que a porta se fechou, que eu voltaria.

E naquela noite, enquanto a música ainda tocava e o cheiro dela permanecia em mim, fiz uma promessa silenciosa: a próxima vez, eu a faria tirar a máscara.

Capítulo 1 - Um Jogo de Poder

Luana Ramirez

Ajeitei o vestido que Elena havia me emprestado, tentando ignorar a inquietação que crescia em meu peito enquanto fitava o prédio imponente à minha frente. Ainda me sentia deslocada, como se aquele lugar não fosse para mim. Mas minha amiga insistiu que eu aceitasse sua ajuda, e por mais que minha independência gritasse contra, eu sabia que precisava dessa oportunidade.

Elena encontrou o amor da vida dela, e com isso, todos os seus problemas foram resolvidos. Mas eu? Eu ainda estava ilegal neste país, e minha lista de preocupações parecia crescer a cada dia. Claro que eu não esperava um príncipe encantado, como o que ela encontrou.

Nunca fui o tipo de mulher que acreditava em contos de fadas ou nos romances que eu gostava de ler. Essas histórias nunca se transformariam em realidade para alguém como eu. A minha realidade era dura. Aprendi na pele que lutar e me sacrificar eram as únicas formas de conseguir alguma coisa.

Respirei fundo e anunciei meu nome na recepção. A atendente mal olhou para mim antes de indicar o elevador e me mandar para o penúltimo andar. Fiz o que me foi instruído, mas assim que pisei no elevador, meu telefone vibrou.

A mensagem de Donatello surgiu na tela como uma faca cravada em meu peito:

"Seu débito aumenta, carino. Está ficando difícil manter a polícia de imigração longe de você. Vista-se bem esta noite, você tem um trabalho exclusivo."

Meus dedos apertaram o aparelho com força. Engoli o nó na garganta e pisquei rápido, recusando-me a deixar as lágrimas caírem. Elas não me serviriam de nada.

Se ao menos conseguisse esse emprego… em poucos meses, poderia pagar minha dívida com Donatello e me ver livre.

— Bom dia, seja bem-vinda. Você deve ser a senhorita…

— Luana Ramirez — respondi, forçando um sorriso para a recepcionista.

— Perfeito. A secretária do senhor Octavio a aguarda no final do corredor.

Agradeci e caminhei pelo longo e luxuoso corredor, os saltos das minhas sandálias ecoando contra o mármore de carrara.

A dúvida voltou como um sussurro traiçoeiro. O que eu estava fazendo ali? Como esse homem conseguiria me dar um emprego sem consequências para meus anos de ilegalidade?

Por um instante, hesitei, pensando em dar meia-volta.

Mas eu já não tinha mais nada a perder.

Era tentar ou me entregar ao destino que Donatello queria impor sobre mim.

E eu jamais permitiria isso.

Sentei-me na poltrona estofada do escritório, cruzando as pernas com calma, enquanto meus olhos percorriam o ambiente ao redor. Tudo ali parecia perfeito demais: móveis de madeira escura, detalhes em couro e vidro, cada coisa em seu lugar, sem um grão de poeira à vista. Mas não era o luxo que me intimidava, e sim a voz que ecoava do outro lado da porta.

Aquela voz rouca e cheia de autoridade reverberou pelos corredores, misturada aos gritos de uma mulher claramente irritada. O som abafado da discussão me dizia que aquilo estava longe de acabar bem. Um pequeno sorriso se formou em meus lábios quando ouvi a mulher dizer, com raiva:

— Vá se foder!

A porta abriu com um estrondo, e a mulher saiu, os saltos batendo contra o piso de mármore como um martelo. Ela não me deu nem um segundo olhar, apenas passou por mim com a cabeça erguida, como quem acabara de declarar guerra.