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7

"Claro que não, ele não é um cafetão." Ele é... ele é um bom menino.

-Quão bem? -Ela não soube responder. Ela não podia dizer a sua amiga que tinha apenas um palpite de que aquele homem seria importante para ela. O que já era. Não, você me assusta”, continuou Elisabeth. Estamos voltando para casa agora, e espero que ninguém tenha visto você beijar aquele estranho. Ir a uma festa é normal, beijar é normal, mas para seus pais retrógrados, será a causa de sua excomunhão.

Vanesa se permitiu ser retirada da festa sem oferecer muita resistência. Ela ficou extasiada com a sensação dos lábios de Cristian Manuel nos dela.

“Explique-me, agora sim, como é que um estranho te beijou?” Elisabeth perguntou a Vanesa quando chegaram em casa. Ela sentou sua amiga na cama de casal que eles dividiriam e olhou para ela. Ela parecia estar flutuando ainda, um sorriso estúpido no rosto.

"Ele não é um estranho.

-Então? Não me diga que eles são velhos amigos, seus amigos podem ser contados nos dedos de uma mão e eu conheço todos eles – o sorriso de Vanesa se desvaneceu.

“Eu sei que sou uma pária, você não precisa colocar dessa forma.” Elisabeth mordeu o lábio.

— Desculpe, não queria que soasse assim... mas é verdade, Vanessa. Então me diga onde e quando você o conheceu?

"Cerca de uma semana atrás. Eu estava a caminho de casa daqui, e esbarrei nele. Ele é... tão bonito... O nome dele é Cristian Manuel Soler, e obviamente ele não é daqui, tem que ser da capital.

"E o que você está fazendo aqui?"

-Não sei.

"Você tem parentes em Trinidad?"

-Não sei! Eu nem queria dizer a ele meu nome, mas ele estava verificando para mim!

"Ele te disse isso?"

"Sim, você não acredita nele?" Elisabeth fez uma careta de descrença.

Ele saiu da cama e começou a se despir para vestir o pijama. Vanessa começou a fazer o mesmo.

"O que me surpreende é que você se deixou beijar... Nem o Rodrigo recebeu um beijo seu."

— Bem... Cristian Manuel não é uma criança... ele é... um homem de verdade.

-Isso me assusta. Você vai fazer sexo com ele?

"Elizabete!! Eu mal o conheço!

-Exato. Você mal o conhece e já brotam corações rosados de seus olhos. Você vai fazer sexo com ele? –Vanesa começou a balbuciar uma resposta incoerente, e Elisabeth, com um gesto de resignação, abriu uma gaveta em sua mesa de cabeceira e tirou um pequeno envelope e o passou para ela.

-O que é isso?

"Um preservativo." Impressionada, Vanesa deixou cair na colcha: "Não é uma cobra!" Pelo contrário... — acrescentou com uma voz cheia de malícia — com isso você alimenta a cobra...

Elizabete, eu não...

"É melhor estar seguro." Você não sabe quem ele é, ou com quantos ele já dormiu. Então é melhor usar.

"Você realmente acha que eu vou dormir com ele?"

“Você o conheceu e se apaixonou. A segunda vez que você o viu, você o beijou. O terceiro... É seguro. Parece que você não consegue nem pensar direito quando está perto dele.

"Estou com medo, Eli.

-Não seja boba. O sexo é lindo, prazeroso... e você tem que se divertir sem riscos.

Se meu pai descobrisse...

"Bem, ele não vai descobrir." E para o inferno se ele descobrir. Você é um adulto, não há direito que ainda queira dominar até o mais íntimo de você.

Vanesa pegou novamente o envelope da cama, olhando-o com os olhos arregalados.

"Uma vez que você sente o gosto disso", acrescentou Elisabeth, com o mesmo sorriso de um momento atrás, "você não pode parar." É o melhor do mundo.

O homem caiu no chão com as mãos ainda amarradas. Ele não pediu misericórdia, e isso deixou Antonio Gonzalez extremamente zangado. Ele olhou para seu funcionário de confiança, Benedicto Garcia, autorizando-o a desferir mais uma rodada de golpes, e o fez com um prazer doentio.

Um fio de sangue espesso saiu da boca do homem, mas ele ainda não pediu para que parassem de espancá-lo.

"Diga-me uma coisa", disse Antonio com voz calma, pois não era ele que estava agitado dando os golpes, nem recebendo. Por que você achou que poderia me levar às autoridades sem que eu percebesse?

"Você..." gaguejou o homem, "você é uma besta... que sangra as pessoas e as corrompe...

A risada satisfeita de Antonio foi ouvida.

"E por que alguém como você tem que limpar a cidade... de mim?"

-Alguém tem que fazer isso.

-É uma pena. Você não me conhece... ou não conhecia. Você sabe que quando eles mexem comigo só há duas saídas? Morra antes... ou morra depois. Eu poderia simplesmente torcer seu pescoço aqui e agora, e então onde estariam suas denúncias? O vento os levaria para longe.

"Algum dia... alguém vai te parar."

“Esse alguém ainda não nasceu, estúpido.” Diante do olhar de Antonio, Garcia deu outro golpe no homem, que estava caído no chão sem forças.

Aborrecido, António levantou-se, pôs a mão na enorme barriga e dirigiu-se à saída da cave onde tinham encerrado o rapaz que conseguira reunir várias provas contra ele, onde se mostrava que o conhecido António Gonzalez, o que apoiava instituições de caridade, era um religioso realizado com um alto senso de justiça, não era nada mais do que um traficante que acumulou grande riqueza, foi culpado de assassinato e desaparecimento e corrompeu muitos políticos para fazer um trabalho para ele. .

Infelizmente, ele estava certo, e era por isso que ia morrer. Você não mexe com um mafioso e sai ileso. Nunca.

"O que vamos fazer com ele?" perguntou Garcia, ainda olhando para o pobre diabo que lutava para respirar no chão.

-Todo seu. Eu não me importo com o que você faz com isso.

Garcia sorriu com prazer. Ele adorava essa parte de seu trabalho.

Antonio caminhou até seu trailer, liderado por outro de seus homens, e saiu do local sem se incomodar em olhar para trás. Uma bagunça a menos. Ele estava fazendo isso há muito tempo para um pobre diabo como este prejudicar seu poder de alguma forma. Ele nunca teve uma chance.

-Não? Você disse que era a casa do seu amigo.

"Sim, mas não... não vamos entrar lá."

"Ah, e o que você planejou?" Ele perguntou sorrindo, mostrando-lhe seus dentes brancos.

"Bem... Há um lugar que eu sempre quis ir."

-Isso parece ótimo. Vamos lá? Ele lhe ofereceu o braço e ela o aceitou sentindo-se extremamente feliz.

Eles começaram a andar pela calçada, mas Vanesa não fez nada além de olhar em volta, como se estivesse se escondendo de alguma coisa, ou de alguém.

-Algo acontece?

-Não. Algum.

"Ei, você não é casada e não tem um namorado ciumento, certo?" -Ela começou a rir.

-Eu? Sem chance. Nada de nada. Mas... sim, devemos nos apressar um pouco - ele a viu mexer o cabelo até quase cobrir o rosto e ela começou a andar em ritmo acelerado.

Logo estavam fora da aldeia, subindo um morro onde, no topo, havia uma enorme árvore velha. A poucos metros estava a estrada que levava a Bogotá, mas havia vegetação suficiente para escondê-los.

Cristian Manuel ficou impressionado olhando para a árvore gigantesca, com um tronco tão largo que seriam necessários vários homens para cobri-la.

-Oh. O que é?

"A Caracolí", respondeu Vanesa com um sorriso. Muitas histórias são contadas sobre essa árvore aqui em Trinidad, sabe? Dizem que há um espírito que aparece neste lugar, e é por isso que ninguém conseguiu derrubá-lo, e que tem mais de cem anos.

"Muitos?" perguntou Cristiano Manuel. Foi uma pena, porque ali teria que ser construída uma estrada complexa ligando Trinidad à rodovia e talvez ele tivesse que tirá-la do caminho. Bem, é lindo.

Aproximaram-se da sombra da árvore, e Cristian Manuel a viu admirando-a, levantando a cabeça e inspirando com força.

"Dizem que o espírito é o de uma mulher que perdeu o homem que amava em um incêndio." Ele veio aqui e morreu. À noite sua canção de dor é ouvida, e muitos camponeses que viajam ao amanhecer a viram.

'Que assustador. Você gosta desses tipos de histórias?

-De medo?

— Não, de amor.

"O amor é lindo, não escuro", ela sorriu, repreendendo-o, ela olhou para os galhos da árvore balançando ao vento e suspirou. o motor que move o mundo.

“O dinheiro também.

— Mas dinheiro não é bonito. Envenena as pessoas – acrescentou, pensando no pai e mudando um pouco o tom de voz.

Cristian Manuel a encarou tentando entender quem era aquela mulher, a que mundo ela realmente pertencia.

"Quando você disse que havia um lugar que queria visitar," ela disse, "eu imaginei outra coisa," Vanessa sorriu.

-Ah sim? Como que?

"Eu não sei... parece muito público aqui." Qualquer um poderia vir, certo? –Sim, qualquer um, ela pensou, qualquer um que não tivesse um pai obsessivo como o dela.

Há muito tempo, quando ainda era criança, ouvira de uma das velhas que trabalhavam na casa naquela época a velha lenda da mulher na árvore. Todos diziam que a tinham ouvido ou visto com sua canção lamentosa e seu terno branco perambulando pela colina. As pessoas costumavam vir e tirar fotos, até Elisabeth fazia piqueniques lá com os amigos, mas ela nunca tinha vindo. Seus pais não gostavam de piqueniques e não a deixavam vir sozinha.

Desta vez, ele aproveitou o fato de que seu pai estava fazendo recados na cidade e que sua mãe tinha uma reunião com seus amigos para jogar cartas ou o que quer que eles fizessem para escapar. Então, ele fugiu da casa, iludindo os servos, tanto sua mãe quanto seu pai.

O universo era bom, caso contrário ele não teria conseguido manter o encontro dela.

Você gosta de Trindade? –Ela perguntou de repente, apoiando a mão na casca da árvore enorme e antiga. Ele fez uma careta.

"Bem, eu não achei interessante até te conhecer," ela sorriu para ele. Ele sempre dizia aquelas coisas bonitas.

— Achei que nunca mais te veria; Ninguém que vem de fora para Trinidad fica.

"Vou ficar aqui por um tempo."

-Quantos?

"Eu não sei... muito tempo." Você é daqui?

Sim, eu nasci aqui e cresci aqui. Eu provavelmente vou morrer aqui também.

-Que você quer? morrer aqui? Ela franziu a testa olhando para ele. Ninguém nunca lhe perguntou o que ela queria.

“Bem... eu não acho que tenho escolha.” Ele caminhou até ela e pegou seu rosto entre as mãos.

— Se você quisesse, teria o mundo aos seus pés. Não seria você quem faria os desejos, não, os desejos viriam até você – inevitavelmente, Vanesa olhou para os lábios, tão cheios, tão lindos.

"Eu..." ela começou a dizer, mas ele, como se adivinhasse seus pensamentos, a beijou.

Ele passou a noite inteira pensando no beijo que lhe dera na noite anterior. Ela devia estar com olheiras por causa da insônia, mas ele disse novamente que a achava linda. E foi lindo. Ela o abraçou e respondeu ao seu beijo, não mais tão alarmada quando sentiu sua língua deslizar e brincar. Que jeito de beijar! Ela sentiu a mão dele subir por sua cintura e pegar um de seus seios pela blusa e massageá-lo, ela soltou um gemido.

Ninguém nunca a havia tocado assim, mas ela sentiu que não podia negá-lo de fazer o que queria com ela. Sua alma e seu corpo o reconheceram, e ele deve ter sentido o mesmo, caso contrário, por que ele a estava beijando assim?

"Diga-me", ele perguntou, deixando um rastro de beijos e carícias em seu pescoço, "como era a mulher que morreu aqui?"

Ela tentou coordenar seus pensamentos, tentou se lembrar da lenda, mas as mãos dele a tocavam em todos os lugares ao mesmo tempo.

"Bem... eles dizem que ela amava muito seu amante."

"Bem, não era o marido dela," ele disse enquanto corria seus beijos pelo pescoço dela.

— Não... Dizem que ela era casada com um homem horrível que também era mau com ela, e que muitas vezes vinham aqui para fazer amor.

-Que romântico.

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