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Capítulo 2

Me desespera. Eu mencionei que odeio isso?

— Obrigado, você foi muito gentil Paul. — Olhei para o pai dele com um baseado na mão. —Você gostaria de vir pescar comigo algum dia? Sabe, sou novo na área então alguém que conheça alguns pontos estratégicos poderia me ajudar. -

Houve silêncio. É por isso que odeio coisas novas: eles não sabem disso.

Aproximei-me do meu pai, tocando-lhe no ombro e servindo de âncora, como sempre. — Você deveria ir, pai, em algum momento... — Seja você de novo também.

- Vou pensar. — Ele sorriu para mim, depois para o policial, sabendo que não iria.

- Bom! — O homem olhou novamente para o filho. —É melhor ir embora agora. A que horas você tem seu encontro com o treinador? -

“Acho que já está aí”, respondeu ele, apontando para o mar em frente à nossa barraca.

Loja de frente para o mar, casa de frente para o mar, tudo me lembrava minha mãe. O lindo abril. Eu gostaria de escapar deste lugar.

- Vejo você esta tarde? - perguntou seu pai.

— Sim — respondeu Elia por nós, completamente satisfeita.

Eles saíram e eu observei pai e filho da porta enquanto eles caminhavam pela praia. Elias com uma prancha de surf e seu pai com uma vara de pescar que ele deixou para ir trabalhar.

Taylor também olhou comigo. —Ele tem um ônibus particular, diferente dos outros. -

— Bom, ele deve ser um daqueles ricos com nariz esnobe. -

— Ou talvez seja muito bom. -

— Eu não me importo com Tay. -

—Embora esteja tudo bem. -

“E ela tem uma bela bunda”, acrescentou Ronnie.

Eu o observei enquanto ele corria para pular no mar. Ele tinha ombros largos e sim, ele tinha um belo... Ah, chega.

Tentei parar de olhar para ele e ainda queria ver o quão bom ele era naquela prancha de surf. Ele era, e conheceu surfistas.

Ele também teve sorte: não teve nenhum trauma e parecia que o oceano era seu amigo, então ele nunca teria nada em comum com meu novo vizinho.

Carla

Cheguei em casa algumas horas mais cedo para fazer um bolo para levar naquele maldito jantar.

Quando estava pronta, tomei um banho e fui para o meu quarto ver o que vestir. Escolhi um short jeans e uma blusa branca de manga longa; À noite era sempre legal.

Me posicionei em frente ao espelho e abotoei meu short. Eu estava prestes a pegar a blusa que estava em cima da cama, mas notei uma luz do lado de fora da minha janela.

Seu quarto era em frente ao meu?

Desde quando?

Quando Elia percebeu que o tinha visto, agiu como se nada tivesse acontecido, voltando a fazer o que estava fazendo com o computador, mas não ia se safar daquele jeito.

- Com licença! — Coloquei as mãos no parapeito da janela pronta para avisar que ele foi extremamente rude.

Ele removeu um fone de ouvido. - Sim? -

— Da próxima vez me avise que você está aí. — Apontei para o quarto dele. —E talvez evite me espiar. — Eu ainda estava de sutiã, mas fiquei muito chateada e nem pensei nisso.

Ele se levantou da cadeira para sair da mesa e apoiar os cotovelos no parapeito da janela. —Devo avisar que estou no meu quarto? Não tem barraca? —Esse sorrisinho realmente me irritou.

- Eu tenho. -

—Então tente usá-lo. — Ele se afastou de mim para voltar ao seu lugar e colocou os fones nos ouvidos.

Em resposta, peguei o tecido da cortina e puxei-o para cobrir a janela. —Terei que manter a loja fechada durante todo o verão. Muito bom”, sussurrei para mim mesmo.

Coloquei minha blusa e apliquei um protetor labial simples nos lábios. Adorei o verão também por isso: o bronzeado e não perder tempo com maquiagem. Gastava-se tempo preparando coquetéis frescos. Fiz três mojitos quando Taylor e Ronnie vieram à minha casa antes do jantar.

Compraram uma bebida para levar, que coloquei no freezer. Faltavam alguns minutos para a loja fechar e esperamos meu pai voltar.

—Por que aquele garoto te incomoda tanto? Foi gentil da sua parte nos convidar”, comentou Taylor, tomando um gole de um canudo de papel.

— Eu disse que ele não estaria e ele insistiu. Você precisa que eu faça novos amigos? — Adicionei hortelã ao meu copo.

—É novo, é hora de se acostumar. -

—Com a gente, Ronnie? -

- Que ocorre? - respondidas.

—Se ele não ficar só no verão, terei que cuidar disso quando você voltar para a universidade em setembro. — Adicionei o açúcar mascavo. —E eu preciso do meu espaço, sabe, é muito perto da minha casa. -

Contei a ele a história da janela.

"Oh, querido, ele não é gay como eu", Ronnie riu, apertando minhas bochechas. — Que pena, eu esperava que fosse esse o caso. -

Afastei suas mãos do meu rosto, ouvindo o julgamento de Taylor. - Faça isso bem? Ele poderia ser seu surfista nesta temporada. -

Eu ri com vontade. — Ainda não sei se ele só estará aqui no verão, e além disso, preciso me divertir, não um namorado que observe tudo o que faço pela janela. -

— Ah, meu Deus, como aquele Jacob do ano passado. -

- Exato! - Revirei os olhos. — Tive que bloquear. -

“Talvez ele esteja noivo”, disse Ronnie, referindo-se a Elia. —E talvez ele não goste de nós. -

"Faça tudo, por favor", eu ri.

Peguei um canudo para mergulhar no copo, pronto para nos desejar uma boa temporada com o primeiro coquetel.

Depois de um longo gole, Taylor fez uma pergunta estranha. —Você nunca pensa em se apegar a alguém? -

Parei de mastigar o canudo. - Não. -

Apegar-me a alguém também significava ter medo constante de perdê-lo, e eu não estava mais disposto a perder outras pessoas. Um foi o suficiente para mim.

Levantei-me da cadeira para terminar o assunto e decorar o bolo com um pouco de açúcar de confeiteiro, na esperança de fazer jus. Minha mãe era muito boa em fazer bolos.

Quem sabe o que a mãe de Elia teria pensado. Ela fará as honras por nós?

Sim, ele abriu a porta da frente para nós depois de tocar a campainha. De perto ela era ainda mais bonita.

Cabelos castanhos longos e ondulados e olhos claros, como o do filho.

Primeiro ele se apresentou ao meu pai, depois aos meus amigos e finalmente a mim, porque eu fiquei. Eu queria me esconder, ir embora. O amor materno foi o que mais senti falta. Isso me fez ficar sem ar.

—Cara, certo? — Ele me deu um meio abraço e me deu um sorriso sincero. Olhando para ela da janela já percebeu que ela era uma boa mãe.

— É verdade — Sorri também, talvez tenha saído mais melancólico que de costume.

—Você fez um bolo? -

- Um bolo, senhora. -

Ele tocou minhas mãos para tirar aquele recipiente do caminho. - Obrigado! Entre, vamos. —Os outros já estavam lá dentro. —E me chame de Amy também. — Dando alguns passos para trás, ele colidiu com o filho. - Oh! Mas quando você ficou tão alto, meu filho? —Eu nem percebi que isso ia acontecer. Ele estava muito absorto em olhar para aquela doce mulher. — Venha também, você tem que me ajudar com os aperitivos. -

- Já vou. — Ele a viu desaparecer dentro de casa e então focou em mim. —Você colocou veneno nele? ele perguntou, referindo-se ao bolo.

Tem um aroma agradável. Tem gosto de baunilha e sal. —É meu ingrediente secreto. -

Eu estava prestes a abrir espaço, mas ele bloqueou meu caminho. —Olha, me desculpe por agora. Honestamente, foi difícil não olhar para você. -

Ah, entendi, você é um homem. —Ok, não faça isso de novo. — Entrei sem esperar resposta.

O layout da casa era igual ao meu. A empresa que os construiu era a mesma mas, olhando para os móveis, decoração e eletrodomésticos, percebi que o estudo do seu perfil era correto: rico.

Da sala, observei Elijah ajudar a mãe. Eles riram e mordiscaram algo secretamente; essa foi sua maior riqueza. Quando a mesa estava cheia o suficiente, todos nos sentamos à mesa. Eles realmente pensaram em tudo.

—Como é a Carolina do Norte? —Meu pai perguntou entre um prato e outro.

—Eles me transferiram para trabalhar. Felizmente o Elia já terminou os estudos e a minha mulher trabalha de smartworking - respondeu.

—Que universidade você frequentou? —Taylor perguntou a Elia, sentando à minha direita.

—Princeton. -

Olhei para Ronnie pelo canto do olho, certa de que ele era filho do papai. Na verdade, os Miller também estavam bem financeiramente, assim como eu. Mas eu estava sentindo falta de muito mais.

- Você? - igrejas.

“Vamos para Garcip”, respondeu meu amigo, sentando-se à minha esquerda.

Você, Karla? Por que você não foi para a universidade? O que vou responder agora?

- Está bem? Fui para a faculdade para me formar. —Ele olhou para seus pais. - Sinta-os de forma diferente. —Ele olhou para nós novamente. —Mas tenho outros objetivos. -

Uau, sem perguntas estranhas.

- Garoto? –Taylor perguntou.

Ele olhou para sua prancha de surf colocada no canto da casa. —Então a mudança não me incomoda tanto. Sentirei falta dos meus amigos e dos meus hábitos, mas aqui o mar é mais propício ao exercício. -

— Você fará outros. — Ronnie sempre foi muito gentil. —E você terá outros hábitos. -

Não decidimos ser desagradáveis?

— Sim, como ouvir o cachorro da Karla latir de manhã para acordá-la. — Parei de encarar meu gêmeo para me concentrar no recém-chegado. — Talvez você precise de algo mais forte. -

Eu realmente tenho que usar minhas habilidades com este? — Você quer me acordar? -

Você permanecerá em silêncio agora? A arma da sedução deveria funcionar, certo?

Ele sorriu enquanto tomava um gole de vinho branco frio. —Dê-me a chave e eu irei. -

Taylor e Ronnie conheciam meu caminho: flertar para evitar conversar. Beije para evitar perguntas. Dormir com alguém para se distrair. Abandonar alguém para não se apegar a ninguém por medo de ser abandonado.

Eles também sabiam que eu sempre tinha uma resposta pronta, mas aparentemente gostaram tanto da resposta deles que riram alto.

Esse Elia estava tentando tirar sarro de mim e eu saberia como fazer dele um idiota, mas não teria sido uma boa ideia com ele. Eu o veria a qualquer hora do dia e só queria pessoas passageiras em minha vida. Por isso fiquei calado para não brincar com ele. Enfiei um pouco de arroz e peixe na boca, engolindo minha derrota.

Depois daquele jantar engoli também uma verdade amarga: os Papais Noéis não faziam perguntas pessoais ao meu pai nem a mim, isso porque eles já sabiam de tudo.

Claro, o pai dele era policial, ele certamente sabia da nossa situação. Tantas perguntas me incomodaram, mas o silêncio por compaixão ainda mais.

Apontei o bolo para o centro da mesa, depois de comer cada prato. Todo mundo gostava dele. Eu não comi. Havia muitas lembranças. Aquele jantar foi demais. Eu precisava de espaço. Vamos beber mais sete mojitos.

— Querida, você não quer um pedaço de...

Eu interrompi a mãe. — Não, estou satisfeito — Sorri e olhei para meu pai. — Vou sair um pouco, ok? —Ele assentiu, me entendendo instantaneamente.

- Eu te acompanho? 'Taylor foi rápido em dizer.

— Não, não, sério. -

Quem me conheceu sabia que quando eu queria ficar sozinho, eu queria muito ficar sozinho. Só então pude respirar melhor.

Cheguei na porta da frente e sentei nas vigas de madeira olhando o mar ao pôr do sol e ouvindo seu som.

Fechei os olhos, esperando que minha respiração voltasse à regularidade e que meus olhos voltassem a enxergar com clareza.

No entanto, minha atenção foi atraída pelo ranger de uma porta e por passos. Elias.

Ele sentou ao meu lado e nas mãos tinha um guardanapo com um pedaço de bolo. A intrusão deles algum dia terminará?

—Eu disse que não quero. -

— Ah, não é para você, é para mim. — Ele pegou um pedaço com as mãos e deu uma mordida, olhando para o mar.

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