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Debby Scar
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Resumo

Queens — Dezembro de 2007 Já era madrugada, e minha mãe estava dormindo. Eu estava arrumando a minha mochila, pegando apenas o essencial, já que eu teria como morar em um pequeno apartamento próximo à faculdade enquanto cursava jornalismo. Aproveitando que aquele porco estava no trabalho, e ninguém iria me descobrir, resolvi que era melhor sair na calada da noite. Era a hora de sair daquele inferno e buscar a minha felicidade. A única pessoa que me faria falta era a minha irmã Chloe, de sete anos, a luz da minha vida. Deixá-la era doloroso demais, mas era um mal necessário. — Izzi... — me chamou a voz doce ao entrar no meu quarto. Chloe tem o mais lindo rosto do mundo. Quase um anjo, para ser mais exata, e a única coisa boa que aquele cachorro fez na vida. — você vai sair? — Oi, Chloe — sorri para ela, indo na sua direção, me ajoelhando e a abraçando. — Izzi tem que ir embora... — Não vai, Izzi... — choramingou apertando os bracinhos ao redor do meu pescoço. — não me deixa sozinha aqui... Me leva com você. — pediu, me abraçando mais forte. — Izzi não pode — me afastei, passando a mão em seu rosto, gravando cada traço delicado da menina que me fazia tão bem. — mas prometo que um dia eu volto e levo você comigo. — Promete? — percebi que os olhos dela estavam marejados, e aquilo me cortou o coração. Nunca me passou pela cabeça que seria tão dolorido deixar minha irmã ali. — Promete que vem me buscar? — Sim, meu amor. Prometo que volto e nós duas vamos ficar juntas. — respondi lhe dando um sorriso fraco. — Eu vou sentir sua falta... — olhei para ela, e as lágrimas já escorriam por sua bochecha rosada. Chloe não era ruiva, o seu cabelo era castanho, longo e levemente cacheado, e se parecia muito comigo quando eu era mais nova, mas eu a achava mais linda. — Promete uma coisa para mim? — pedi, segurando o seu queixo. — Prometo. — ela soluçava baixinho, enquanto me olhava. — Promete que vai estudar, e se tornar uma boa menina? — Sim. — disse ela, me abraçando novamente — prometo ser uma boa menina, Izzi.

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Capítulo 1

A manhã de quarta-feira foi diferente. Eu me sentia diferente. A última coisa que eu lembrava era de Nathan me segurando em seus braços enquanto entrava em mim, me preenchendo como eu nunca havia sido. Amando-me e amando cada parte do meu corpo como se fosse única. Nunca pensei que fosse tão bom ser amada daquela forma tão linda como ele fez. Nathan tinha entrado na minha vida, na minha alma, mas tudo se resumia em como ele permaneceria para sempre, apenas sendo ele mesmo.

Abri os olhos e percebi os raios do sol tomarem conta do amplo quarto, ainda deitada na cama de lençóis brancos e macios, completamente nua. Tateei o lado da cama procurando vestígios dele, mas não encontrei. A única coisa que tinha era o cheiro magnífico dele, impregnando cada percal daqueles lençóis. Eu me sentia muito feliz, completa, realizada e, apesar de ter desmaiado, fiquei com a ligeira impressão de que ele havia falado algo. Coisa que eu queria muito poder lembrar, porém, depois do orgasmo, eu não conseguia recordar de nada. Nada além dele, entrando grosso e poderoso em mim.

Sentando na cama tentei me espreguiçar, mas os machucados ainda estavam lá para lembrar-me que tudo havia sido real, que apesar dos hematomas sumirem as marcas de um pesadelo ainda existiam em minha vida. A única coisa que me deixava confortável era saber que ele, Nathan, o homem que o meu corpo havia escolhido para ser seu dono, estava ali para me amar. Independentemente do que me aconteceu, Nathan estaria sempre presente, me lembrando de que nunca sentiu nojo ou medo de amar uma mulher cuja alma estava despedaçada e completamente sem rumo.

O gosto do beijo dele, o toque de suas mãos fortes e firmes me acariciando e a forma como ele me olhou foram as únicas coisas que me vieram à memória. Foi quando me peguei passando o dedo no contorno dos meus lábios, desejando que ele ainda estivesse ao meu lado na cama para poder me amar novamente, como tinha feito tão lindamente e de uma forma tão carinhosa. Ele cuidou de mim. Era isso que me fazia o amar ainda mais. Aqueles olhos penetraram a barreira e resgataram minha alma, minha vida e tudo o que poderia ser valioso dentro do meu coração. Sorri com a ideia de ter ele mais uma vez. E como eu queria aquele homem forte, gostoso e sedento de amor, beijando e me chupando como ele havia feito...

— Bom dia, meu doce. — me assustei quando percebi que ele estava parado no canto da porta, sem camisa e vestindo apenas uma calça de flanela azul-marinho, me dando a visão privilegiada dos seus músculos bem definidos e gloriosos. Nathan estava me observando com o olhar apreensivo, e, apesar da voz rouca e incrivelmente sedutora, seus olhos me mostravam que havia algo errado com ele. — como dormiu?

— Muito bem — senti meu sorriso se alargar, mostrando que eu realmente me sentia bem — fica difícil não dormir bem quando se é amada de verdade. — me levantei da cama indo em sua direção completamente nua, demonstrando que meu corpo estava aceso e louco para recebê-lo. Eu só queria me deleitar com o gosto do beijo dele, como se não houvesse um amanhã.

— Tem certeza que não machuquei você? — perguntou se aproximando e passando a mão no meu braço.

— Por que você me machucaria? — levei minha mão até seu cabelo molhado e um pouco bagunçado — você nunca me machucaria, Nathan...

— Você sabe que sim — falou um pouco mais duro, enquanto virava o rosto e retirava a sua mão do meu braço — sabe do que eu sou capaz de fazer, Liz — baixou a cabeça, ainda com o rosto virado, cerrando os punhos.

— Eu pelada na sua frente depois de tudo que passamos e você está preocupado com o fato de eu não ter medo de você? — ele não percebia que o jeito como estava agindo estava começando a me magoar? Tinha algo de errado com ele, mas eu não sabia o que era exatamente.

— Eu sou um homem perigoso, meu doce... — o rosto dele havia se transformado de terno a furioso com algo.

— O que você tem? — de repente, a vergonha tomou conta do meu corpo, e eu me sentia mais nua ainda do que já estava, se isso fosse possível.

Um sentimento de angústia tomou conta do meu coração e me fez ter a certeza que havia algo errado. A maneira que estava me tratando, querendo de alguma forma me distanciar ou fazer com que eu sentisse medo dele, só estava me deixando ainda mais triste. Esse sentimento me fez voltar para a cama e me enrolar no lençol.

— Por que você quer estragar uma noite tão linda, tão cheia de amor, Nathan? — olhei para ele, que ainda permanecia parado ao lado da porta, de cabeça baixa e rosto virado para o lado — Nathan, me responda. Por quê?

— Não é nada, Lizzie. — virou a cabeça, de repente, me dando a visão do seu rosto tensionado, com o maxilar formando uma linha rígida.

— Deixe de ser um filho da puta e abra a merda de sua boca para falar. Porque eu não tenho uma bola de cristal e muito menos sei ler mentes, seu babaca! — falei quase gritando, sentindo as minhas costelas doerem pelo esforço de ter que falar com ele daquela forma.

— Você não respondeu — foi a única coisa que ele disse. Mas, o que eu não tinha respondido? Não fazia sentido ele falar e agir daquela forma, sem que eu soubesse o motivo pelo qual me tratava quase frio, querendo me afastar dele.

— Respondi a quê, Nathan? — perguntei ainda mais irritada com ele.

— Não lembra, não é? — ele parecia confuso, mas o vestígio de irritação ainda estava lá.

— De quê? De que foi a melhor noite da minha vida, ou a melhor coisa que já me aconteceu ter você me amando? — permaneci com o tom de irritação, deixando claro que se ele não explicasse o que estava acontecendo, a coisa ficaria ainda mais feia para o lado dele, e que Deus me perdoe, eu comeria seu fígado se ele não falasse algo que fizesse sentido.

— Você não respondeu quando eu a pedi em casamento — quando ele falou isso meu coração quase saltou pela boca.