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Capítulo 9 Grupo Vértice

O canto da boca de André tremeu. Droga, sempre só ele havia roubado os outros, hoje foi assaltado por um moleque? Apertou os dentes, virou-se para pegar uma lata de chá da gaveta atrás dele e praticamente a jogou em Rafael.

— Pega logo e cai fora daqui!

Contanto que conseguisse se livrar desse desgraçado, perder um pouco de chá não fazia diferença. Se não mandasse esse maldito embora logo, ia mesmo sacar a arma!

Rafael pegou com precisão a lata de chá que André jogou, suas mãos algemadas não erraram o alvo, mostrou um sorriso satisfeito, cruzou os braços e fez força.

As algemas nas mãos de Rafael foram quebradas por ele!

Esta cena deixou André chocado. Pessoas capazes de quebrar algemas com a própria força ele já havia visto, no seu comando militar também havia quem conseguisse fazer isso, mas isso definitivamente não era algo que um playboy com o corpo arruinado por álcool e mulheres pudesse fazer! Que diabos era esse desgraçado?

Rafael fez isso de propósito na frente de André para demonstrar sua força, para que ele não o importunasse mais no futuro. Realmente não tinha paciência para ficar brincando com ele!

Segurando o chá "roubado", sorriu para André:

— Comandante André, por favor, arrange um helicóptero para me levar de volta. Daqui até a família Martins é muito longe, de carro é muito cansativo. Acabei de sair do hospital, estou fraco, se eu me cansar demais e algo acontecer, com o Ernesto...

O resto não precisava ser dito. Estava claramente ameaçando André. Na verdade queria voltar rápido para a família Martins para evitar que Marcos fosse implorar àquela mulher Isabela!

— Alguém venha aqui, providenciem um helicóptero para levar o Sr. Rafael para casa! — André gritou rangendo os dentes para a porta. Realmente não aguentava mais se enrolar com esse desgraçado! Droga, seu helicóptero militar era para ser usado contra inimigos! Não era transporte particular desse maldito!

Rafael não percebia a raiva de André e pensou que ele parecia bem legal!

Carregando o chá roubado, Rafael saiu satisfeito do escritório. Chegando à porta, de repente se virou e sorriu para André:

— Comandante André, você deveria trocar o toque do seu celular. Esse atual é muito chamativo, não é bom...

Ainda usava "Lealdade Patriótica" como toque, como se tivesse medo de que as pessoas não soubessem de sua lealdade!

— Suma daqui! — André finalmente não conseguiu mais conter sua raiva, rugiu e sacou a arma da cintura. Bang, bang — dois tiros no chão perto dos pés de Rafael! Droga, chamativo? Esse desgraçado tinha a cara de pau de dizer que ele era chamativo? Você desrespeitou a mim, um general de divisão, roubou meu chá precioso, e ainda por cima fez showzinho no meu território. Que diabos, existe alguém mais chamativo que você?

— Ai, estava só te dando um conselho de bom coração, mas você não quer aceitar!

...

Quem levou Rafael de volta para a família Martins foi ninguém menos que Ricardo, que o havia escoltado até lá.

— Viu só, com helicóptero é muito melhor. Vocês só ficaram perdendo tempo à toa!

Ao embarcar no helicóptero, Rafael ficou muito feliz. Com a velocidade de um helicóptero, no máximo vinte minutos estariam na família Martins. Ainda dava tempo.

Ricardo agora não ousava tratar Rafael como antes. Embora não soubesse que método esse garoto usou para fazer o comandante soltá-lo, só o fato de conseguir levar uma lata inteira de chá do comandante já dizia muito! Seguindo o comandante há anos, sabia quantas pessoas tentaram conseguir um pouco daquele chá sem sucesso, e esse garoto levou uma lata inteira?

Durante o caminho observou Rafael cuidadosamente. Depois de voltar ao quartel, seu subordinado havia descrito o olhar assustador de Rafael, mas por mais que pensasse, não conseguia entender como um playboy como esse poderia ter tal olhar.

Sem conversas durante o voo, quando o helicóptero pousou fora da mansão da família Martins, os empregados correram para fora para ver, e Helena, que havia acabado de fazer exames médicos e estava descansando, também se levantou da cama.

— Já que você não me deu trabalho, vou te dar um conselho! — Rafael inesperadamente se virou para Ricardo antes de descer do helicóptero. — É melhor você parar com essa porcaria que está praticando, talvez ainda consiga viver alguns anos a mais...

Ricardo praticava um tipo de qi gong externo, mas aparentemente o método estava errado ou a técnica estava incompleta. O corpo que parecia forte na verdade já estava deteriorado por dentro. Se continuasse praticando, em no máximo três anos certamente morreria!

Qigong externo, quando praticado corretamente, era realmente uma arte marcial que equilibrava ataque e defesa. Porém, a maioria das pessoas praticava versões que constantemente esgotavam o corpo para treinar, e o resultado final geralmente era não conseguir dominar a arte e ainda por cima se arruinar.

Ele e Ricardo não tinham nenhuma rixa, e de certa forma ambos eram militares. Já que se encontraram, achava necessário avisar Ricardo. Se ele ouviria ou não, isso não era mais da sua conta. Ao descer do helicóptero, Rafael deliberadamente tocou com o cotovelo um ponto vital no peito de Ricardo.

— Ahh... — Ricardo gritou de dor e caiu sentado na cabine, cada centímetro de sua pele parecia estar sendo cortado por facas, seus ossos como se estivessem sendo esmagados. Aquela dor penetrante nos ossos fez o suor frio escorrer de sua testa como chuva.

Naquele momento, Ricardo ficou extremamente chocado. Dor, muita dor! Esse garoto claramente não usou força, por que doía tanto? E o que significavam aquelas palavras antes de ele descer do helicóptero?

O pessoal ao lado viu Ricardo se contorcendo de dor e pensou que Rafael havia feito algo, pegaram as armas para detê-lo, mas foram segurados por Ricardo, que disse com dificuldade:

— Vamos embora primeiro!

Seus companheiros olharam ferozmente para Rafael, ajudaram Ricardo, que estava quase encolhido numa bola, a se sentar, fizeram sinal para o piloto decolar, e o helicóptero voou imediatamente em direção à base.

O helicóptero se afastou rapidamente da mansão da família Martins. Helena saiu de seu choque de alegria e imediatamente correu para ele, examinando cuidadosamente seu corpo, lágrimas escorrendo:

— Rafael, você está bem? Se machucou? Eles te soltaram? Você tem que agradecer muito à Isabela, e nunca mais mexa com ela...

Rafael sorriu. Mamãe ainda achava que foi Isabela quem o salvou. Se realmente dependesse da Isabela, provavelmente nunca mais sairia!

— Onde está meu pai? — Rafael perguntou, olhando ao redor sem ver sinal do velho.

— Seu pai foi para a empresa procurar a Isabela. Se não fosse ele implorando à Isabela, como você poderia ter voltado... — Helena disse com a voz embargada. — De agora em diante obedeça seu pai. Ele pode não falar, mas se preocupa com você no coração...

— Vou até a empresa! — Rafael realmente não queria que o pai fosse implorar à Isabela.

Abriu a porta da garagem, onde havia vários carros esportivos caros estacionados, qualquer um deles devia valer mais de dez milhões. Que cara, para que colecionava tantos carros esportivos! Realmente um perdulário!

Rafael não teve humor para escolher, simplesmente pulou num carro esportivo azul e saiu da família Martins como o vento.

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