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Capítulo 2 Gravidez

- Nati, o casamento é um acontecimento único, mamãe não permitirá que você faça isso. - Fernanda sabia mais ou menos a intenção de Natália ao dizer isto.

Natália colocou a marmita na mesa de cabeceira e disse:

- A pessoa com quem vou me casar não é um estranho, é o filho de sua amiga.

- Sra. Terezinha faleceu cedo. Eu não sei nada sobre seu filho. Quero que você se case com alguém que ame, mesmo que eu quebre minha promessa, e não quero que use o casamento como moeda de troca. Se você precisa fazer isso por mim, prefiro ficar aqui para o resto da minha vida.

Alguém que ame?

Mesmo que ela se encontre com essa pessoa, a felicidade não seria mais possível.

Ela abaixou a cabeça, pensou que não importava com quem se casasse, o que importava era levar de volta tudo o que foi roubado dela.

Fernanda não conseguiu convencer Natália, e voltaram para Santa Cruz no dia seguinte.

Santiago não gostava delas, não as deixou se hospedar na casa de Ribeiro, mas no apartamento alugado. Até o dia do casamento, Natália se comportaria como ele queria.

Natália também não queria morar na casa dele. Se ficar ali, mãe teria de conviver com Fátima, a amante que destruiu o casamento dela. Seria melhor ficar aqui.

Fernanda ainda estava preocupada.

- Nati, se fosse um bom casamento, seu pai não ofereceria para você, apesar de que Sra. Terezinha e eu éramos amigas.

Natália não queria falar sobre isso com sua mãe, então ela mudou de assunto:

- Mãe, coma alguma coisa logo.

Fernanda suspirou. Era óbvio que Natália não estava a fim de conversar sobre este assunto. Ela sofria há muito tempo e agora até seu casamento tinha que ser sacrificado.

Natália segurou faca e garfo em sua mão, mas não tinha nenhum apetite, estava enjoada.

- Você não está se sentindo bem? - Fernanda perguntou preocupada.

Natália não queria preocupar ninguém, disse que era por causa do voo.

Largou o talher e entrou no quarto.

A porta se fechou e ela se apoiou na porta. Embora ela nunca estivesse grávida, ela tinha visto como foi a gravidez de Fernanda, ela também estava enjoada e não queria comer.

Foi o que sentiu naquele momento.

Passou mais de um mês depois do sexo daquela noite. Sua menstruação estava dez dias atrasada.

Ela não queria pensar mais sobre isso. Era uma noite humilhante, fez algo que ela nunca teria feito se não fosse por sua mãe e irmão.

Ela estremeceu...

- Você está grávida por seis semanas.

Saindo do hospital, a frase do médico confirmando a gravidez ainda permeava a mente de Natália.

Natália foi ao hospital sem deixar Fernanda saber. O resultado a deixou muito amedrontada, sem ideia do que fazer. Deveria manter a criança ou abortar?

Sua mão cobria a barriga. Era fruto de um acidente, ou até um insulto, mas ela estava indecisa.

Sentia uma alegria e expectativa de ser mãe pela primeira vez.

Ela estava atordoada.

Chegando na casa, Natália escondeu o exame de ultrassom antes de abrir a porta.

Ao ver Santiago, sua cara ficou sombria.

O que ele está fazendo aqui?

A expressão de Santiago também não era muito boa, parecia por que a esperou por muito tempo. Disse com frieza:

- Vá trocar de roupas.

Natália franziu e perguntou:

- Por quê?

- Como você está se casando com Jorge Marchetti, você deve conhecê-lo pessoalmente. - Santiago a olhou de cima a baixo:

- Vai sair com ele sem se arrumar? Quer me matar de vergonha?

O que seria esta dor?

Ela pensou que se prostituir e a morte de Nicolas tinham feito ela sofrer até não se importar mais.

Mas o coração doeu quando ouviu tais palavras de Santiago, ainda não era duro suficiente.

Ela nem se importava mais com o que ele havia feito, enviando sua mãe para Atalaia, um país pobre.

Onde ela conseguiu o dinheiro?

Se ela tivesse dinheiro, como Nicolas poderia ter morrido devido ao atraso no tratamento?

Suas mãos ao lado do corpo se fecharam em punhos.

Santiago também reparou isso e parecia um pouco envergonhado.

- Vamos lá, é hora da família Marchetti chegar, não vamos deixá-los esperando.

- Nati... - Fernanda estava preocupada, ainda tentando convencer Natália. Ela já perdeu seu filho, queria cuidar de sua filha. Dinheiro não teve tanta importância.

Ela não queria que sua filha envolva-se com família Ribeiro ou Marchetti de novo.

Família de rico é complicada. Ninguém sabia como o tal jovem da família Marchetti realmente era.

Ela estava bem preocupada.

- Mãe. - Natália olhou para sua mãe, tentando confortá-la.

- Rápido. - Santiago estava impaciente, apressando Natália, com medo de que ela mudasse de ideia.

Santiago não mostrou nenhuma piedade a ela enquanto Natália também não o considerou como pai.

Levou oito anos para desvanecer todo o afeto antigo.

O vestido de Natália era brega, e ela se encontraria com os membros de família Marchetti, então Santiago a levou a uma loja de roupas femininas de alto nível para comprar um vestido decente.

Quando ela entrou na loja, uma moça veio para atendê-la, e Santiago empurrou Natália para frente, disse:

- Encontre algo que sirva nela.

A atendente olhou-a de cima a baixo e já sabia que tamanho devia usar.

- Senhorita, venha comigo por gentileza.

Ela pegou um vestido azul-clara e entregou-a a ela:

- Gostou desse? Pode experimentar no provador, veja como fica.

Natália levou a roupa ao provador.

- Jorge, tem que se casar com a mulher da família Ribeiro? - A voz parecia se sentir abatida.

Ouvindo a voz, Natália olhou para o quarto ao lado dela. Através da porta, Natália viu uma mulher envolvendo seus braços ao redor de um homem, implorando:

- Você não vai se casar com outra mulher, né?

Jorge olhou para ela, como se não tivesse escolha, este foi o casamento que sua mãe arranjou para ele, não podia desistir agora.

Mas, pensando naquela noite, não suportava tê-la desapontada.

- Sobre aquela noite, foi muito dolorosa?

Um mês atrás, ele foi para Atalaia para investigar um projeto e alimentou uma fruta desconhecida por curiosidade. Aconteceu que o semente dela teve um forte efeito afrodisíaco. Jorge acabou se envolvendo com uma mulher e sucumbiu à luxúria.

Foi Ester Souza quem saciou sua vontade.

Ele sabia que não podia controlar a si mesmo naquele momento.

Diz-se que a primeira vez de sexo faz muita dor, e ele perdeu controle, então deveria ser um desastre para ela.

Impassível, ela não disse nada, apenas tremeu em seus braços.

Ele sempre soube que Ester gostava dele, mas nunca deu uma chance a ela.

Primeiro, ele não a amava. Segundo, o casamento dele já foi arranjado por sua mãe.

Mas ela sempre o acompanhou, e depois do incidente, ele sentiu que deveria assumir esta mulher.

Até hoje ele se lembrou daquele sangue.

Ester se inclinou sobre o peito, soltou um choro tímido e abafado.

Ela gostou de Jorge e esteve com ele todos estes anos como secretária. Havia deixado de ser virgem há muito tempo. Ela não podia contar a Jorge pois sabia o quanto os homens se importavam com a pureza de uma mulher. Naquela noite, ela pagou uma fortuna para moradores para encontrar uma garota ainda virgem e a enviou para no quarto.

Depois que essa garota saiu, ela entrou e fingiu que era ela naquela noite.

- Se você gosta das roupas aqui, escolhe mais algumas. - Jorge acaricia seus cabelos e disse com carinho.

- Aquela sala é para vip, por favor, vai à direita. - A atendente lembrou Natália.

Os provadores eram quartos privativos neste tipo de loja de roupas de grife, e o vip era ainda mais especial, com uma área para os amigos esperarem ou descansarem.

- Tá bem. - Natália pegou as roupas e caminhou em direção ao quarto à direita.

Enquanto experimentava as roupas, Natália pensava sobre o casal, e eles pareciam mencionar família Ribeiro.

Será que o homem era...

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