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Capítulo 1

Henrico

Sinto meu corpo todo pesado e doendo, abro os olhos e vejo Herico me olhando com um cinto na mão.

__Levanta daí seu inútil! Anda seu fracote! __ manda gargalhando.

Me levanto com dificuldade, mas quando estou de pé, ele me dá uma cintanda e caio novamente.

__voce é um verme mesmo, um bastardo! Um fraco igual sua mãe!

__Nao fala da minha mãe! __ grito de volta.

__Nao grita comigo seu muleque!__ diz e da um tapa na minha cara, e sinto o gosto metálico na minha boca.

__Vou te dá uma surra pra você tomar postura de homem. __ diz me puxando pelo o braço.

Eu me debato tento sair do seu aperto mais é inútil! Ele é mais forte que eu.

Na primeira cintada nas costas acordo assustado e suado.

Foi só um sonho! Digo a mim mesmo.

Por mais que esse desgraçado do Herico tenha ido pro inferno, ele ainda me atormenta nos meus sonhos.

Há dezessete anos atrás O Herico morreu de infarto, e não conseguiram reanimar ele.

No dia em que ele morreu, deixou noventa por cento da sua fortuna pra mim, e os outros dez por cento pra Laura sua esposa.

A mulher e tao desgraçada que o marido mal descansou ela já veio abrindo as pernas pro meu lado. Eu não iria tocar onde aquele desgraçado tocou, e com tantas mulheres por aí por que eu iria querer logo ela.

Levanto da cama, ainda com a respiração ofegante, e vou pro banheiro. Entro de baixo da água quente pra ver se meu corpo relaxa.

Sempre tive esses tipos de pesadelos com Herico, ou melhor a alguns anos tinha parado de ter esse tipo de sonho com aquele desgraçado, mas nessa madrugada eu sonhei com ele a noite toda.

Enquanto a água cai sobre mim começo a refletir: há alguns anos atrás eu era apenas o filho bastardo do patrão, todos me tratavam pior que animal, já hoje em dia faltam lamber o chão em que eu piso.

As mulheres se atiram pra mim como se eu fosse um rei, afinal que não quer uma vida de rainha com puro conforto.

Todas podem até me querer, mas só desejo uma, minha Fernanda, que por culpa da Gabriela, me deixou.

Poderíamos ser felizes, mas a menininha não quis assim, sempre querendo tudo dos pais, querendo tudo que era da minha Fernanda.

Desde de aquela época nunca mais vi Fernanda na minha frente, mas ela continua cravada no meu coração.

Aqui em água azul só vejo a mãe e o pai dela, que já estão endividado até o cabelo da cabeça, as duas filhas sumiram daqui.

Hoje por onde eu passo as pessoas me olham com respeito, e outros inveja afinal o bastardo foi reconhecido e virou patrão.

Posso afirmar que hoje com os meus trinta e cinco anos nada me falta! Tenho tudo, dinheiro, mulheres, uma boa aparência.

Mas apenas ela conseguiria preencher esse vazio que tem em minha alma! Fernanda!

Saio do banheiro e enrolo uma toalha no quadril, mas na hora que coloco meu olhos em minha cama o meu sangue ferve.

__oque tá fazendo aqui?

__Ah querido te esperando. __ diz Laura com uma camisola minúscula.

Não vou mentir para idade dela ela é bem conservada, mais não me desperta nem tesão, pelo o contrário me desperta nojo e repulsa.

__Nao  sou seu querido! E vaza do meu quarto agora! __falo já possesso de raiva.

Ela se levanta, e vem até mim e tenta colocar a mão no meu peitoral, mas seguro suas mão.

__Nao toque em mim Laura, ou vai se arrepender!

__ você tá me machucando! __diz por eu ainda tá segurando sua mão.

Aproximo mais meu rosto no dela e digo:

__Nao ouse entrar mais no meu quarto se não irá se arrepender! É um aviso. __digo levando ela pelo o braço até a porta e a fecho com chave.

__Que mulher louca! __digo sozinho no quarto.

Visto minha roupa costumeira de homem do campo, e desço pra poder tomar café.

__Bom dia Antônia! __ digo pra minha empregada.

Na verdade Antônia  tá mais pra minha amiga, do que empregada. Ela chegou essa casa assim que aquele demônio morreu pedindo emprego com uma filha pequena. Com o tempo a mulher foi conquistando minha confiança e hoje a considero minha amiga.

__Bom dia Enrico, acordou animado hoje né. _ diz espirituosa como sempre.

__tem que animar né.

_Com certeza.

Não tô vendo Camila, a filha dela.

__Onde tá Camila? __pergunto, pois gosto da menina como irmã.

__Ah deve tá cuidando do Miguel.__camila acabou tendo um caso com o meu capataz e acabou que tiveram o Miguel.

__Ela deve tá arrumando o moleque pra levar ele pra escola.

Como se sentisse que falássemos dela, a mesma aparece na sala com seu sorriso harmonioso, acompanhada do filho.

__oque estão falando de mim? __ pergunta, vai até a mãe e da um beijo em sua bochecha e faz o mesmo comigo,

Não vejo maldade no seu gesto de carinho.

__Nada de especial filha. __ diz a mãe.__Bom dia neném da vovó como cê tá? __pegunta a avó coruja pro neto.

__Bença vó, não aguento mais ter que acorda cedo, já falei pra minha mãe me deixar falta um dia pra mim ficar com meu pai, mas ela não deixa. __diz a criança de cinco anos com os olhos chorosos.

Camila e bicho do mato igual a mim, ambos não rasgamos com nada, e acima de tudo a morena ao meu lado e minha amiga.

__Deus te abençoe meu neto. meu bem você não pode querer ficar faltando de aula, sua mãe tá certa, você vai ter o resto da tarde pra ficar com seu pai. __Antonia também torce pra Camila se acerta com Filipe mas ambos são cabeças duras.

O menino se vira pra mim com os olhos azuis imensos igual o do pai e apela:

__Tio fala pra minha mãe que eu quero ficar mais com meu pai, por favor. __Diz tentando me convencer.

__Ela vai deixar mas depois miguel.__o menino senta na mesa e bufa com raiva.

__Ja conversamos Miguel, depois que você chegar vai até enjoar do seu pai__ diz revirando os olhos, ela o despreza mais sei que ama ele.

Camila e linda, com seus vinte e seis anos tem uma beleza angelical que encanta qualquer um, mas não consigo a ver com outros olhos, pra mim ela é e sempre será a irmãzinha que a vida me deu. E ela e meu amigo tem um caso de amor e ódio.

Depois do café, falei com o capataz aqui da fazenda Felipe que é meu braço direito, o homem e da mesma idade que eu, considero o homem como um irmão, e ele que é o pai do Miguel.

Assim que o velho morreu, pouco tempo depois ele começou a trabalhar pra mim, como não gostava do antigo capataz, coloquei ele no lugar, na época todos falaram que eu tinha tomado a pior decisão da minha vida, afinal as pessoas tem manias de achar que só por que a pessoa e nova ela não vai dá conta do trabalho.

Lerdo engano, pois o meu amigo aqui que me ajuda a tocar essa fazenda em frente.

Depois de dar as ordens, retornei pra casa grande.

Entrei dentro de casa, e vou  para o escritório.

Desde de que vim morar aqui na casa grande, não mexi em absolutamente nada, a casa continua a mesma de antes.

Me sento atrás da mesa do escritório, e começo a olhar alguns papéis, sobre a venda de bois.

Meu telefone toca e prontamente atendo:

_Boa dia senhor Mendes, desculpe o incomodo, mas teve um dos frigoríficos que deram um probleminha, com o comprador e ele exige em conversa pessoalmente com você.

_Nao se precisa se preocupar, seja lá o que aconteceu eu irei resolver.

_Desculpe pelo o incomodo senhor, mas apenas o senhor resolverá isso. Obrigado pela a atenção, tenha um bom dia.

Logo após isso a mulher do outro lado desliga.

Só me faltava essa!

Duas vezes no ano eu viajo pra acompanha o trabalho das minhas empresas de perto, porém esse ano me parece que terei de adiantar o processo.

Me levanto e desço as escadas é aviso a Antônia que terei de viajar. Sento cozinha e começamos a prosear, pois todas as vezes em que viajo costumo ficar até um mês fora.

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