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Obsessão De Um Mafioso

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Saziana Bule
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Notas

Resumo

Ele tirou tudo dela… e ainda assim não conseguiu deixá-la. Lorenzo Marchetti é o temido líder da máfia italiana, conhecido por sua frieza e precisão implacável. Ao assassinar Piero Valentini, seu maior inimigo, acredita encerrar uma guerra. O que Lorenzo jamais poderia prever era que, entre os destroços daquele acerto de contas, encontraria uma criança com os olhos idênticos aos de seu inimigo — olhos que agora o perseguiam em silêncio. Incapaz de deixá-la sozinha no mundo, Lorenzo coloca a pequena Antonella num orfanato, onde ela cresce sob o olhar invisível do homem que destruiu sua família. Ele a vigia das sombras, controla cada passo de sua vida, garantindo sua segurança sem jamais revelar sua identidade. Agora, Antonella é uma jovem mulher, doce, sonhadora e dedicada ao trabalho na biblioteca central. Livre do orfanato, ela acredita ter deixado o passado para trás — sem saber que ele a observa com uma obsessão silenciosa que cresce a cada dia. Mas o que acontece quando a culpa se mistura ao desejo? E quando a garota órfã se transforma na única fraqueza do mafioso mais temido da Itália?

amormafiaromancePoderosos juntos / Casal forteArrogante mas adorávelIdentidade secretaBilionário/CEOInvencível / Todo-poderosoFamília rica

Capítulo 1: Obcecado por ela

Lorenzo

Travei meu maxilar, sentindo o ódio transcender meu psicológico e dominar meu corpo. Como pode? Como pode?

— Don Lorenzo, não estamos certos de que eles sejam mesmo namorados, pode ser só um amigo — olhei para Mariano de forma ameaçadora, o fazendo se calar de imediato. O que eu menos quero agora é ouvir a sua voz.

Respirei fundo, tentando encontrar o ar que me faltava. Eu não conseguia assimilar a ideia de que minha Antonella está namorando outro homem. Mas eu devia ter imaginado que uma hora ou outra isso aconteceria. Ela é uma mulher linda e cheia de virtudes, qualquer homem se apaixonaria. Mas só eu tenho esse direito, e vou cuidar para que todo aquele que ousar se envolver com ela morra da pior forma possível. Ela é minha.

— Me deixe só — ordenei, e no mesmo momento Mariano, meu soldado e motorista, se retirou. Depois dessa notícia, não conseguiria mais fazer nada, então desliguei o computador na minha frente e me dirigi a uma das prateleiras do outro lado da sala. Enchi o copo com uísque e virei tudo de uma vez, sentindo minha garganta arder.

— Ahh — era disso que eu precisava.

Quando me vinguei do Valentini, não imaginei que ele tivesse uma filha. E, quando tudo aconteceu, ela estava naquela casa. Por sorte, ela não presenciou a morte do pai. Quando a coloquei no orfanato sob os melhores cuidados possíveis, não era por Valentini ou porque tinha algum interesse. Ela era só uma criança. Sou um mafioso, e não um “sem coração”. O pai dela mereceu o destino que teve, mas ela não tinha que pagar pelos erros do pai.

Graças a Deus, ela não viu meu rosto. Cuidei para que fosse levada até o orfanato das freiras. Sabia que lá ela cresceria segura. Cuidei dela de longe, mas não com segundas intenções. Ela tinha apenas 5 anos na época. Há 18 anos atrás, eu ainda era jovem, mas já estava envolvido com a máfia. Meu pai morreu cedo, e tive que o suceder.

Sempre cuidei para que Antonella tivesse tudo que precisava, sempre de longe. Pedi às freiras que a tratassem bem. Eu pagava por isso. Não sinto culpa por matar seu pai, mas me sentiria um monstro em deixar uma criança desamparada.

Quando ela completou 18 anos, teve que sair do orfanato. Ela recebeu uma pequena parte da herança do pai. A outra foi roubada pelos sócios de Valentini.

Hoje, ela tem uma vida simples. Só ia da sua pequena casa à biblioteca, e da biblioteca para casa. Até hoje. Hoje, Luigi, o meu homem de confiança, me diz que Antonella tem um namorado. Como pode?!

Eu não sei em que momento, mas acabei me apaixonando perdidamente por aquela mulher. E eu a quero só pra mim. Na verdade, ela já é minha. Só minha.

E agora é hora de aparecer, e, de uma vez por todas, assumir o lugar que é meu por direito na sua vida. Antonella será minha mulher. Será a Senhora Marchetti.

Ouvi a porta do meu escritório sendo aberta. Só poderia ser Graziella. A olhei em reprovação.

— Você realmente não consegue bater na porta antes de entrar? — perguntei, e ela me ignorou, se jogando no sofá de couro localizado em um dos cantos do meu espaçoso escritório.

— Eu sabia que você não estava fazendo nada! — revirei os olhos e voltei a pegar a garrafa de uísque, enchendo o copo que já estava vazio.

— Problemas? — neguei com a cabeça, voltando para a minha cadeira.

— Então por que está bebendo? Não deveria estar trabalhando? — Graziella consegue realmente ser irritante. Parece uma criança. Se não fosse minha irmã caçula, eu não sei se ela ainda estaria viva.

— E você deveria estar cuidando da sua vida — falei, sem olhar para sua cara. Estava com problemas demais para aturar minha irmã caçula.

— Ok então — cruzou os braços e permaneceu sentada, me deixando irritado. Olhei para ela com a intenção de saber o que ainda estava fazendo aqui.

— O que você quer? — perguntei, impaciente.

— Quero viajar — olhei para ela.

— Não — respondi, rígido, e ela me olhou com a cara murcha.

— Por favor, estou cansada de ficar aqui, sem nada para fazer — uns cansam por não ter nada para fazer, e outros cansam por ter muito a fazer. Que irônico.

— Onde você quer ir? — seu olhar brilhou e seus lábios foram preenchidos por um sorriso. Ela é a cópia de nossa mamma. Pena que ela não a pôde conhecer. O parto foi complicado, e mamma acabou morrendo.

— França, ou América. Da última vez que fomos, você não me deixou sair do hotel — reclamou.

— Era uma viagem de trabalho! — nesse momento pensei um pouco mais e decidi unir o útil ao agradável.

— Vou para Roma. Se quiser, pode vir comigo — falei, sem olhar para ela. Pude ouvir seu suspiro.

— Ok. Queria sair da Itália, mas prefiro isso do que nada! — pelo menos ela tem a cabeça no lugar.

— Partimos amanhã no final do dia. Esteja pronta — ela assentiu.

— Agora vaza — me olhou incrédula, e eu retribuí o olhar, esperando que ela fosse embora. E assim o fez, batendo a porta com força.

Antonella vive em Roma, então é para lá que eu vou. Espero que seja por pouco tempo e consiga trazê-la para Veneza, onde eu moro.

Decidi adiantar algum trabalho para o tempo em que estarei fora! Sou o Capo (Líder) da maior organização criminosa do país, a Cosa Nostra. Não sou só de uma famiglia! Sou o Capo di tutti capi, ou seja, o chefe de todos os chefes. Todos os capos das famiglias da nossa organização estão abaixo de mim.

Porém, ainda não tenho meu rosto conhecido como o de um mafioso, e espero que assim seja por muito tempo. Para todos, sou o empresário Lorenzo Marchetti, Presidente e CEO do Gruppo Marchetti, a maior empresa de comércio eletrônico do país. Poucos conhecem o Don Lorenzo.