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O chefe da máfia me comprou…

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Laura.Zero
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Resumo

Por vinte e cinco mil dólares, vendi minha liberdade. Não imaginei que também perderia meu coração. Nicol Abramo está desesperada. Seu irmão mais novo precisa de uma cirurgia urgente e as dívidas a sufocam. Sem opções e sem esperança, uma reviravolta inesperada do destino a coloca cara a cara com Francesca, uma menina que a abraça e chama de “mamãe”... bem na frente do pai errado.Alaric Castillo não é um homem qualquer: ele é o chefe mais temido da máfia e, acima de tudo, um pai protetor. Quando sua filha se apega imediatamente a Nicol, ele não demora em fazer uma proposta impossível de recusar: ser a babá de Francesca em troca do pagamento de todas as dívidas do hospital. Nicol aceita o acordo. Não por ambição. Por amor. Mas ele não contava que seu novo chefe seria frio, controlador e tão letal quanto viciante. O que começa como um acordo sem emoção logo se transforma em uma guerra silenciosa entre duas almas quebradas que lutam para não sentir... mas acabam se apaixonando.Enquanto Nicol se torna o centro do mundo de Francesca, Alaric começa a vê-la como algo mais do que uma empregada. Mas no mundo da máfia, amar é perigoso. E Nicol terá que decidir se arrisca tudo... até mesmo seu irmão, por um homem que não sabe amar sem destruir.

romanceamormafiaAstuto / ManipuladorDecisivo e implacávelbilionário

Capítulo 1

O ponto de vista de Nicol

Ele batia a perna sem parar contra o chão, com as mãos apertadas enquanto tentava parar de tremer. Ele estava com o olhar fixo no médico e ouvia-o falar, mas nem sequer o escutava. Só pensava em como iria conseguir 25 mil dólares para a cirurgia de Matteo. Vinte e cinco mil dólares! Um arrepio percorreu meu corpo. E isso não era tudo. Eu ainda tinha que pagar as outras contas do hospital, além da cirurgia.

Naquele momento, parecia que minha vida estava saindo do controle e não havia absolutamente nada que eu pudesse fazer para impedir isso.

— Senhorita Abramo? — chamou a médica, estalando os dedos na minha cara duas vezes. Eu dei um pulo e depois lhe dediquei um sorriso de desculpas.

“O que você disse?”, perguntei.

— Você está bem, senhorita Abramo? — Ela me olhou com desconfiança. — Você estava distraída.

—Sim, estou bem —menti, acenando com a cabeça. Minhas mãos começaram a tremer e eu as juntei novamente, respirando fundo enquanto ela continuava.

—Senhorita Abramo, já é tarde demais. Se não pagar a cirurgia do seu irmão esta semana e na próxima, receio que possa perdê-lo —disse ela num tom compassivo e ao mesmo tempo admonitório.

Meu coração subiu à garganta e meus olhos se encheram de lágrimas. Ela suspirou, balançando levemente a cabeça. —Sinto muito, senhorita Abramo, mas amenizar a situação não vai resolver o problema. Você precisa se apressar e conseguir o dinheiro; caso contrário, seu irmão pode morrer.

Meu coração se encolheu ao ouvi-la falar e fechei os olhos com força, sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Balancei a cabeça e suspirei, abrindo os olhos. —Tudo bem — murmurei —. Não precisa continuar falando nisso. Eu entendo.

Ela apertou os lábios, tentando sorrir, mas só conseguiu fazer uma careta. Vi a pena em seus olhos. E eu a odiei. Eu a odiei completamente.

— Obrigada — disse ao levantar-me. — Voltarei para ver como você está mais tarde — acrescentei antes de sair do escritório e fechar a porta. Precisava encontrar uma maneira de conseguir 25 mil dólares em apenas uma semana.

Passei as mãos pelo cabelo e esfreguei os olhos. Meu Deus! Eu estava tão cansada. Não dormia bem há dias e tinha tantas coisas na cabeça. Matteo era minha única família; eu não podia deixá-lo morrer. Ao mesmo tempo, eu não tinha dinheiro. Tinha que pagar as despesas dele e ainda tinha que pagar o aluguel da casa. Até vendi meu pequeno café só para pagar, mas mesmo assim não era suficiente.

— Mamãe? — ouvi de algum lugar do corredor enquanto caminhava em direção ao elevador. E então senti um pequeno puxão na minha saia. — Mamãe!

Franzi a testa e olhei para baixo, apenas para ver uma menina de cabelos prateados puxando minha saia. —Mamãe! —gritou ela, com os olhos abertos e um sorriso nos lábios. Ela não parava de puxar minha saia, ansiosa.

Suspirei e forcei um sorriso enquanto me abaixava para ficar na altura dela. — Querida, qual é o seu nome? — perguntei, segurando suas mãos entre as minhas.

“Mas mamãe, você sabe como eu me chamo!”, ela murmurou. Ela não devia ter mais de três anos. “Eu sou Francesca!”

— Bem, Francesca, querida — comecei a dizer, mordendo o lábio, me perguntando como iria partir o coração da coisa mais linda que eu tinha visto naquele dia—. Eu não sou sua mãe. Mas onde está sua mãe? Posso levá-la até ela.

—Mas você é minha mamãe! — insistiu ela, balançando a cabeça. Seus olhos se encheram de lágrimas e seus lábios tremeram. —Você é minha mamãe — murmurou ela.

— Francesca, querida, eu não sou... — ela não me deixou terminar a frase antes de balançar a cabeça furiosamente e começar a chorar.

— Francesca... eu... —

— Você é minha mamãe! — insistiu ela, esfregando os olhos enquanto chorava.

— Tudo bem, tudo bem — murmurei, pegando-a nos braços e me levantando. Não aconteceu nada, querida. Vamos embora — acrescentei.

Ela me envolveu com os braços e apoiou a cabeça no meu ombro. Finalmente, ela havia parado de chorar. Passei as mãos pelo cabelo dela e beijei-a na bochecha enquanto me dirigia ao elevador. Eu a deixaria na recepção e iria embora. Seus pais ou responsáveis a encontrariam lá.

—Mamãe, você vai para casa com o papai e comigo? —perguntou ela com um fio de voz, levantando a cabeça do meu ombro para me olhar com seus grandes olhos verdes.

Abri a boca para falar, mas fui interrompida pelos homens que apareceram de repente na minha frente, saindo do corredor da esquina, logo antes do elevador. Um deles me olhou fixamente e levantou a arma que segurava imediatamente, apontando para mim. O outro imitou-o, com a testa franzida, como se quisessem apenas explodir minha cabeça com a arma.

Pisquei, engolindo saliva enquanto dava um passo para trás, apenas para sentir um metal frio na parte de trás da minha cabeça.

— Tio? — murmurou Francesca, levantando a cabeça do meu ombro mais uma vez. Mas ela não estava olhando para os homens à sua frente. Ela estava olhando para o homem atrás de mim, e eu me virei, com os olhos arregalados ao ver o homem que estava apontando uma arma para minha nuca.

Ele me olhou com os olhos semicerrados e eu abri a boca para falar, para perguntar o que estava acontecendo exatamente, quando Francesca voltou a falar. —Pai! Olha quem eu encontrei!

Eu me virei novamente e vi que os homens estavam se afastando para dar passagem a alguém. Talvez ao chefe deles. A primeira coisa que notei foi seu olhar verde floresta enquanto ele se dirigia furioso em minha direção, com os olhos fixos em mim, em Francesca e de volta em mim.

— Você ousa tentar tirar minha filha de mim? — disse ele furioso, invadindo meu espaço pessoal. Dei um passo para trás e senti novamente a arma na nuca. Um aviso.

— Não... não sei do que você está falando — sussurrei com voz trêmula.

— Para onde você está levando minha filha? — perguntou ele com os olhos semicerrados. — Você está tentando sequestrá-la?

Neguei com a cabeça. —Não, claro que não! Só a estava levando para a recepção para que seus pais pudessem vir buscá-la. Não... eu não sabia que você era o pai dela.

Ele estreitou os olhos novamente enquanto estendia a mão e tentava arrancá-la de mim. Ela apenas me apertou com mais força. —Papai, a mamãe vai vir para casa conosco hoje?

Seu olhar se voltou para mim instantaneamente. — Mamãe? — ela exigiu.

—Tentei dizer a ela que não sou sua mãe, mas ela não me ouve. —Saí correndo, olhando para os homens e depois para ele. Estava muito consciente de quem estava atrás de mim, porque ele não parava de apontar a arma para minha cabeça. Quem eram exatamente esses homens? Mas uma coisa eu sabia. Provavelmente eram as pessoas mais perigosas que eu já conheci na vida. Engoli em seco novamente, olhando para o pai de Francesca. Olhando para ele de verdade.

Galinheiro.

Devia ser o homem mais bonito que já tinha visto na vida. Tinha cabelo escuro e um olhar tão intenso que senti que já me conhecia de cor. Tinha uma pele morena linda e ombros largos que se ajustavam ao seu corpo musculoso. Media cerca de... Tinha uma aura letal à sua volta, e naquele momento estava focada em mim.

Pisquei, lembrando a mim mesmo que tinha me metido em encrenca e que não deveria estar olhando para o homem que poderia ordenar que seus homens me matassem naquele instante.

— Desculpe, eu não sabia que era sua filha — murmurei, forçando-me a respirar calmamente e me acalmar. — Ela veio até mim e eu não soube o que fazer.