
Paixões avassaladoras (livros 1 e 2)
Resumo
Nic, é uma boa garota, fruto do lindo e complicado amor de seus pais, Maya e Fábio Fonseca. Nic cresceu cercada com muito amor e mimo por todos os familiares e amigos, que a adoram por sua delicadeza e doçura. Só que as pessoas a sua volta não sabem é que de doce, pouca coisa a garota prodígio e superdotada Nicole tem. Há um lado até então desconhecido por muitos, uma face oculta na bela garota de olhos profundos, apenas esperando pelo estímulo certo para despertar as mais ardentes labaredas que existem escondidas sob a fachada de menina tímida e estudiosa. Apenas um estímulo... e faíscas irão queimar pelos ares! Preparem-se, pois Max Resende é o homem perfeito para iniciar um verdadeiro incêndio na vida de Nic!
Prólogo
\Nicole Kyung-Soon Fonseca - 18 anos de idade\
-Então nos encontramos na biblioteca amanhã após o almoço, garota bonita?
Um dos meus colegas de turma pergunta enquanto saímos do pavilhão de aulas rumo ao estacionamento.
Estamos exaustos após termos enfrentado uma hora e quarenta minutos de uma maçante disciplina, a qual muita gente é reprovada todo semestre, porém que tenho muita facilidade, e devido a isso, vários alunos sempre me procuram querendo algum tipo de ajuda ou reforço na hora de estudar para ela.
E eu ajudo, é claro. Porque eu não o faria se sou ótima nisso? Não é querendo me gabar, entretanto, sendo bem franca comigo mesma e com os outros, sou uma garota muito inteligente. Já faz três anos que ingressei na universidade, estou cursando o sexto período do curso de medicina em uma das universidades federais mais importantes do país, depois que aos quinze anos, uma idade precoce para alguns, contudo ideal para mim, consegui passar com uma nota indecentemente alta no curso que desejava.
Amo minha família, sou o orgulho dos meus pais e o xodozinho do meu irmão mais velho Enzo, que me trata como uma verdadeira princesinha por ser a sua tão sonhada irmãzinha caçula. Meus avós maternos Sara e Daniel, também são boas pessoas as quais eu adoro demais. E talvez, devido a esse ambiente intensamente amoroso, cercada por uma família quase perfeita e muitos amigos leais, que têm um coração de ouro dentro do peito, eu tenha aprendido certos princípios que se enraizaram de um modo profundo em minha mente e que tornaram a pessoa a qual sou hoje em dia.
E um desses princípios que aprendi desde cedo é o da generosidade e empatia. Se tenho ciência de que uma pessoa necessita de ajuda em determinada área e eu posso auxilia-la naquele quesito, então porque não fazê-lo? O mal do ser humano é muitas vezes ser egoísta e não se colocar no lugar do outro. Então longe de mim ser um individuo mesquinho e sem amor ao próximo, pois não foi assim como meus pais me criaram. Por essa razão eu faço tudo o que estiver ao meu alcance para ser generosa e uma boa garota sempre que possível, para as pessoas a minha volta que possam precisar de uma mãozinha.
-É claro, Caio! Com certeza nos vemos lá.
Bato em seu ombro com o meu, e o rapaz me sorri contente ao fitar meu rosto com entusiasmo pela resposta positiva que recebe.
-Até amanhã então, garota bonita.
Caio se inclina na intenção de beijar minha bochecha em despedida, entretanto, distraída com a conversa, não percebo o obstáculo em meu caminho e acabo tropeçando justamente na hora em que ele vem ao meu encontro, o que faz com que o erre o alvo e ele passe bem longe do meu rosto.
-Até, Caio.
Reprimo uma risada ao notar suas bochechas avermelhadas de vergonha pela situação embaraçosa, porém me contenho ao vê-lo partir um tanto sem graça para o caminho oposto ao que sigo. Eu ainda fico parada por mais alguns minutos observando o pobrezinho se afastar cada vez mais a passos apressados até sumir de vista. Balanço a cabeça negativamente de um lado para o outro achando graça do rapaz um tanto tímido, mas que sempre tenta ser simpático comigo.
Coitadinho... Penso comigo mesma ao ver o seu grande esforço em querer se tornar meu amigo, mas que no fim acaba se atrapalhando na maioria das vezes.
-Tcs, tcs... tão inteligente para algumas coisas, porém ingênua para outras. Pobre garota superdotada, essa minha Nic.
Ouço a voz grossa cheia de ironia dizendo ao pé do meu ouvido, com a boca praticamente colada em minha orelha, porém não me sobressalto. Um par de mãos grandes e quentes que eu conheço muitíssimo bem, se alojam em meus ombros massageando-os com a força e precisão certeiras. Seguro um suspiro satisfeito pelo prazer que a exatidão do toque me traz, e fecho os olhos durante alguns segundos apreciando o mimo após o dia longo e exaustivo que tive hoje na universidade.
-Com o que está implicando dessa vez, bobalhão? Não tem algo melhor para fazer do que ficar seguindo meu rastro por onde quer que eu vá?
Estalo a língua em falsa reprovação, já imaginando qual será sua reação a seguir.
-Isso está se tornando meio chato já, sabia disso? Você parece um desocupado perambulando para cima e para baixo desse jeito.
Eu o alfineto sarcasticamente e ele ri soltando uma baforada de ar quente sobre minha pele, o que faz com que todos os fios da minha nuca se arrepiem no mesmo segundo, feito um raio. Porque convenhamos... eu sou nova, mas não sou cega e muito menos estou morta, né? Pelo amor de Deus! Eu sou humana como qualquer um, e o que corre em minhas veias ainda é sangue quente e não gelo. Então é mais do que óbvio que eu sinto todos os efeitos indesejados que este indivíduo causa em meu corpo quando me toca.
E que toque...
-As vezes acho que eu deveria ter comprado um par de óculos para você no natal passado, minha querida Nic. Porque a senhorita só pode ser cega feito uma toupeira para não enxergar o interesse daquele cara em você. Qualquer pessoa pode ver isso a quilômetros de distância, mas ao que parece você é a única que não vê.
Sinto quando seu peito firme e musculoso se cola mais a minhas costas, praticamente moldando-se de forma perfeita ao formato do meu corpo, e eu enrijeço a coluna sem coragem de me virar para encará-lo de frente. Eu simplesmente não consigo, o ar fica preso em minha garganta e meus pulmões em suspensão, totalmente apreensivos.
-Caio só quer ajuda com a matéria, seu louco. Sabia que nem todo mundo nessa vida é tão estranho e esquisito como você?
Eu rebato incrédula, sem acreditar muito em suas suposições infundadas e sem sentido. Max é doido por acaso? Por que ele pensaria um absurdo como esse? Não tem lógica. Eu hein...
-Ajuda com a matéria? Essa foi a desculpa esfarrapada que o mané usou e você caiu nela? Pelo amor de Deus, Nic! Achei que fosse mais esperta do que isso.
Ele ri com o timbre de voz rouco e uma pontada de cinismo na voz. O tremor da gargalhada que reverbera de suas caixas torácicas grudadas as minhas costas, se espalham por todos os meus membros como se estivéssemos de algum modo íntima e profundamente conectados um ao outro.
-Qual é o seu maldito problema, Max?
Rosno a pergunta irritada com o modo desdenhoso e implicante com que ele me alfineta de propósito, e cerro os punhos firmemente ao lado do meu corpo, na tentativa de conter o ímpeto em meu interior que ferve neste exato instante.
Embora eu não saiba muito bem se é para me impedir de meter um soco em seu rosto perfeito, ou para não ceder a vontade absurda que tenho cravar minhas unhas em seu pescoço para...
-Meu problema é você, Nic!
Max murmura em meu ouvido em um tom de voz baixinho e intimista, que faz com que eu estremeça por inteiro e minhas pernas amoleçam por um instante como cubos de gelo laçados ao fogo.
-Sempre foi você!
Sua barba espessa roça um caminho perigoso sobre meu pescoço e eu cerro os olhos com força. Meu corpo todo se arrepia e meu coração dispara em batidas velozes e erráticas feito um louco. Deus, será que vou infartar? Por que... porque ele está fazendo isso comigo logo agora? O que Max pretende com tudo isso? Ele perdeu o juízo ou está apenas brincando com minha mente por pensar que sou apenas uma menininha tola e inexperiente?
-O único e exclusivo problema que eu tenho é você Nic. Só você... Você não percebe? Não sente isso? Você não sai da minha cabeça em nenhum momento do dia... nunca, minha querida Nic. Nunca...
Então seus lábios provocativos, que adoram me torturar como um terrível algoz, começam a salpicar pequenos beijos desde a junção do meu ombro até o lóbulo da minha orelha, queimando-me como se fossem brasas de fogo que me aquecem, me queimam e me derretem ao seu bel prazer.
Ah Max... Oh, Deus! O que está havendo comigo? Por que eu me sinto tão...
-E então, o que pretende fazer agora que sabe disso?
