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Capítulo 7

Não querendo levar outra surra, aceno para ele. Ele sorri, presunçoso. Parece satisfeito.

— Bom. Vamos descer as escadas. — Ele pega minha mão e me levanta, me conduzindo para fora do quarto.

...

Já era tarde. Tive uma boa refeição, e depois Bruna me mostrou o lugar. Demorei um pouco para explorar, considerando o tamanho da casa, mas ela foi extremamente simpática. Apesar de ter me elogiado muito, senti um certo constrangimento. Sempre que alguém me elogia, tenho a sensação de que estão zombando de mim.

Exausta, despeço-me de Bruna e agradeço pelo dia. Subo as escadas até o quarto e entro no banheiro. Tiro o vestido e escolho um pijama confortável, havia tantos para escolher. Prendo o cabelo em um coque bagunçado, lavo o rosto e escovo os dentes antes de ir para a cama, como de costume.

Deito-me, me sinto confortável e me cubro com os lençóis. Depois de algum tempo, ouço Caio entrando e começando a se despir. O que ele está fazendo?

Ele vai até o guarda-roupa e, alguns minutos depois, aparece vestindo apenas uma calça esportiva cinza. Silencioso, caminha até o outro lado da cama e se encolhe debaixo das cobertas. Piscar é o suficiente para me encarar com olhos arregalados. Será que ele pretende dormir aqui?

Tusso para chamar sua atenção. Ele me puxa para perto de si.

— T... Caio? — Pergunto, hesitante.

Ele cantarola, com sono aparente.

— Ei... você vai dormir aqui? — pergunto, baixinho, temendo que ele volte a gritar comigo.

— Bem, é o meu quarto, então sim. Agora, chega mais perto. — Faz um gesto com a mão, mas eu permaneço parada.

— Por favor, não me machuque — imploro. Nunca dividi a cama com alguém. Não sei quais são suas intenções. E se ele tentar alguma coisa?

— Isadora, só quero dormir. Vem. Aqui. — Ele suspira, e eu obedeço, aproximando-me lentamente.

Agora estamos de frente um para o outro, nossos rostos separados por apenas alguns centímetros. Ele pega minha mão e a coloca sobre seu peito, e sinto um arrepio percorrer meu corpo.

— Aqui está... confortável, não? — Ele pergunta enquanto reclino a cabeça no travesseiro.

— Caio? — murmuro, insegura.

— O que foi, amor? — responde, com naturalidade.

— Como você... me conhece? — pergunto, curiosa. Quando cheguei, ele já sabia meu nome. Parecia saber tudo sobre mim.

— Conversaremos amanhã, querida. — Ele geme baixinho, aproximando-se ainda mais, ainda segurando minha mão.

— Tudo bem... boa noite.

— Boa noite, anjo.

...

Ponto de vista de Caio

Quando acordo, meus olhos caem sobre ela. Meu anjo, minha rainha, futura Sra. Caio Moreira. Ela ainda não sabe disso, mas vai descobrir. Vou dar tempo para que se acostume a estar aqui antes de apresentá-la à minha família. Tenho certeza de que minha mãe vai adorá-la. Ela é linda, em todos os sentidos.

Ela é minha. Posso tocá-la, dormir ao lado dela, fazer o que quiser... mas não agora. Vou esperar até o casamento.

Observo cada detalhe: seus lábios vermelhos entreabertos, longos cílios tocando suas bochechas, cabelos caindo sobre os ombros nus. É arrebatadora. Quero beijá-la, possuí-la, mas não vou. Não até que estejamos casados.

Não tenho problema em seduzi-la, mostrar-lhe prazer... mas ela não quer isso ainda. Jamais forçaria uma mulher. Sou mais que isso.

Na máfia, me elogiam por não ser um estuprador, por respeitar limites. Mas não é elogio — é humanidade.

Ela precisava de tempo para se acostumar comigo, para aprender a viver comigo. Eu a respeito demais para ir contra isso. Ela não merece isso.

Lembro-me de quando resistiu. Sempre a vi como alguém calma. Mas ela implorou para ir embora, e isso me irritou. Não posso permitir que desrespeitem meus limites.

Mesmo lembrando do que fiz com ela... sua pele, seus gritos, seu nome em meus lábios... Eu não sou impaciente com Isadora. Vou esperar. Ela é pura, inocente, diferente.

Sentado na cama, levanto-me com cuidado para não acordá-la e vou ao banheiro. O chuveiro ajudará a aliviar meu estresse.

Malditos bastardos tentando tomar meu lugar... ataques planejados. Preciso manter tudo sob controle. Isadora ficará onde quero, segura. E o ex-chefe dela ainda está no porão. Preciso resolver isso depois.

Ao sair do banho, enrolo uma toalha na cintura e escolho camisa branca, calça preta e sapatos. Arrego as mangas e deixo os botões superiores abertos. Hoje está quente, não uso paletó. É suficiente.

Saio do guarda-roupa e encontro Isadora já acordada, sentada na cama, esfregando os olhos. Ela parece sonolenta, mas linda. Cabelos soltos, rosto natural, vestido azul claro e sandálias brancas. Meu olhar a devora. Sempre linda.

...

No banco de trás do carro, a caminho de seu antigo apartamento, reclino-me na poltrona de couro, observando cada movimento dela. Adoro a forma como se mexe, até quando baixa os olhos para o colo, mexendo os dedos.

— Aconteceu há dois anos — digo, lembrando a pergunta dela da noite anterior.

Ela pisca, tentando adivinhar o que quero dizer.

— Eu estava passando, vi você... queria você. E agora eu a tenho. — Digo, e ela franze a testa.

— Como você sabe meu nome? — pergunta, confusa.

— Pesquisei. — Respondo, firme.

— O que você planeja fazer comigo? — sua voz treme.

— Como assim? — pergunto, intrigado.

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